Controle do Ronco e Apnéia através de aparelhos intra-orais

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Transcrição:

Controle do Ronco e Apnéia através de aparelhos intra-orais POR QUE OCORRE O RONCO? O ronco já foi considerado o pior inimigo de alguns casais. Muitos chegam a dormir em quartos separados para evitar a separação. O ronco e a apnéia geralmente ocorrem devido a um mal posicionamento da língua e da mandíbula durante o sono. Na fase do sono, onde ocorre maior relaxamento muscular, a língua e a mandíbula se posicionam mais para trás, obstruindo a passagem de ar da região da orofaringe, fazendo com que a pessoa ronque ou tenha o bloqueio respiratório. As pessoas que possuem arcadas dentárias mais estreitas e mandíbulas posicionadas para trás, são mais suscetíveis ao problema. Desta forma, o aparelho para corrigir o problema vai manter a mandíbula e a língua melhor posicionadas para que não haja obstrução da passagem do ar durante o sono. Outras causas do ronco incluem o aumento das adenóides, excesso de peso e obstrução das vias aéreas nasais.

O QUE É APNÉIA? Apnéia do sono é um tipo de desordem respiratória que representa uma série de condições de ameaça potencial à vida, caracterizada por breves interrupções da respiração durante o sono, ocorrendo várias vezes numa mesma noite. Muitas vezes, a pessoa não tem consciência deste fato e o marido ou esposa é quem percebe muitos dos sintomas. Os tipos de sintomas da apnéia são: O ronco, Respiração ofegante, Mudança de posição durante o sono, Excessivas cochiladas, Perda de memória, Falta de atenção, Pressão alta, Dores de cabeça, Irritabilidade, Mudanças de personalidade, Diminuição do apetite sexual, Impotência Dores de cabeça matinais. Quais os fatores de risco a Apnéia Obesidade. Pertencer ao gênero masculino. Ter anormalidades craniofaciais como uma mandíbula pouco desenvolvida. Ter aumentados o tecido mole e o linfóide da faringe. Sofrer de obstrução nasal. Possuir anormalidades endócrinas. Quais os problemas de saúde associados à Apnéia

Hipertensão arterial sistêmica (HAS) e a pulmonar; As arritmias cardíacas relacionadas ao sono; A angina noturna; O refluxo gastroesofágico; O prejuízo da qualidade de vida e a insônia (AASM, 1999). Consequências da Apnéia Associada a uma elevada morbidade nos adultos, o que faz com que essa matéria seja do interesse da saúde pública (Guilleminault, Mondini, 1983; He et al., 1988; Partinen et al., 1988; Mello et al., 2000; Krieger et al., 2002; Young et al., 2002). Recentemente, foi associada à síndrome da resistência à insulina e à intolerância à glicose, (Carneiro et al., 2007, Patil et al., 2007; Bittencourt et al., 2008). Inúmeros estudos demonstram existir uma forte correlação entre o índice da apnéia/hipopnéia e o aumento do risco de sofrer de hipertensão arterial (Prabhakar, 2002). Atualmente, por meio de trabalhos prospectivos e casos controle, considera-se a apnéia como sendo um fator de risco independente para a hipertensão arterial sistêmica (HAS), e de progressão para as demais doenças cardiovasculares como as arritmias, as insuficiências coronariana e cardíaca e o acidente vascular encefálico (Peppard et al., 2000; Lavie et al., 2001; 2001;Young et al., 2002; Shamsuzzaman et al., 2003; Arzt et al., 2005). O aumento dos marcadores do estresse oxidativo está associado ao aumento da comorbidade cardíaca nos indivíduos que sofrem dessa síndrome (Dyugovskaya et al., 2002; Lavie et al., 2004; McNicholas, Bonsigore, 2007). Os indivíduos com a apnéia ainda correm um risco maior de sofrer acidentes automobilísticos e de trabalho (Guilleminault, Mondini, 1983; Mello et al., 2000; Krieger et al., 2002; Prabhakar, 2002; Young et al., 2002). Estudos alertam para a ocorrência de alterações neuropsicológicas nos indivíduos com a SAOS, nos quais os déficits de atenção, memória e função executiva, foram os pontos mais relatados (Mcmahon et al., 2003; Sateia, 2003; Beebe et al., 2004; Engleman, Douglas, 2004; Thomas et al., 2005; Weaver, George 2005; Ayalon et al., 2006; Naëgelé et al., 2006; Pandi-Perumal et al., 2006; Pinho et al., 2006; Zimmerman et al., 2006;

Saunamaki, Jehkonen, 2007; Verstraeten, 2007; Mathieu et al., 2008; Quan et al. 2007; Weaver, Grunstein, 2008;). Alterações neuropsicológicas têm um impacto negativo nas relações familiares e profissionais, reduzindo a qualidade de vida dos indivíduos com a SAOS (Veale et al., 2002; Weaver, George, 2005). Quais os tratamentos para a Apnéia Tratamento Conservador por intermédio da higiene do sono e do emagrecimento Simples medidas como as da retirada das bebidas alcoólicas e de certas drogas (benzodiazepínicos, barbitúricos e narcóticos), a adequada posição do corpo e a perda de massa gorda, podem ser eficazes para o tratamento da SAOS (Bittencourt, 2008). Tratamento Farmacológico O tratamento farmacológico específico para a SAOS, apesar dos vários estudos envolvendo diversos grupos farmacológicos, tem apresentado resultados controversos, não havendo ainda evidências clínicas sobre a sua efetividade. Todas as drogas estudadas têm como objetivo aumentar a permeabilidade da via aérea, evitando o colabamento nas estruturas mais flácidas pelos aumentos da resposta do centro respiratório e do tônus muscular faríngeo e/ou pela redução do sono REM (Abad et al., 2006; Smith et al., 2006). Tratamento com o CPAP ("Continuous Positive Airway Pressure": pressão positiva contínua nas vias aéreas) Devido à maior susceptibilidade do colapso da VAS nos indivíduos com a SAOS, o tratamento com a pressão positiva mostrou-se eficaz para a grande maioria deles. Esses sistemas ainda permanecem como sendo a primeira escolha para o tratamento (Strollo, Rogers, 1996). O CPAP é um aparelho que gera e direciona um fluxo contínuo de ar, (40-60L/min) através de um tubo flexível, para uma máscara nasal firmemente aderida à face do indivíduo. Quando a pressão positiva passa através das

narinas ocorre a dilatação de todo o trajeto da VAS. Os benefícios do uso do CPAP estão relacionados ao fim das apnéias, ao aumento da saturação da oxihemoglobina e à diminuição dos despertares relacionados aos eventos respiratórios (Rapoport et al., 1982) O CPAP, quando ajustado à pressão adequada, é quase sempre eficaz para o tratamento da SAOS. O fator que mais limita o seu uso é a sua não aceitação e adesão por parte do indivíduo (Kushida et al., 2006a, Weaver, 2006). Tratamento Cirúrgico As cirurgias direcionadas para a SAOS têm por objetivo a modificação dos tecidos moles da faringe (palato, amígdalas, pilares amigdalianos e base da língua), e aqueles que abordam o esqueleto (maxila, mandíbula e hióide). Não existe um procedimento específico que possa resolver todas as necessidades do indivíduo e, muitas vezes, a combinação de cirurgias passa a ser a melhor forma de tratamento. Dependendo do problema anatômico a ser resolvido e da gravidade da SAOS, mais de uma modalidade cirúrgica pode ser utilizada de forma conjunta, num mesmo ato cirúrgico, ou de forma sequencial na medida em que alguns benefícios são alcançados (Martinho et al.,2008). A uvulopalatofaringoplastia, primeira técnica cirúrgica proposta para o tratamento da SAOS, apresenta limitações porque trata somente da obstrução VAS no nível retropalatal (Fugita et al., 1981). Não são raras as complicações pós-cirurgicas como, entre outras, a insuficiência velofaríngea (Katsantonis et al., 1987; Fairbanks, 1990; Stepnick,1993; Altman et al., 1999). Para o tratamento da macroglossia, a ressecção da parte posterior da língua por cirurgia aberta ou a laser foi tentativa de tratamento da SAOS. Mas, como não mostraram bons resultados, (Fugita et al., 1991; Mickelson, Rosenthal, 1997; Chabolle et al., 1999) essas glossectomias não são usadas com frequência (Fugita et al., 1991). A associação da técnica cirúrgica da uvulopalotofaringoplastia ao avanço do músculo genioglosso, assim como da miotomia do osso hióide, tem como objetivo dar uma maior tensão à língua, uma vez que não se cria espaço na cavidade faríngea, mas um posicionamento da língua sob tensão anteroposterior (Riley et al., 1994). Como os resultados são difíceis de prever,

essa técnica deve ser utilizada com restrições (Riley et al., 1994). A cirurgia ortognática do avanço maxilo-mandibular (AMM) é a que proporciona uma anteriorização mais eficiente do palato e da base da língua (Riley et al., 1993). Com a utilização dessa técnica, cerca de 95% a 100% dos indivíduos tiveram sucesso no tratamento da apnéia obstrutiva do sono (Waite et al., 1989; Hochban, et al., 1994; Prinsell, 1999). Na falha dos procedimentos cirúrgicos e do uso do CPAP, a traqueostomia pode ser necessária para os indivíduos com uma SAOS grave com complicações clínicas importantes (He et al, 1988; Partinen et al.,1988;). O uso da radiofreqüência para a apnéia obstrutiva do sono de grau leve (palato e úvula) ou de moderado a severo (base da língua), pode trazer sucesso para o tratamento do ronco (Coleman, Smith, 2000; Huckins et al., 2000; Li et al., 2000a), embora a sua eficácia ainda não seja totalmente conhecida em relação ao tratamento da SAOS. Já as cirurgias nasais podem ser de grande auxílio para o uso do CPAP, mas nem tanto para o tratamento da SAOS. Os níveis pressóricos mais baixos do CPAP, após o tratamento cirúrgico nasal, têm mostrado resultados bastante animadores, principalmente para os casos em que as altas pressões dificultam ou até impedem o uso do CPAP nasal (Friedman et al., 2000; Zonato et al., 2006).