Síndroma de apneia do sono
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- Sebastiana Valverde Amorim
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1 Síndroma de apneia do sono - mais uma peça no puzzle do cluster de fatores de risco cardiovascular Cátia Costa, Joana Rodrigues, Nuno Cabanelas, Filipa Valente, Margarida Leal, Isabel Monteiro Serviço de Cardiologia - Hospital de Santarém
2 INTRODUÇÃO A síndrome de apneia do sono é uma entidade clínica muito prevalente, subdiagnosticada, com morbilidade e mortalidade significativas. Caracteriza-se pela presença de sinais e sintomas sugestivos de sonolência diurna excessiva, associados a pelo menos 5 episódios de apneia/hipopneia por hora de sono (em estudo polissonográfico). Apresenta diversas complicações, nomeadamente de natureza cardiovascular, sendo um fator de risco para síndrome coronária aguda. ESTUDO PROSPETIVO OBJETIVOS - Avaliar: A prevalência de critérios polissonográficos de apneia do sono na fase aguda de SCA; A presença de fatores de risco individuais, sinais e sintomas sugestivos de apneia do sono; As características do evento coronário; A gasimetria do doente, após realização de estudo do sono.
3 DESENHO DO ESTUDO REALIZADO: Selecionados doentes internados por SCA, após estabilização clínica do doente (com pelo menos 48h de internamento) Questionário aos doentes seleccionados; Estudo polissonográfico (tipo 3) durante internamento; Gasimetria, na manhã após estudo do sono; Análise estatística dos dados efetuada pelo SPSS. Testes de normalidade; segundo o seu resultado aplicação de testes paramétricos (Teste T-Student) ou não paramétricos (Teste de Mann-Whitney); Teste Qui-quadrado para variáveis dicotómicas EXCLUÍDOS INCLUÍDOS Ambos os géneros, idade 85 anos; Com critérios de SCA (com pelo menos 48h de evolução); Internados de Fevereiro a Outubro de 2013; Sem diagnóstico prévio de SAHOS; Pertencentes à área de residência do Hospital de Santarém. Instabilidade hemodinâmica Necessidade de oxigenoterapia e/ou ventilação; Insuficiência cardíaca (excluídos classes Killip II a IV); Infecção respiratória, antecedentes de DPOC e/ou asma; Estados confusionais ou antecedentes de AVC ou outras doenças neurológicas; Utilização de medicação sedativa ou hipnótica (exceptuando a já realizada previamente pelo doente em ambulatório); Óbito durante internamento.
4 PREVALÊNCIA DA APNEIA DO SONO % (N=31) Género Masculino 28 (75.7%) Feminino 9 (24.3%) Idade (anos) ± (20-85) IMC (Kg/m 2 ) ± 4.65 ( ) Micrognatismo 2 (5.4%) Score de Mallampati 1 6 (16.2%) 2 19 (51.4%) 3 5 (13.5%) 4 7 (18.9%) Largura do pescoço (cm) ± 4.08 (33-50) Perímetro abdominal (cm) ± ( ) Tipo de síndroma coronária aguda Angina instável 10 (27.0%) EAM sem supradesnivelamento ST 17 (45.9%) EAM com supradesnivelamento ST 10 (27.0%) Período de ocorrência do SCA Score de Epworth 7.35 ± 3.12 (2-17) Sinais e sintomas Cefaleias matinais 6 (16.2%) Sensação de cansaço mesmo após várias horas sono Entre as 0-8h manhã 6 (16.2%) Entre as 8h manhã e as 0h 31 (83.8%) 13 (35.1%) Irritabilidade fácil 22 (59.5%) Alterações da memória 18 (48.6%) Dificuldade de concentração 11 (29.7%) Sensação de tristeza frequente 14 (37.8%) Apneias detetadas por outros 5 (13.5%) Roncopatia 31 (83.8%)
5 Sinais e sintomas Avaliação física IAH < 5/h (n=6) IAH > 5/h (n=31) Valor p Género masculino 3 (50%) 25 (80.6%) Idade ± ± Indice massa corporal (Kg/m 2 ) ± ± Micrognatismo 0 (0%) 2 (6.5%) Score de Mallampati III/IV 1 (16.7%) 11 (35.5%) Perímetro cervical (cm) ± ± Perímetro abdominal (cm) ± ± Cefaleias matinais 1 (16.7%) 5 (16.1%) Sensação de cansaço mesmo após várias horas sono 2 (33.3%) 11 (35.5%) Irritabilidade fácil 2 (33.3%) 20 (64.5%) Alterações da memória 2 (33.3%) 16 (51.6%) Dificuldade de concentração 2 (33.3%) 9 (29.0%) Sensação de tristeza frequente 0 (0%) 14 (45.2%) Apneias detetadas por outros 0 (0%) 5 (16.1%) Roncopatia 4 (66.7%) 27 (87.1%) Nos doentes com índice de dessaturação grave: Ind < 30/h (n=25) Ind > 30/h (n=12) Valor p Irritabilidade fácil 12 (48%) 10 (83.3%) 0.043
6 Comorbilidades IAH < 15/h (n=19) IAH > 15/h (n=18) Valor p Diabetes mellitus 3 (15.8%) 10 (55.6%) Nº de vasos com doença significativa 1.37 ± ± Período de ocorrência do SCA Indice dessaturação < 15/h (n=14) Indice dessaturação >15/h (n=23) Valor p Entre as 0-8h manhã 0 (0%) 6 (26.1%) Gasimetria IAH < 5/h (n=6) IAH > 5/h (n=31) Valor p ph 7.43 ± ± po ± ± pco ± ± HCO ± ± Saturação O ± ±
7 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS/ CONCLUSÕES Elevada prevalência de síndroma de apneia do sono - importância da avaliar fatores de risco para a doença. Correlação entre critérios polissonográficos de doença com o IMC, perímetro cervical e perímetro abdominal. Sintomas com pouca correlação com critérios polissonográficos de gravidade da doença Alerta para problema da difícil valorização dos sintomas pelos próprios doentes sobretudo daqueles que são mais específicos Score de Epworth» método falível de avaliação de sonolência dos doentes; difícil aplicar em algumas populações A gravidade da síndroma da apneia do sono parece correlacionar-se com a presença de diabetes bem como com uma maior gravidade da doença coronária. O índice de dessaturação moderado a grave correlaciona-se com a ocorrência de SCA no período noturno. Embora o índice de dessaturação não seja considerado um elemento para classificação de gravidade da doença é um elemento importante na avaliação da mesma
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