PREGÃO ELETRÔNICO: UMA ALTERNATIVA EFICIENTE NAS COMPRAS GOVERNAMENTAIS

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Transcrição:

PREGÃO ELETRÔNICO: UMA ALTERNATIVA EFICIENTE NAS COMPRAS GOVERNAMENTAIS ELECTRONIC PROCLAMATION: AN EFFICIENT ALTERNATIVE IN THE GOVERNMENT PURCHASES Amanda Macedo Silva 1 Edson Oliveira Neves 2 É preciso revestir as licitações e contratos públicos de total transparência, mediante a universalização das tecnologias da informação e comunicação e possibilitar à sociedade o acesso a todos os atos dos procedimentos licitatórios (LULA, 2004). RESUMO O presente artigo trata da eficiência do Governo Eletrônico, especificamente de Licitações Públicas, e tem como objetivo discorrer sobre a modalidade informatizada e ágil que atualmente dispõe a Administração Pública, que é o pregão eletrônico, demonstrando a praticidade e os benefícios que esta modalidade licitatória gerou para a sociedade, para a administração pública e para os licitantes, de uma forma geral. Palavras-chave: Licitação, Pregão, Pregão Eletrônico, Administração Pública. ABSTRACT The present article treats of the Electronic Government's efficiency, specifically of Public Auctions, with objective of discoursing about the computerized modality and agile that now disposes the Public Administration, that it is the Electronic Proclamation, demonstrating the efficiency and the benefits that this modality generated for the society, for the public administration and for the participants, in a general way. Keywords: Auction, Proclamation, Electronic Proclamation, Public Administration. 1 Graduanda do Curso Bacharelado em Administração do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Norte de Minas Gerais (IFNMG). E-mail: amanda-janu@hotmail.com 2 Professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Norte de Minas Gerais (IFNMG), Mestre em Educação Agrícola, Bacharel em Administração de Empresas e Pública. E-mail: edson.neves@ifnmg.edu.br

1. INTRODUÇÃO O governo eletrônico tem sido visto como um promotor da transparência, pois permite que o cidadão acesse com maior facilidade as informações referentes à Administração Pública e propicia um ambiente que pode ser utilizado para a interação entre Governo e sociedade. Também é visto como uma ferramenta com diversas possibilidades de sustentar mudanças na Administração Pública e até mesmo na transformação da própria sociedade. Segundo Fernandes (2000), todo uso de tecnologias de informação e comunicação pela Administração Pública para prestação de serviços e informações aos entes que lidam com ele pode ser denominado governo eletrônico. Para Zweers e Planqué (2001), a temática do governo eletrônico é um conceito emergente que objetiva fornecer ou tornar disponíveis informações, serviços ou produtos através do meio eletrônico a partir, ou através, de órgãos públicos, a qualquer momento, local e para qualquer cidadão, de modo a agregar valor a todos os envolvidos com a esfera pública. No Brasil, as aquisições da administração pública são reguladas pela Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993. A Lei estabelece normas gerais sobre licitações e contratos administrativos pertinentes a obras, serviços, alienações e locações, dos governos das três esferas da Federação. A instituição da modalidade licitatória do pregão permitiu alterar a relação entre compradores públicos e fornecedores privados. Essa modalidade foi instituída pela Medida Provisória nº 2.026-3 de julho de 2000, e regulamentada pelo Decreto nº 3.555, de agosto do mesmo ano. Em dezembro de 2000 foi adotada uma inovação ainda maior pelo Decreto nº 3.697, de 21 de dezembro de 2000, que regulamentava o pregão realizado em sessão pública, por meio de sistema eletrônico que promova a comunicação pela Internet, ou seja, nascia o chamado pregão eletrônico. Atualmente, o sistema de compras na modalidade pregão eletrônico é regulamentado pelo Decreto nº 5.450 de 31 de março de 2005. A utilização do modelo de compras governamentais pela Internet é visto como uma forma de criar condições para o aumento da eficiência e da possibilidade de aumento do controle social por denúncias de irregularidades no processo de compras. 2. PREGÃO: CONCEITUAÇÃO, CARACTERIZAÇÃO E BASES LEGAIS Primeiramente, vale ressaltar a definição de licitação, para na seqüência conceituar o pregão, que é uma modalidade de licitação. Sendo assim, de maneira objetiva e sucinta, pode se definir licitação como o procedimento administrativo através do qual a Administração Pública seleciona a proposta mais vantajosa para a contratação de seu interesse (MEIRELLES, 1999, p. 23). Nesta ordem, tem-se como objeto da licitação a obra, o serviço, a alienação, a compra, a permissão, a concessão e a locação que serão contratados com terceiros. Niebuhr (2006) define o pregão eletrônico como uma espécie de licitação pública em que os procedimentos do pregão presencial são adaptados à tecnologia da informação. Isto é, em vez de desenvolver-se o pregão em ambiente físico, contando com a participação física dos licitantes, a modalidade, sob a perspectiva eletrônica, 2

desenvolve-se através da Internet, promovendo-se por meio dela a comunicação entre os licitantes e a Administração Pública, bem como, praticamente, toda a execução da licitação. Enfim, em síntese, o pregão eletrônico é a mesma ação de realizar a modalidade pregão valendo-se da Internet. A lei que regula o pregão é a Lei de nº 10.520 de 17 de Julho de 2002, que institui no âmbito da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, nos termos do artigo 37, inciso XXI, da Constituição Federal modalidade de licitação denominada pregão, para aquisição de bens e serviços comuns. Ao se analisar o disposto no art. 37, XXI da Constituição Federal, pode-se observar que a obrigatoriedade de licitar é princípio constitucional, apenas sendo dispensada ou inexigida nos casos expressamente, previstos em Lei. O art. 37 da Constituição Federal do Brasil, em seu inciso XXI dispõe que a administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. (BRASIL, 1988). E também ao seguinte, Inciso XXI: Ressalvados os casos específicos na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações (BRASIL, 1988). Segundo o art. 1º da Lei n. 10.520, O pregão é a modalidade de licitação destinada à aquisição de bens e serviços comuns, que podem ser considerados aqueles cujos padrões desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de especificações usuais de mercado (BRASIL, 2002B). Já o Decreto nº 5.504, de 5 de agosto de 2005 observa a Exigência de utilização do pregão, preferencialmente na forma eletrônica, para entes públicos ou privados, nas contratações de bens e serviços comuns, realizadas em decorrência de transferências voluntárias de recursos públicos da União, decorrentes de convênios ou instrumentos congêneres, ou consórcios públicos (BRASIL, 2005). Apesar da modalidade de licitação pregão estar disciplinada pela Lei 10.520/2002, conforme dispõe o art.9º da referida lei, subsidiariamente aplicar-se-á a Lei de nº 8.666/1993. Na modalidade pregão algumas características se destacam, entre elas estão: 1) A inversão das fases da licitação - Primeiro são analisadas as propostas e depois a habilitação, sendo somente averiguada a do detentor da melhor proposta/lance. O pregão, de forma simplificada, é um leilão reverso, ou seja, observado o menor preço proposto, os licitantes poderão ofertar outras lances (disputa aberta de preços entre os licitantes); 2) Prazo para abertura da licitação - Neste processo deve ser obedecido o prazo mínimo de 8 (oito) dias úteis; 3

3) Requer capacitação específica dos órgãos e agentes licitantes, além de infraestrutura necessária para a realização dos pregões; 4) No pregão não há qualquer relação entre seu procedimento e o valor da futura contratação. Desde que o objeto licitado se enquadre na definição de bem e serviço comum, a contratação derivada desta modalidade pode envolver qualquer valor, sem limites mínimos ou máximos de dispêndio; 5) Sanção Administrativa o impedimento de licitar e contratar com o Governo abrange o prazo de até cinco anos, sendo que nas demais modalidades regidas pela lei nº 8.666/93 esta sanção é de até dois anos; e por fim 6) A utilização de meios eletrônicos (tecnologia da informação) para o procedimento em todas as suas fases. O pregão pode se dar de duas formas básicas, o pregão presencial, que exige a presença física dos licitantes e o pregão na forma eletrônica à distância. Neste último os procedimentos são efetivados por meio da tecnologia da informação (Internet), inclusive a sessão pública, bem como envio de propostas e lances, impugnações e recursos. 6. PREGÃO ELETRÔNICO O pregão, na forma eletrônica, aplica-se as normas gerais estabelecidas na Lei nº 10.520/2002 e especificamente as disposições do Decreto nº 5.450/2005, no qual o acesso aos atos convocatórios, registros de propostas, lances, e recursos administrativos se processa exclusivamente por meio eletrônico utilizando-se os recursos da tecnologia da informação, que possui como principal ferramenta a internet. A segurança do armazenamento e da circulação das mensagens enviadas virtualmente é garantida por métodos criptográficos, considerados inquebráveis tornando a informação ininteligível, de tal modo, que nenhuma pessoa, a exceção do remetente e do destinatário possam decifrá-la. Toda essa tecnologia é utilizada no intuito de defender a confidenciabilidade dos dados enviados entre os vendedores e compradores. Esta espécie de contrato de compra e venda virtual, possui sua formalização iniciada por intermédio do credenciamento prévio dos interessados (administração e o fornecedor/prestador), junto ao provedor do sistema escolhido, o que implica na sua responsabilidade legal e na presunção de capacidade técnica para a realização das transações inerentes ao pregão eletrônico. Todos os atos praticados pela Administração e pelos administrados, pertinentes a esta modalidade de licitação, quais sejam: publicação, credenciamentos, propostas, sessões publicas, lances, negociações, recursos adjudicações e homologações, são realizados exclusivamente pelo sistema eletrônico, um portal de compras do Governo, o qual também disponibiliza para sociedade, todas as informações referentes às licitações realizadas. Efetivado o registro da proposta de preço pelo licitante credenciado, tem-se inicio a sessão de lances, que ocorre a partir da abertura do item ou lote pelo 4

pregoeiro, momento no qual são registrados on line, diretamente pelos proponentes lances sucessivos e decrescentes, para o item em disputa. Toda a comunicação havida na sala virtual, chat, é automaticamente registrada pelo operador do sistema e constará da ata da sessão, gerada automaticamente após o seu encerramento. Após o julgamento dos eventuais recursos, interpostos na forma prescrita, ou na ausência destes, e da fase de negociação. O objeto da licitação será adjudicado pelo pregoeiro ao licitante vencedor da disputa. A homologação é de responsabilidade da autoridade competente e só pode ser realizada depois de decididos os recursos e confirmada a regularidade de todos os procedimentos adotados. A utilização do pregão eletrônico na administração pública trouxe consigo um conjunto significativo de vantagens das quais podemos elencar: Maior rapidez, transparência e agilidade no procedimento de escolha do parceiro privado; Redução de custos operacionais; Contratos celebrados com preços mais compatíveis com os de mercado, se comparados com as contratações tradicionalmente feitas com base na lei nº 8.666/93; Significativa redução no volume de aquisições diretas, sem licitação, feitas com fundamento no art. 24, IV da lei nº 8.666/93; O pregão passou a ser uma alternativa para os casos onde a falta de tempo para concluir um processo licitatório tradicional tinha como única solução a contratação direta; Modernização do Estado; Universalização dos serviços; Eliminação de barreiras geográficas; Competição; Tecnologia e eficiência operacional; Menores tempos no ciclo de compra e melhoria no fluxo de caixa dos fornecedores; Chances para os entrantes. Os fornecedores têm mais chances de desenvolver novos negócios quando participam de pregões eletrônicos; Redução da corrupção em aquisições de bens e serviços; Possibilidade dos fornecedores interporem recursos no momento da abertura das ofertas, o que garante maior rapidez e publicidade dos procedimentos licitatórios; Aumento das possibilidades de participação e controle social; Simplificação das atividades do pregoeiro. 5

7. CONCLUSÃO O Governo Eletrônico oferece amplas oportunidades no sentido de se aperfeiçoar a gestão da informação em benefício de maior eficácia e eficiência da Administração Pública e no uso social da informação governamental. Para tal, recursos políticos, tecnológicos, organizacionais e humanos têm sido mobilizados. A política de compras governamentais busca formas de flexibilizar a legislação pertinente e novas modalidades de licitação que, além de agilizar o processo, tragam vantagens para a administração pública, otimizando e aprimorando o referido processo. O pregão e, mais enfaticamente ainda, o pregão eletrônico é absolutamente peculiar, com duas características básicas: a inversão das fases de habilitação e julgamento e a renovação de lances por todos ou alguns dos licitantes até atingir-se a proposta mais vantajosa. A característica de lances invertidos é um dos mais importantes fatores para a redução dos valores pagos; os licitantes baixam seus valores em seqüência, diferentemente das demais modalidades, onde o preço é enviado como sugestão às licitantes dias antes da abertura das propostas. O pregão eletrônico é preponderante para o perfeito atendimento do princípio da economicidade, uma vez, que viabiliza resultados satisfatórios, com uma redução significativa dos valores das ofertas, além de propiciar maior agilidade às contratações, que, em regra, ocorrem com maior celeridade por meio da utilização de seu rito procedimental menos burocratizado. Também se configura como seguro do ponto de vista da contratação porque evita contratos prévios entre os fornecedores na medida em que estes não sabem quem é o pregoeiro e o pregoeiro não sabe quem é o fornecedor. Então há uma segurança e uma transparência maior já que todos esses processos ocorrem por meio eletrônico. No pregão eletrônico fomenta-se a competitividade. Não só as empresas da região da licitação participam mas, com a facilidade dos recursos de tecnologia da informação, quaisquer interessados, de qualquer lugar do país, podem participar dela sem a necessidade de maiores investimentos. Basta acessarem a internet, que, é manifesto, encurta as distâncias, aproximando a Administração Pública de seus virtuais fornecedores. Isso faz com que mais pessoas participem do pregão eletrônico e, por conseqüência, a Administração receba mais propostas, tendo mais chances de escolher aquela que melhor satisfaça o interesse público, o que favorece a eficiência em contratos administrativos. REFERÊNCIAS BIBLIOGÁFICAS BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. 1988. Disponível em: <www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituiçao.htm>. Acesso em: 11 outubro de 2009.. Decreto nº 3.555, de 08 de agosto de 2000. Aprova o Regulamento para a modalidade de licitação denominada pregão, para aquisição de bens e serviços comuns. Diário Oficial da União. Brasília, DF, 2000. 6

. Decreto nº 3.697, de 21 de dezembro de 2000. Regulamenta o parágrafo único do art. 2º da Medida Provisória nº 2.026-7, de 23 de novembro de 2000, que trata do pregão por meio da utilização de recursos de tecnologia da informação. Diário Oficial da União. Brasília, DF, 2000b.. Lei Federal nº 8.666, de 21 de junho de 1993. Atualizada pelas leis nº 8.883, de 08.06.1994; nº 9.648, de 27.05.1998 e nº 9.854 de 27.10.1999. Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras providências. Diário Oficial da União. Brasília, DF, 2002.. Lei Federal nº 10.520, de 17 de julho de 2002. Institui, no âmbito da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, nos termos do art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, modalidade de licitação denominada pregão, para aquisição de bens e serviços comuns, e dá outras providências. Diário Oficial da União. Brasília, DF, 2002b.. Medida Provisória Decreto nº 2.026-3, de 28 de julho de 2000. Institui, no âmbito da União, nos termos do art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, modalidade de licitação denominada pregão, para aquisição de bens e serviços comuns e dá outras providências. Diário Oficial da União. Brasília, DF, 2000c.. Decreto nº 5.450, de 31 de maio de 2005. Regulamenta o pregão, na forma eletrônica, para aquisição de bens e serviços comuns, e dá outras providências. Diário Oficial da União. Brasília, DF, 2005.. Decreto nº 3.697, de 05 de agosto de 2005. Estabelece a exigência de utilização do pregão, preferencialmente na forma eletrônica, para entes públicos ou privados, nas contratações de bens e serviços comuns, realizadas em decorrência de transferências voluntárias de recursos públicos da União, decorrentes de convênios ou instrumentos congêneres, ou consórcios públicos. Diário Oficial da União. Brasília, DF, 2005b.. Comprasnet. Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Disponível em: http://www.comprasnet.gov.br/. Acesso em: 28 de outubro de 2009B. FERNANDES, Andréa C. G. Modernização da gestão. E-governo: o que já fazem estados e municípios. INFORME-SE. Secretaria para assuntos fiscais BNDES, outubro, 2000, nº 20. Disponível em: http://www.bndes.gov.br/sitebndes/export/sites/default/ bndes_pt/galerias/arquivos/conhecimento/informesf/inf_20.pdf. Acesso em 12 de outubro de 2009. MEIRELLES, Hely Lopes. Licitação e Contratos Administrativos. 12ª edição. São Paulo: Malheiros, 1999. NIEBUHR, Joel de Menezes. Pregão Presencial e Eletrônico. 4ª edição. Curitiba: Zênite, 2006. ZWEERS, K. e PLANQUÉ, K. Electronic Government: from a Organizational Based Perspective Towards a Client Oriented Approach. In: Designing E-Government, Prins J.E.J. (ed.), Kluwer Law International, 2001. 7