Royalties da Mineração modelo atual e propostas de mudança

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jan/16 fev/16 mar/16 abr/16 mai/16 jun/16 jul/16 ago/16 set/16 out/16 nov/16 dez/16

jan/16 fev/16 mar/16 abr/16 mai/16 jun/16 jul/16 ago/16 set/16 out/16 nov/16 dez/16

R E C U R S O S M I N E R A I S

Transcrição:

Secretaria de INDÚSTRIA COMÉRCIO E MINERAÇÃO - SEICOM Royalties da Mineração modelo atual e propostas de mudança M A R I A A M É L I A E N R Í Q U E Z S E C R E T A R I A A D J U N T A S E I C O M

Roteiro de Apresentação 1. O atual marco legal dos royalties da mineração - CFEM Art. 20 da Constituição Federal, Leis 7.990 e 8.001 e Decreto n o 1 2. Principais Indicadores 3. Fragilidades do Atual Modelo 4. Proposta da Nova CFEM

Por que é necessário mudar a CFEM? O modelo atual gera incertezas e judicializações traz dificuldades à fiscalização diferenciação das alíquotas não respeita qualquer critério técnico ou econômico não contribui para agregação de valor aos bens minerais não incentiva a aplicação dos recursos em estratégias alternativas de desenvolvimento não distribui equitativamente a renda mineral

Reformas em outros países País Data da Reforma Reforma Alíquota variável sobre receita bruta, a depender do grau de agregação de valor. 2009 Bauxita: 12,5% Ouro: 2% Ferro: 10% 2011 Mais imposto de exportação do ferro fino e granulado para 20% (de 5% e 15%) Índia EUA (Nevada) 2010 5% da receita bruta Austrália Chile (concentrado de cobre) Canadá (Quebec) África do Sul 2008 Alíquota variável sobre receita bruta, a depender do grau de agregação de valor Bauxita;7,5 a 10% Antes 2010 Carvão:6,2 a 8,2% Cobre: 2,5 a 5% Ferro: 2,75 a 7,5% 2010 (em discussão no Super Profit Tax 30% da parcela acima do lucro normal Congresso) Antes 2010 4 a 5% - receita bruta com deduções 2010 4 a 9% - receita bruta com deduções Após 2018 5 a 15% - receita bruta com deduções Antes 2010 12% do lucro 2010 16% do lucro 0,5% fixa + parte variável 9,0% a 12,5% da receita bruta, ponderada pelo EBITDA

Atual marco legal da CFEM Art 20 da Constituição Federal 1º É assegurada nos termos da lei, aos Estados, Distrito Federal e aos Municípios, bem como a órgãos da administração direta da União, participação no resultado da exploração de petróleo ou gás natural, de recursos hídricos par fins de geração de energia elétrica e de outros recursos minerais no respectivo território, plataforma continental, mar territorial ou zona econômica exclusiva, OU compensação financeira por essa exploração Implicações PARTICIPAÇÃO -> pressupõe um resultado objetivo (receita bruta, receita operacional, lucro etc.) COMPENSAÇÃO -> pode, ou não, haver resultado. O que assegura o seu recolhimento é a existência da lavra

Lei nº 7.990, de 28 de Dezembro de1989 Institui, para os Estados, Distrito Federal e Municípios, compensação financeira...pelo resultado da exploração de petróleo ou gás natural, de recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica, de recursos minerais em seus respectivos territórios, plataformas continental, mar territorial ou zona econômica exclusiva, e dá outras providências. Art. 6º A compensação financeira pela exploração de recursos minerais, para fins de aproveitamento econômico, será de até 3% (três por cento) sobre o valor do faturamento líquido resultante da venda do produto mineral, obtido após a última etapa do processo de beneficiamento adotado e antes de sua transformação industrial

. Lei n o 8.001 de 13 de março de 1990 Define os percentuais da distribuição da compensação financeira, de acordo com as classes de substâncias minerais: I - minério de alumínio, manganês, sal-gema e potássio: 3% (três por cento); II - ferro, fertilizante, carvão e demais substâncias minerais: 2% (dois por cento),; III - pedras preciosas, pedras coradas lapidáveis, carbonados e metais nobres: 0,2% (dois décimos por cento); IV - ouro: 1% (um por cento), quando extraído por empresas mineradoras, isentos os garimpeiros. A distribuição da compensação financeira será feita da seguinte forma: I - 23% (vinte e três por cento) para os Estados e o Distrito Federal; II - 65% (sessenta e cinco por cento) para os Municípios; II-A. 2% (dois por cento) para o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - FNDCT, III - 12% (doze por cento) para o Departamento Nacional de Produção Mineral - DNPM, que destinará 2% (dois por cento) à proteção ambiental nas regiões mineradoras, por intermédio do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - Ibama ou de outro órgão federal competente, que o substituir.

Decreto nº 1, de 11 de Janeiro de 1991 Art. 14 - Para efeito do disposto no artigo anterior, considera-se: I - atividade de exploração de recursos minerais, a retirada de substâncias minerais da jazida, mina, salina ou outro depósito mineral para fins de aproveitamento econômico; II - faturamento líquido, o total das receitas de venda, excluídos os tributos incidentes sobre a comercialização do produto mineral, as despesas de transporte e as de seguro; III - processo de beneficiamento, aquele realizado por fragmentação, pulverização, classificação, concentração, separação magnética, flotação, homogeneização, aglomeração ou aglutinação, briquetagem, nodulação, sinterização, pelotização, ativação coqueificação, calcinação, desaguamento, inclusive secagem, desidratação, filtragem, levigação, bem como qualquer outro processo de beneficiamento, ainda que exija adição ou retirada de outras substâncias, desde que não resulte na descaracterização mineralógica das substâncias minerais processadas ou que não impliquem na sua inclusão no campo de incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI.

CFEM: Principais Indicadores 1. Série de valores arrecadados 2. Distribuição das cotas 3. Distribuição por Estado 4. Distribuição por Município 5. Distribuição por substância

CFEM: Distribuição das cotas (2012 em R$ mil) IBAMA (0,2%) R$ 3,7 MCT/FNDCT (2%) R$ 37 DNPM (9,8%) R$ 180 Estados (23%) R$ 422 Municípios (65%) - (R$ 1.193) Fonte: Seicom com base nos dados do DNPM

CFEM : série de valores arrecadados (Dipar/DNPM) 2000=136 milhões/ 2012=1,84 bilhão CFEM - 2004-2012 em R$ milhões 2004 326 2005 406 2006 466 2007 547 2008 858 2009 743 2010 1.083 2011 1.561 2012 1.835 Fonte: Seicom com base nos dados do DNPM

Fonte: Seicom com base nos dados do DNPM

CFEM: distribuição por Ente da Federação (2012) Mato Grosso do Sul 1% Rio de Janeiro 1% São Paulo 3% Bahia 2% Santa Catarina Sergipe 1% Amapá 1% 1% Paraná 1% Mato Grosso 0% Rio Grande do Sul 1% Goiás 4% Pará 29% Minas Gerais 55% Fonte: Seicom com base nos dados do DNPM

CFEM : Distribuição por Município (2012 2.365 municípios arrecadaram a CFEM)

CFEM : Distribuição por Município (R$ 1.835 milhões -2012) 3/15 estão no Pará 5 respondem por 53% ALTO HORIZONTE - GO 2% CANAÃ DOS CARAJÁS - OURO PRETO - MG PA 3% 3% CONGONHAS - MG 5% ITATIAIUÇU - MG 1% PARAGOMINAS - PA 1% BARÃO DE COCAIS - MG 1% PARACATU - MG 1% BRUMADINHO - MG 5% PARAUAPEBAS - PA 31% ITABIRITO - MG 6% SÃO GONÇALO DO RIO ABAIXO - MG 8% MARIANA - MG 9% Fonte: Seicom com base nos dados do DNPM ITABIRA - MG 10% NOVA LIMA - MG 14%

CFEM: distribuição por substância (2012) CALCÁRIO 2% NÍQUEL 1% FOSFATO 2% GRANITO 2% ALUMÍNIO 3% OURO 3% COBRE 4% AREIA 2% MANGANÊS 1% OUTROS 8% FERRO 72% Fonte: Seicom com base nos dados do DNPM

Participações governamentais do minério de ferro Fonte: FMI (2007), Liberia, Reforming the fiscal terms for mining and petroleum

Participações governamentais do ouro Fonte: FMI (2007), Liberia, Reforming the fiscal terms for mining and petroleum

Arrecadação sobre minério de ferro no Brasil IUM, ICMS e CFEM (US$-base de 2007). QUARESMA, 2009 A fase do IUM (1975 1988) : US$ 1,30/t A fase do ICMS (1989 2000) entre 1988 e 1996 quando (o imposto incidia sobre as exportações) - US$ 1,05/t após a isenção (1996) - A fase da CFEM 1991-2008 - US$ 0,25/t US$ 0,26/t representando 1,3% do valor de produção in situ mina

Pressão social: Consequência Somente entre 2003 a 2010, foram apresentados: 5 PLs do Senado 13 PLs da Câmara 2 PECs As propostas são pontuais, sem perspectiva sistêmica.

Destaques da proposta de novo modelo para os royalties da mineração

Princípios Norteadores 1. Alinhamento às diretrizes gerais da política mineral 2. Diferenciação dos bens minerais segundo sua função econômica 3. Equidade na partilha dos benefícios da mineração 4. Uso sustentável das rendas mineiras

Aspectos da política que serão alterados 1. Hipótese de incidência e base de cálculo 2. Alíquota 3. Arrecadação, fiscalização e cobrança 4. Distribuição entre os beneficiários e critério de uso 5. Participação do proprietário

Hipótese de Incidência e Base de Cálculo

1. Mudança da Base de Cálculo para Receita Bruta Hoje: Base de cálculo sobre o faturamento líquido, permitindo-se o desconto de tributos, transporte e seguros. Incidência da mesma alíquota sobre produtos minerais de diferentes níveis de agregação de valor (ex.: cadeias do ferro e das rochas ornamentais). Proposta: A base de cálculo será a receita bruta de vendas, deduzidos apenas os tributos efetivamente pagos sobre a comercialização. Decreto Presidencial definirá uma Tabela com os diferentes produtos de cada cadeia de bens minerais e suas respectivas alíquotas, de modo a 4 manter a arrecadação neutra à agregação de valor.

1. Mudança da Base de Cálculo para Receita Bruta Exemplo: Austrália (Western Australia) minério de ferro: Granulado 7,5% Finos 5,625% Concentrado (beneficiado) 5,0% Alíquota escalonada de acordo com a agregação de valor

Hoje: Dificuldades para definição da base de cálculo nos casos de consumo do bem em processo industrial ou em transações com partes relacionadas. Proposta: 2. Preços de Referência O DNPM (ou agência) publicará periodicamente os preços de referência dos diferentes produtos minerais que constam na tabela de alíquotas. Esses preços de referência servirão para: definição de base de cálculo mínima; Recolhimento nos casos de comercialização de produtos que não constem na Tabela.

PROPOSTA CFEM Como cobrar? 1 2 3 Soluções: 1. Venda do bem mineral p. terceiros no Brasil = nota fiscal descontos 2. Venda p. parte relacionada no exterior = preço de referência X quantidade embarcada 3. Produto transformado = preço de referência X proxy conteúdo mineral X quantidade

Hoje: Alíquotas definidas em Lei, sem critérios técnicos ou econômicos, criando ambuiguidades e dificultando atualizações. Proposta: 3. Alíquotas A Lei estabelecerá apenas alíquotas máxima e mínima. Decreto Presidencial publicará uma Tabela com as alíquotas específicas de cada produto em cada cadeia dos diferentes bens minerais. 6

Possibilidade de critérios para determinação de alíquotas Elementos de ponderação Redutores 1. Mineral escasso Alíquota Padrão 6% -1% 2. Elevado grau de dependência externa - importação (> 40% consumo) -1% 3. Aplicação direta na construção civil (argila, areia etc) 4. CFEM Verde 5. Exportação de mineral transformado (antes -2% -1%

Transformação do DNPM em Agência, com melhor estrutura institucional (Novo Marco); Previsão legal para compartilhamento de informações da Receita Federal e das Receitas Estaduais. Penalizações mais severas para casos de elisão no recolhimento da CFEM; Convênio com órgãos estaduais e municipais para o regime de autorização e fiscalização.

Repartição da Arrecadação Possível Regras de Repartição ATUAL PROPOSTA UNIÃO 12% 10% ESTADOS 23% 20% MUNICÍPIOS 65% 50% MUNICÍPIOS AFETADOS FEMIN 0% 20% TOTAL 100% 100%

Distribuição entre os beneficiários Duas questões precisam ser equacionadas: 1. Incorporar área de influência da mineração União, Estados e Municípios deverão reduzir sua participação relativa, em prol da criação de um Fundo Mineral (com o objetivo de financiar projetos em municípios afetados pela atividade e fortalecer os sistema estaduais de mineração). 2. Criar condicionantes para aplicação de parte dos recursos Solução para a impossibilidade de definição da aplicação em legislação federal, bem como impossibilidade de controle por órgão federal.

Fundo Especial para o Desenvolvimento de Regiões Mineradoras - (FEMIN) Formado pelo excedente de arrecadação da CFEM devido à alíquota majorada sobre exportações brutas; Conselho Deliberativo com participação de três níveis de governo, associação de trabalhadores e associação de mineradores. Gerenciado por Banco Público.

Hoje: Exploração de minas de classe internacional, com elevadas economias de escala e altíssima rentabilidade devido a excepcional formação geológica, recolhem o mesmo montante que as demais minas. Proposta: 5. Participação Especial** Para minas de classe internacional com grande volume e alta lucratividade poderá ser instituída uma participação especial sobre o resultado operacional da mina. Apenas 5% do universo das minas são grandes minas. Destas, estima-se que em torno de 50 sejam passíveis de recolher a PE. As regras de distribuição dos valores arrecadados serão distintas e beneficiarão mais fortemente o Estado minerador e a área de influência. 8

Participação do proprietário Substituição da referência legal proprietário por superficiário Superficiário é conceito jurídico mais amplo que abrange também o posseiro, ao lado do proprietário. Esta medida é fundamental, sobretudo, na Amazônia, onde a grande maioria das pessoas reveste apenas a figura de posseiro, situação jurídica muitas vezes reconhecida pelo próprio Estado, haja vista os históricos problemas fundiários vividos pela região.

Possibilidades de desenvolvimento de economias baseadas em recursos (Enríquez 2012) Rent seeking armadilha CAPTURA DAS RENDAS MINEIRAS + Mobilização das forças produtivas em prol do desenvolvimento - II III + DIVERSIFICAÇÃO PRODUTIVA Rota progressiva ao subdesenvolvimento Limites estruturais para agregar valor I _ IV

Obrigada pela atenção!!! MARIA AMÉLIA ENRÍQUEZ amelia.enriquez@seicom.pa.gov.br mameliaenriquez@gmail.com