DECISÃO. Trata-se de mandado de segurança impetrado pelo SINDICATO DAS EMPRESAS PRESTADORAS DE SERVICOS E ESPECIALIZADAS EM BOMBEIRO CIVIL

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1 de 6 29/07/2016 12:48 PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 10ª REGIÃO Gabinete Desembargador Dorival Borges de Souza Neto MS 0000245-51.2016.5.10.0000 IMPETRANTE: SINDICATO DAS EMPRESAS PRESTADORAS DE SERVICOS E ESPECIALIZADAS EM BOMBEIRO CIVIL DO DISTRITO FEDERAL - SEPEBC-DF AUTORIDADE COATORA: JUÍZO DA 5ª VARA DO TRABALHO DE TAGUATINGA/DF PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO 10ª REGIÃO Gabinete Desembargador Dorival Borges de Souza Neto PROCESSO Nº 0000245-51.2016.5.10.0000 CLASSE: MANDADO DE SEGURANÇA (120) IMPETRANTE: SINDICATO DAS EMPRESAS PRESTADORAS DE SERVICOS E ESPECIALIZADAS EM BOMBEIRO CIVIL DO DISTRITO FEDERAL - SEPEBC-DF ADVOGADO: IGOR NORBERTO SPINDOLA CAMPELO - OAB: DF40790 AUTORIDADE COATORA: JUÍZO DA 5ª VARA DO TRABALHO DE TAGUATINGA/DF DECISÃO Trata-se de mandado de segurança impetrado pelo SINDICATO DAS EMPRESAS PRESTADORAS DE SERVICOS E ESPECIALIZADAS EM BOMBEIRO CIVIL

2 de 6 29/07/2016 12:48 DO DISTRITO FEDERAL - SEPEBC-DF, com pedido de liminar, contra ato praticado pelo Exmo. Juiz Alcir Kenupp Cunha, da MM. 5ª Vara do Trabalho de Brasília que, na Ação Ordinária nº 0000224-60.2016.5.10.0005 deferiu a antecipação de tutela requerida pelo SINDICATO DAS EMPRESAS DE ASSEIO, CONSERVAÇÃO, TRABALHOS TEMPORÁRIOS E SERVIÇOS TERCEIRIZÁVEIS DO DF - SEAC/DF, e determinou a suspensão dos efeitos da Convenção Coletiva de Trabalho 2016, determinando que o Impetrante se abstenha da de promover qualquer negociação coletiva que afete as empresas que exploram os serviços de brigadista civil, até o trânsito em julgado daquele processo. Por fim, para preservar os associados do SINDBOMBEIROS, deferiu o reajuste salarial anual de 7%, equivalente ao aplicado em 2015. Assegura a Impetrante que possui direito líquido e certo, por ter o juízo proferido "decisão interlocutória ilegal, arbitrária, contrária ao ato jurídico perfeito, a segurança jurídica e divergiu do próprio entendimento desta Justiça Especializada que autorizou de forma unânime a concessão do registro sindical pela parte impetrante" nos autos da ação nº 0002278-75.2011.5.10.0101. Assenta a tese do perigo da demora na alegação de danos irreversíveis que "o ato ilegal combatido vem causando, notadamente na morte prematura de toda categoria de Bombeiro Civil do DF e os consequentes prejuízos de ordem econômica, moral e social." Assevera que o juízo de origem, "ao deferir a tutela de urgência agiu com abuso de poder e desrespeito as legislações infraconstitucionais, a Constituição Federal de 1988 e a própria soberania das decisões judiciais de modo que o agente público que praticou o ato ilegal impugnado, por conseguinte, é a autoridade coatora passível de ser demandada por este remédio constitucional." Tratando-se de decisão antecipatória de tutela antes da sentença, o item II da Súmula 414 do C. TST pacificou a controvérsia acerca do cabimento do mandado de segurança, assentando que "no caso da tutela antecipada (ou liminar) ser concedida antes da sentença, cabe a impetração do mandado de segurança, em face da inexistência de recurso próprio." Consoante o inciso III do artigo 7º da Lei nº 12.016/2009, ao despachar a inicial o juiz poderá suspender o ato que deu motivo ao pedido, quando houver fundamento relevante e do ato impugnado puder resultar a ineficácia da medida, caso seja finalmente deferida. Para tanto há de aferir, em juízo precário, a presença do bom direito e da irreversibilidade da lesão.

3 de 6 29/07/2016 12:48 A sentença proferida nos autos da ação nº 0002278-75.2011.5.10.0101 (ID61cb79e), julgou procedente o pleito do ora Impetrante de que o pedido de registro sindical fosse "desarquivado e processado, nos termos das normas de regência da matéria (Portaria n 186/2008, do MTE)." Esta decisão foi ratificado pela Egrégia 1ª Turma deste Regional no julgamento do recurso ordinário interposto pela parte adversa. O Ministério do Trabalho e Emprego cumpriu a decisão e, como consequência, o Impetrante obteve o Registro Sindical (ID7e429ea), a partir do qual o Sindicato adquiriu personalidade jurídica e a garantia dos seus direitos de representação, permissão para a cobrança da contribuição sindical e a capacidade para a negociação coletiva. Emerge aqui, o direito líquido e certo do Impetrante quanto às suas garantias e prerrogativas legais e constitucionais, as quais somente podem ser afastadas em hipóteses excepcionais. No caso, o ato impugnado está assim fundamentado: "(...) Aduz o sindicato autor que entre os anos de 2010 e 2015 celebrou convenções coletivas de trabalho com o SINDBOMBEIROS/DF, abrangendo os interesses da categoria profissional de brigadistas e salva-vidas no Distrito Federal. Afirma que no ano corrente o SINDBOMBEIROS firmou instrumento coletivo com o Sindicato das Empresas Prestadoras de Serviços e Especializadas em Bombeiro Civil do Distrito Federal - SEPEBC-DF, em razão desse sindicato representar categoria profissional mais específica. Aponta o sindicato autor irregularidades ocorridas no processo de registro sindical do SEPEBC-DF, requerendo o reconhecimento de sua ilegitimidade para representar as empresas que exploram os serviços de brigadistas no Distrito Federal. Sustenta que o art. 2º, 1º, II da Portaria Nº186/2008 do Ministério do Trabalho e Emprego foi violado, uma vez que o edital de convocação para a fundação da entidade foi publicado no Diário Oficial da União e no Jornal Tribuna do Brasil em 22.01.09, sendo que a assembleia geral de fundação foi realizada em 02.02.09, desrespeitando-se, assim, o prazo mínimo de 30 dias entre a convocação da categoria e a realização da assembleia de fundação do sindicato com base estadual. Também alega que o jornal no qual foi publicado o edital - Tribuna do Brasil - não pode ser considerado como de grande circulação, conforme preconiza o dispositivo ministerial supracitado, entendendo que apenas o Correio Braziliense e o Jornal de Brasília detinham tal título no âmbito do Distrito Federal. Informa que na assembleia de constituição do sindicato réu participaram sete empresas, conforme relacionado na exordial, sem que nenhuma delas constasse do rol de sociedades empresárias autorizadas a exercer a atividade de prestação de serviços de brigada particular, conforme link inserido na inicial, extraído da página do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal na internet. Entende inconcebível que empresas que sequer estejam autorizadas a atuar no ramo possam fundar um sindicato para representar a categoria. Esclarece que das 81 empresas autorizadas junto ao CBMDF, 26 estão vinculadas ao SEAC/DF.

4 de 6 29/07/2016 12:48 Invoca o art. 571 da CLT para aduzir que o sindicato requerido não possui vida associativa regular, nem ação sindical eficiente, vez que não representa a maioria das empresas autorizadas a prestar o serviços de brigada particular. Assevera que na CCT 2016 foram firmadas cláusulas exorbitantes que comprometem o funcionamento das empresas que exploram os serviços de brigadistas, e inviabilizam a celebração de contratos administrativos das empresas em questão com o Poder Público, porquanto os benefícios previstos na norma coletiva acarretaria o do serviço de brigadista, encarecimento o que resultará na diminuição dos postos de trabalho, ressaltando que diversas empresas manifestaram repúdio aos termos da nova CCT. Cita o aumento salarial de 42,5% para a função de bombeiro líder, além de conceder vários outros benefícios, sem levar em consideração a grave crise econômica que passa a economia brasileira. Requer, em sede de tutela provisória de urgência antecipada, a suspensão dos efeitos da CCT 2016/2016 firmada entre o SINDBOMBEIROS e o SEPEBC/DF, bem como que o sindicato réu se abstenha de promover qualquer negociação coletiva que envolva os interesses das empresas prestadoras de serviços de brigada particular no Distrito Federal. Instado a se manifestar acerca da tutela de urgência requerida pelo sindicato autor, o SEPEBC/DF aduz que o SEAC 'vem buscando por todas as formas anular/suspender a Convenção Coletiva de Trabalho - CCT/2016 firmada pela parte Ré e cancelar seu registro sindical legalmente deferido, por meio de outras ações, além dessa, junto à Procuradoria Regional do Trabalho - 10ª Região (Notícia de Fato n.º 000442-2016.10.000-8), Ministério do Trabalho e também à própria Justiça do Trabalho (AACCT n.º 0000039-37.2016.5.10.0000).' (...) DECIDO. São requisitos para a concessão da tutela de urgência, tanto a cautelar quanto a antecipada, nos termos do art. 300 do NCPC, a demonstração do risco, objetivamente fundado, do dano de difícil ou impossível reparação sem tutela jurisdicional imediata para resguardar o direito invocado (periculum in mora), além da probabilidade, plausível ou razoável, de êxito da pretensão deduzida no processo (fumus boni iuris). No caso em tela, entendo estarem presentes os requisitos acima elencados. Vejamos. Havendo forte controvérsia acerca da validade do registro sindical concedido ao SEPEBC, diante das alegações do sindicato autor e dos documentos carreados aos autos e, mormente, em razão do decurso do prazo concedido ao SEPEBC para se manifestar em sede de justificação prévia, entendo que a CCT 2016 celebrada entre o SINDBOMBEIROS e o SEPEBC estaria eivada de legitimidade em sua essência. Tal situação acarreta insegurança jurídica tantos aos empregados da categoria representada pelo SINDBOMBEIROS quanto às empresas que exploram a atividade de brigadista civil, ante a possibilidade de eventual provimento jurisdicional de declaração de nulidade do registro sindical do SEPEBC, e via de consequência da norma coletiva. Há fortes indícios de que as empresas que compõem o SEPEBC não exercem a atividade de bombeiro civil, o que compromete sua legitimidade para transigir sobre direitos e ou vantagens que não dizem respeito à maioria das empresas que desempenham essa atividade. Destarte, defiro a tutela de urgência antecipada para suspender os efeitos da CCT 2016 celebrada entre o SINDBOMBEIROS e o SEPEBC/DF e determinar que o SEPEBC se abstenha de promover qualquer negociação coletiva que afete as empresas que exploram os serviços de brigadista civil,

5 de 6 29/07/2016 12:48 até o trânsito em julgado deste processo. Por outro lado, afastar a aplicação da Convenção Coletiva e deixar de conceder qualquer reajuste salarial, afronta o art. 10 da Lei nº 10.192/2001, que exige que "os salários e demais condições referentes ao trabalho continuam a ser fixados e revistos na respectiva data-base anual, por intermédio de livre negociação coletiva", bem como o art. 766 da CLT, ao estipular que "nos dissídios sobre estipulação de salários, serão estabelecidas condições que, assegurando justos salários aos trabalhadores, permitam também justa retribuição às empresas interessadas." Ante o exposto, a fim de minimizar os transtornos aos trabalhadores do SINDBOMBEIROS tendo em vista a suspensão do instrumento coletivo para o exercício de 2016, defiro aos empregados representados pelo SINDBOMBEIROS/DF, até que se decida sobre a representação sindical e que venha a ser negociada nova Convenção Coletiva, o reajuste salarial anual de 7% (percentual concedido à categoria pela Convenção Coletiva de Trabalho 2015/2015), a contar de 01/5/2016. Caberá ao SEAC/DF dar ciência desta decisão às empresas que exerçam a atividade de bombeiro civil." (ID6d28f86). Extrai-se da decisão que duas foram as causas para a antecipação da tutela: a invalidade da assembleia geral de fundação, porque convocada por intermédio de jornal não compatível com a exigência de "grande circulação" e a ilegitimidade de entidades associadas ao SEPEBC-DF. Data venia, tais fatos devem ser aferidos na instrução probatória, possibilitando-se à parte adversa o contraditório e a ampla defesa. Outrossim, as convenções coletivas celebradas pelo Impetrante possuem ampla legitimidade diante do registro sindical válido, instrumento este que lhe assegura as prerrogativas previstas na Constituição Federal e na legislação infraconstitucional. Neste patamar, a retirada destas prerrogativas e a suspensão dos direitos da entidade sindical demanda, por cautela, data venia, o trânsito em julgado ou eventual antecipação em sede de sentença, revelando-se próprias à discussão a Ação Anulatória de Registro Sindical e a Ação Anulatória de Convenção Coletiva já ajuizadas, envolvendo o Impetrante e o SEAC/DF. Assim considerado, a manutenção da decisão impugnada pela via mandamental acarretará prejuízos relevantes ao Impetrante na medida em que este praticou atos jurídicos que acarretam responsabilidades perante a categoria profissional e perante terceiros, especialmente no que diz respeito à discussão da reposição salarial da categoria. Deste modo, concluo que a decisão impugnada invadiu o direito

6 de 6 29/07/2016 12:48 líquido e certo do impetrante e que a demora na decisão quanto à regularidade de sua atuação causa-lhe prejuízos imediatos. Neste contexto, defiro a liminar requerida para suspender a tutela de urgência proferida na Ação Anulatória de Registro Sindical nº 0000224-60.2016.5.10.0005, reativando a vigência da CCT 2016 celebrada entre o SINDBOMBEIROS e o SEPEBC/DF e as suas prerrogativas, inclusive para negociações coletivas, bem como em relação aos reajustes salariais negociados, até a decisão de mérito desta ação mandamental. Oficie-se a MMª 5ª Vara do Trabalho desta decisão, bem como para que a autoridade coatora preste as informações que entender pertinentes. Citem-se os litisconsortes necessários. Prazo de 5 (cinco) dias. Publique-se. providências cabíveis. À Secretaria da Egrégia 2ª Seção Especializada para as BRASILIA, 28 de Julho de 2016 DORIVAL BORGES DE SOUZA NETO Desembargador do Trabalho Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: [DORIVAL BORGES DE SOUZA NETO] 16072618153747000000001240182 https://pje.trt10.jus.br/segundograu/processo /ConsultaDocumento/listView.seam