TÍTULO: CONSCIENTIZAÇÃO E EDUCAÇÃO SOBRE HIPERTENSÃO ARTERIAL À POPULAÇÃO FREQUENTADORA DA ASSOCIAÇÃO DA TERCEIRA IDADE DE AVANHANDAVA CATEGORIA: CONCLUÍDO ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE SUBÁREA: ENFERMAGEM INSTITUIÇÃO: FACULDADE DE SAÚDE DE SÃO PAULO AUTOR(ES): EDUARDO MARINHO HARTH, MÔNICA APARECIDA MAIA MOTA HARTH ORIENTADOR(ES): LUCILENE DE ANDRADE OLIVEIRA
1 RESUMO O presente estudo buscou levar à comunidade por meio de palestra, cartazes e folders, conhecimento e orientação sobre o tema hipertensão arterial (HA), desde sua definição, os fatores de risco associados à doença, como se prevenir e seus agravantes, além de conscientizar os participantes que o principal responsável pela sua saúde é o próprio indivíduo. Para verificar o aproveitamento dos participantes em relação ao que exposto, um questionário relacionado ao nível de conhecimento dos entrevistados sobre a doença foi aplicado antes e após a palestra para fins de comparação, após a análise dos dados coletados, pode-se verificar que houve uma melhora do nível de conhecimento dos participantes quando comparado ao questionário realizado anterior à palestra, e mostrou um grau de aceitação pelos participantes na sua totalidade quando analisado o interesse e avaliação pela população abordada, pelo programa de conscientização e promoção à saúde proposto. Portanto é dever tratar como prioridade tal condição clínica, prevenindo os altos números encontrados de complicações da doença, sabendo que muitos fatores de risco podem ser amenizados por estilo de vida mais saudáveis, colaborando assim na melhor condição de saúde da comunidade. Palavras-chaves: Hipertensão Arterial. Terceira Idade. Prevenção Hipertensão. 2. INTRODUÇÃO A Hipertensão Arterial (HA) é uma condição clínica multifatorial caracterizada por níveis elevados e sustentados de pressão arterial (CRAWFORD, 2003). Associase frequentemente a alteração funcional e estrutural dos órgãos (coração, encéfalo, rins e vasos sanguíneos) e alterações metabólicas, com consequente aumento do risco de eventos cardiovasculares fatais e não fatais. Segundo as Guidelines da Sociedade Europeia de Cardiologia, a HA definese como um aumento constante da pressão sistólica acima de 140 mmhg e da pressão arterial diastólica acima de 90 mmhg (GIUSEPPE et al., 2007). O aumento da idade, excesso de peso e obesidade, ingestão excessiva de sal, ingestão de álcool, sedentarismo, indivíduos com menos escolaridade, além de
fatores genéticos e ambientais, são fatores de risco atualmente muito bem considerados. Estudos apontam que a detecção, o controle e tratamento da HA são fundamentais para diminuição dos eventos cardiovasculares (Sociedade Brasileira de Cardiologia, 2006), no entanto sendo uma doença muitas vezes assintomática o diagnóstico tardio dificulta intervenções e colabora para o aumento dos índices de suas complicações envolvendo doenças cérebro vasculares, doença arterial coronariana e periférica, doenças crônicas renais, retinopatias e insuficiências cardíacas. O tratamento da HA envolve a intervenção médica e farmacológica bem como mudanças de estilo de vida com a inclusão de atividades físicas e controle da ingestão de sal e álcool. Além disso, a realização de políticas de prevenção primária e detecção precoce são as formas mais efetivas de evitar a hipertensão e devem ser metas prioritárias dos profissionais de saúde. A falta de conhecimento da população sobre prevenção, controle, tratamento da HA, colabora para sua evolução e gravidade do quadro. Muitos estudos mostram que o grande índice de doenças fatais ou não fatais envolvendo pacientes hipertensos é alarmante, portanto é prioridade levar à população conhecimento e esclarecimento sobre a hipertensão, por meios de comunicação em massa, campanhas, palestras, folders, com o objetivo de prevenir complicações e prevenção da doença, assim como conscientizar o grupo envolvido que é responsável pela própria saúde e pelas medidas adotadas para mantê-la, o que justifica esta pesquisa de campo. Sendo assim este trabalho vem questionar, se palestras de orientação sobre HA, colaboram para melhorar o conhecimento e esclarecimento da população, e a aceitação de projetos similares direcionados à saúde pelos participantes. 3. OBJETIVOS Atender os frequentadores e familiares da Associação 3ª Idade da cidade de Avanhandava/SP, levando a conscientização através de palestra. Avaliar o conhecimento dos participantes sobre o tema hipertensão arterial através de questionário de fácil compreensão.
Conscientizar a população sobre sua responsabilidade pela manutenção da sua própria saúde, conhecendo os fatores de risco modificáveis da doença. Verificar a opinião da comunidade envolvida sobre a validade e a importância de projetos de conscientização voltados diretamente para a saúde, bem como temas de interesse dos participantes para novos projetos. 4. METODOLOGIA Foi realizada uma palestra sobre o tema HA, na Associação da Terceira Idade, antes e após o evento foi aplicado um mesmo questionário com o objetivo de avaliar o conhecimento e o aproveitamento das informações recebidas, além de abertas para sugestões da comunidade de novos temas para abordagem, relacionados à promoção de saúde e verificar a aceitação deste tipo de evento. 5. DESENVOLVIMENTO Após divulgação em praça pública, foi organizado o evento no dia 18 de abril de 2014, objetivando promoção e prevenção da HA, além de uma palestra abordando o tema escolhido, que constou de informações relevantes como: os fatores de risco modificáveis e não modificáveis da hipertensão arterial; a definição da doença; a importância da prevenção; o tratamento e as consequências fatais e não fatais da HA no Brasil e no mundo, Cartazes e folders também foram utilizados como meios de informação, dando ênfase ao tema abordado na palestra. O questionário foi aplicado individualmente, sob orientação do entrevistador, e elaborado especialmente para este estudo e finalidade, sendo de fácil interpretação para todas as camadas sociais, constou dos dados pessoais e perguntas objetivando avaliar o conhecimento prévio e posterior dos participantes. Foram elaboradas perguntas abertas para avaliar o nível de aceitação do método utilizado no estudo e verificar sugestões de novos temas de interesse propostos pela comunidade, os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Todas as informações colhidas foram armazenadas em um banco de dados do programa Excel 2007 (Microsoft ) para posterior análise e representação em gráficos e tabelas
6. RESULTADOS 6.1 Dados pessoais De acordo com os dados pessoais dos participantes colhidos, pode-se verificar um número de mulheres (76,47%) entrevistadas em relação ao número de homens (23,53%), como mostrado na figura 1, a figura 2 mostra que a maior porção dos participantes da pesquisa possui o 1º grau (64,71%), seguidos pelo 2º grau (17,65%), enquanto que as porcentagens de entrevistados analfabetos, com cursos técnicos e de nível superior obtiveram os mesmos valores (5,88%), indivíduos pósgraduados não participaram da entrevista. Entrevistados de acordo com o sexo SEXO MASCULINO SEXO FEMININO 24% 76% Figura 1e 2: Entrevistados de acordo com o sexo e grau de escolaridade 6.2 Níveis de Conhecimento dos Entrevistados sobre Hipertensão Arterial Antes e após a palestra. O resultado mostrado nas figuras 3 e 4, são em relação ao conhecimento sobre a definição de hipertensão pelos participantes e fatores de risco respectivamente, a figura 3 mostrou que inicialmente grande parte já tinha conhecimento (76,47%), número que sofreu um pequeno aumento de 5,88%). Em relação aos fatores de risco, percebemos que todos inicialmente já estavam conscientizados sobre o risco que o fumo trás (94,12%), porém o fator hereditariedade mostrou ser de pouco conhecimento pelos participantes (35,29%), porém obteve um aumento de 17,66% após a palestra, em relação ao abuso do sal e álcool os dados foram similares (82,35%) aumentando em 17,65% e 11,77%
respectivamente na aplicação do questionário final, em relação ao fator de risco idade em relação a idade inicialmente um pequeno numero tinha conhecimento, 47,06% e após a palestra houve um aumento significativo de 41,18%, sobre obesidade um bom número de pessoas tinham consciência sobre o risco que a obesidade traz, 82,35%, aumentando em 11,77% pós palestra, já em relação ao diabetes o conhecimento era pequeno, 52,94% e após a palestra ficou em 82,24%, mostrando uma diferença considerável, a falta de atividade física obteve como resultado um conhecimento de 58,88% no primeiro momento, chegando a totalidade de 100% após a palestra. Conhecimento do que é HA VOCÊ SABE O QUE É HIPERTENSÃO SIM VOCÊ SABE O QUE É HIPERTENSÃO NÃO 76,47% 82,35% 17,65% 11,76% 1 2 1º 2º Figura 3 e 4: Nível de conhecimento apresentado em relação à definição da hipertensão arterial e fatores de risco anterior e posterior à apresentação da palestra O resultado mostrado em relação aos sinais e sintomas da HA mostra que inicialmente 64,71% sabiam os sinais e sintomas e 35,29% não tinham um grande conhecimento a respeito e após a palestra o conhecimento sobre sinais e sintomas aumentou em 5,88% (fig.5). Na figura 6 pode-se observar que o infarto e derrame cerebral já eram de grande conhecimento dos participantes como fator de complicação (94,12%), em relação a alterações visuais e renais inicialmente o conhecimento era igual (52,94%) e após a palestra obtiveram um aumento de (23,53% e 17,65% respectivamente), com relação a varizes o conhecimento inicial foi (47,06%) e após a palestra teve um aumento de 5,88%.
DIMINUIÇÃO DO SAL ELIMINAR BEBIDAS ALCOÓLICAS EVITAR DOCES E FRITURAS EVITAR TEMPEROS PRONTOS LEITES INTEGRAIS DERRAME CEREBRAL INFARTO ALTERAÇÕES VISUAIS RENAIS VARIZES Sinais e sintomas VOCÊ SABE OS SINAIS E SINTOMAS DO AUMENTO DA PRESSÃO SIM VOCÊ SABE OS SINAIS E SINTOMAS DO AUMENTO DA PRESSÃO NÃO 120,00% 80,00% 60,00% 40,00% 20,00% 0,00% Complicações 64,71% 35,29% 70,59% 29,41% Série1 Série2 1 2 1º 2º QUAIS AS COMPLICAÇÕES QUE A HIPERTENSÃO CAUSA Figura 5 e 6: Níveis de conhecimento dos entrevistados em relação aos sinais e sintomas da hipertensão arterial e suas complicações antes e após a apresentação da palestra O resultado mostrado abaixo (fig. 7) em relação ao tratamento da hipertensão arterial mostra um conhecimento de 100%entre os participantes, a figura ao lado (fig. 8) observa-se que o sal é o alimento que mais deve ser evitado no controle da HA, 100% dos participantes afirmaram isso, seguido pela ingestão de doces e frituras, inicialmente 88,24% dos participantes já tinham conhecimento, após a palestra esse número aumentou em 11,76%, em relação a eliminar bebidas alcoólicas inicialmente, boa parte dos participantes disseram que sim, que se deve evitar bebidas alcoólicas (64,71%) aumentando para 94,12% dos entrevistados após a palestra, 47,06% dos entrevistados afirmaram que não se deve ingerir leites integrais, aos assistirem a palestra este número aumentou em 35,29%, totalizando 82,35% dos participantes, (35,29%), quanto ao evitar temperos prontos também se pode observar que houve um aumento de 35,30% sobre os 52,94% de participantes que já tinham conhecimento. 120,00% 80,00% 60,00% 40,00% 20,00% 0,00% Existe tratamento para HA SIM 0,00% NÃO EXISTE TRATAMENTO PARA A HIPERTENSÃO Alimentação Série1 Série2 94,12% 88,24% 82,35% 64,71% 88,24% 52,94% 47,06% NA ALIMENTAÇÃO DEVE EVITAR Figura 7 e 8: Níveis de conhecimento dos entrevistados em relação tratamento da hipertensão arterial e o que deve se evitar na alimentação antes e após a apresentação da palestra.
PASSAR POR AVALIAÇÃO MÉDICA TER ACOMPANHAMENTO FAZER EXERCÍCIOS COM INTENSIDADE FAZER EXERCÍCIOS ATÉ SE SENTIR EXAUSTO EXERCITAR VIGOROSAMENTE FAZER EXERCÍCIOS 3 A 5 VEZES POR SEMANA AUMENTA A EXPECTATIVA DE PROMOVER MAIOR ELASTICIDADE DOS CONTRIBUIR PARA CONTROLE DOO O resultado em relação ao conhecimento dos participantes sobre a atividade física na figura 9, mostrou que inicialmente todos os participantes já tinham conhecimento sobre a necessidade de uma avaliação médica antes da prática de atividades físicas físicos, o mesmo pode ser verificado e em relação ao aumento da expectativa de devido a atividade, quando se perguntou sobre o acompanhamento de um profissional habilitado durante a prática das atividades, o percentual de conhecimento foi alto 88,24%, após a palestra obteve um acréscimo de 5,88% na opinião dos entrevistado, resultados similares foram encontrados em relaço a intensidade moderado do exercício, 82,35% acrescendo de 5,89% após a palestra, em relação a frequência grande parte 76,47% afirmou que era ideal fazer exercícios 3 a 5 vezes por semana por 30 à 40 minutos, com um aumento de 11,77% na entrevista final. 120,00% 80,00% 60,00% 40,00% 20,00% 0,00% Série1 Série2 EM RELAÇÃO A ATIVIDADE FÍSICA É CORRETO Figura 9 e 10: Níveis de conhecimento dos entrevistados em relação à pratica de exercício físico antes e após a apresentação da palestra. 6.3 Opinião e Propostas dos Entrevistados Conforme dado mostrados na tabela abaixo, a compreensão dos participantes em relação a este tipo de programa de conscientização foi satisfatoriamente esclarecedora, atingindo 100% dos entrevistados.
SIM VOCÊ ACHOU QUE A PALESTRA FOI ESCLARECEDORA NÃO 0,00% SIM ESTE TIPO DE ORIENTAÇÃO À POPULAÇÃO DEVE SER MAIS UTILIZADO NÃO 0,00% Figura 11: Opinião dos entrevistados em relação à aceitação e apoio em relação a este tipo de programa apresentado Quando perguntado sobre novos temas de interesse dos participantes, com sugestões para palestras futuras visando promoção e prevenção em saúde, mais da metade dos entrevistados opinaram por diabetes mellitus, como se pode verificar na análise mostrada pela tabela da figura 12. SUGESTÕES PRÓXIMAS PALESTRAS PORCENTAGEM Artrose 11,76% Colesterol 11,76% Depressão 5,88% Derrame Cerebral 5,88% Diabetes 52,94% Drogas 5,88% Infarto 5,88% Osteoporose 5,88% Promoção à saúde em geral 5,88% Colesterol e Triglicérides 5,88% Figura 12: Opinião dos entrevistados em relação à aceitação e apoio em relação a este tipo de programa apresentado
7. CONCLUSÃO Este trabalho mostrou que a utilização de palestras, cartazes e folder sobre o tema hipertensão arterial (HA), desde sua definição, os fatores de risco associados à doença, como se prevenir e seus agravantes, por meio de palestras, folders e cartazes aumentou o nível de conhecimento entre os participantes, demonstrando ser um meio de ótima aceitação e esclarecimento entre os participantes. Portanto é dever tratar como prioridade tal condição clínica, procurando a prevenção dos altos números encontrados de complicações da doença, sabendo que muitos fatores de risco podem ser amenizados por estilo de vida mais saudáveis, colaborando assim na melhor condição de saúde da comunidade. 8. REFERÊNCIAS CRAWFORD, M. H. Cardiologia: diagnóstico e tratamento. Rio de Janeiro: McGraw-Hill Interamericana, 2003. GIUSEPPE, M. et al.,.guidelines for the Management of Arterial Hypertension, Journal of Hypertension, v. 25, p. 1105 1187, 2007. Sociedade Brasileira de Cardiologia. V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão. Arq Bras Cardiol, p.1-48, 2006.