COMÉRCIO E INVESTIMENTO INTERNACIONAIS PROF. MARTA LEMME 2º SEMESTRE 2011

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Transcrição:

COMÉRCIO E INVESTIMENTO INTERNACIONAIS PROF. MARTA LEMME 2º SEMESTRE 2011 1

Comércio internacional com efeitos sobre distribuição de renda Recursos não podem se mover imediatamente ou sem custos de uma indústria a outra Indústrias diferem quanto aos fatores de produção que demandam Krugman & Obstfeld (Cap. 3) 2

Hipóteses do modelo 2 bens: manufaturas e alimentos. 3 fatores de produção: trabalho (L), capital (K) e terra (S). Qmanufatura = f (K,LM) Qalimento = f (S,LA) O trabalho é, portanto, um fator móvel que pode ser usado nos dois setores. A terra e o capital são fatores específicos que só podem ser usados na produção de um bem. Em todos os mercados prevalece a concorrência perfeita Krugman & Obstfeld (Cap. 3) 3

A função de produção de manufaturas é dada por Q M = Q M (K, L M ) (3-1) onde: Q M é a produção de manufaturas da economia K é o estoque de capital da economia L M é a força de trabalho empregada em manufaturas A função de produção de alimentos é dada por Q A = Q A (S, L A ) (3-2) onde: Q A é a produção de alimentos da economia S é a oferta de terra da economia L A é a força de trabalho usada na produção de alimentos Krugman & Obstfeld (Cap. 3) 4

A condição de pleno emprego de trabalho requer que o suprimento de trabalho de toda a economia seja igual à força de trabalho empregada na produção de alimentos mais a força de trabalho empregada na produção de manufaturas: L M + L A = L (3-3) Podemos usar essas equações e derivar a fronteira de possibilidades de produção da economia. Krugman & Obstfeld (Cap. 3) 5

Possibilidades de produção Para analisar as possibilidades de produção da economia, basta perguntar como a composição dessa produção muda à medida que o trabalho é deslocado de um setor para o outro. A Figura 3-1 ilustra a função de produção de manufaturas. Krugman & Obstfeld (Cap. 3) 6

Figura 3.1 Função de Produção Manufatura Produção, QM QM = QM (K, LM) Insumo trabalho, LM Krugman & Obstfeld (Cap. 3) 7

A forma da função de produção reflete a lei dos rendimentos decrescentes. Agregar um trabalhador ao processo de produção (sem aumentar a quantidade de capital) significa que cada trabalhador tem menos capital para trabalhar. Portanto, cada incremento sucessivo de trabalho acrescentará menos à produção que o anterior. A Figura 3-2 mostra o produto marginal do trabalho, que é o acréscimo à produção gerado pela adição de mais um homemhora. Krugman & Obstfeld (Cap. 3) 8

Figura 3.2. O Produto Marginal do Trabalho Produto marginal do trabalho, PMgLM PMgLM Insumo trabalho, LM (2º sem 2010) Krugman & Obstfeld (Cap. 3) 9

Figura 3-3: A fronteira de possibilidades de produção no modelo em estudo Função de produção de alimentos QA =QA(S, LA) Produção de alimentos, QA (crescente ) Q 2 A 1' 2' Fronteira de possibilidades de produção da economia (PP) 3' Insumo trabalho em alimentos, LA (crescente ) 1 L 2 A L 2 M Q 2 M PP Produção de manufaturas, QM (crescente ) Alocação de trabalho na economia (AA) 2 3 AA Função de produção de manufaturas Insumo trabalho em QM =QM(K, LM) manufaturas, LM (crescente ) 3-10 2005 Pearson Education

Preços, salários e alocação de trabalho Quanto trabalho será empregado em cada setor? Para responder a essa questão, precisamos verificar a oferta e a demanda no mercado de trabalho. Demanda de trabalho: Em cada setor, os empregadores maximizadores de lucros demandam trabalho até o ponto em que o valor produzido por um homem-hora adicional seja igual ao custo de empregar aquela hora na produção. 3-11 2005 Pearson Education

A curva de demanda por trabalho no setor de manufatura pode ser escrita como: PMgL M x P M = w (3-4) O salário é igual ao valor do produto marginal do trabalho na manufatura. A curva de demanda por trabalho no setor de alimentos pode ser escrita como: PMgL A x P A = w (3-5) O salário é igual ao valor do produto marginal do trabalho no alimento. 3-12 2005 Pearson Education

O salário deve ser o mesmo em ambos os setores, porque se considera que o trabalho seja livremente móvel entre eles. O salário é determinado pela necessidade de a demanda total de trabalho ser igual à oferta total de trabalho: L M + L A = L (3-6) 3-13 2005 Pearson Education

Valor do produto marginal do trabalho, salário Figura 3-4: A alocação de trabalho w 1 1 PA x PMgLA (Curva de demanda por trabalho em alimentos) PM x PMgLM (Curva de demanda por trabalho em manufaturas) Trabalho usado em manufaturas, LM Trabalho usado em alimentos, LA L 1 M L 1 A Oferta total de trabalho, L 3-14 2005 Pearson Education

No ponto de produção, a fronteira de possibilidades de produção deve ser tangente a uma reta cuja declividade seja o negativo do preço de manufaturas dividido pelo de alimentos. Relacionamento entre preços relativos e produto: PMgL A /PMgL M = P M /P A (3-7) 3-15 2005 Pearson Education

Figura 3-5: Produção no modelo de fatores específicos Produção de alimentos, QA declividade = (PM / PA) 1 Q 1 A 1 Q 1 M PP Produção de manufaturas, QM 3-16 2005 Pearson Education

O que acontece com a alocação de trabalho e com a distribuição de renda quando os preços dos alimentos e das manufaturas mudam? Dois casos: Uma mudança igualmente proporcional nos preços Uma mudança nos preços relativos 3-17 2005 Pearson Education

Figura 3-6: O mesmo aumento proporcional nos preços de manufaturas e alimentos PA 2 x PMgLA Salário, w 10% de aumento de salário w 2 PM aumenta 10% w 1 1 2 PA aumenta 10% PA 1 x PMgLA PM 2 X PMgLM PM 1 X PMgLM Trabalho usado em manufaturas, LM Trabalho usado em alimentos, LA 3-18 2005 Pearson Education

Quando os dois preços mudam na mesma proporção, não ocorrem mudanças reais. A taxa de salários (w) aumenta na mesma proporção que os preços, de modo que os salários reais (i.e., as razões entre os salários e os preços dos bens) não são afetados. As rendas reais de proprietários de capital e de proprietários de terra também permanecem as mesmas. 3-19 2005 Pearson Education

Quando apenas P M aumenta, o trabalho deslocase do setor de alimentos para o de manufaturas e a produção de manufaturas aumenta enquanto a de alimentos cai. Os salários (w) não aumentam tanto como P M porque o emprego no setor manufatureiro aumenta e, portanto, o produto marginal do trabalho nesse setor cai. 3-20 2005 Pearson Education

Figura 3-7: Aumento no preço das manufaturas Salário, W Deslocamento para cima, equivalente a 7%, na demanda por trabalho PA 1 x PMgLA Salário aumenta menos de 7% w 2 w 1 1 2 PM 2 x PMgLM PM 1 x PMgLM Trabalho usado em manufaturas, LM Trabalho usado Montante de trabalho em alimentos, LA deslocado de alimentos para manufaturas 3-21 2005 Pearson Education

Figura 3-8: A resposta da produção a uma mudança no preço relativo das manufaturas Produção de alimentos, QA Declividade = (PM / PA) 1 Q 1 A 1 Q 2 A 2 Declividade = (PM / PA) 2 Q 1 M Q 2 PP Produção de M manufaturas, QM 3-22 2005 Pearson Education

Figura 3-9: Determinação dos preços relativos Preço relativo de manufaturas, PM / PA OR (PM / PA ) 1 1 DR (QM / QA ) 1 Quantidade relativa de manufaturas, QM / QA 3-23 2005 Pearson Education

Preços relativos e distribuição de renda Suponha que P M aumente em 10%. Então, poderíamos esperar que o salário aumentasse em menos de 10%, digamos 5%. Qual é o efeito econômico desse aumento de preço sobre a renda dos seguintes grupos? Trabalhadores Proprietários de capital Proprietários de terra 3-24 2005 Pearson Education

Trabalhadores: Não é possível dizer se os trabalhadores estão em situação melhor ou pior; isso depende da importância relativa das manufaturas e dos alimentos em seu consumo. Proprietários de capital: Certamente estão melhor. Proprietários de terra: Certamente estão pior. 3-25 2005 Pearson Education

Figura 3A-1: Demonstração de que a produção é igual à área sob a curva de produto marginal Produto marginal do trabalho, PMgLM PMgLM dlm Insumo trabalho, LM 3-26 2005 Pearson Education

Figura 3A-2: Distribuição de renda dentro do setor manufatureiro Produto marginal do trabalho, PMgLM Renda dos capitalistas w / PM Salários PMgLM Insumo trabalho, LM 3-27 2005 Pearson Education

Figura 3A-3: Um aumento em PM beneficia os proprietários de capital Produto marginal do trabalho, PMgLM (w / PM) 1 Aumento da renda dos capitalistas (w / PM) 2 PMgLM Insumo trabalho, LM 3-28 2005 Pearson Education

Figura 3A-4: Um aumento em PM prejudica os proprietários de terra Produto marginal do trabalho, PMgLA (w / PA) 2 Declínio na renda dos proprietários de terra (w / PA) 1 PMgLA Insumo trabalho, LA 3-29 2005 Pearson Education

Premissas do modelo Imagine que dois países (Japão e Estados Unidos) têm a mesma curva de demanda relativa. Portanto, a única fonte de comércio internacional são as diferenças na oferta relativa. A oferta relativa pode ser diferente porque os países podem diferir em: Tecnologia Fatores de produção (capital, terra, trabalho) 3-30 2005 Pearson Education

Recursos e oferta relativa Quais são os efeitos do aumento na oferta de estoque de capital na produção de manufaturas e alimentos? Um país com muito capital e pouca terra tende a produzir uma razão alta entre manufaturas e alimentos a quaisquer preços dados. 3-31 2005 Pearson Education

Figura 3-10: Mudando o estoque de capital Salário, w Aumento no estoque de capital, K PA 1 x PMgLA w 2 2 w 1 1 PM x PMgLM 2 PM x PMgLM 1 Trabalho usado em manufaturas, LM Trabalho usado Montante de trabalho em alimentos, LA deslocado de alimentos para manufaturas 3-32 2005 Pearson Education

Um aumento na oferta de capital moveria para a direita a curva de oferta relativa. Um aumento na oferta de terra moveria para a esquerda a curva de oferta relativa. E quanto ao efeito de um aumento na força de trabalho? O efeito sobre o produto relativo é ambíguo, embora ambos os produtos aumentem. 3-33 2005 Pearson Education

Comércio e preços relativos Suponha que o Japão tem mais capital por trabalhador que os Estados Unidos, ao passo que os Estados Unidos têm mais terra por trabalhador que o Japão. Como resultado, o preço relativo antes do comércio no Japão é mais baixo que o preço relativo antes do comércio nos Estados Unidos. O comércio internacional leva a uma convergência de preços relativos. 3-34 2005 Pearson Education

Figura 3-11: Comércio e preços relativos Preço relativo de manufaturas, PM / PA OREUA ORMUNDIAL (PM / PA )EUA ORJ (PM / PA )MUNDIAL (PM / PA )J DRMUNDI AL Quantidade relativa de manufaturas, QM / QA 3-35 2005 Pearson Education

O padrão do comércio Em um país que não pode fazer comércio, a produção de um bem deve ser igual a seu consumo. O comércio internacional torna possível que a composição de manufaturas e alimentos consumida seja diferente da composição produzida. Um país não pode gastar mais do que recebe. 3-36 2005 Pearson Education

Figura 3-12: A restrição orçamentária para uma economia que faz comércio Consumo de alimentos, DA Produção de alimentos, QA Restrição orçamentária (declividade = PM / PA) Q 1 A 1 Q 1 M Fronteira de possibilidade de produção Consumo de manufaturas, DM Produção de manufaturas, QM 3-37 2005 Pearson Education

Quantidade de alimentos Figura 3-13: Equilíbrio com comércio Quantidade de alimentos Restrição orçamentária japonesa Restrição orçamentária norte-americana Importações de alimentos pelo Japão D J A Q J A Exportações de alimentos pelos EUA Q EUA A D EUA N D J M Q J M Quantidade de manufaturas Exportações de manufaturas pelo Japão Q EUA M D EUA M Importações de manufaturas pelos EUA Quantidade de manufaturas (a) Japão (b) Estados Unidos 3-38 2005 Pearson Education

Para avaliar os efeitos do comércio sobre grupos em particular, o ponto-chave é que o comércio internacional muda o preço relativo de manufaturas e alimentos. O comércio beneficia o fator que é específico do setor exportador de cada país, mas prejudica o fator específico dos setores que concorrem com as importações. O comércio tem efeitos ambíguos sobre os fatores móveis. 3-39 2005 Pearson Education

Aqueles que lucram com o comércio poderiam compensar aqueles que perdem e ainda assim sair ganhando? Se esse é o caso, então o comércio é potencialmente uma fonte de ganho para todos. O motivo fundamental pelo qual o comércio beneficia potencialmente um país é que ele expande as escolhas da economia. Essa expansão de escolha significa que é sempre possível redistribuir renda de tal modo que todos saiam ganhando com o comércio. 3-40 2005 Pearson Education

Figura 3-14: O comércio expande as possibilidades de consumo da economia Consumo de alimentos, DA Produção de alimentos, QA Q 1 A 2 1 Restrição orçamentária (declividade = PM / PA) Q 1 M PP Consumo de manufaturas, DM Produção de manufaturas, QM 3-41 2005 Pearson Education

O comércio com freqüência gera vencedores e perdedores. Política comercial ótima O governo deve, de alguma forma, ponderar o ganho de uma pessoa contra a perda de outra. Alguns grupos requerem tratamento especial por já serem comparativamente pobres (ex.: trabalhadores dos setores de calçados e roupas nos Estados Unidos). A maioria dos economistas permanece fortemente a favor do livre comércio em um grau maior ou menor. Para compreender com realismo como a política comercial é determinada, é preciso examinar as reais motivações da política. 3-42 2005 Pearson Education

Distribuição de renda e políticas de comércio Aqueles que obtêm ganhos do comércio pertencem a um grupo muito menos concentrado, informado e organizado que o daqueles que perdem. Exemplo: Consumidores e produtores da indústria açucareira norte-americana 3-43 2005 Pearson Education

O comércio internacional costuma ter forte influência sobre a distribuição de renda dentro dos países e, assim, gera tanto perdedores quanto ganhadores. Os efeitos da distribuição de renda se dão por dois motivos: Os fatores de produção não podem se deslocar instantaneamente e sem custo de uma indústria para outra. Mudanças na composição do produto de uma economia têm efeitos diferentes sobre a demanda por diferentes fatores de produção. 3-44 2005 Pearson Education

Um modelo útil dos efeitos da distribuição de renda do comércio internacional é o modelo de fatores específicos. Neste modelo, as diferenças nos recursos podem levar os países a ter curvas de oferta relativas diferentes, o que estimula o comércio internacional. No modelo de fatores específicos, os fatores específicos dos setores de exportação em cada país apresentam ganhos do comércio, enquanto os fatores específicos dos setores que concorrem com as importações perdem. Os fatores móveis que podem ser usados em ambos os setores podem tanto ganhar como perder. 3-45 2005 Pearson Education

O comércio produz ganhos gerais no sentido limitado de que os que ganham podem, em princípio, compensar os que perdem, permanecendo ainda em melhor situação do que antes. 3-46 2005 Pearson Education