DIRETRIZES DO COMITÊ DE DISFAGIA DEPARTAMENTO DE MOTRICIDADE E FUNÇÕES OROFACIAIS SOCIEDADE BRASILEIRA DE FONOAUDIOLOGIA

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Transcrição:

DIRETRIZES DO COMITÊ DE DISFAGIA DEPARTAMENTO DE MOTRICIDADE E FUNÇÕES OROFACIAIS SOCIEDADE BRASILEIRA DE FONOAUDIOLOGIA Comitê de Disfagia Coordenadora: Dra. Roberta Gonçalves da Silva Vice-Coordenadora: Fga. Ms. Kátia Alonso Secretária: Dra. Heloísa Suzuki Departamento de Motricidade e Funções Orofaciais Presidente: Lilian Ruth Huberman Krakauer secretária: Fernanda Chiarion Sassi Diretoria da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia Presidente: Dra. Fernanda Dreux Vice-Presidente: Dr. Fábio Lessa (in memorian) Gestão 2006-2007 1

Colaboradores Gestão (2002-2003-2004-2005) Fga. Dra. Ana Maria Furkim Fga. Ms. Ana Maria Hernandez Fga. Cristiane Henrique Soares Fga. Dra. Cristina Lemos Barbosa Fúria Fga. Dra. Lúcia Figueiredo Mourão Fga. Ms. Roberta Busch Fga. Dra. Roberta Gonçalves da Silva Fga. Yasmim Frazão Fga. Ms. Denise Lopes Madureira Consultores Científicos (2006) Fga. Dra. Ana Maria Furkim Fga. Dra. Elisabete Carrara de Angelis Fga. Dra. Cristina Lemos Barbosa Fúria Fga. Ms. Denise Lopes Madureira Fga. Dra. Heloísa Suzuki Fga. Ms. Kátia Alonso Fga. Ms. Márcia de Abreu e Silva Henning Fga. Ms. Roberta Busch Fga. Dra. Roberta Gonçalves da Silva 2

Prezado Fonoaudiólogo, O Comitê de Disfagia, Departamento de Motricidade e Funções Orofaciais da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia, em completa parceria com seus colaboradores e consultores científicos, vem apresentar as Diretrizes para a Atuação Fonoaudiológica com Disfagia Orofaríngea. Esta conquista só foi possível neste momento, por ser tratar este material de um exaustivo trabalho executado pelas gestões anteriores e agora finalizado. Podemos afirmar que o resultado destas diretrizes é fruto de total colaboração de diversos experientes colegas fonoaudiólogos, participantes ativos de diferentes gestões do Comitê de Disfagia da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia. Gostaria neste momento de agradecer a todos, mas especialmente as coordenadoras e vicecoordenadoras das duas últimas gestões, as colegas Denise Madureira, Cristina Lemos Barbosa Fúria e Ana Maria Furkim, pelo trabalho realizado anteriormente para que pudéssemos concretizar este material. Esperamos que essas diretrizes possam nortear a prática fonoaudiológica na disfagia orofaríngea, entendendo ser este apenas nosso primeiro passo em direção a luta pela qualidade no atendimento ao indivíduo disfágico. Sabemos também, que a simples definição das diretrizes não modifica a formação do profissional nesta área, sua prática em pesquisa ou sua atuação profissional. Temos ainda um longo caminho. Dra. Roberta Gonçalves da Silva- Coordenadora Fga. Ms. Kátia Alonso- Vice-Coordenadora Dra. Heloísa Suzuki- Secretária 3

1. Função: Identificação de indivíduos de risco para Disfagia a) Neuroanatomofisiologia normal e neurofisiopatologia da deglutição nas diferentes faixas etárias. b) Diagnóstico médico, habilidades de linguagem, estado cognitivo e suas implicações para as disfagias, nas diferentes faixas etárias. c) Métodos de ingestão nutricional (oral e não oral) e sua repercussão no quadro disfágico. d) Identificação dos sinais e sintomas da disfagia orofaríngea na história médica, no estado clínico e comportamental do indivíduo. e) Métodos de triagem e devolutiva para o indivíduo e/ou cuidadores sobre a necessidade de avaliação mais detalhada. f) Estratégias de avaliação fonoaudiológica a serem utilizadas em indivíduos disfágicos. a) Reconhecer sinais e sintomas das disfagias. b) Associar os sinais e sintomas clínicos de doenças que provocam distúrbios cognitivos, motores globais e específicos e problemas respiratórios, correlacionando suas implicações com as possíveis alterações funcionais na dinâmica da deglutição. c) Conhecer procedimentos sobre posicionamento, utensílios, velocidade e ritmo de oferta, ambiente, modificação na consistência e volume da dieta e manobras compensatórias e posturais. d) Identificar aspectos cínicos de saúde geral, pulmonar, cognitivos, comunicativos, comportamentais e psicológicos que interferem nas disfagias. e) Dominar a aplicação dos métodos de triagem e interpretações relacionadas ao diagnóstico e prognóstico das disfagias orofaríngeas. f) Dominar a aplicação dos métodos de avaliação clínica e instrumental para se obter diagnóstico e prognóstico. 4

2. Função: Realização da avaliação clínica fonoaudiológica da disfagia orofaríngea. a) Estruturas anatômicas e funções normais do trato aerodigestivo superior. b) Neuroanatomofisiologia normal e neurofisiopatologia da deglutição nas diferentes faixas etárias. c) Correlação entre achados clínicos da deglutição, história pregressa e atual do paciente. d) Conhecimento sobre avaliação clínica fonoaudiológica. d) Conhecimento da eficiência de cada estratégia terapêutica fonoaudiológica para realização de provas terapêuticas. e) Registro de documentação completa, objetiva e interpretativa. f) Conhecimento de qualquer condição médica específica (ventilação mecânica, traqueostomia, doenças neurogênicas, mecânicas, gastroenterológicas, reumatológicas, auto-imunes, entre outras) que possa causar impacto na deglutição/alimentação do indivíduo, além do conhecimento dos procedimentos fonoaudiológicos específicos durante a avaliação de pacientes traqueostomizados e dependentes de ventilação mecânica. a) Identificar estruturas normais e reconhecer as alterações da orofaringe. b) Reconhecer a deglutição normal e sinais e sintomas das disfagias. b) Identificar sinais, sintomas, condições clínicas e medicações que alteram ou provocam distúrbios na deglutição e/ou alimentação. Interpretar tais informações e correlacionar com os achados anormais. c) Identificar, documentar e interpretar os achados da avaliação fonoaudiológica clínica. Realizar a avaliação estrutural orofaríngea correlacionando os achados com aqueles encontrados na avaliação funcional da deglutição e/ou alimentação. d) Dominar a interpretação da avaliação funcional clínica da deglutição. Realizar provas terapêuticas durante a avaliação. e) Realizar o relatório da avaliação no prontuário do paciente. Apresentar os registros da avaliação, discutir o diagnóstico fonoaudiológico e as condutas com a equipe interdisciplinar além de orientar cuidadores e a própria equipe. f) Definir condutas e estabelecer prognóstico para a deglutição orofaríngea, além de dominar a prática de procedimentos de avaliação em pacientes após a extubação orotraqueal, traqueostomizados e em uso de ventilação mecânica. Dominar técnicas de aspiração em pacientes traqueostomizados. 3. Função: Realização de avaliação instrumental a) Técnicas instrumentais existentes, incluindo as vantagens e desvantagens. b) Normalidade da deglutição de acordo com sexo, idade, volume e viscosidade do bolo. c) Técnicas de modificação do input sensorial que podem ser introduzidas durante a avaliação instrumental, assegurando a confiabilidade e validade do exame. d) Conhecimento do efeito das manobras posturais e de deglutição que podem ser utilizadas como provas terapêuticas durante os exames instrumentais. e) Redação do laudo do exame instrumental juntamente com os médicos que participaram do exame de maneira completa, objetiva, concisa e interpretativa. a) Identificar os recursos apropriados para a avaliação. b) Recomendar as técnicas apropriadas de instrumentação, quando indicadas, e identificar a anatomofisiologia da deglutição e suas alterações nas diferentes técnicas instrumentais. c) Realizar a avaliação instrumental adequada, de acordo com protocolos especificamente elaborados para a população a ser atendida. d) Selecionar e realizar provas terapêuticas durante a avaliação instrumental. e) Interpretar e documentar os achados da avaliação instrumental. Fornecer o laudo da avaliação para o paciente, para os cuidadores e profissionais responsáveis pelo caso. 5

4. Função: Determinação das decisões do gerenciamento individual a) Possibilidade de alimentação oral x não oral (ex: parenteral e enteral) e os riscos clínicos. b) Métodos de tratamento existentes e dos avanços dos procedimentos terapêuticos e das aplicações potenciais de outras áreas. c) Adequação e segurança dos procedimentos de intervenção específica. d) Questões éticas relativas à qualidade de vida de forma a auxiliar nas decisões referentes ao gerenciamento da deglutição e/ou da alimentação. e) Impacto dos aspectos comportamentais, psicológicos, culturais, sociais, da cognição e da comunicação na função da deglutição e/ou alimentação; f) Doenças que podem provocar disfagia e o seu impacto na recuperação, manutenção das habilidades ou deterioração da função. g) Recursos materiais e humanos apropriados, formas de documentação. a) Identificar e decidir sobre as condições de ingestão oral segura. b) Utilizar estratégias fonoaudiológicas apropriadas às condições clínicas, ao distúrbio de deglutição e/ou alimentação, ao estado cognitivo e comportamental do indivíduo. c) Identificar os riscos potenciais de aspiração laringotraqueal e os métodos preventivos apropriados. d) Estabelecer objetivos mensuráveis de tratamento a curto, médio e longo prazo visando resultados funcionais. e) Documentar as decisões de gerenciamento e suas mudanças ao longo do tempo, incluindo o consentimento dos cuidadores, familiares e pacientes para a adesão ao programa. f) Diferenciar a aplicação dos procedimentos terapêuticos fonoaudiológicos em doenças distintas. g) Identificar os serviços e as habilidades relevantes à equipe técnica utilizando os recursos disponíveis. 5. Função: Reabilitação para indivíduos disfágicos a) Princípios e procedimentos pertinentes ao aprendizado e modificação comportamental. b) Neuroanatomia e neurofisiologia dos distúrbios da deglutição e/ou alimentação de acordo com a faixa etária e com a doença do indivíduo. c) Questões referentes à cognição, comunicação, ao comportamento e níveis psicológico, cultural e social do indivíduo. d) Estratégias e tratamentos descritos na literatura incluindo técnicas de reabilitação. a) Aplicar procedimentos terapêuticos visando o aprendizado e a modificação de comportamentos. b) Identificar as abordagens, técnicas terapêuticas fonoaudiológicas e demais necessidades do indivíduo na reabilitação da disfagia. c) Interpretar e quantificar as respostas do indivíduo ao tratamento. d) Reconhecer o efeito das diferentes técnicas durante sua aplicação. e) Protocolos para quantificar mudanças na eficácia e) Registrar o progresso e a condição atual do da reabilitação em disfagia orofaríngea. indivíduo no tratamento, além de identificar a necessidade de reavaliação e determinar critérios de alta do tratamento. f) Métodos e instrumentos de obtenção de dados. f) Coletar os resultados obtidos para compará-los g) Escolha apropriada da dieta no decorrer do tratamento. com banco de dados. g) Diferentes métodos de apresentação de alimentos em suas diferentes consistências, incluindo utensílios e seu impacto na alimentação e/ou deglutição. 6

6. Função: avaliação e gerenciamento dos casos de disfagia em lactentes e crianças a) Embriologia, neurofisiologia, anatomia e fisiologia da deglutição, bem como a influência dos sistemas sensorial e motor no desenvolvimento da deglutição e alimentação. b) Conhecimento dos aspectos específicos da gestação de risco e suas repercussões no recémnascido a termo e pré-termo. c) Aspectos da alimentação, deglutição, nutrição e conseqüências da desnutrição nos primeiros dois anos de vida e por toda a infância. d) Procedimentos médicos que podem afetar a deglutição e a alimentação. e) Implicações e complicações pulmonares resultantes da aspiração. a) Reconhecer sinais e sintomas de organização ou desorganização de sucção, deglutição e respiração. b) Relacionar etiologia e conhecimentos referentes aos aspectos nutricionais e suas possíveis repercussões no desempenho alimentar dos recém-nascidos, incorporando estas informações à história do caso, fazendo indicações apropriadas, na orientação aos pais e na comunicação com os membros da equipe. c) Definir condutas preventivas e terapêuticas referente à alimentação de recém-nascidos a termo e pré-termo e informar aos membros da equipe os riscos e conseqüências da aspiração no tratamento da criança disfágica, prevenindo complicações do quadro clínico. d) Identificar e interpretar os níveis de função cognitiva e comunicativa considerando-os nas decisões de tratamento, numa abordagem que contemple os aspectos ambientais da criança. e) Realizar e interpretar avaliação instrumental apropriada para a idade e nível de desenvolvimento da criança. f) Implicações e complicações da desidratação. f) Realizar o tratamento adequado de deglutição e alimentação de acordo com a idade da criança. g) Desenvolvimento da criança nos primeiros anos g) Realizar procedimentos terapêuticos de vida, interação e comunicação entre pais e filhos. considerando o desenvolvimento global. 7. Função: Promover a formação, supervisão e treinamento para a família, cuidadores e equipe interdisciplinar que atuam com os indivíduos com distúrbios de deglutição e/ou alimentação. a) Princípios/fundamentos de educação. a) Identificar as necessidades e promover programas de orientação e de treinamento. b) Princípios /fundamentos de supervisão. b) Adequar o conteúdo e a forma de transmissão do mesmo ao nível da pessoa que está sendo formada, treinada, supervisionada. c) Princípios para modificação de comportamento. c) Documentar a formação, supervisão e o treinamento proporcionado. 7

8.Função: Participação e/ou gerenciamento da equipe de reabilitação da disfagia. a) Papéis e responsabilidades da equipe que gerencia o tratamento dos disfágicos. b) Competência da equipe interdisciplinar para avaliar e reabilitar indivíduos com distúrbios da deglutição e /ou alimentação. c) Técnicas e/ou processos de manutenção eficazes para a interação e comunicação entre a equipe. d) Modelos de gerenciamento de equipes e de atendimento domiciliar. e) Necessidade de consulta especializada e indicação de procedimentos pertinentes ao caso. f) Métodos adequados de documentação que delimitem as decisões e recomendações da equipe. g) Dados e procedimentos que o administrador necessita para que possa dar suporte à equipe de reabilitação. h) Gerenciamento básico dos procedimentos administrativos a) Identificar os membros da equipe responsável e dos serviços de suporte ao atendimento. b) Facilitar a comunicação entre a equipe e promover avaliações periódicas. c) Manter os objetivos, a comunicação e a interação da equipe. d) Utilizar modelos estruturais e protocolos definidos, de acordo com a população atendida e o treinamento da equipe. e) Utilizar e fornecer interconsultas entre os membros da equipe e/ou outros serviços. f) Registrar/documentar as atividades da equipe. g) Fornecer informações sistemáticas sobre o desempenho da equipe, custos e produtividade. h) Dominar as atividades administrativas. 9. Função: Manutenção do programa de controle de riscos e controle de qualidade. a) Resultados de programas direcionados ao aumento de qualidade. b) Métodos utilizados para medir e monitorar as metas e processos de aumento de qualidade. c) Processos de resolução de problemas identificados que incluem esforços da equipe. a) Efetuar medidas e monitoramento sistemáticos dos indicadores de melhora da qualidade. b) Mensurar e propor soluções para problemas identificados que incluem esforços da equipe atuante. c) Identificar e comunicar fatores de risco aos sujeitos, familiares e membros da equipe; d) Procedimentos de controle de infecção. d) Utilizar procedimentos adequados de controle de riscos (Ex: solução de fatores de risco identificados). e) Riscos e conseqüências da aspiração traqueal, suas causas e fatores preditivos de pneumonia aspirativa. f) Procedimentos para diminuir riscos de aspiração traqueal. g) Código de ética do Conselho Federal e do alcance da prática dos Fonoaudiólogos. h) Documentação de regulamentos e procedimentos da instituição e dos profissionais. i) Medidas de segurança do paciente e das precauções universais pertinentes e específicas ao ambiente e as diretrizes institucionais (aspiração; radiação, etc). j) Políticas de aumento de qualidade estabelecida pelos órgãos competentes. e) Documentar planos de melhora da qualidade, metas e procedimentos para alcançar os efeitos desejados. f) Aplicar procedimentos preventivos e protocolos de menor risco. g) Conhecer os limites da atuação. h) Dominar o conteúdo dos regulamentos. i) Seguir as normas universais para a paramentação durante a avaliação clínica, procedimento de aspiração e durante os exames instrumentais. j) Elaborar e aplicar medidas de controle de qualidade. 8

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10. Função: Promover desligamento/plano de afastamento e cuidados de seguimento a) Critérios de desligamento. a) Identificar critérios de desligamento/afastamento b) Como estabelecer um plano de desligamento em equipe e coordenar os serviços necessários. c)documentação apropriada dos critérios de desligamento, plano de desligamento e cuidados de seguimento. d) Como acessar as recomendações da equipe, pertinentes aos cuidados e procedimentos do seguimento, para sua implantação, envolvendo os distúrbios da deglutição/alimentação. b) Identificar as necessidades de desligamento do paciente e cuidadores. c) Participar do planejamento de desligamento em equipe. d) Identificar necessidades de seguimento, incluindo freqüência e monitoramento do tratamento e/ou reavaliação da deglutição, discutindo e atuando de acordo com as recomendações da equipe. e) Registro de desligamento. e) Documentar os critérios de desligamento, planos de desligamento e o seguimento. 11. Função: Docência e supervisão de estudantes, estagiários e equipe técnica. a) Domínio do conteúdo do curso e conhecimento a) Ministrar conteúdo programático adequado, sobre a proficiência dos estagiários. incluindo procedimentos de avaliação e reabilitação, além de elaborar estratégias de supervisão assistida adequada para segurança da população atendida. b) Conhecimento dos princípios educativos. b) Aplicar as técnicas educativas. c) Conhecimento dos princípios de supervisão. c) Promover a supervisão. d) Conhecimento da documentação necessária para d) Documentar a supervisão e docência. a regulamentação do estágio, aprimoramento, especialização de acordo com as regras do MEC, do CFFa e da Instituição. e) Métodos de avaliação institucional. e) Avaliar a efetividade da docência 12. Função: Promover educação e apoio público para a assistência aos indivíduos com disfagia. a) Conhecimento dos métodos para educação e a) Promover campanhas educativas para apoio públicos, tendo em conta a necessidade dos aumentar a atenção aos grupos com necessidades indivíduos com distúrbios da deglutição e especiais. alimentação. b) Serviços educativos destinados a fornecer uma educação pertinente. c) Procedimentos e regulamentos legais e de apoio que afetam as necessidades de indivíduos com disfagia. d) Conhecer a legislação sobre fundos/verbas destinados aos recursos técnicos e instrumentais quanto às próteses, traqueostomias, válvulas, suporte alimentar, sondas, exames instrumentais, entre outros, que beneficiem o indivíduo com distúrbios da deglutição e alimentação. e) Conhecimentos relativos a elaboração de indicadores epidemiológicos sobre os eventos disfágicos que possam servir de instrumento para adoção e controle dos fatores de risco para disfagia. b) Prover testemunhos em vários órgãos ou agências governamentais, regulares e educacionais. c) Fornecer documentação necessária para a obtenção de verbas provenientes das fontes apropriadas para os serviços prestados. d) Indicar tais recursos quando necessário. e) Fornecer dados epidemiológicos para órgãos ou agências governamentais para execução de programas de prevenção, detecção e tratamento da disfagia orofaríngea. 10

13. Função: Orientação de pesquisas a) Literatura nacional e internacional existente sobre a) Obter e interpretar a literatura. a deglutição normal e seus distúrbios. b) Elaboração de projetos de pesquisa. b) Desenvolver e aplicar os projetos de pesquisa. c) Métodos apropriados para proteger os sujeitos da pesquisa e obter o consentimento livre e esclarecido c) Elaborar e orientar o consentimento livre e esclarecido. (Resolução da Comissão de Ética em Pesquisa CONEP de no 196/96). d) Técnicas de coleta de dados. d) Selecionar metodologia adequada para coleta dos dados. e) Análise e interpretação estatística. e) Dominar testes estatísticos e suas interpretações. f) Conhecimento da escrita científica para divulgar os achados das pesquisas f) Elaborar textos científicos para divulgar os achados da pesquisa. 11