PERFIL MOTOR DE CRIANÇAS COM IDADE DE 9 A 10 ANOS EM UMA ESCOLA PÚBLICA NA ILHA DE CARATATEUA/PA

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Transcrição:

PERFIL MOTOR DE CRIANÇAS COM IDADE DE 9 A 10 ANOS EM UMA ESCOLA PÚBLICA NA ILHA DE CARATATEUA/PA ELIANA DA SILVA COELHO MARCO JOSÉ MENDONÇA DE SOUZA RUY JORNADA KREBS RICARDO FIGUEIREDO PINTO Universidade Castelo Branco, Rio de Janeiro/RJ Brasil nanycoelho@gmail.com INTRODUÇÃO As crianças de hoje, são bem diferentes das de antigamente, principalmente no seu modo de brincar. A modernidade reinventou os brinquedos, por sinal, ficaram muito osciosos, exemplo disso é o vídeo-game, Mp3, Mp4 e notebooks. Os pais tornaram-se cada vez mais ausentes no processo de amadurecimento e desenvolvimento de seus filhos a partir da necessidade de se manter em um mercado competitivo, acarretando mudanças nas relações familiares e transferindo para a escola uma responsabilidade que não é sua. Outra transformação dos costumes infantis se dá por conta da urbanização e da segurança, que geram a diminuição dos espaços e da própria liberdade para as crianças desfrutarem do momento de brincar. Além disso, o fator da iniciação escolar precoce torna as instituições de ensino responsáveis por grande parte da estimulação motora, emocional, cognitiva e social. A escola transformou-se, então, em um espaço importante para as crianças experimentarem novas vivências. A escola, diante dessa nova demanda de necessidades das crianças, passou a ter uma importância fundamental na estruturação do desenvolvimento psicomotor, preparando a base, os alicerces que serão determinantes na aquisição de novas aprendizagens, dentro e fora da escola (Gonçalves, 2008). Desenvolvimento, segundo Rosa Neto (2002), representa a aquisição de funções cada vez mais complexas, ocupa-se de fenômenos que indicam a diferenciação progressiva dos órgãos e de suas especializações, no amadurecimento de sua função e atualmente representa duplamente crescimento físico e funcional. Este processo dá-se inicio a partir da concepção do ser humano, estudos comprovam, que o comportamento motor do feto apresenta uma considerável variabilidade temporal e inter-individual e possui sua atividade muscular desde cedo, mesmo que no início sejam respostas desorganizadas e massivas, porém, depois de certos estímulos se tornam respostas estruturadas. Fonseca (1993) afirma que o movimento e o seu fim são uma unidade; desde a motricidade fetal até a maturidade plena, passando pelo momento do parto e pelas sucessivas evoluções, o movimento é sempre projetado face a uma satisfação de uma necessidade relacional. A relação entre o movimento e o seu fim aperfeiçoase cada vez mais, como resultado de uma diferenciação progressiva das estruturas integrativas do ser humano. O desenvolvimento motor, dentro de uma abordagem descritiva, caracteriza-se a partir de níveis (estágios) representando características peculiares de certos períodos razoavelmente homogêneos, onde internamente cada um deles tenha uma natureza evolutiva. Começa-se pela fase dos reflexos desordenados para se terminar numa fase mais especializada, culturalmente vinculada e individualmente diferenciada. Por isso, muitos autores conceituam o desenvolvimento motor como um processo evolutivo seqüencial, dependente das interações entre maturação e aprendizagem, e a contínua alteração no comportamento motor ao longo do ciclo da vida, proporcionada pela interação entre as necessidades da tarefa, a biologia do indivíduo e as condições do ambiente (Gallahue; Ozmun, 2005; Teixeira, 2001). As habilidades básicas são habilidades que dão suporte para toda e qualquer aquisição posterior que seja possível e mais efetiva, indicando tudo aquilo que a criança pode aprender e

as suas necessidades, ainda mais, é uma sequencia previsível de movimento, sendo igual para todas as crianças, variando apenas a velocidade (Oliveira; Manoel, 2005). Há uma fase que é conhecida por ser uma fase de desenvolvimento lento, que compreende a faixa etária dos 6 aos 12 anos, e que Eckert (1993) afirmou ser caracterizada por ser um período propício ao aperfeiçoamento e estabilização de habilidades e capacidades adquiridas anteriormente. Os testes de avaliação motora apontam vários problemas, estes podem ser corrigidos através de técnicas apropriadas e de um programa de reeducação psicomotora. Deve-se evitar rotulação na criança em função de não possuir um bom escore no seu desenvolvimento. O Profissional deve achar meios para suprir suas carências, já que a maioria das crianças que apresentam atraso em seu desenvolvimento cresce ou vive em um ambiente carente de estímulos. Pela ótica de Rosa Neto (2004), a estimulação é fundamental no desenvolvimento infantil, pois é graças às explorações motoras que a criança desenvolve consciência de si mesma e do mundo exterior, sendo que as habilidades motoras ajudam na conquista de sua independência e em sua adaptação social. Com isso, em termos de evolução, as experiências motoras são uma condição de adaptação vital. A pobreza do seu campo de exploração irá retardar e limitar a capacidade perceptiva do indivíduo (THOMPSON apud FERREIRA, 2000). Este estudo possui como objetivo principal analisar o Desenvolvimento Motor (DM), de crianças escolares entre 9 a 10 anos e para que esse fosse mensurado, foi utilizado um teste que envolve a coordenação motora ampla. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Esta é uma pesquisa de campo realizada de forma quasi-experimental, não probabilística, caracterizada como descritivo-diagnóstica. Este método foi utilizado com o intuito de diagnosticar questões relacionadas às carências do desenvolvimento motor, traçando para isso o perfil motor do grupo. 1. Amostra A amostra foi selecionada de forma intencional, participando assim deste estudo 30 crianças, na faixa etária de 9 a 10 anos de idade, sendo 20 do sexo feminino e 10 do sexo masculino, alunos da Fundação Referência em Educação Ambiental Escola Bosque Professor Eidorfe Moreira, que também foi selecionada intencional por ser a única a dispor de espaço adequado para a aplicação dos testes. Seguindo os seguintes critérios de exclusão e inclusão: CRITÉRIOS DE INCLUSÃO Crianças escolares Ambos os sexos Com idade de 9 e 10 anos Residentes na Ilha de Caratateua CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO Crianças não escolares Não residentes na Ilha de Caratateua Com idade < a 9 anos Com idade > a 10 anos 2. Delineamento Experimental As crianças deste estudo foram submetidas ao Testo f Gross Motor Development (TGMD- 2), proposto por Ulrich (2000), cujo objetivo é avaliar o desenvolvimento motor amplo por meio de dois subtestes: locomotor (correr, trotar, pular em um só pé, saltar, saltar horizontalmente e deslizar) e controle de objeto (rebater uma bola estacionária, quicar, receber, chutar, arremessar por cima do ombro e rolamento abaixo do ombro). As avaliações seguiram a ordem do protocolo com as tarefas que compõem a bateria. 3. Análise dos Dados

O desempenho das crianças em cada tarefa foi avaliado qualitativamente por meio de critérios de desempenho propostos pelo teste, referentes a uma execução biomecanicamente eficiente das habilidades. Se atendesse a determinado critério, receberia um ponto. Se não atendesse, não receberia pontos. A soma de todos os pontos alcançados pela criança formava, segundo as normas do testes, os escores brutos. Todas as crianças foram filmadas em fita S- VHS, sendo que posterior análise foi conduzida por dois avaliadores experientes. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os resultados demonstrados no gráfico 1 apontam uma diferença entre a média da idade cronológica (9,5 anos) e a média da idade equivalentes para habilidades de locomoção (7,56 anos) e habilidades de controle de objetos (9,65 anos) de todas as crianças. Gráfico 1: Comparação entre a média da idade cronológica e das idades equivalentes para habilidades de locomoção e habilidades de controle de objeto. Com isso, revelando um atraso geral de 1,94 anos quando comparamos a idade cronológica e a IE/LOC (idade equivalente para habilidade de locomoção) e um índice superior de 0,15 quando comparamos com IE/CO (idade equivalente para habilidades de controle de objetos). Isto significa que as crianças apresentaram desempenho abaixo de sua idade cronológica nas tarefas para habilidades de LOC e praticamente igualaram nas habilidades de CO, o que sugere que as vivências motoras oportunizadas a elas não são adequadas ou suficientes e nota-se, claramente, uma falta de organização e sistematização quanto a conteúdo ministrado. A carência de oportunidades de práticas diversas, na mesma proporção para habilidades de LOC e habilidades de CO e a inexistência de instrução são itens que podem determinar um desempenho abaixo do esperado (Andrade et al, 2006). Para corroborar o Gráfico 1, percebemos através do gráfico 2 e 3, que a maioria das crianças obtiveram escores abaixo da média para habilidades de LOC (sendo que a pontuação mínima para os subtestes são 1 ponto e máxima de 20 pontos). Gráfico 2: Nº de crianças e seus respectivos escores no subteste Habilidades de Locomoção.

Podemos observar através do Gráfico 2 que, 20 crianças pontuaram abaixo da média, 5 ficaram na média e apenas 5 ficaram acima da média. Já no Gráfico 3, no subteste Habilidades de CO, 10 crianças pontuaram abaixo da média, 5 ficaram na média e 15 ficaram acima da média. Gráfico 3: Nº de crianças e seus respectivos escores no subteste Habilidades de Controle de Objeto. Porém, apesar da idade cronológica ser inferior à idade motora no subteste habilidade de CO e significativamente superior à idade motora no subteste habilidade de LOC, a maioria das crianças foi classificada dentro da média (83%). Isso demonstra que a Educação Física escolar está oferecendo um ambiente que propicia experiências motoras, onde suprem necessidades de crianças com os mais diversos níveis de habilidades e experiências (Valentini, 2002). CLASSIFICAÇÃO Nº DE CRIANÇAS FREQUÊNCIA RELATIVA MUITO SUPERIOR SUPERIOR ACIMA DA MÉDIA MÉDIA 25 83% ABAIXO DA MÉDIA POBRE 5 17% MUITO POBRE Tabela 1: Nº e porcentagem de crianças em cada classificação do TGMD-2. CONCLUSÃO King-Thomas apud Valentini (2008) relata que a identificação de níveis de desenvolvimento e funcionalidade de crianças é essencial para o desenvolvimento de programas interventivos que tenham como finalidade potencializar o desenvolvimento de novas habilidades, remediar dificuldades já estabelecidas e/ou desenvolver novas estratégias de movimento. Os profissionais precisam identificar os fatores que tornam limitado o movimento, tomando dessa forma decisões sobre que habilidades motoras devem ser enfatizadas em suas aulas, o seu tempo de prática e traçar metas de desempenho para as crianças, e isso, só vai conseguir através do diagnóstico do desenvolvimento motor. Sendo assim, a maneira correta de entender uma criança é compreendendo o seu desenvolvimento, pois ele sofre influências de diversos fatores, genéticos e ambientais, e estes levam a um desenvolvimento cognitivo, afetivo, motor, que estão diretamente relacionados ao processo de aprendizagem. Tais

aspectos serão identificados de maneira mais objetiva utilizando-se de eficientes instrumentos de avaliação (Andrade et al, 2006). Palavras-Chave: Avaliação Motora, capacidades motoras, desenvolvimento infantil. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANDRADE, V. M.; LIMA, D. A.; BASTOS, C. B.; MARQUES, I. Análise de habilidades locomotoras e manipulativas em crianças de 4 a 6 anos de idade. In: XV Encontro Anual de Iniciação Científica e VI Encontro de Pesquisa da UEPG, 2006, Ponta Grossa. Anais, 2006. FONSECA, Vitor. Psicomotricidade, psicologia e pedagogia. São Paulo: Martins Fontes, 1993. GALLAHUE, D. L.; OZMUN, J. C. Compreendendo o desenvolvimento motor: bebês, crianças, adolescentes e adultos. 3ªed. São Paulo: Phorte, 2005. GONÇALVES, Fátima. Do andar ao escrever: um caminho psicomotor. São Paulo: Editora Cultura RBL, 2008. KING-THOMAS L. A therapist s guide to Pediatric Assessment. Apud VALENTINI NC, BARBOSA MLL, CINI GV, PICK RK, SPESSATO BC, BALBINOTTI MAA. Teste de desenvolvimento motor grosso: validade e consistência interna para uma população gaúcha. Rev. Bras. Cineantropom. & Desempenho Hum. 2008; 10 (4): 399-404. OLIVEIRA, J. A.; MANOEL, E. J. Análise desenvolvimentista da tarefa motora: estudos e aplicações. In: TANI, G. (Org.). Comportamento motor: aprendizagem e desenvolvimento. Rio de Janeiro, 2005, p. 273-84. ROSA NETO, Francisco. Manual de avaliação motora. Porto Alegre: Artmed, 2002. ROSA NETO, F.; POETA, L. S.; COQUERE, P. R. S.; SILVA, J. C. Perfil motor em crianças avaliadas em um programa de psicomotricidade. Temas sobre desenvolvimento, v. 13, n. 74, p. 19-24, 2004. TEIXEIRA, L. A. Avanços em comportamento motor. São Paulo: Movimento, 2001. THOMPSON, R. Desenvolvimento psicomotor e aprendizagem. Apud FERREIRA, C. A. M. Psicomotricidade: da educação infantil à gerontologia. São Paulo: Lovise, 2000. ULRICH, Dale. The test of gross motor development. Austin: Prod-Ed; 2000. VALENTINI, N. C. A influência de uma intervenção motora no desempenho motor e na percepção de competência de crianças com atrasos motores. Revista Paulista de Educação Física, v. 16, n. 1, p. 61 75, 2002. VALENTINI NC, BARBOSA MLL, CINI GV, PICK RK, SPESSATO BC, BALBINOTTI MAA. Teste de desenvolvimento motor grosso: validade e consistência interna para uma população gaúcha. Rev. Bras. Cineantropom. & Desempenho Hum. 2008; 10 (4): 399-404. Endereço para correspondência: Av. Mendonça Furtado, nº 4319, casa 03 Bairro: Mapiri Cep: 68040-050 Santarém Pará Brazil Tel: (93) 8125-6115/8803-5933 e-mail: nanycoelho@gmail.com