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Trata-se de recurso apelatório (fls. 121/131) interposto

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VISTOS, RELATADOS E DISCUTIDOS os presentes autos

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VISTOS, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima identificadas: RELATÓRIO

: Município de Cascavel, Prosegur Brasil S.A. Transportadora de Valores e Segurança.

Transcrição:

* juktts ESTADO DA PARAÍBA PODER JUDICIÁRIO GABINETE DO EXMO. DES. MÁRCIO MURILO DA CUNHA RAMOS ACÓRDÃO APELAÇÃO CÍVEL N 200.2009.043133-5/001 16 Vara Cível da Capital Relator: Exmo. Des. Márcio Murilo da Cunha Ramos Apelantes: Ricardo Matos Santos Advogado: Geraldo Vale Cavalcante Filho Apelado: Bradesco Auto Re Cia de Seguros Advogado: Vanessa Cristina de Morais Ribeiro APELAÇÃO CÍVEL AÇÃO DE RESSARCIMENTO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS CORRETOR QUE EFETIVA O SEGURO APÓS NEGATIVA DA SEGURADORA UTILIZAÇÃO DO VEÍCULO PARA FINS DIVERSOS DO PREVISTO NA APÓLICE EXCLUSÃO CARACTERIZAÇÃO DA MÁ FÉ DO SEGURADO IRRESIGNAÇÕES PREENCHIMENTO DA APÓLICE MEDIANTE INFORMAÇÕES CONFUSAS CONTRATAÇÃO DO SEGURO POR PESSOA JURÍDICA PRESUNÇÃO DE ATIVIDADE COMERCIAL AFASTADA A MÁ FÉ INTERPRETAÇÃO MAIS BENÉFICA PARA O CONSUMIDOR INFORMAÇÃO ERRADA QUE NÃO ALTERA O CUSTO, NEM O RISCO PARA O SEGURO TESES ACOLHIDAS DESPESAS PARA A EFETIVA COBERTURA SECURITÁRIA RESSARCIMENTO DEVIDO DANOS MORAIS AFASTADOS MERO ABORRECIMENTO INERENTE A ATIVIDADE EXERCIDA DANOS MORAIS NÃO EVIDENCIADOS PROVIMENTO PARCIAL DO APELO. O Código de defesa do consumidor preconiza que a interpretação dos contratos deve, em caso de dúvida, beneficiar o consumidor. Efetuado contrato de ro por pessoa jurídica é inafastável a conclusão qu a cob rtura refere-se as atividade desenvolvidas pela pesso jurídica, que podem ser comerciais. Insere-se como m o aborrecimento profissional do corretor de seguros a negati a securitária que o leva a tentar resolver administrativamente o problema.

acima identificados. VISTOS, RELATADOS E DISCUTIDOS os presentes autos ACORDA a Egrégia Terceira Câmara Cível do Colendo Tribunal de Justiça do Estado, à unanimidade, em dar provimento parcial ao apelo. RELATÓRIO Ricardo Matos Santos, interpôs Apelação Cível (fls. 125/137) contra Bradesco Auto Re Cia de Seguros, visando modificar a sentença de mérito que, julgando a demanda improcedente reconheceu a má-fé do consumidor ao preencher a proposta do seguro com informações não condizentes com o uso do veículo (fls. 120/124.). Em suas razões recursais, o apelante esclarece que deve ser aplicada o Código de Defesa do Consumidor, que o fim indicado para análise de risco(profissional) e a atividade comercial apresentam identidade, que a cláusula do contrato mostrou-se confusa e que por isso não restou evidenciada a má-fé no preenchimento, que a informação prestada pelo segurado não ocasionou agravamento concreto, nem alteraria o valor do seguro, já que o mesmo quando promoveu a alteração para o enquadramento de atividade comercial nada teve a pagar ao seguro. Alega ainda que no caso em exame não pode ser presumida a má-fé do consumidor. Por tais alegações pede a reforma da decisão para que seja julgada procedente os pedidos iniciais (fls. 125/137). A apelada ofertou contrarrazões recursais às fls. 139/143. Propugna pelo desprovimento do recurso, informando que a conduta da empresa Engetec- Engenharia Construtiva e Térmica LTDA em dar uso, "comercial", diverso do pactuado "particular e/ ou profissional" legitimou a negativa de pagamento por parte da seguradora. A Procuradoria de Justiça, através de manifestação às fls. 149/151, assentou a desnecessidade de oferta de parecer por ausência de interesse público na lide. É o Relatório. VOTO: Analisando os autos, vejo restar incontroverso que o autor teve despesas para o conserto de veículo sinistrado face a não cobertura do seguro. A negativa da seguradora foi motivada pela incorreta indicação da atividade "particular e/ ou profissional" na análise de risco do seguro ora tratado, quando deveria ter sido "comercial", atividade esta desenvolvida quando ocorreu o sinistro, matéria também não controvertida nos autos, discutindo-se apenas quanto ao preenchimento desta cláusula. Em que pese a contr..ção do seguro ficar adstrito ao preenchimento das cláusulas e análise de risco idencia-se que por tratar-se de relação de consumo o contrato requer cláusulas clara e a boa-fé deve ser reconhecida apenas por quem preenche o contrato, mas também ra quem o executa. Da narrativa dos fatos percebe-se que o autor é corretor da

empresas Engetec- Engenharia Construtiva e Térmica LTDA, tendo oferecido seguro da ora apelada, ocorre que quando a empresa se socorreu do seguro este foi negado informando que o uso comercial estaria fora da cobertura securitária. Ora, admitir que a contratante do seguro, pessoa jurídica, pode ter negada a cobertura securitária por estar desempenhado na hora do sinistro suas atividades comerciais é no mínimo contrariar a boa-fé exigida não apenas na hora de contratar, mas na execução deste contrato. Vejamos o que preceitua o Código Civil em seu art. 422: "Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé.". Quanto a análise de má-fé na hora do preenchimento para análise de risco este não é clarividente isto porque a identidade da pessoa contratante do seguro, pessoa jurídica, já demonstra a incoerência da opção "particular e/ ou profissional". Ressalte-se que o seguro era oferecido para um veículo utilitário de uma construtora. Ademais saliente-se que o endosso realizado pelo segurado após o sinistro, promovendo a alteração de "particular e/ ou profissional" para "comercial" na análise de risco do seguro ora tratado, embora tenha sido realizado após o acidente demonstrou que tal informação não aumentou o risco do segurado, nem muito menos o valor do seguro. Assim, a motivação para a negativa do seguro mostrou-se abusiva face ao conjunto dos fatos, a condição de pessoa jurídica do contratante do seguro, a confusão perceptível do preenchimento da proposta do seguro, tudo isto ressaltado pela inexistência de agravamento dos riscos pela informação mal prestada. Entendimento análogo do STJ: "DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. CERCEAMENTO DE DEFESA. NÃO OCORRÊNCIA. CONTRATO DE SEGURO. QUESTIONÁRIO DE RISCO. DECLARAÇÕES INEXATAS OU OMISSAS FEITAS PELO SEGURADO. NEGATIVA DE COBERTURA SECURITÁRIA. DESCABIMENTO. INEXISTÊNCIA, NO CASO CONCRETO, DE AGRAVAMENTO DO RISCO E DE MÁ-FÉ DO SEGURADO. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 7. EXISTÊNCIA DE CLÁUSULA LIMITATIVA COM DUPLO SENTIDO. APLICAÇÃO DA SÚMULA 5. (...) 2. As declarações inexatas ou omissões no questionário de risco em contrato de seguro de veículo automotor não autorizam, automaticamente, a perda da indenização securitária. É preciso que tais inexatidões ou omissões tenham acarretado Concretamente o agravamento do risco contratado e decorram de ato intencional do segurado. Interpretação sistemática dos arts. 766, 768 e 769 do CC/02. 3. "No contrato de seguro, o juiz deve proceder com equilíbrio, atentando às circunstâncias reais, e não a probabilidades infundadas, quanto à agravação dos riscos" (Enunciado n. 374 da IV Jornada de Direito Civil do STJ)....). 6. Soma-se a isso o fato. de ter o acórdão recorrido entendido que entu 1 equívoco no preenchimento do questionário de risco ter d orrido ta bém de dubiedade da cláusula limitativa. Assim, aplica-s a milenar r gra de direito romano interpretatio contra stipulatorem, aco ida expressa ente no art. 423 do Código Civil de 2002: "Quando hou r no contrato se adesão cláusulas ambíguas ou contraditórias, dever e-á adotar a interpre o mais favorável ao aderente". 7. Recurso especia não provido." (REsp 1210205/RS, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOM O, QUARTA TURMA, julgado em 01/09/2011, DJe 15/09/2011) Nestes termos, entendo como abusiva a negativa securitária daí

Porque imperativa o pagamento de todas as despesas decorrentes da não cobertura por parte da seguradora, respeitada a apólice de seguro para identificar as despesas que possam ser ressarcidas. No tocante ao dano moral requerido pelo autor percebo que este é inexistente, afinal o mesmo estava desempenhando a sua função de corretor de seguro, função esta que naturalmente atrai para si situações de negativa à cobertura securitária. O Ocorrido esta inserido como mero aborrecimento inerente a profissão de corretor. O fato de querer satisfazer o seu cliente a empresa Engetec- Engenharia Construtiva e Térmica LTDA é que motivou o seu empenho para anuir antecipadamente as despesas com o sinistro provocado por veículo segurado. Assim, não evidencio a existência do abalo moral suportado pelo autor, daí porque não entendo pela condenação em danos morais. Não estando presente todos os pressupostos da responsabilidade civil não há que se falar em indenizar, embora havendo a conduta ilícita, resta afastada a hipótese de indenizar pois não havendo o dano não há o que reparar. Cumpre ressaltar, ademais, que a seguradora não atribui a negativa securitária a qualquer ato do corretor, assumindo total responsabilidade pela não cobertura securitária. Ou seja, seu cliente a empresa Engetec- Engenharia Construtiva e Térmica LTDA todo o tempo soube que a falha na prestação do seguro estava relacionada a interpretação do contrato, nada sendo implicado ao corretor. O fato de ter adiantado o pagamento das despesas, por si só não evidencia o abalo moral. A demora ou a negativa na cobertura securitária não enseja danos morais ao correntista do seguro, mas sim ao próprio segurado, se o corretor antecipa o pagamento de despesas causados no sinistro o faz para agradar seu cliente e não pode alegar abalo moral face a isto. Pelo exposto, vejo que devida é a cobertura securitária na medida da apólice, devendo as despesas ocorridas envolvendo o veículo segurado serem todas indenizadas. Considerando que estas despesas já foram adimplidas pelo autor que juntou recibo de tais despesas e que tais contas não foram contestadas admito como devido o valor apresentado na inicial referente aos danos materiais no importe de R$ 20.918,45 (vinte mil novecentos e dezoito reais e quarenta e cinco centavos), referente as despesas de conserto do veículo sinistrado, mais despesas decorrentes do uso de carro reserva. Como o valor para cobertura de danos patrimoniais, constante na apólice do seguro, segundo informação da própria seguradora às fls. 77, é de R$ 30.000,00 (trinta mil reais) não se mostra a indenizaçãe com ativei com a apólice do seguro. Pelo exposto, DOU P VIMENTS PARCIAL AO APELO, passando a condenar a promovida/apelada título de dans s materiais no valor R$ 20.918,45 (vinte mil novecentos e dez ito reais e quarenta e cinco centavos), devidamente corrigido. Tendo em vista que ambas as partes são vencidas e vencedoras, aplico a sucumbência recíproca, isentando-as dos honorários de sucumbência, ante a

, Compensação. E como voto. Presidiu a Sessão o Exmo. Sr. Des. Genésio Gomes Pereira Filho. Participaram do julgamento o Exmo. Des. Márcio Murilo da Cunha Ramos, o Exmo. Des. Saulo Henriques de Sá e Benevides e o Exmo. Des. Genésio Gomes Pereira Filho. Presente ao julgamento o Exmo. Dr. Francisco de Paula Ferreira Lavôr, Promotor de Justiça convocado. João Pessoa, 28 de 012 Márcio urilo da Cunha Ramos Desembargador e

) TRIBUNAL DE JUSTIÇA Diretoria Judiciária Roptstrado e,til;p'12 o