Considerando que nunca houvera planejamento adequado para tratar desse caos e a falta de planejamento metropolitano integrado; as ocupações de áreas d

Documentos relacionados
de 95% para 99% de 84% para 88% de 42% para 91% (+ 49 p.p.)

RESOLUÇÃO CONJUNTA ANA/DAEE Nº 614, DE 09 DE NOVEMBRO DE 2010

Interligação entre as Represas Jaguari (bacia Paraíba do Sul) e Atibainha (bacias PCJ) Esclarecimentos à Prefeitura de Santa Isabel Item a Item b

PROGRAMAS DE REUSO DE ÁGUA NAS BACIAS PCJ. Sergio Razera Diretor Presidente Fundação Agência das Bacias PCJ

FUNDAÇÃO AGÊNCIA DAS BACIAS HIDROGRÁFICAS DOS RIOS PIRACICABA, CAPIVARI E JUNDIAÍ AGÊNCIA DAS BACIAS PCJ

FUNDAÇÃO AGÊNCIA DAS BACIAS HIDROGRÁFICAS DOS RIOS PIRACICABA, CAPIVARI E JUNDIAÍ AGÊNCIA DAS BACIAS PCJ

SEMINÁRIO FIESP GESTÃO DA ÁGUA A CRISE NÃO ACABOU

Escola Politécnica da Universidade de São Paulo PHD2537 Água em Ambientes Urbanos

COMUNICADO Nº 10 30/6/2014

RESOLUÇÃO CONJUNTA ANA/DAEE N o 926, DE 29 DE MAIO DE 2017 Documento nº /

DELIBERAÇÃO CEIVAP Nº 222/2014 DE 11 DE DEZEMBRO DE 2014

FUNDAÇÃO AGÊNCIA DAS BACIAS HIDROGRÁFICAS DOS RIOS PIRACICABA, CAPIVARI E JUNDIAÍ. AGÊNCIA DAS BACIAS PCJ

GRUPO TÉCNICO DE ASSESSORAMENTO PARA GESTÃO DO SISTEMA CANTAREIRA GTAG - CANTAREIRA. COMUNICADO N o 1 18/02/14

4. REVISÃO DAS METAS E AÇÕES DO PLANO DE BACIAS 2000/2003

DECRETO nº , de 7 de abril de 1998

Crise Hídrica no Brasil São Paulo não pode parar. Museu do Amanhã, Rio Jerson Kelman, presidente da Sabesp 24 de junho de 2016

GRUPO TÉCNICO DE ASSESSORAMENTO PARA GESTÃO DO SISTEMA CANTAREIRA GTAG - CANTAREIRA COMUNICADO Nº 7-16/05/2014

GESTÃO DO CRESCIMENTO URBANO: PROTEÇÃO DE MANANCIAIS E RECUPERAÇÃO URBANA. 5 de Dezembro de 2012

OUTORGA DO SISTEMA CANTAREIRA

Algumas Ações Integradas de Governo

DECISÃO DE DIRETORIA Nº 394/2014/C, de 23 de dezembro de 2014

Base Legal - Legislação Federal

Encontro Gestão Eficiente de Água e Energia

Agência de Água PCJ. O processo de elaboração do Plano das Bacias PCJ. Corpos d Água nas bacias PCJ. Eduardo Cuoco Léo Analista em Gestão Ambiental

DISPONIBILIDADE HÍDRICA DO SISTEMA CANTAREIRA PARA A BACIA DOS RIOS PIRACICABA CAPIVARI E JUNDIAÍ. Crise da água: desafios e soluções

UHE PARAIBUNA BACIA PARAIBA DO SUL

GESTÃO DAS ÁGUAS. Abril/2015

Comitê de Meio Ambiente CTC ÚNICA. "O Setor Sucroenergético e a Crise Hídrica Avanços com Boas Práticas" COMITÊ DE MEIO AMBIENTE (CMA) CTC-UNICA

Outubro de 2014 (o ano da crise)

PLANO DA BACIA DO RIO MOGI GUAÇU

EVENTOS HIDROLÓGICOS EXTREMOS: A CRISE COMO OPORTUNIDADE PARA TRANSFORMAÇÕES NAS BACIAS PCJ PIRACICABA SESC 25/06/2015

Interligação entre as Represas Jaguari (bacia Paraíba do Sul) e Atibainha (bacias PCJ) Esclarecimentos ao Centro de Amigos da Natureza - CAMIN

GESTÃO DE RECURSOS HÍDRICOS A POLÍTICA DE RECURSOS HÍDRICOS DO ESTADO DE SÃO PAULO

Deliberação dos Comitês PCJ nº 043/09, de 28/08/2009

PROCESSO DE COBRANÇA PELO USO DE RECURSOS HÍDRICOS

RECURSOS FLORESTAIS E HÍDRICOS NA RMC

CÂMARA TÉCNICA DE MONITORAMENTO HIDROLÓGICO - CTMH

A Crise de Água O que podemos fazer como pais, educadores e cidadãos para enfrentar a escassez de água e construir soluções de curto e longo prazo?

OFERTA DE ÁGUA E DEMANDAS SETORIAIS EM BACIAS INDUSTRIALIZADAS

DECRETO N DE 18 DE JUNHO DE 2004

MESA TEMÁTICA AGÊNCIA DAS BACIAS PCJ. Eduardo Cuoco Léo Coordenador de Sistema de Informações Fundação Agência das Bacias PCJ

BACIA DO RIO PARAÍBA DO SUL

AGÊNCIA DE ÁGUA PCJ PARECER TÉCNICO Nº: 02/2007. Assunto: SOLICITAÇÃO DE ABATIMENTO DO VALOR DBO IDENTIFICAÇÃO

Estresse Hídrico na Bacia do Rio Paraíba do Sul

Painel: Desafios e Metas de Abastecimento de Água e Tratamento de Esgoto

COBRANÇA PAULISTA PCJ

2º Workshop Programa de PSA com foco em recursos hídricos do Comitê de Integração da Bacia do Rio Paraíba do Sul - CEIVAP

COMO A CEDAE ENFRENTOU A CRISE HÍDRICA DE Eng. Edes Fernandes de Oliveira Diretor de Produção e Grande Operação

Dispõe sobre Procedimentos para o Controle de Efluentes Líquidos Provenientes de Fontes de Poluição Licenciáveis pela CETESB, na UGRHI 6 Alto Tietê.

O PACUERA E SEUS DESAFIOS. Luciano Cota Diretor de Meio Ambiente

PAINEL 2 USO SUSTENTÁVEL DA ÁGUA. São Paulo, 23 de março de 2009

Os desafios da crise hídrica e a construção da sustentabilidade. IV Congresso Mineiro dos Serviços Municipais de Saneamento Básico outubro de 2015

CC54Z - Hidrologia. Definições, aspectos gerais e o ciclo hidrológico. Universidade Tecnológica Federal do Paraná

OUTORGA. Obtenção da Outorga De Direito de Uso de Recursos, Órgão Responsável pela emissão D.A.E.E. Decreto Nº de 31/10/96

Bacia do Alto Tietê FABHAT 18/05/2011

Seminário franco-brasileiro sobre saúde ambiental : água, saúde e desenvolvimento. 1ª sessão : Água, saúde e desenvolvimento : que direitos?

DIRETRIZES PARA O AUMENTO DA SEGURANÇA HÍDRICA DA REGIÃO METROPOLITANA DO RIO DE JANEIRO

Sistema Cantareira: RMSP e PCJ escassez hídrica (muita gente: 20 milhões de pessoas só na RMSP e pouca água)

SEMINÁRIO MINEIRO DE REUSO DE ÁGUA E EFLUENTE REUSO DA ÁGUA NO CONTEXTO DA LEGISLAÇÃO BRASILEIRA

DELIBERAÇÃO COMPÉ Nº 61/2017 DE 04 DE SETEMBRO DE 2017

Deliberação Ad Referendum dos Comitês PCJ nº 299/18, de 08/08/18.

DISPONIBILIDADE HÍDRICA DO SISTEMA CANTAREIRA PARA A BACIA DOS RIOS PIRACICABA CAPIVARI E JUNDIAÍ. CIESP CAMPINAS 17 DE Julho 2014

V RESERVATÓRIO PAIVA CASTRO - MAIRIPORÃ - SP AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA ( )

EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS

A Crise Hídrica no Estado de São Paulo Políticas Públicas e Programas para Conservação de Água

SEMINÁRIO COBRANÇA PELO USO DOS RECURSOS HÍDRICOS URBANOS E INDUSTRIAIS O QUE É A COBRANÇA PELO USO DA ÁGUA?

Planejamento Hídrico para Habitação, Abastecimento e Saneamento

ANEXO I PLANO PLURIANUAL DE APLICAÇÃO PPA DOS COMITÊS DA BACIA HIDROGRÁFICA DOS AFLUENTES MINEIROS DOS RIOS POMBA E MURIAÉ

O Legado da Crise Hídrica

Norma Técnica Interna SABESP NTS 019

07/11/18. Jorge Antonio Mercanti. Coordenador da Câmara Técnica de Uso e Conservação da Água na Indústria

Área de Atuação do Comitê Guandu. Área total Km². 15 Municípios DECRETO /04/2002 RESOLUÇÃO/CERH/RJ Nº 18 DE 08 DE NOVEMBRO DE 2006

Gestão Ambiental nas Bacias PCJ - Instrumentos e estratégias para integração

Código ANÁLISE DA IMPLEMENTAÇÃO DAS AÇÕES DO PDRH- GRAMAME (2000) E PERSPECTIVAS PARA SUA ATUALIZAÇÃO

Seminário do Planejamento à Prática: Uso Sustentável dos Recursos Hídricos 10 de novembro de 2015

A aplicação dos recursos da Cobrança pelo uso da água nas bacias PCJ

06/03/2019. Boletim Diário da Sala de Situação PCJ

Consórcio Intermunicipal das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí

PLANEJAMENTO E GESTÃO INTEGRADA DE RECURSOS HÍDRICOS - APLICAÇÕES NA REGIÃO METROPOLITANA DE SÃO PAULO - RMSP

Perspectivas do Setor Usuários

Entendendo o setor de Saneamento

COMITÊS PCJ POLÍTICA DE RECUPERAÇÃO, CONSERVAÇÃO E PROTEÇÃO DE MANANCIAIS

INDICADOR 4 OPERACIONALIZAÇÃO DA COBRANÇA. Indicador 4B Cadastro de Usuários RELATÓRIO ANUAL COM O ESTADO DA ARTE DOS CADASTROS DE USUÁRIOS

TÍTULO DO TRABALHO: Comitê de Bacia Hidrográfica - Poderosa Ferramenta para o Saneamento - Experiência do Baixo Tietê.

RESOLUÇÃO N o 49, DE 21 DE MARÇO DE 2005 (a publicar)

DESAFIO HÍDRICO: A SUSTENTABILIDADE DA MACROMETROPOLE PAULISTA

PROGRAMA MANANCIAIS. Seminário PHD Águas Urbanas Cinthia R. Martins NºUSP: Novembro 2008

Alceu Segamarchi Junior

18/02/2019. Boletim Diário da Sala de Situação PCJ

URBAN AGE SÃO PAULO WORKSHOP APRIL 2008

Recursos hídricos no Brasil: panorama da crise hídrica Brasília, 06/06/2017

Perspectivas sobre a gestão da água no Brasil frente às variações climáticas e eventos hidrológicos extremos

PÓS CRISE : REÚSO DE ÁGUA É UMA REALIDADE EM SÃO PAULO?

AGÊNCIA DE ÁGUA PCJ. Tomador: Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento S/A - SANASA

É COM VOCÊ. cartilha. Reservatórios: degradação ambiental (?) Meio Ambiente / Série: Água Nº 2 Escassez de chuva ou. Janeiro/ ,00 556,00

Sustentabilidade e uso de água: a Paraíba no contexto da discussão

3.6 LEOPOLDINA Sistema Existente de Abastecimento de Água

COMITÊ DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO DAS VELHAS

Transcrição:

Interligação entre as Represas Jaguari (bacia Paraíba do Sul) e Atibainha (bacias PCJ) Esclarecimentos ao Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente - COMDEMA Santa Isabel, e à Associação dos Pescadores Amadores de Santa Isabel África Nilo (APASIAN) Em atendimento ao ofício CETESB 578/15/IE, de 24/07/2015, a Sabesp apresenta, a seguir, esclarecimentos e comentários ao Abaixo Assinado protocolado na CETESB pelo COMDEMA de Santa Isabel e a APASIAN em 29/05/2015. ABAIXO ASSINADO Contra o Projeto de Transposição ou "Interligação" do reservatório do Jaguari (Bacia Hidrográfica do Paraíba do Sul), ao reservatório Atibainha (Bacia Hidrográfica Piracicaba, Capivari e Jundiaí) da forma que será executado. Secretaria de Estado do Meio Ambiente Companhia Ambiental do Estado de São Paulo - CETESB Departamento de Avaliação Impacto Ambiental - DAIA Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo - SABESP Secretaria de Agricultura e Abastecimento Departamento Estadual de Águas e Energia do Estado de São Paulo - DAEE Companhia Energética do Estado de São Paulo - CESP Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Proteção dos Recursos Naturais - IBAMA Ministério Público Estadual - Grupo de Atuação Especial do Meio Ambiente - GAEMA Comitê das Bacias Hidrográficas do Rio Paraíba do Sul - CBH-PS Considerando a previsão constitucional em seu Capitulo VI e seus respectivos artigos, que tratam da Matéria sobre o Meio Ambiente; Considerando que a Cidade de Santa Isabel tem a obrigatoriedade legal de manutenção de uma Área de Proteção aos Mananciais na Região Metropolitana de São Paulo, equivalente a 82% de seu território; Considerando que nosso país possui fenômenos adversos com relação ao clima, onde por multas vezes temos inundações pelas chuvas e outras vezes secas em vários pontos; Considerando que no ano de 2014 e em janeiro de 2015, o fenômeno "seca" apresentou-se de forma acentuada em diversas regiões e cidades, em especial referindo-se neste pleito ao município de Santa Isabel, o que vem trazendo sérios prejuízos à agricultura, abastecimento humano e uso industrial; Considerando que tal fenômeno já é reconhecidamente considerado como a pior crise hídrica dos últimos anos, no qual o histórico de chuvas registradas em Santa Isabel mostra que em 2013 e 2014 foram os anos com incidência de menor precipitação pluviométrica dos últimos 84 anos; Considerando que o Reservatório do Rio Jaguari é o principal ponto de captação de água para abastecimento da cidade de Santa Isabel, pela manutenção e tentativa de preservação da represa inclusa em sua área geográfica, a qual, observada seu volume d'água, teve redução drástica em volume, atingindo sobremaneira o sistema de abastecimento público; Considerando que é de extrema importância garantir uma reserva de águas oriundas do Rio Jaguari em sistema de Represamento para abastecimento de mais de 40.000 (quarenta mil) pessoas na Cidade de Santa Isabel/SP; 1

Considerando que nunca houvera planejamento adequado para tratar desse caos e a falta de planejamento metropolitano integrado; as ocupações de áreas de mananciais e de várzeas por ausência de política habitacional adequada; os baixos índices de coleta e tratamento dos esgotos que são despejados in natura, nos córregos, rios e represas; a carência de investimentos na busca de novas fontes de abastecimento e a ausência de planos de contingência para atendimento da demanda em situação de crise interferiram de forma significativa nessa questão de abastecimento de água; Os cidadãos abaixo assinados, munícipes de Santa Isabel/SP, solicitam desses distintos órgãos: A apreciação das considerações e das contrapartidas, em complemento ao direito de manifestação pública a ser desenvolvida quando da AUDIÊNCIA PÚBLICA referente ao Projeto de Transposição ou "Interligação" do reservatório do Jaguari (Bacia Hidrográfica do Paraíba do Sul), ao reservatório Atibainha (Bacia Hidrográfica Piracicaba, Capivari e Jundiaí), que será executada em parte no município de SANTA ISABEL/SP, mediante apresentação do Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental, conforme os termos da Deliberação Normativa do CONSEMA nº 01/2011. Outrossim, enfatizamos com especial destaque nossas impressões, as quais sugerimos a título de contrapartida aos impactos que verdadeiramente hão de refletir significativamente em nosso município, caso tal projeto venha a efetivar-se: Que o impacto social desencadeado será sem sombra de dúvidas o mais contundente, pois haverá com a transposição uma redução drástica dos volumes reservados de águas, ora solucionado provisoriamente com o enrocamento, por iniciativa e providências dos órgãos do governo municipal, uma vez que com a transposição objetivada, a captação das águas do Rio Jaguari dependerá exclusivamente desta obra, que possui caráter provisório e emergencial; Esclarecimento: A Interligação Jaguari-Atibainha não provocará uma redução drástica dos volumes reservados de águas. A transposição de águas do Jaguari para o Atibainha recebeu Outorga de Implantação do DAEE após aval da ANA, e no marco da instituição de novas regras operativas para o sistema hídrico da bacia do rio Paraíba do Sul. Essas regras priorizam a segurança hídrica para abastecimento, com acumulação dos excedentes de vazão (acima da vazão objetivo nas seções de controle) nos reservatórios de cabeceira, com o que, após a superação da atual crise hídrica, o reservatório Jaguari tenderá a operar em níveis mais elevados que os historicamente registrados. Independentemente da Interligação Jaguari-Atibainha, o reservatório da UHE Jaguari pode operar entre os níveis operacionais máximo e mínimo da usina: 623,00 e 603,20 m. Para níveis baixos do reservatório, a atual captação para abastecimento da cidade de Santa Isabel no rio Jaguari requer a presença de uma barragem de elevação de nível. A barragem de enrocamento implantada em 2014 é, de fato, uma solução provisória que requer obras complementares. Que deverão ser criados mecanismos de indução na aplicação de recursos provenientes da Cobrança pelo Uso da Água, instituídos pela Lei Estadual e Federal em vigor, para projetos de recuperação e reflorestamento dos mananciais, que abastecem o Reservatório. Esclarecimento: Recomendação endereçada ao Comitê de Bacia. A Sabesp considera essa proposta como positiva. O Pagamento que a Sabesp fará pelo Uso da Água em face da derivação na Interligação deverá constituir uma das maiores contribuições no trecho paulista da bacia do Paraíba do Sul. Consequentemente observaremos a evasão populacional em detrimento da falta de água para o consumo humano. Conforme já explanado nas considerações iniciais, nosso município é responsável pela manutenção de 82% de seu território como Área de Proteção aos Mananciais na Região Metropolitana de São Paulo e esta, por si só, já seria motivo suficiente para a não 2

realização de obras e projetos dessa natureza, uma vez que vai contra justamente o que é imposto ao município, que carrega verdadeiro ônus social e econômico por não poder realizar projetos voltados a construção de estruturas públicas que pudessem dar uma melhor condição e qualidade de serviços prestados pelo governo aos seus munícipes. Esclarecimento: A inclusão da bacia do reservatório Jaguari (até o limite da RMSP) na área de Proteção de Mananciais, determinada pela Lei estadual 898/75, que afetou 82% do território de Santa Isabel teve como objetivo a previsão, que agora se concretiza, de aproveitamento do reservatório Jaguari para abastecimento público da RMSP. A nova Lei de Proteção de Mananciais (Lei estadual 9.866/97) veio corrigir limitações excessivas ao desenvolvimento e efeitos contraproducentes decorrentes das leis aprovadas na década dos 70, e instituir mecanismos mais efetivos de gestão que visam compatibilizar a proteção ambiental com o desenvolvimento sustentável. Essa lei estabelece o arcabouço institucional para a gestão das bacias dos mananciais de interesse regional, baseado na instituição de Plano de Desenvolvimento e Proteção Ambiental (PDPA) para a bacia, Lei estadual específica, e instrumentos de gestão territorial e ambiental. Conforme informado no EIA (Volume I, Tomo 3, pág. 145 e 149) a Secretaria estadual de Saneamento e Recursos Hídricos contratou recentemente a elaboração de PDPA e o apoio técnico na elaboração e aprovação de Lei Específica para a bacia do reservatório Jaguari. O próprio desenvolvimento econômico, já em situação dificultosa em nosso município, sofrerá ainda maior impacto, pois a falta de água para todos os fins, implicará diretamente, quer seja no Turismo, no Comércio, na realização de Serviços de todas as espécies, na manutenção e geração de empregos, também já caótico, pois a maioria das indústrias dependem de água para o sua permanência e produtividade. O impacto ambiental que tal transposição gerará vai multo além do que se apresenta em tal projeto, pois o abaixamento das águas, deixará expostas nascentes e várzeas, que com a invasão consequente da presença humana, afetará todo um ecossistema, dependente das reservas naturais desses segmentos. Esclarecimento: A bacia do rio Jaguari, na altura da cidade de Santa Isabel dispõe de vazão firme suficiente para atender as necessidades atuais e futuras de abastecimento do município. Reitera-se que a operação da Interligação não causará rebaixamento do nível da represa, e que as novas regras operativas tenderão a manter o reservatório em níveis mais elevados que os historicamente registrados. Portanto, a disponibilidade hídrica (tanto em termo de vazões como de níveis) não constituirá fator de restrição ou prejuízo ao desenvolvimento socioeconômico, à proteção dos ecossistemas e/ou à ocupação territorial no município de Santa Isabel. Caso venha a ser efetivado em sua plenitude o projeto da transposição, sugerimos que haja como contrapartida: 1) A construção de uma barragem mais avançada, de estrutura arquitetônica adequada, a ser instalada entre as coordenadas UTM 374.192 - E e 7.423.777 - N, na cota 623, de tal maneira que possamos manter um mínimo suficiente de águas para a manutenção das necessidades do nosso município; Esclarecimento: A barragem no rio Jaguari, para captação de água para abastecimento público da cidade de Santa Isabel, precisa apenas prover elevação de nível suficiente para o adequado funcionamento das bombas da estação elevatória. Não há necessidade de uma barragem de grande altura, capaz de manter o nível a montante na cota 623,00 m, pois não é necessário um reservatório de regularização. A bacia do rio Jaguari a montante da barragem tem cerca de 165 km 2, e o rio Jaguari no local, de acordo com estimativas do SigRG, tem vazão média de 2,26 m 3 /s, Q 95 = 0,98 m 3 /s e Q 7,10 = 3

0,75 m 3 /s. Comparativamente, a demanda de água para uma cidade de 50 mil habitantes com consumo per capita equivalente de 250 l/hab/dia é de 0,15 m 3 /s. A barragem de enrocamento atual é, de fato, uma solução provisória que precisa de obras complementares para constituir uma solução estrutural permanente. A garantia do abastecimento público de Santa Isabel, incluindo o equacionamento da captação para abastecimento da cidade, estará contemplada na atuação da Sabesp, quando a Companhia assumir a operação dos serviços de água e esgotos do município, nos termos estabelecidos no Contrato de Concessão. 2) A construção de estação de tratamento de esgotos, em sistemas isolados, nos bairros mais povoados, a fim de evitarmos o despejamento e poluição das nossas águas; Esclarecimento: Os serviços de coleta, tratamento e disposição final dos esgotos sanitários de Santa Isabel, incluindo eventuais sistemas isolados, estarão contemplados na atuação da Sabesp, quando a Companhia assumir a operação dos serviços de água e esgotos do município, nos termos estabelecidos no Contrato de Concessão. 3) Construção de Estações de Tratamento de Água compactas, para bairros isolados mais povoados, tais como Jardim Eldorado e Jardim das Acácias; Esclarecimento: O serviço de abastecimento público de água potável de Santa Isabel, incluindo eventuais bairros isolados, estará contemplado na atuação da Sabesp, quando a Companhia assumir a operação dos serviços de água e esgotos do município, nos termos estabelecidos no Contrato de Concessão. 4) Projeto e destinação de verbas para a recuperação do ribeirão Araraquara desde a sua montante em Arujá até a sua vazante aqui em Santa Isabel; Esclarecimento: A Sabesp é responsável pelo sistema de esgotos de Arujá e, após a assinatura do Contrato de Concessão, deve sê-lo também do município de Santa Isabel. A competência institucional da Companhia está limitada aos compromissos assumidos com cada município no respectivo contrato de concessão, e está voltada à coleta, interceptação, tratamento e disposição final dos esgotos que afluem ao ribeirão, nos termos dos respectivos Contratos de Concessão. 5) Projeto e destinação de verbas para a recuperação dos mananciais do reservatório; Esclarecimento: Em linha com proposta do próprio Abaixo Assinado, a Sabesp entende que recursos financeiros provenientes da Cobrança pelo Uso da Água poderiam ser canalizados para projetos de recuperação e reflorestamento dos mananciais do reservatório Jaguari; ressalvando, no entanto, que a destinação desses recursos é uma prerrogativa do CBH-PS. 6) Que em detrimento do encargo de suportarmos por todos esses impactos e ainda estarmos onerados e impedidos de realização de projetos que interfiram na Área de Preservação dos Mananciais em nosso município, que sejamos compensados financeiramente, por valores a ser definidos e recalculados mediante estudos mais aprofundados, tendo em vista a incidência desses encargos voltarem-se contra nosso próprio município em comparação com outros que se beneficiam dos resultados que vimos preservando, quer seja quanto as águas, quer seja com relação a nossas matas; Comentário: Reivindicação endereçada ao Poder Público e ao Comitê de Bacia, uma vez que os mecanismos financeiros legalmente instituídos como compensação a municípios onerados com 4

restrições territoriais decorrentes da instituição de unidades de conservação e/ou áreas de proteção de mananciais, não são de responsabilidade da Sabesp. Salienta-se que, desde sua formação, o reservatório Jaguari vem servindo ao abastecimento das cidades do Vale do Paraíba paulista e fluminense, e da Região Metropolitana do Rio de Janeiro. E que mesmo após a entrada em operação da Interligação, a maior parte da vazão regularizada pelo reservatório (19 de 24 m 3 /s, para 100% de garantia) continuará a ter as cidades dessas regiões como principais beneficiárias. 7) A destinação de recursos financeiros para aquisição de equipamentos para estruturar o Sistema de Fiscalização Ambiental Municipal para aplicação das penalidades previstas na Lei Complementar Municipal nº 173/2014, que institui o Código de Meio Ambiente no Município de Santa Isabel e dispõe sobre a Política de Meio Ambiente e Saneamento Ambiental; Esclarecimento: A Sabesp não pode assumir responsabilidades financeiras por programas ou atividades fora do seu campo de atuação, das suas competências legais e institucionais. 8) Sugerimos ainda que seja criada uma unidade ou base do Corpo de Bombeiros a ser instalada diretamente em nosso município, as custas do Governo do Estado, uma vez que as matas que compõem os mananciais sofrem com frequentes queimadas criminosas, agilizando assim o combate. Comentário: Reivindicação endereçada ao Governo do Estado. 5