SEMINÁRIO MINEIRO DE REUSO DE ÁGUA E EFLUENTE REUSO DA ÁGUA NO CONTEXTO DA LEGISLAÇÃO BRASILEIRA
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- Yan Quintão Castelhano
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1 SEMINÁRIO MINEIRO DE REUSO DE ÁGUA E EFLUENTE REUSO DA ÁGUA NO CONTEXTO DA LEGISLAÇÃO BRASILEIRA Márley Caetano de Mendonça Instituto Mineiro de Gestão das Águas IGAM Junho 2015
2 97,5 % da água do planeta é salgada Os 2,5% restantes, de água doce, estão distribuídos: 1,979% está em geleiras 0,514% É subterrânea 0,006% está em rios e lagos 0,001% está na atmosfera
3 Por que reutilizar a água? Baixa disponibilidade de água doce, de fácil captação; A disponibilidade quantitativa de água doce não é uniforme no planeta, nos continentes, no país e nos estados; Redução progressiva da disponibilidade de água por aspectos qualitativos (poluição hídrica); A elevação dos custos de tratamento de água em função da degradação de mananciais; Bem social dotado de valor econômico, passível de cobrança; Constitui-se em prática de racionalização e de conservação de recursos hídricos; Crise hídrica em grande parte do País.
4 Algumas diretrizes sobre Reuso da Água: O uso e o reuso das águas, sobretudo o abastecimento de populações, não podem estar submetidos a critérios de ordem econômica e, sim, social; Nenhuma água de melhor qualidade deveria ser usada para fins menos exigentes, a menos que haja excedente (diretriz adotada pelo Conselho Econômico e Social da Organização das Nações Unidas ONU); É inadmissível que o reuso de água possa acarretar riscos de qualquer espécie à saúde pública; O reuso potável direto deve ser a última forma de reuso de água, pelos riscos potenciais que apresenta.
5 LEGISLAÇÃO SOBRE REUSO Âmbito Nacional Resoluções do Conselho Nacional de Recursos Hídricos CNRH; Projeto de Lei.
6 RESOLUÇÃO CNRH Nº 54, DE 28 DE NOVEMBRO DE 2005 Estabelece modalidades, diretrizes e critérios gerais para a prática de reuso direto não potável de água
7 Definições Art. 2º I - água residuária: esgoto, água descartada, efluentes líquidos de edificações, indústrias, agroindústrias e agropecuária, tratados ou não; II - reuso de água: utilização de água residuária; III - água de reuso: água residuária, que se encontra dentro dos padrões exigidos para sua utilização nas modalidades pretendidas; IV - reuso direto de água: uso planejado de água de reuso, conduzida ao local de utilização, sem lançamento ou diluição prévia em corpos hídricos superficiais ou subterrâneos; V - produtor de água de reuso: pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, que produz água de reuso; VI - distribuidor de água de reuso: pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, que distribui água de reuso; e, VII - usuário de água de reuso: pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, que utiliza água de reuso.
8 Modalidades de reuso direto não potável de água Art. 3º I - reuso para fins urbanos: utilização de água de reuso para fins de irrigação paisagística, lavagem de logradouros públicos e veículos, desobstrução de tubulações, construção civil, edificações, combate a incêndio, dentro da área urbana; II - reuso para fins agrícolas e florestais: aplicação de água de reuso para produção agrícola e cultivo de florestas plantadas; III - reuso para fins ambientais: utilização de água de reuso para implantação de projetos de recuperação do meio ambiente; IV - reuso para fins industriais: utilização de água de reuso em processos, atividades e operações industriais; e V - reuso na aquicultura: utilização de água de reuso para a criação de animais ou cultivo de vegetais aquáticos.
9 O Reuso de Água e o SINGREH Caberá aos órgãos integrantes do SINGREH (Art. 4º): - avaliar os efeitos sobre os corpos hídricos decorrentes da prática do reuso, devendo estabelecer instrumentos regulatórios e de incentivo para as diversas modalidades de reuso. Caberá ao interessado em implantar o Reuso de Água (Art. 9º): - Informar ao órgão gestor de recursos hídricos, para fins de cadastro, sobre a atividade de reuso de água, devendo contemplar, no mínimo: I - identificação do produtor, distribuidor ou usuário; II - localização geográfica da origem e destinação da água de reuso; III - especificação da finalidade da produção e do reuso de água; e IV - vazão e volume diário de água de reuso produzida, distribuída ou utilizada.
10 O Reuso de Água e as Outorgas Vigentes Art. 5º Caso a atividade de reuso implique alteração das condições das outorgas vigentes, o outorgado deverá solicitar à autoridade competente retificação da outorga de direito de uso de recursos hídricos de modo a compatibilizá-la com estas alterações.
11 O Reuso de Água e os Planos de Recursos Hídricos Os Planos de Recursos Hídricos deverão: - Planos Nacional, Estadual e de Bacia: contemplar, entre os estudos e alternativas, a utilização de águas de reuso e seus efeitos sobre a disponibilidade hídrica (Art. 6º). - Plano de Recursos Hídricos da bacia: integrar a prática de reuso com as ações de saneamento ambiental e de uso e ocupação do solo na bacia hidrográfica (Art. 8º, inciso II).
12 O Reuso de Água e os Sistemas de Informações sobre Recursos Hídricos Art. 7º Os Sistemas de Informações sobre Recursos Hídricos deverão incorporar, organizar e tornar disponíveis as informações sobre as práticas de reuso necessárias para o gerenciamento dos recursos hídricos.
13 O Reuso de Água e os Comitês de Bacia Hidrográfica Art. 8º Cabe aos CBHs: I - considerar, na proposição dos mecanismos de cobrança e aplicação dos recursos da cobrança, a criação de incentivos para a prática de reuso; II - integrar, no âmbito do Plano de Recursos Hídricos da bacia, a prática de reuso com as ações de saneamento ambiental e de uso e ocupação do solo na bacia hidrográfica.
14 O Reuso de Água e os Programas de Divulgação Art. 10 Deverão ser incentivados e promovidos programas de capacitação, mobilização social e informação quanto à sustentabilidade do reuso, em especial os aspectos sanitários.
15 RESOLUÇÃO CNRH Nº 121, DE 16 DE DEZEMBRO DE 2010 Estabelece diretrizes e critérios para a prática de reuso direto não potável de água na modalidade agrícola e florestal, definida na Resolução CNRH nº 54, de 28 de novembro de 2005.
16 Reuso de Água Modalidade agrícola e florestal As características físicas, químicas e biológicas para a água em todos os tipos de reuso para fins agrícolas e florestais deverão atender os limites definidos na legislação pertinente (Art. 2º). A caracterização e o monitoramento periódico da água de reuso (e do solo que recebe a água de reuso Art. 7º) serão realizados de acordo com critérios definidos pelo órgão ou entidade competente, recomendando-se observar: I a natureza da água de reuso; II a tipologia do processo de tratamento; III o porte das instalações e vazão tratada; IV a variabilidade dos insumos; V as variações nos fluxos envolvidos; e VI o tipo de cultura (Art. 3º). O produtor da água de reuso é responsável pelas informações constantes de sua caracterização e monitoramento (Art. 3º, Parágrafo único).
17 Reuso de Água Modalidade agrícola e florestal A aplicação da água de reúso: - poderá ser condicionada, pelo órgão ou entidade competente, à elaboração de projeto que atenda os critérios e procedimentos por estes estabelecidos (Art. 4º). - não pode apresentar riscos ou causar danos ambientais e à saúde pública (Art. 5º). Qualquer acidente ou impacto ambiental decorrente da aplicação da água de reuso que possa comprometer os demais usos da água no entorno da área afetada deverá ser informado imediatamente ao órgão ou entidade competente e ao respectivo Comitê de Bacia Hidrográfica, pelo produtor, manipulador, transportador e ou responsável técnico (Art. 8º).
18 PROJETO DE LEI Nº 4.946, DE 2001 Dispõe sobre a concessão de condições especiais de crédito para empresas que investirem na recuperação de águas usadas em seu processo de produção
19 Incentivos à Adoção de Processos de Reuso de Água Art. 2º As empresas que implementarem projetos destinados à recuperação de águas usadas em seu processo de produção terão, junto às instituições oficiais de crédito federais e seus agentes financeiros, os seguintes benefícios: I - aumento de 10% (dez por cento) no limite financiável para compra dos equipamentos e instalações; II - redução de 50% (cinquenta por cento) nas taxas de juros praticadas pelas instituições oficiais de crédito nos demais financiamentos. Condicionante: aprovação, pelo órgão ambiental competente, dos projetos de recuperação de águas usadas no processo de produção (Art. 3º).
20 Incentivos à Adoção de Processos de Reuso de Água Art. 4º O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social BNDES destinará, a partir do ano seguinte ao ano da aprovação desta lei, pelo menos 10% (dez por cento) de seu orçamento anual ao financiamento do previsto na presente lei, inclusive nos projetos de desenvolvimento e absorção de tecnologia que visem recuperação de águas usadas no processo de produção.
21 PROJETO DE LEI Nº 4.946/2001 Situação Atual Apensado a 13 Projetos de Lei; Mesa Diretora da Câmara dos Deputados desde 6 de agosto de 2013: indeferimento de requerimentos diversos.
22 Inexiste; LEGISLAÇÃO SOBRE REUSO Âmbito Estadual Conselho Estadual de Recursos Hídricos: discussão da Deliberação Normativa nº 49/2015 (diretrizes e critérios gerais para a definição de situação crítica de escassez hídrica e estado de restrição de uso) => determinou a criação de Grupo de Trabalho para o estabelecimento de critérios de excepcionalidade de restrição de uso para captações de água, tendo como base a racionalidade, o reuso e a eficiência nos usos de recursos hídricos => Deliberação CERH-MG já aprovada pela Procuradoria => Assinatura do Presidente do Conselho e publicação; Plano Estadual de Recursos Hídricos: 6. Programa de Melhoria na Eficiência do Uso de Recursos Hídricos em Minas Gerais PróÁgua Eficiente => trata da melhoria da eficiência do uso de recursos hídricos.
23 MUITO OBRIGADO!
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