PROCESSO Nº 2006.ICA.PCS.12773/07 ENTIDADE: SECRETARIA DE TURISMO E ESPORTES DE ICAPUÍ INTERESSADO: JOSÉ EDILSON DA SILVA NATUREZA: CONTAS DE GESTÃO RELATOR: CONSELHEIRO MANOEL BESERRA VERAS INFORMAÇÃO COMPLEMENTAR Nº 5190 / 2008 PERÍODO: 03/ABRIL A 13/JUNHO E 01/NOV A 31/DEZ EXERCÍCIO DE 2006 EMENTA: A MESMA DA INFORMAÇÃO Nº 8122/2007, ÀS FOLHAS 58 USQUE 63 DOS AUTOS. Trata o presente processo, em fase complementar, de análise nas Contas de Gestão da Secretaria de Turismo e Esportes de Icapuí, relativos ao exercício de 2006, que teve como Gestor e Ordenador de despesa o Sr. JOSÉ EDILSON DA SILVA. O referido Gestor apresentou, nesta oportunidade, a Justificativa de fls.73/77, e o faz tempestivamente, conforme se vê da certidão de fl.206. Esta Inspetoria passa a analisar citada Defesa, que busca responder ao que foi argüido na peça inicial. 1. DA REMESSA DA DOCUMENTAÇÃO MENSAL (item da 2 da informação 8122/2007) Relatou-se inicialmente que a documentação mensal da Entidade em apreço, referente aos meses de abril, maio, novembro e dezembro, foi enviada a esta Corte de Contas fora do prazo legal estabelecido pelo art. 1º da Instrução Normativa n.º 04/97, combinado com o art. 42, caput, da Constituição Estadual. No que diz respeito à falha em comento, a Recorrente discorre sobre diversos pontos, às fls. 74/75 dos autos, no intuito sempre de esclarecer que a responsabilidade pela entrega dos disquetes do Sistema de Informações Municipais - SIM é da Prefeitura Municipal, não podendo a Entidade em apreço ser apontada como responsável pela falha em 1
questionamento, citando ainda dentre suas justificativas o art. 42 da Constituição Estadual, que fundamenta sua alegativa. Ressalta então, que a Secretaria de Turismo e Esportes de Icapuí, entregou a esta Corte de Contas, dentro do prazo legal, os balancetes e documentos referentes aos meses questionados, demonstrando que as informações estavam prontas para serem encaminhadas nos disquetes do SIM. Porém, alega que se estes não foram enviadas no prazo legal, a responsabilidade por tal atraso não lhe pode ser atribuída, já que a Competência de tal envio não é sua. Diante do exposto, descaracteriza-se a falha. 2. DA GESTÃO ADMINISTRATIVA, ORÇAMENTÁRIA E FINANCEIRA INFORMADA NO SIM (item da 3 da informação 8122/2007) 2.1. COMPARATIVO DA DESPESA ORÇAMENTÁRIA PAGA (subitem da 3.1 da informação 8122/2007) Relatou-se anteriormente a verificação de uma divergência entre a Despesa Orçamentária Paga demonstrada no balancete e o conteúdo das notas de pagamento informadas a partir do SIM, fato constatado à fl. 60 dos autos. A Defesa informa, nesta ocasião, que desconhece a divergência questionada, visto que de acordo com a Prestação de Contas enviada a esta Corte, ficou exposto que a Despesa Empenhada alcançou o montante de R$ 773.874,77 (setecentos e setenta e três mil, oitocentos e setenta e quatro reais e setenta e sete centavos) e que os Restos a Pagar alcançaram o montante de R$ 69.435,83 (sessenta e nove mil, quatrocentos e trinta e cinco reais e oitenta e três centavos). Afirma então, que subtraindo tais valores chega-se ao valor de R$ 704.438,94 (setecentos e quatro mil, quatrocentos e trinta e oito reais e noventa e quatro centavos), referente à Despesa Paga. Vale ressaltar que a divergência apontada foi referente à Despesa Paga conforme notas de pagamentos informadas a partir do Sistema de Informações Municipais. Tendo em vista que tais informações são elaboradas a partir de valores que a própria Entidade informa a esta Corte, não poderiam então estar divergentes a Despesa Orçamentária Paga demonstrada no balancete com o conteúdo das notas de pagamentos informadas através do SIM. Além disso, vale ressaltar que uma nova análise no Sistema de Informações Municipais SIM foi procedida nesta oportunidade, 2
através da qual verificou-se que a divergência ora apontada permanece inalterada. Assim, permanece o relato inicial. 2.2. COMPARATIVO DOS RESTOS A PAGAR (subitem da 3.2 da informação 8122/2007) Mencionou-se na exordial que o quadro comparativo dos Restos a Pagar informado a partir de dados do Sistema de Informações Municipais SIM, localizado à fl. 60 dos autos, demonstra uma divergência com os Restos a Pagar informados através da PCS, que alcançaram um montante de R$ 69.435,83 (sessenta e nove mil, quatrocentos e trinta e cinco reais e oitenta e três centavos). A Recorrente alega que desconhece a divergência apontada e informa que encaminha a Relação dos Restos a Pagar Inscritos no intuito de comprovar o valor especificado em sua Prestação de Contas de Gestão. Analisando a documentação ora anexada, constatou-se às fls. 78/80 a documentação mencionada pela Recorrente, através do qual realmente se confirmou o valor apresentado na PCS. Entretanto, tal valor é divergente do apontado no Sistema de Informações Municipais, que alcançou o valor de R$ 62.184,12 (sessenta e dois mil, cento e oitenta e quatro reais e doze centavos), motivo pelo qual o item foi questionado. Tendo em vista que após analisar novamente o Sistema de Informações Municipais constatou-se que os dados permanecem inalterados, segue o posicionamento inicial. 3. LICITAÇÃO (item da 4 da informação 8122/2007) Foi relatado na Informação Inicial, à fl. 61 dos autos, com relação ao credor Gledson de Oliveira Silva, que analisando as prestações de contas mensais em meio informatizado SIM, verificou-se que houve omissão na identificação do procedimento licitatório pertinente, levando a concluir que esta despesa foi realizada em desacordo com o art. 2º do Estatuto das Licitações. Com relação aos demais credores, mencionados às fls. 61/62 dos autos, verificou-se através do seu histórico que os mesmos procederam ao procedimento licitatório pertinente. Entretanto, solicitou-se na fase complementar a apresentação dos referidos procedimentos licitatórios para devida análise. No que diz respeito ao credor Gledson de Oliveira Silva, constatou-se a anexação do procedimento licitatório referente ao mesmo, que 3
trata-se de um Processo de Inexigibilidade de Licitação e que está autuado sob o nº 002/2006. Entretanto, vale ressaltar que uma nova análise no Sistema de Informações Municipais foi procedida, possibilitando constatar que a omissão no que se refere à identificação do procedimento licitatório continua inalterada, permanecendo pendente de esclarecimentos a referida omissão. Já com relação aos demais credores, os quais foram solicitados o envio dos processos licitatórios para devida análise, ressalte-se que analisando a documentação ora anexada, constatou-se a anexação dos seguintes processos licitatórios: CARTA CONVITE Nº 007/2006 (fls. 95/133), cujo objeto foi a locação de um trio elétrico destinado à comemoração do Reveillon 2006/2007 do Município de Icapuí. Tal processo encontra-se instruído das seguintes peças: Autuação; Edital da Carta Convite; Aviso de Licitação; Protocolo de Entrega da Carta Convite; Lista de Presença; Ata da Carta Convite; Mapa Comparativo de Preços; Edital de Julgamento e classificação; Parecer Jurídico; Termo de Homologação e Adjudicação, através do qual pôde se constatar como vencedor um dos credores questionado na Inicial: José Abidenago Nobre. Ressalte-se ainda, que não foram verificadas falhas que viessem a comprometer o certame. PROCESSO DE INEXIGIBILIDADE Nº 003/2006 (fls. 134/146), cujo objeto foi a contratação de serviços artísticos das Bandas Pinote, Pelotão de Elite e Mil Manias para realização de um evento em comemoração ao Reveillon de 206/2007 no Município de Icapuí. Tal processo encontra-se instruído das seguintes peças: Parecer; Termo de Ratificação; Extrato de Inexigibilidade de Licitação;Contrato de Prestação de Serviços. Vale salientar que não foram constatadas irregularidades que comprometessem o certame. CARTA CONVITE Nº 002/2006 (fls. 147/205), cujo objeto foi a contratação de uma empresa para prestar serviço no evento carnavalesco de Icapuí. Tal processo encontra-se instruído das seguintes peças: Autuação; Edital da Carta Convite; Aviso de Licitação; Protocolo de Entrega da 4
Carta Convite; Lista de Presença; Ata da Carta Convite; Mapa Comparativo de Preços; Edital de Julgamento e classificação; Parecer Jurídico; Contrato; Termo de Homologação e Adjudicação, através do qual pôde se constatar como vencedor um dos credores questionado na Inicial: Turin Turismo Consultoria e Serviços LTDA. Ressalte-se que não foram constatadas irregularidades que comprometessem o certame. 4. NOTA FISCAL (item da 5 da informação 8122/2007) Comentou-se na Inicial que as notas fiscais relativas aos empenhos listados às fls. 62/63 dos autos foram classificadas em desacordo com o SIM. Nesta oportunidade, a Recorrente informa que a nota fiscal referente ao credor Francisco Ferreira Cabral, onde foi confeccionada miniatura de jangadas destinado às atividades da Secretaria de Turismo, foi classificada em conformidade com o que determina o disposto no art. 6º da Portaria nº 448/2002 da Secretaria do Tesouro Nacional, que dispõe: Art. 6º - A despesa com confecção de material por encomenda só deverá ser classificada como serviços de terceiros se o próprio órgão ou entidade fornecer a matéria-prima. Caso contrário, deverá ser classificada na natureza 449052, em se tratando de confecção de material permanente, ou na natureza 339030, se material de consumo. Já em relação ao credor Phabrica Idéias Eventos, Publicidade e Marketing Ltda, informa que envia em anexo a Nota Fiscal. Ressalte-se que, analisando a documentação acostada, verificou-se à fl.81 a nota fiscal mencionada pela Recorrente. Entretanto, a anexação da referida nota, referente ao credor Phabrica Idéias Eventos, Publicidade e Marketing Ltda, bem como o argumento utilizado pela Justificante no que se refere ao credor Francisco Ferreira Cabral, não são suficientes para elucidar a falha, visto que as divergências questionadas permanecem em meio informatizado do Sistema de Informações Municipais - SIM. 5. DOS BALANÇOS INTEGRANTES DA PCS Consta da Inicial que, após analisar os valores demonstrados nos Anexos que compõem a Prestação de Contas de Gestão e confrontá-los com os dados enviados através do Sistema de Informações 5
Municipais SIM, verificou-se a divergência apontada no quadro localizado à fl. 63 dos autos. A Defesa afirma que a partir das justificativas apresentadas anteriormente, referentes ao Comparativo da Despesa Paga e ao Comparativo dos Restos a Pagar, a divergência questionada fica sanada. Vale ressaltar que tendo em vista que os itens 2.1 e 2.2 do presente relatório estão diretamente ligados à falha em questionamento e que estes não foram sanados nesta oportunidade, permanece a falha apontada inicialmente. É a informação. 13ª INSPETORIA DA -, DO DO ESTADO DO CEARÁ, EM FORTALEZA, 23 DE ABRIL DE 2008. DANIELLE SOUSA MAIA COLABORADORA FRANCISCA ELISA PINTO BATISTA INSPETORA VISTO: JURACI MUNIZ JÚNIOR DIRETOR DE FISCALIZAÇÃO 6