PARECER Nº. 1075/2014-MP/RCKS

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Luna Lopes Miranda
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1 PROCESSO Nº /2013 ANEXOS: 10034/2013, 10231/2013, 10135/2012 ASSUNTO: Prestação de Contas Anuais, exercício de 2012 RESPONSÁVEL: José Domingos de Oliveira ÓRGÃO: Prefeitura Municipal de Beruri PARECER Nº. 1075/2014-MP/RCKS PRESTAÇÃO DE CONTAS ANU AL. AU SÊNCIA DE DEFESA À NOTIFIC AÇÃO. REVELI A CAR ACTERIZAD A. IRREGULARID ADES DIVERSAS. IMPROPRIED ADES NAS OBRAS E SERVIÇOS DE ENGENH ARIA. EMISSÃO DE PARECER PRÉVIO PELA DESAPROVAÇÃO D AS CONTAS. CONTAS IRREGULARES. GLOSAS E ALC ANCE. M ULTAS AO RESPONSÁ VEL. REM ESSA AO M PE. RECOM END AÇÃO. Em análise as contas de 2012 da Prefeitura Municipal de Beruri, sob responsabilidade do Prefeito e ordenador de despesas, Sr. José Domingos de Oliveira. O gestor fora cientificado das impropriedades encontradas durante a auditoria através da Notificação nº 02/2013-CI-DICAMI (fl ). Houve pedido de prorrogação de prazo formulado pelo gestor, às fls. 348, e deferido por despacho do Conselheiro-Relator às fls Posteriormente, houve notificação ao gestor por parte do Departamento de Controle de Obras, através da Notificação nº 005/2013- CI/DICOP (fls ), com data de recebimento em 12/07/2013, conforme termo de juntada de A.R. (fls. 301). Em que pese as notificações regularmente efetuadas, não houve apresentação de defesa pelo gestor. Expedidas notificações também aos responsáveis solidários pela execução das obras: Notificação nº 130/2013-CI/DICOP (fls ) para a Topo Construções e Terraplanagem LTDA-ME; Notificação nº 142/2013- CI/DICOP (fl ) para Oliveira e Martins Empreendimentos e Projetos 1

1075/2014-MP/RCKS PRESTAÇÃO DE CONTAS ANU AL. AU SÊNCIA DE DEFESA À NOTIFIC AÇÃO. REVELI A CAR ACTERIZAD A. IRREGULARID ADES DIVERSAS. IMPROPRIED ADES NAS OBRAS E SERVIÇOS DE ENGENH ARIA.

2 LTDA e Notificação nº 137/2013-CI/DICOP para Topo Construções e Terraplanagem LTDA-ME. Superadas estas fases, a DICAMI consolidou suas conclusões no Relatório Conclusivo nº 03/2013 (fls. 355 a 484), sugerindo a revelia do gestor, a emissão de parecer prévio pela desaprovação das contas, irregularidade das contas, multa e recomendações. A DICOP, mediante Relatório Conclusivo nº 59/2014, sugeriu a desaprovação das contas, irregularidade das contas, aplicação de multa e alcance ao gestor e aos responsáveis solidários. É o relatório. Passo a opinar. Ab initio, constata-se a validade e regularidade das notificações endereçada às partes, na forma prevista pelo artigo 95 e, do Regimento Interno desta Casa. A despeito disso, o notificado continuou sem apresentar razões de defesa, também não quitando espontaneamente o débito apurado na instrução, comparecendo aos autos apenas para requerer a dilação de prazo. Impõe-se, portanto, a situação de revelia, disciplinada pelo artigo 88 e parágrafos do diploma mencionado. A análise perfunctória dos autos permite concluir a existência de irregularidades graves, tais como: - atraso no envio da prestação de contas para esta Corte de Contas; - ausência de comprovação de remessa das contas à Câmara, bem como a ausência de disponibilidade das contas junto a essa Casa Legislativa; - inexistência de controle interno; atraso no envio da movimentação contábil durante todo o exercício financeiro; - ausência de documentos na prestação de contas, tais como a relação de bens móveis de natureza industrial do exercício anterior, balanço patrimonial do exercício anterior, ato de nomeação do Conselho do FUNDEB, Parecer do Conselho do FUNDEB, atas de reunião e ata de criação desse Conselho; - ausência de DHP nas demonstrações contábeis; - atraso na remessa dos relatórios de gestão fiscal e execução orçamentária; - descumprimento da Lei da Transparência; 2

A DICOP, mediante Relatório Conclusivo nº 59/2014, sugeriu a desaprovação das contas, irregularidade das contas, aplicação de multa e alcance ao gestor e aos responsáveis solidários. É o relatório.

3 - ausência de setor de patrimônio; - déficit de execução orçamentária; - permanência de recursos financeiros em caixa; - deficiência na formalização dos processos licitatórios e nãoinformação destes no ACP entre outras irregularidades. Soma-se às restrições elencadas pela DICAMI, o Relatório Conclusivo nº 59/2014 DICOP (fls ), o qual sugere a irregularidade das contas e alcance no valor de R$ ,54 (quatro milhões, oitocentos e sessenta e sete mil, setecentos e oitenta e dois reais e cinqüenta e quatro centavos), em face da não comprovação da regular aplicação dos recursos nas obras, havendo falhas de formalização e ausência da comprovação na execução de alguns itens das obras. No tocante às despesas irregulares com obras, foram expedidas notificações às empresas responsáveis pela execução de cada ajuste, quais sejam a Topo Construções e Terraplanagem LTDA-ME, cujo objeto contratual foi a construção de Escola de Educação Infantil e reforma da Escola Estadual Euclides Correa; e a Oliveira e Martins Empreendimentos e Projetos LTDA, cujo objeto contratual era reforma e ampliação da Escola Municipal Rui Barbosa, contudo, a defesa apresentada pelas empresas não foi hábil a sanar as irregularidades elencadas pela Comissão de Inspeção. Pelo exposto, considerando-se a ausência de manifestação dos responsáveis pelas presentes contas e os documentos colhidos ao longo da instrução processual, opina-se no sentido de que o Egrégio Tribunal Pleno: 1. Emita Parecer Prévio desfavorável à aprovação das Contas do Poder Executivo Municipal de Beruri, referente ao exercício de 2012, de responsabilidade do Sr. José Domingos de Oliveira com fulcro no art. 127, 2º, da Constituição Estadual de 1989, c/c os arts. 1º, inciso II, da Lei n. 2423/96; 2. Julgue IRREGULARES as Contas da Prefeitura Municipal de Beruri, exercício de 2012, de acordo com o art. 22, III, alíneas b e c da Lei n. 2423/96, sob a responsabilidade do Sr. José Domingos de Oliveira, na qualidade de Ordenador de Despesas da Administração Municipal, com fulcro no art. 1º, II, da Lei Estadual n. 2423/96; 3. Aplique multa ao ex-prefeito, Sr. José Domingos de Oliveira, nos termos dos art. 54, 3

478-533), o qual sugere a irregularidade das contas e alcance no valor de R$ 4.867.

4 incisos IV da Lei n. 2423/96, por não atendimento, no prazo fixado, sem causa justificada, à Notificação deste Tribunal, no tocante às restrições identificadas na peça técnica elaborada pela Comissão de Inspeção da DICAMI/TCE acostada no subitem 16.3 do relatório conclusivo de fls. 355 a Aplique também multa ao responsável, Sr. José Domingos de Oliveira, com fulcro no art. 54, inciso II, de Lei nº 2.423/1996, em face das irregularidades mencionadas ao norte neste parecer e, ainda, em relação às obras e serviços de engenharia: a) Pela ausência da documentação exigida pela Lei nº 8666/93; b) Pela a ausência de documentos comprobatórios de despesa, conforme dispõe o artigo 63, 1 e 2, da Lei nº 4.320/1964; 5. Considere em ALCANCE o Sr. José Domingos de Oliveira no montante total de R$ ,54 (quatro milhões, oitocentos e sessenta e sete mil, setecentos e oitenta e dois reais e cinquenta e quatro centavos) em razão das irregularidades elencadas no quadro de fls. 533 e 534, relativas a não comprovação da regular aplicação dos recursos nas obras, falhas de formalização e ausência de comprovação da execução de alguns itens das obras; 5.1 Fixe a responsabilidade solidária pela restituição de parte do montante acima aos cofres municipais: a) Da empresa Topo Construções e Terraplanagem LTDA, na quantia de R$ ,47, na qualidade de empresa contratada da Construção de Escola de Educação Infantil Proinfância e pela reforma da Escola Estadual Euclides Correa, conforme art. 22, 2º, b ; b) Da empresa Oliveira e Martins Empreendimentos e Projetos LTDA - EPP, na quantia de R$ ,89, na qualidade de empresa contratada pela reforma geral e ampliação da Escola Municipal Rui Barbosa, conforme art. 22, 2º, b. 4

DICAMI/TCE acostada no subitem 16.3 do relatório conclusivo de fls. 355 a 484 4. Aplique também multa ao responsável, Sr. José Domingos de Oliveira, com fulcro no art. 54, inciso II, de Lei nº 2.

5 6. Remeta cópias dos autos ao Ministério Público do Estado do Amazonas, para adoção das medidas que entender cabíveis, nos termos do art. 22, 3º, da Lei nº 2.423/1996. É o parecer. 7. Recomende à próxima Comissão de Inspeção que observe quanto à reincidência do gestor nas irregularidades detectadas nas presentes contas. MINISTÉRIO PÚBLICO JUNTO AO TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO AMAZONAS, Manaus (AM), 15 de maio de ALCF ROBERTO CAVALCANTI KRICHANÃ DA SILVA Procurador de Contas 5

Recomende à próxima Comissão de Inspeção que observe quanto à reincidência do gestor nas irregularidades detectadas nas

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