Equipe Responsável pela Elaboração do Diagnóstico Socioeconômico e Ambiental e Projeto Final de Assentamento do PA Correntes

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Transcrição:

Equipe Respnsável pela Elabraçã d Diagnóstic Sciecnômic e Ambiental e Prjet Final de Assentament d PA Crrentes Crdenaçã Geral Jsé Ambrósi Ferreira Net Sciólg Mestre em Extensã Rural Dutr em Sciedade, Desenvlviment e Agricultura Márci Mta Rams Engenheir Agrônm Mestre em Engenharia Agrícla Dutr em Recurss Hídrics Sciecnmia Jsé Ambrósi Ferreira Net Sciólg Mestre em Extensã Rural Dutr em Sciedade, Desenvlviment e Agricultura Mariana Rdrigues de Mrais Engenheira Agrônma Mestre em Extensã Rural Cbertura Vegetal e Sls Walder A. de Albuquerque Nunes Engenheir Agrônm Mestre em Ciência ds Sls Dutr em Ciência ds Sls Recurss Hídrics e Infra-estrutura Gerald Magela Damascen Engenheir Civil Mestre em Engenharia Agrícla Dutr em Engenharia Agrícla Mei Biótic Tiag Leã Pereira Biólg Mestrand em Bilgia Animal Emíli Camps Aceved Niet Graduand em Medicina Veterinária Paula Leã Ferreira Eduard Scmidt Eler Edmar Guimarães Manduca Graduands em Ciência Bilógicas Gemática e Geprcessament Rgéri Mercandelle Santana Engenheir Agrimensr Mestre em Engenharia Civil Dutrand em Engenharia Civil Carls Albert Bisp da Cruz Engenheir Agrimensr 2

Antaçã de Respnsabilidade Técnica PA Crrentes Crdenaçã Jsé Ambrósi Ferreira Net Sciólg Cnsultres Márci Mta Rams Engenheir Agrônm CREA-MG 11377-D Walder Antôni de Albuquerque Nunes Engenheir Agrônm CREA-RO 1379-94 Gerald Magela Damascen Engenheir Civil CREA-MG 54324-D Tiag Leã Pereira Biólg CRBi 44.203/04-D 3

Sumári 1. CARACTERIZAÇÃO DO PROJETO DE ASSENTAMENTO... 7 1.1. DENOMINAÇÃO DO PA... 7 1.2. DATA DE CRIAÇÃO... 7 1.3. DISTRITO E MUNICÍPIO/UF, MESORREGIÃO/MICRORREGIÃO FIBGE E REGIÃO ADMINISTRATIVA DE MINAS GERAIS... 7 1.4. NÚMERO DE FAMÍLIAS... 7 1.5. IDENTIFICAÇÃO, LOCALIZAÇÃO DO IMÓVEL E VIAS DE ACESSO (MAPA ANEXO LOCALIZAÇÃO DO IMÓVEL NO MUNICÍPIO)... 7 1.6. ÁREA... 7 1.7. PERÍMETRO... 8 1.8. COORDENADAS GEOGRÁFICAS... 8 1.9. SUB-BACIA HIDROGRÁFICAS... 8 1.10. PLANTA DO IMÓVEL GEOREFERENCIADA (MAPA ANEXO PLANTA DO IMÓVEL)... 8 1.11. LIMITES (PROPRIEDADES CONFRONTANTES/ ATIVIDADES DESENVOLVIDAS, PRESENÇA DE UCS, RESERVAS INDÍGENAS, ETC)... 8 2. HISTÓRICO DO PA... 10 3. CARACTERÍSTICAS DA ÁREA DO PA... 13 3.1. DIAGNÓSTICO EXPEDITO DOS MEIOS FÍSICO E BIÓTICO... 13 3.1.1. Clima... 13 3.1.2. Gelgia/frmações superficiais... 13 3.1.3. Gemrflgia/relev... 14 3.1.4. Sls e ambientes... 15 3.1.5. Recurss hídrics... 16 3.1.6. Vegetaçã nativa... 19 3.1.6.1. Savana parque... 19 3.1.6.2. Cerrad strictu sensu... 20 3.1.6.3. Frmações ripárias... 21 3.1.6.4. Vereda... 22 3.1.7. Fauna silvestre... 23 3.2. DIAGNÓSTICO DO USO ATUAL DOS RECURSOS NATURAIS E DOS SISTEMAS DE PRODUÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO... 50 3.2.1. Organizaçã territrial atual... 50 3.2.2. Descriçã ds atuais sistemas de prduçã e d us e manej ds recurss naturais... 54 4

3.2.2.1. Sistema de prduçã... 54 3.2.2.2. Água... 58 3.2.2.3. Sls... 59 3.2.2.4. Vegetaçã... 60 3.2.3. Descriçã ds sistemas de prcessament e cmercializaçã da prduçã... 64 3.3. DIAGNÓSTICO EXPEDITO DESCRITIVO DO MEIO ANTRÓPICO... 65 3.3.1. Ppulaçã... 65 3.3.2. Mradia e saneament... 66 3.3.2.1. Cnstruções existentes na sede... 68 3.3.3. Captaçã e abasteciment de água e energia... 70 3.3.4. Saúde... 74 3.3.5. Estradas e transprte... 75 3.3.6. Educaçã... 77 3.3.7. Organizaçã scial e ecnômica... 77 3.3.8. Aspects culturais... 79 3.3.9. Relaçã cm Pder Públic lcal, Estadual e Federal e cm entidades de classe, Igrejas, Ong s etc... 79 4. LEVANTAMENTO DO PASSIVO AMBIENTAL... 81 4.1. IMPACTOS AMBIENTAIS DECORRENTES... 81 4.1.1. Da rganizaçã territrial... 81 4.1.1.1. Sls... 82 4.1.2. Da cnstruçã de infra-estrutura... 82 4.1.2.1. Mradia e saneament... 82 4.1.2.2. Estradas... 82 4.1.3. Ds sistemas prdutivs e d us e manej ds recurss naturais... 83 4.1.3.1. Recurss hídrics... 83 4.1.3.2. Vegetaçã... 83 4.1.3.3. Aspects gerais e Impacts sbre a fauna de vertebrads terrestres... 84 5. PROJETO FINAL DO ASSENTAMENTO... 87 5.1. MEDIDAS MITIGADORAS RELATIVAS AOS IMPACTOS SÓCIO- ECONÔMICOS IDENTIFICADOS... 88 5.1.1. Pst de saúde e educaçã... 88 5.1.2. Educaçã ambiental cm ênfase na questã d lix... 89 5.1.3. Assistência técnica... 95 5.1.4. Fiscalizaçã ambiental (IEF/IBAMA/Plícia Flrestal)... 95 5.2. MEDIDAS MITIGADORAS RELATIVAS ÀS QUESTÕES DE INFRA- ESTRUTURA... 95 5

5.2.1. Estradas... 95 5.2.2. Energia elétrica... 97 5.2.3. Saneament básic... 98 5.2.4. Tratament de água... 100 5.2.5. Us e distribuiçã da água... 100 5.3. MEDIDAS MITIGADORAS PROPOSTAS EM RELAÇÃO AOS IMPACTOS AMBIENTAIS... 102 5.3.1. Barragens... 102 5.3.2. Pastagens... 103 5.3.3. Mata de galeria... 107 5.3.4. Cerceament de áreas de reserva... 109 5.3.5. Fauna... 111 5.3.5.1. Animais silvestres I... 111 5.3.5.2. Animais silvestres II... 113 5.3.5.3. Animais dméstics... 113 5.3.5.4. Pesca na laga d Peri-peri... 114 5.3.5.5. Pesca n Ri das Velhas... 115 5.3.5.6. Aguapés n Ri das Velhas... 115 5.3.6. Delineament d Prjet Final d PA Crrentes... 116 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS... 117 ANEXOS... 123 6

1. CARACTERIZAÇÃO DO PROJETO DE ASSENTAMENTO (PA) 1.1. DENOMINAÇÃO DO PA Prjet de Assentament Crrentes. 1.2. DATA DE CRIAÇÃO 04 de agst de 2000 (data da emissã de psse). 1.3. DISTRITO E MUNICÍPIO/UF, MESORREGIÃO/MICRORREGIÃO FIBGE E REGIÃO ADMINISTRATIVA DE MINAS GERAIS Municípi: Várzea da Palma; Micrrregiã: Pirapra; Mesrregiã: Nrte de Minas; Regiã Administrativa de Minas Gerais: Nrte de Minas. 1.4. NÚMERO DE FAMÍLIAS 238. 1.5. IDENTIFICAÇÃO, LOCALIZAÇÃO DO IMÓVEL E VIAS DE ACESSO (MAPA ANE- XO LOCALIZAÇÃO DO IMÓVEL NO MUNICÍPIO) O PA Crrentes está lcalizad a cerca de 24 quilômetrs de Várzea da Palma, a cidade de mair cntat cm a ppulaçã assentada devid à sua prximidade e pr ser lcal de nde a mairia das famílias assentadas se riginu. O acess é feit pela antiga estrada que liga Várzea da Palma a municípi de Jequitaí, send feit integralmente pr estrada de terra, que se encntra em bm estad de cnservaçã. De ônibus, temp gast é calculad pr vlta de 30 a 40 minuts; de bicicleta percurs demra cerca de 2 hras. 1.6. ÁREA 11.482,0605 ha (área definida n memrial descritiv frnecid pel INCRA SR06). 7

1.7. PERÍMETRO 65.681,63m. 1.8. COORDENADAS GEOGRÁFICAS UTM: 531.620,89 m e 8.068.535,76 m. 1.9. SUB-BACIA HIDROGRÁFICAS Córregs: Grta d Capã Cmprid, Grta Cabeça de Negr, Jenipap; Ribeirã Crrentes; Laga Peri-Peri, Laga Grande e Laga d Engenh (nas margens d Ri das Velhas); Ri das Velhas; Bacia d Ri Sã Francisc. 1.10. PLANTA DO IMÓVEL GEOREFERENCIADA (MAPA ANEXO PLANTA DO IMÓ- VEL) 1.11. LIMITES (PROPRIEDADES CONFRONTANTES/ ATIVIDADES DESENVOLVIDAS, PRESENÇA DE UCS, RESERVAS INDÍGENAS, ETC) Na regiã nde se lcaliza PA Crrentes nã existem Unidades de Cnservaçã nem reservas indígenas, predminand a atividade agrpecuária cm ênfase na pecuária de crte ainda realizada em mldes extensivs e na prduçã de grãs, principalmente feijã, arrz e milh, já em avançad estági de capitalizaçã, inclusive cm irrigaçã. A atividade de reflrestament pela frmaçã de maciçs flrestais de eucalipts também é uma atividade ecnômica imprtante n municípi. Em razã d padrã de utilizaçã das terras na regiã, bserva-se ns últims ans a intensificaçã d cnflit fundiári, cm a ampliaçã da demanda pr terra e frte presença d mviment sindical ds trabalhadres rurais, a partir da atuaçã d Pól Reginal da FETAEMG Federaçã ds Trabalhadres na Agricultura d Estad de Minas Gerais, lcalizad em Mntes Clars. Nrte: Ourivi Agrpecuária Ltda, Antôni Jsé Leite Sares e Gabriel Nunes de A- zeved; 8

Leste: Ourivi Agrpecuária Ltda, Gabriel Nunes de Azeved, Luiz Sanguinette Azeved, Macir Sanguinette e Fazenda Tailândia; Sul: Fazenda Tailândia e Flrence Carvalh Barrs Pereira; Oeste: Macir Sanguinette e Ri das Velhas. 9

2. HISTÓRICO DO PA D esde 1984 Sindicat ds Trabalhadres Rurais (STR) de Várzea da Palma já falava na desaprpriaçã das terras da Fazenda Barra das Garças, devid sua caracterizaçã cm imprdutivas. Neste mesm períd sindicat pediu a Incra a vistria da fazenda e a atual presidente d sindicat, que está n seu terceir mandat, tmu a iniciativa de desaprpriaçã das terras, clcand em prática prcess. O antig dn da fazenda tinha váris empregads e crriam bats de que ele era muit vilent, que fez cm que s trabalhadres que reivindicavam a desaprpriaçã da fazenda ficassem cm med de cupá-la. A fazenda fi entã vendida para uma empresa de Itaúna, que, segund diziam, era de prpriedade d ex-gvernadr d estad de Minas Gerais, Newtn Cards. Cm a mudança de dn, huve a dispensa ds empregads e a determinaçã, pr parte d nv prprietári, de que nã permanecessem mais na área da fazenda; essa nva cnjuntura (prprietári nv e impssibilidade de trabalh para s antigs empregads) fez cm que s trabalhadres ligads a STR se decidissem pela cupaçã da prpriedade. Sempre assessrads pel STR de Várzea da Palma, pel sindicat ds metalúrgics d municípi e pela FETAEMG (Federaçã ds Trabalhadres na Agricultura d Estad de Minas Gerais), s trabalhadres entraram pela prçã este da fazenda, às margens d Ri das Velhas, e ali mntaram acampament. A cupaçã teve iníci em 06 de setembr de 1999, quand apenas cinc trabalhadres saíram de Pirapra e, descend Ri Sã Francisc, entraram na fz d Ri das Velhas até chegarem às terras da entã Fazenda Barra das Garças. Nesta épca, a prprietária frmal da área era uma empresa metalúrgica, a DIAL Distribuidra de Aç Ltda 1, lcalizada em Itaúna MG, que a utilizava exclusivamente para a extraçã de madeira e para a criaçã de gad de crte em mldes extensivs. O nível de utilizaçã prdutiva da área pel antig prprietári era tã baix que n laud de vistria realizad pel INCRA em agst de 2000 nã fram identificadas áreas cm planti agrícla. Nesse mesm dia um utr grup frmad pr hmens e pr apenas uma mulher de nme Jana, entru na área pr terra a partir de uma fazenda vizinha e juntamente cm utr grup, cm quem se juntaram, permaneceram acampads n interir da fazenda pr dezesseis dias. Paralelamente a prcess de cupaçã, a FETAEMG já havia slicitad a IN- CRA a realizaçã de vistria na área, uma vez que a mesma nã cumpria a sua funçã scial. O prprietári pediu entã a reintegraçã de psse e após 16 dias cupaçã, ante a 1 N imaginári da mairia ds assentads ex-gvernadr de Minas Gerais, Newtn Cards, era real prprietári desta empresa. 10

prmessa de que a vistria seria realizada, a FETAEMG rientu as famílias a descuparem a área e acamparem às margens da BR 496 até a desaprpriaçã. Após a descupaçã da área, as famílias mntaram um acampament próxim a distrit de Buriti das Mulatas, a lng da BR 496 e às margens d Córreg Pedra Brígida, nde permaneceram pr 8 meses, sfrend as mais diversas privações, ameaças e cnstrangiments. Durante lng períd decrrid entre a descupaçã da área e a sua efetiva desaprpriaçã, númer de famílias n acampament variu entre 60 e 100, dependend ds mments em que pssibilidade de sbrevivência n lcal era melhrada em funçã da dispnibilidade de trabalh em fazendas vizinhas u de auxílis eventuais. Esta fase fi bastante difícil para s acampads, que viviam em barracas de lna preta que nã permitiam sequer a entrada durante d dia (devid a calr) e que necessitavam de trcas freqüentes (15 em 15 dias) devid sua puca durabilidade; tdavia, apesar das dificuldades, s trabalhadres btiveram ajuda significativa da prefeitura de Várzea da Palma, que frnecia água através de um caminhã pipa que abastecia regularmente acampament, bem cm da Defesa Civil de Bel Hriznte e de alguns plítics. A mair parte das pessas que estavam n acampament era de Pirapra, tinham uma rigem rural, mas chegaram a trabalhar em empresas cm peradres de máquinas; apenas uma pequena minria era cnstituída de desempregads que chegaram à área em virtude da falta de pções. As pessas que fizeram parte d acampament eram riundas de Várzea da Palma, de Pirapra e de utrs municípis da regiã cm Buritizeir, Lassance, Laga ds Pats, Craçã de Jesus, Felixlândia, Ibiaí, Presidente Juscelin, Sã Francisc, Curvel u de municípis mais distantes cm Santana de Pirapama, Abaeté, Engenheir Navarr, send que alguns vieram de Bm Jesus da Lapa BA. À nite, n acampament, divertiment era rezar terç e depis tcar vilã, sanfna e dançar frró para aliviar as dificuldades. Cntud, as privações e s cnstrangiments que s acampads sfreram a lng da épca de acampament tiveram um efeit psitiv na cnslidaçã da unidade d grup, que ainda nessa fase passu a rganizar-se em grups de interesses; u seja, na piniã ds própris assentads, sfriment vivid n períd de acampament fez cm que as pessas que passaram pr essa experiência tivessem uma mair uniã e respnsabilidade para cm Assentament. N dia de natal daquele mesm an, pr intermédi d sindicat lcal, s trabalhadres a- campads tmaram cnheciment de que decret de desaprpriaçã já havia sid assi- 11

nad n dia 22 de nvembr; entã 75 famílias, aprximadamente, vltaram para área, tend iníci prcess de efetivaçã d PA Crrentes. Atualmente, Assentament ainda está cmeçand a se estruturar e a prduzir em virtude das dificuldades causadas pela seca, que faz cm a prduçã diminua u até mesm nã resulte em nenhuma renda. As culturas anuais ainda nã fram implementadas e s pasts e a cana também nã fram plantads. Os assentads receberam três tips de crédits: crédit habitaçã n valr de R$ 2.500,00, utilizad para a cnstruçã das casas; crédit api de R$ 1.400,00, ds quais R$ 1.000,00 fram destinads a cmpras de ferramentas, animais e carrças e R$ 400,00 para alimentaçã; e crédit PRONAF, de R$ 13.000,00, de nde R$ 1.000,00 fram destinads à assistência técnica e restante em investiments de prduçã. Ainda referente às linhas de crédit, s assentads alegam que receberam s recurss atrasads em relaçã à épca de planti, que dificultu cultiv de cana para a prduçã de frragem para gad. Segund eles, quem plantu n an anterir perdeu a prduçã pr causa da puca chuva. Quant à assistência técnica que é realizada pela EMATER, s mradres d PA Crrentes a classificam cm ruim; parte d crédit recebid pelas famílias fi destinad a pagament da assistência técnica, mas s assentads afirmam que só usufruíram destes serviçs n iníci d PA, ainda na elabraçã ds prjets. Atualmente a assistência técnica está resumida a serviçs muit esprádics. N mês de nvembr, mês de planti, quase nã huve assistência segund s assentads. Alguns trabalhadres querem entrar na justiça cntra a EMATER, alegand que serviç fi pag, mas nã fi realizad. Além deste serviç prestad pela EMATER, nã existe nenhuma utra frma de assistência técnica n lcal. 12