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Transcrição:

UNIVERSIDADE DO PLANALTO CATARINENSE DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS CURSO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO (BACHARELADO) WEB SERVICES PARA CÁLCULO DE INFORMAÇÕES NUTRICIONAIS E CUSTOS DE ALIMENTOS CHARLES PALMA SCHLISTING LAGES, JULHO DE 2007

UNIVERSIDADE DO PLANALTO CATARINENSE DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS CURSO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO (BACHARELADO) WEB SERVICES PARA CÁLCULO DE INFORMAÇÕES NUTRICIONAIS E CUSTOS DE ALIMENTOS Relatório do Trabalho de Conclusão de Curso submetido à Universidade do Planalto Catarinense para obtenção dos créditos de disciplina com nome equivalente no curso de Sistemas de Informação - Bacharelado. CHARLES PALMA SCHLISTING Orientador: Prof. Marcos André Pisching, M.Sc. LAGES, JULHO DE 2007

iii WEB SERVICES PARA CÁLCULO DE INFORMAÇÕES NUTRICIONAIS E CUSTOS DE ALIMENTOS CHARLES PALMA SCHLISTING ESTE RELATÓRIO, DO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO, FOI JULGADO ADEQUADO PARA OBTENÇÃO DOS CRÉDITOS DA DISCIPLINA DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO DO VIII SEMESTRE, OBRIGATÓRIA PARA OBTENÇÃO DO TÍTULO DE: BACHAREL EM SISTEMAS DE INFORMAÇÃO Prof. Marcos André Pisching, M.Sc. Orientador BANCA EXAMINADORA: Prof. Edson Roberto Souza Paes, M.Sc. UNIPLAC Prof. Diego Ricardo Holler, Esp. UNIPLAC Prof. Angelo Augusto Frozza, M.Sc Professor de TCC Prof. Wilson Castello Branco Neto, Dr. Coordenador de Curso Lages, 04 de Julho de 2007

iv Dedico este trabalho a Sra. Jurema Hugen Palma(in memoriam), bisavó materna que desde pequeno me ensinou o caminho do bem e do mal, me ajudou a crescer e a fazer de mim o homem que hoje sou, dedico também a meus pais por tudo que fizeram até hoje por mim e em especial a minha esposa que me acompanhou e tem me acompanhado nesta jornada.

Agradeço a Deus e ao Senhor Jesus Cristo, por ter me dado vida e força todos estes dias, por ter me dado amor e ter me escutado nas minhas dificuldades, por ter me dado inteligência e sabedoria para realizar este trabalho e todas as demais coisas na minha vida. v

vi O Senhor é meu pastor; nada me faltará. Ele me faz repousar em pastos verdejantes. Leva-me para junto das águas de descanso; refrigera-me a alma. Guia-me pelas veredas da justiça por amor do seu nome. Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal nenhum, porque tu estás comigo; o teu bordão e o teu cajado me consolam. Preparas-me uma mesa na presença dos meus adversários, unges-me a cabeça com óleo; o meu cálice transborda. Bondade e misericórdia certamente me seguirão todos os dias da minha vida; e habitarei na Casa do Senhor para todo sempre. Salmo 23

SUMÁRIO LISTA DE ILUSTRAÇÕES... IX LISTA DE SIGLAS... XI RESUMO... XII ABSTRACT... XIII 1 INTRODUÇÃO... 1 1.1 Apresentação... 1 1.2 Descrição do problema... 2 1.3 Justificativa... 2 1.4 Objetivo geral... 5 1.5 Objetivos específicos... 5 1.6 Metodologia... 5 2 CONTROLE DAS INFORMAÇÕES NUTRICIONAIS... 7 2.1 Apresentação geral... 7 2.2 Dados importantes... 10 2.3 O tamanho da porção e a medida caseira correspondente... 11 2.3.1 Cálculo da porção nutricional... 13 2.3.2 Determinação da medida caseira... 13 2.4 Modelos de rotulagem nutricional... 14 2.5 Expressões dos valores... 15 2.6 Cálculo das informações nutricionais... 15 2.7 Cálculo do %VD... 20 2.8 Embalagens individualizadas... 21 2.9 Conclusão... 22 3 MODELAGEM DO SISTEMA... 23 3.1 Sumário executivo... 23 3.2 Levantamento de requisitos... 24 3.3 Casos de uso... 28 3.4 Expansão dos casos de uso... 28 3.5 Esquema conceitual do banco de dados... 29 3.6 Esquema lógico... 30 3.7 Diagrama de classes... 31 3.8 Diagrama de estados de navegação... 34

viii 3.9 Conclusão... 35 4 IMPLEMENTAÇÃO DO SISTEMA... 36 4.1 Ferramentas e tecnologias utilizadas... 36 4.1.1 Linguagem Java... 36 4.1.2 NetBeans... 37 4.1.3 JPA Java Persistence API... 38 4.1.4 Java DB Derby... 39 4.2 Implementação do domínio do problema... 40 4.3 Implementação do Web Service... 44 4.4 Demonstração de uso... 46 4.5 Conclusão... 48 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS... 49 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS... 51 BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR... 53 ANEXOS... 54 APÊNDICE WEB SERVICES PARA CÁLCULO DE INFORMAÇÕES NUTRICIONAIS E CUSTOS DE ALIMENTOS... 62

LISTA DE ILUSTRAÇÕES FIGURA 1 - Diagrama de casos de uso... 28 FIGURA 2 - Esquema conceitual do banco de dados... 29 FIGURA 3 - Esquema lógico do banco de dados... 30 FIGURA 4 - Pacotes das classes do sistema... 31 FIGURA 5 - Diagrama de classes GUI... 32 FIGURA 6 - Diagrama de classes DAO... 33 FIGURA 7 - Diagrama de classes VO... 33 FIGURA 8 - Diagrama de estados de navegação do sistema... 34 FIGURA 9 - Página inicial do sistema.... 46 FIGURA 10 - Página principal do sistema.... 47 FIGURA 11 - Tela de cadastro de receitas.... 47 QUADRO 1 - Modelo de rótulo... 8 QUADRO 2 - Grupos de alimentos divididos em diferentes níveis... 12 QUADRO 3 - Modelo de rótulo... 14 QUADRO 4 - Modelo linear... 14 QUADRO 5 - Modo de declaração dos valores nutricionais... 15 QUADRO 6 - Quantidades não significativas das informações nutricionais... 15 QUADRO 7 - Ingredientes para produção de um bolo... 16 QUADRO 8 - Tabela de composição química dos ingredientes do bolo.... 17 QUADRO 9 - Cálculo da quantidade de carboidratos.... 17 QUADRO 10 - Cálculo da quantidade de carboidratos por porção de 60 g de bolo... 18 QUADRO 11 - Cálculo da quantidade de gorduras trans... 19 QUADRO 12 - Cálculo da quantidade do valor energético.... 20 QUADRO 13 - Exemplo de cálculo da %VD baseado no cálculo da informação nutricional do bolo.... 21 QUADRO 14 - Requisito manter informações de ingredientes... 24 QUADRO 15 - Requisito manter informações de receitas... 25 QUADRO 16 - Requisito manter informações de grupo... 25 QUADRO 17 - Requisito manter informações de medidas caseiras... 26 QUADRO 18 - Requisito manter informações de valores de referência... 26 QUADRO 19 - Requisito manter informações de usuários... 26 QUADRO 20 - Requisito realizar cálculo de informações nutricionais... 27 QUADRO 21 - Requisito realizar cálculo de custos dos alimentos... 27

x QUADRO 22 - Requisitos suplementares do sistema... 28 QUADRO 23 - Expansão do caso de uso calcular informações nutricionais... 29 QUADRO 24 - Fragmento de código fonte da classe Nivel implementada com JPA. 38 QUADRO 25 - Código SQL da tabela Nivel.... 39 QUADRO 26 - Fragmento de código fonte de inserção de dados.... 40 QUADRO 27 - Fragmento de código fonte de edição de dados.... 41 QUADRO 28 - Fragmento de código fonte de exclusão de dados.... 41 QUADRO 29 - Fragmento de código fonte que mostra todos os dados da tabela.... 42 QUADRO 30 - Fragmento de código fonte de consultar um determinado item da tabela... 42 QUADRO 31 - Fragmento de código fonte que realiza o cálculo das informações nutricionais.... 42 QUADRO 32 - Fragmento de código fonte que realiza o cálculo do custo da receita. 43 QUADRO 33 - Fragmento de código fonte que solicita um determinado item da tabela... 44 QUADRO 34 - Fragmento de código fonte que solicita a inserção de dados.... 45 QUADRO 35 - Fragmento de código fonte que solicita a exclusão de dados.... 45 QUADRO 36 - Fragmento de código fonte que solicita o cálculo das informações nutricionais.... 45 TABELA 1 - Capacidade ou dimensão com sua respectiva medida caseira.... 13 TABELA 2 - Tabela de percentual de medida caseira... 22

LISTA DE SIGLAS ANVISA cm DAO EE EJB ER g GUI IDR JPA JSP JSR Kcal KJ mg ml POJOs PU SE SGDB SJSAS UML UNB VD VDR VO - Agência Nacional de Vigilância Sanitária - Centímetro - Data Acess Object - Enterprise Edition - Enterprise Java Beans - Entidade Relacionamento - Grama - Graphical User Interfaces - Ingestão Diária Recomendada - Java Persistence API - Java Server Pages - Java Specification Request - Quilocaloria - Quilojoule - Miligrama - Mililitro - Plain Old Java Objects - Processo Unificado - Standard Edition - Sistema Gerenciador de Banco de Dados - Sun Java System Application Server - Linguagem de Modelagem Unificada - Universidade de Brasília - Valor Diário - Valores Diários de Referência - Value Object

RESUMO Este trabalho apresenta uma proposta para facilitar o cálculo das informações nutricionais dos alimentos, com base nas informações nutricionais dos ingredientes usados em sua produção, seguindo os padrões determinados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária ANVISA. O problema tratado neste trabalho é como gerenciar tais informações e calcular o total de informações nutricionais dos alimentos. No entanto, a ANVISA, no uso das suas atribuições, aprovou, no dia 23 de dezembro de 2003, o Regulamento Técnico de Porções de Alimentos Embalados para Fins de Rotulagem Nutricional, que obriga a rotulagem nutricional dos alimentos produzidos e comercializados, qualquer que seja sua origem, embalados na ausência do cliente e prontos para serem oferecidos aos consumidores, visto que a apresentação destas informações não ocorria anteriormente. Para sanar tal problema, foi desenvolvido um Web Service, que disponibiliza os serviços que calculam as informações nutricionais dos alimentos e apresentam o seu custo de fabricação, onde foi utilizada tecnologia Java Persistence API, que realiza a persistência dos dados no banco de dados, e o banco de dados JavaDB - Derby. Este serviço apresenta corretamente as informações nutricionais referentes a cada alimento solicitado e mostra o custo de cada alimento em sua fabricação, podendo ser acessado por aplicações web, desktop, mobile ou outras tecnologias que consigam acessar o serviço. O sistema agiliza, também, o processo de consultas com relação às informações nutricionais de cada produto, tornando o acesso às informações nutricionais e aos seus cálculos mais práticos. Com o final deste trabalho e com o alcance de todos os objetivos o sistema deve ajudar estabelecimentos que fabricam, manipulam, embalam e vendem alimentos a prestarem de maneira correta, ágil e prática, as informações nutricionais destes alimentos para os consumidores. Palavras-chave: informação nutricional; custo; alimentos; calorias.

ABSTRACT This work presents a proposal to make it easy to calculate nutritional information of foods, based on the nutritional information of the ingredients used in their production, following the estimate standards determined by the National Agency of Sanitary Monitoring - ANVISA. The subject treated in this work is about how to manage such information and how to calculate the total of nutritional information of foods. On December 23 rd 2003, ANVISA approved the Technical Regulation of Portions of Packed Foods, with the purpose of labeling nutritional information on foods packing. This regulation compels food producers to display nutritional information on the label of any produced and commercialized food whatever its origin is, since it is packed in the absence of customers. To solve such problem, a Web Service was developed to provide services which calculate the nutritional information of foods and present their costs of manufacturing, where the technology Java Persistence API, that carries through the persistence of the data in the data base, and the data base JavaDB - Derby was used. This service correctly presents nutritional information related to each requested food, and shows the cost of each one on its manufacturing, being able to be accessed by the applications: web, desktop, mobile or other technologies that are able to access the service. The system also speeds up the process of consulting nutritional information of each product, making it easy to access nutritional information and more practical calculation of its values. At the end of this work, after all the objectives are reached, the system must help establishments, which manufacture, handle, pack and sell foods, to offer nutritional information for the consumers, in a correct, fast and practical way. Keywords: nutricional information; cost; foods; calories.

1 INTRODUÇÃO 1.1 Apresentação Os alimentos são de grande importância na vida do ser humano, sem eles o homem não conseguiria sobreviver. Mas, muitas vezes, o homem tem que consumir determinados alimentos sem saber a sua procedência, ou seja, desconhece sua composição, a qualidade, a validade, a higiene na hora do preparo do alimento e outros. Isso pode trazer danos à saúde e, em casos mais extremos, pode até causar a morte do consumidor. A partir de fatos como este, foi criada a ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária, responsável por fazer o controle dos alimentos, garantindo assim, a qualidade dos mesmos. Esta agência é responsável, também, pelo controle das informações nutricionais dos alimentos, determinando suas regras e fórmulas para a obtenção dos valores nutricionais e como tais informações devem ser apresentadas ao consumidor. Mas, muitos dos alimentos consumidos pelo homem ainda não apresentam estas informações. Então, a ANVISA publicou a Resoluções RDC 359 (BRASIL, 2003a) e a Resolução RDC 360 (BRASIL, 2003b), obrigando a todos os estabelecimentos que fabricam, manipulam, embalam e vendem alimentos a apresentar em sua rotulagem a tabela nutricional, a fim de orientar os consumidores sobre os nutrientes dos alimentos, contribuir e facilitar o comércio e na implementação de políticas públicas destinadas a orientar o consumo de alimentos mais saudáveis. Por isso, pretende-se através deste trabalho, desenvolver um sistema que

2 possa calcular as informações nutricionais dos alimentos, além de mostrar o custo de fabricação dos mesmos. Este sistema pode ser acessado via desktop e web, interligado através de um web service, para facilitar o acesso do usuário ao sistema. Além dos estabelecimentos comerciais, os consumidores também podem acessar o sistema, podendo calcular a informação nutricional de suas refeições feitas em casa. O presente trabalho está estruturado da seguinte forma: o capitulo 1 apresenta uma introdução sobre o trabalho, abordando a definição do problema, justificativa, objetivos geral e específicos e metodologia. No capítulo 2 é apresentado como é feito o controle das informações nutricionais. No capítulo 3 é apresentada a modelagem do sistema, para que ele esteja previamente estruturado para posterior implementação. No capítulo 4 é apresentada a implementação e os testes realizados no sistema. Finalmente, no capítulo 5 são feitas as considerações finais deste trabalho. 1.2 Descrição do problema A partir da preocupação das pessoas com sua saúde e com a qualidade dos alimentos que consomem no seu dia-a-dia, a Resolução RDC nº 359 (BRASIL, 2003a) e a Resolução RDC nº 360 (BRASIL, 2003b) dispõem sobre a obrigatoriedade da rotulagem nutricional dos alimentos produzidos e comercializados, qualquer que seja sua origem, embalados na ausência do cliente e prontos para serem oferecidos aos consumidores. Elas foram criadas porque, na maioria dos casos, os estabelecimentos não apresentam as informações referentes aos alimentos produzidos, deixando o consumidor desorientado, sem saber direito o que está consumindo. Desta forma, o problema abordado neste trabalho é como gerenciar tais informações e calcular o total de nutrientes dos alimentos. 1.3 Justificativa De acordo com a ANVISA (2005),

3 Os rótulos são elementos essenciais de comunicação entre produtos e consumidores. Daí a importância das informações serem claras e poderem ser utilizadas para orientar a escolha adequada de alimentos. No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária ANVISA é o órgão responsável pela regulamentação da rotulagem de alimentos, que estabelece as informações que um rótulo deve conter, visando à garantia de qualidade do produto e a saúde do consumidor. No entanto, a ANVISA, no uso das suas atribuições, aprovou, no dia 23 de dezembro de 2003, o Regulamento Técnico de Porções de Alimentos Embalados para Fins de Rotulagem Nutricional, que obriga a rotulagem nutricional dos alimentos produzidos e comercializados, qualquer que seja sua origem, embalados na ausência do cliente e prontos para serem oferecidos aos consumidores, visto que isso não ocorria anteriormente. Segundo um Projeto de Lei (RIO DE JANEIRO, 2005) criado pelo Deputado Estadual Samuel Malafaia, do Estado do Rio de Janeiro, A Informação Nutricional constante da embalagem do produto, foi um avanço da mais alta relevância conseguido pelo consumidor. Assim sendo, nada mais justo e oportuno que produtos, como os diversos tipos de pães e de biscoitos, fabricados pelo estabelecimento que os vende, observando, fielmente, a obrigatoriedade de prestar Informação Nutricional e, não tendo embalagem própria para prestar a informação, o façam através de tabelas e/ou impressos colocados em local de fácil visualização pelo consumidor. Em razão da obrigatoriedade de divulgação da Informação Nutricional, através das embalagens dos respectivos produtos, ressaltando os benefícios que esta informação presta para saúde do consumidor. Assim, para auxiliar padarias e congêneres, propõe-se o uso de sistemas computacionais capazes de calcular, a partir das informações contidas nos alimentos e a partir de dados estabelecidos pela ANVISA, as informações nutricionais dos produtos vendidos. Este tipo de software pode ajudar os estabelecimentos comerciais, designados por lei a apresentarem a informação nutricional de seus produtos e auxiliar estes estabelecimentos na produção dos mesmos. Além disso, serve para que as pessoas, através da Internet, possam acessar e também calcular as informações nutricionais dos alimentos consumidos diariamente. Com isso, as pessoas têm acesso às informações nutricionais dos alimentos, de forma mais prática e fácil, o que pode trazer grandes benefícios em tratamentos

4 nutricionais, dietas, aperfeiçoamento das ações de controle sanitário na área de alimentos e prevenção de doenças nutricionais, visando a saúde da população e a garantia da qualidade dos alimentos. Outra vantagem, é o fácil acesso às informações que ensinam sobre a conservação dos alimentos, evitando sua deterioração, prevenindo os usuários de contaminação, além de mostrar a porção diária que vai suprir as necessidades de quase todas as pessoas. O conhecimento da composição dos alimentos consumidos no Brasil é fundamental para se alcançar a segurança alimentar no país. Tabelas de composição de alimentos são pilares básicos para educação nutricional, controle da qualidade e segurança dos alimentos, avaliação e adequação da ingestão de nutrientes de indivíduos ou populações. Por meio delas, autoridades de saúde pública podem estabelecer metas nutricionais e guias alimentares que levem a uma dieta mais saudável. Ao mesmo tempo em que forneçam subsídios aos pesquisadores de estudos epidemiológicos que relacionam a dieta com os riscos de doenças ou a profissionais que necessitem destas informações para fins clínicos, esses dados podem orientar a agricultura e as indústrias de alimentos no desenvolvimento de novos produtos e apoiar políticas de proteção ao meio ambiente e da biodiversidade. São necessárias também para a rotulagem nutricional a fim de auxiliar consumidores na escolha dos alimentos. Adicionalmente, em um mercado altamente globalizado e competitivo, dados sobre composição de alimentos servem para incentivar a comercialização nacional e internacional de alimentos (NEPA, 2004). Um sistema para desktop ajuda padarias, confeitarias, restaurantes e congêneres a mostrar de forma clara, os dados de cada alimento vendido, apresentando estas informações em etiquetas impressas pelo sistema, que acompanham os alimentos. As informações nutricionais dos alimentos vendidos nestes estabelecimentos são de responsabilidade dos mesmos, sendo que estas são calculadas de acordo com os ingredientes contidos nos alimentos produzidos e com o cadastro destes alimentos feito pelos estabelecimentos. Um sistema para Internet serve tanto para estabelecimentos comerciais, como para que os consumidores finais possam ter acesso a estas informações, fazendo os cálculos dos alimentos consumidos no seu dia-a-dia e visualizando quanto custou a sua produção.

5 1.4 Objetivo geral O objetivo deste trabalho é desenvolver um sistema, voltado para web e desktop, que calcule as informações nutricionais e o custo de alimentos, com base nas informações nutricionais e no custo dos ingredientes usados em sua produção, seguindo os padrões determinados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária ANVISA. 1.5 Objetivos específicos Os objetivos específicos referentes a este trabalho estão descritos a seguir: a) Apresentar corretamente as informações nutricionais referentes a cada alimento solicitado; b) Poder acessar o sistema através de aplicações web e desktop; c) Mostrar o custo de cada alimento, em sua fabricação; d) Agilizar o processo de consultas com relação às informações nutricionais de cada produto; e) Tornar o acesso às informações nutricionais e aos seus cálculos mais práticos. 1.6 Metodologia Primeiramente, foi definido o problema, sobre o qual desenvolveu-se uma solução para o mesmo. Então foi especificado o objetivo a ser alcançado, sendo extraídos os objetivos específicos que pretendiam ser alcançados ao final do trabalho. Em seguida foi desenvolvida uma justificativa, explicando os benefícios e as vantagens que o sistema traz. Por fim, nesta primeira etapa, foi descrito na fase de metodologia os passos do desenvolvimento do projeto. Na segunda etapa do trabalho, foi relatado sobre o controle das informações nutricionais, sendo apresentados todos os nutrientes que devem ser declarados de

6 forma obrigatória, como as informações nutricionais são calculadas e como elas devem aparecer para o usuário. Foram mostrados, também, dados relevantes, regras e orientações referentes à declaração de medidas caseiras. De acordo com o processo unificado, foi desenvolvido um sumário executivo do sistema, para, a partir dele, ser feito o levantamento dos requisitos e todos os diagramas necessários para a implementação. Na sequência, foi definida a arquitetura do sistema, para, então, partir para a quarta etapa do trabalho, a implementação. Na quarta etapa, antes de iniciar a implementação, foram definidas as ferramentas e as tecnologias utilizadas para facilitar o desenvolvimento do trabalho. Em seguida, realizou-se a implementação. Nesta etapa foi desenvolvido o domínio do problema, ou seja, o cálculo das informações nutricionais, as regras de apresentação de valores determinados pela ANVISA e o cálculo do custo dos alimentos fabricados. Também, foi implementado um Web Service que gerencia os cálculos relatados anteriormente e disponibiliza os dados para o usuário através de aplicações clientes, implementadas na sequência. Após desenvolvido o sistema, partiu-se para a fase de testes e demonstrações de uso, que ajudaram o desenvolvedor a encontrar erros e falhas, para que essas fossem corrigidas posteriormente, finalizando assim mais uma etapa do trabalho. Na quinta e última etapa, foram feitas as considerações finais e os últimos ajustes no sistema para a entrega do trabalho.

2 CONTROLE DAS INFORMAÇÕES NUTRICIONAIS A rotulagem nutricional tem sido de enorme importância para uma alimentação saudável, sendo destacada em vários estudos e pesquisas que envolvem a área da nutrição, para prevenção de doenças crônicas como obesidade, diabetes, câncer e hipertensão. No entanto, poucas pessoas sabem o que significa cada componente de uma tabela nutricional e qual sua importância no dia-a-dia. A partir de agora, com base no material: Rotulagem Nutricional Obrigatória manual de orientação às indústrias de alimentos (ANVISA e UNB, 2005) e Rotulagem Nutricional Obrigatória manual de orientação aos consumidores (ANVISA e UNB, 2001), é feita uma abordagem sobre o que é cada componente da tabela nutricional, como são calculadas as informações nutricionais para cada produto fabricado, como o controle destas informações é feito atualmente, quais as regras e normas utilizadas para que a informação nutricional seja obtida de acordo com as regras determinadas pela ANVISA. 2.1 Apresentação geral Segundo material produzido pela ANVISA e UNB (2005), Rotulagem Nutricional é toda descrição destinada a informar o consumidor sobre as propriedades nutricionais do alimento. Mas, quais são estas informações e qual o significado dos dados que compõem esta tabela? No modelo vertical do rótulo apresentado no Quadro 1, estão descritas na

8 primeira coluna todas as informações nutricionais obrigatórias. QUADRO 1 - Modelo de rótulo INFORMAÇÃO NUTRICIONAL Porção de... g ou ml (medida caseira) Quantidade por porção %VD(*) Valor Energético kcal e kj % Carboidratos g % Proteínas g % Gorduras Totais Gorduras Saturadas Gorduras Trans Fibra Alimentar g % Sódio mg % Outros minerais (1) Vitaminas (1) mg (*)% Valores Diários de referência com base em uma dieta de 2.000 kcal ou 8400 kj. Seus valores diários podem ser maiores ou menores dependendo de suas necessidades energéticas. (1) Quando declarados. (FONTE: ANVISA e UNB, 2005) g g g mg A primeira informação nutricional obrigatória é o valor energético que significa a quantidade de energia térmica que o organismo utiliza nas ligações químicas do alimento, necessária para se elevar à temperatura de 1 C. O valor energético é calculado a partir da quantidade de gorduras, proteínas e carboidratos presentes nos alimentos. Ele pode ser encontrado em duas unidades de medidas diferentes, quilocalorias (kcal) ou quilojoules (kj). A quantidade de calorias que cada pessoa precisa depende de fatores como idade, peso, quantidade de atividade física e funcionamento do corpo. Se for uma mulher adulta que não pratica atividade física ou uma pessoa da terceira idade, precisa em média de 1600 kcal por dia. Agora, se for uma criança, menina adolescente ou homem adulto que não pratica atividade física, precisa em média de 2200 kcal por dia. E, por fim, se for um menino adolescente ou homem adulto que pratica atividade física, precisa de 2800 kcal por dia (ANVISA e UNB, 2001, p. 9). Para estes cálculos a prática de atividade física significa pelo menos 30 minutos todos os dias, podendo ser realizado de uma só vez ou distribuí-lo ao longo do dia (ANVISA e UNB, 2001, p. 9). % % -

9 Outra informação que a tabela nutricional deve apresentar são os carboidratos, que fornecem parte da energia necessária para o crescimento, desenvolvimento e manutenção da saúde. Estão presentes nas massas, arroz, açúcar de mesa, mel, pães, frutas, farinhas, tubérculos e doces em geral. Cada grama de carboidrato fornece 4 kcal (ANVISA e UNB, 2001, p. 10). As proteínas são necessárias para construção dos órgãos, tecidos, células etc. Podem ser encontradas em carnes, ovos, leites e derivados e feijões. Elas também fornecem 4 kcal por grama. As gorduras são substâncias de origem vegetal ou animal, insolúveis em água. A informação nutricional no rótulo destaca a quantidade de gorduras totais, gorduras saturadas, gorduras trans e colesterol. As gorduras estão presentes nos óleos vegetais, manteiga, queijo, carnes, leite, ovos e pães, entre outros alimentos (ANVISA e UNB, 2001, p. 11). As gorduras totais são o somatório de todas as gorduras, elas fornecem 9 kcal por grama. Carnes, toucinho, pele de frango, queijos, leite, manteiga, sorvetes, requeijão e iogurte são alimentos que possuem gorduras saturadas. Já, as gorduras trans, ou transversa, são um tipo de gordura saturada, formada quando se adiciona hidrogênio ao óleo vegetal, num processo conhecido como hidrogenação. Exemplos de alimentos que apresentam em sua composição gorduras trans são óleos e gordura animal, considerados ingredientes mais básicos; margarinas e gorduras hidrogenadas, que já são processados; e, por último, aqueles produtos que são elaborados a partir dos óleos vegetais, gordura animal, margarinas e gordura hidrogenada, como é o caso dos sorvetes, panificações, bolos, salgadinhos de pacote entre outros. A fibra alimentar é um tipo de carboidrato presente em muitos tipos de alimentos de origem vegetal, como frutas e hortaliças, pães integrais e outros. A presença delas na alimentação é essencial. A ingestão de fibras diminui o risco de doenças do coração, câncer de intestino, diabetes e hemorróidas (ANVISA e UNB, 2001, p. 12).

10 O sódio é outro micronutriente importante para manutenção da saúde. Mas, como todos os outros nutrientes, deve ser consumido na quantidade certa. Um alimento que apresenta muito sódio é o sal. O consumo excessivo de sal ou qualquer outro alimento rico em sódio pode levar uma pessoa a desenvolver pressão alta. Obrigatoriamente, outros minerais e vitaminas farão parte do quadro, quando se fizer uma declaração de propriedades nutricionais ou outra declaração que faça referência a estes nutrientes. Podem ser declarados vitaminas e minerais optativamente quando estiverem presentes em quantidade igual ou maior a 5% da Ingestão Diária Recomendada (IDR) por porção indicada no rótulo. 2.2 Dados importantes A legislação determina a declaração de informação nutricional obrigatória de valor energético, carboidratos, proteínas, gorduras totais, gorduras saturadas, gorduras trans, fibra alimentar e sódio, nos rótulos de alimentos e bebidas. Indústrias fabricantes de tais produtos têm que se adequar, apresentando as informações nutricionais do produto em porções, medidas caseiras e o percentual de valores diários correspondentes a cada nutriente declarado, exceto no caso de áxidos graxos trans, cujo percentual de valor diário não deve ser declarado, uma vez que não é recomendada a ingestão de gordura trans, mesmo que em quantidades mínimas. (BRASIL, 2003b). Tais porções, apresentadas nos rótulos de alimentos e bebidas embalados, foram determinados com base em uma dieta de 2000 kcal, considerando uma alimentação saudável. Os alimentos e bebidas produzidos, comercializados e embalados na ausência do consumidor devem apresentar a rotulagem nutricional. Mas, os seguintes produtos estão dispensados (ANVISA e UNB, 2005, p. 8): As águas minerais e demais águas destinadas ao consumo humano; As bebidas alcoólicas; Os aditivos alimentares e coadjuvantes de tecnologia;

11 As especiarias, como pimenta do reino, cominho, noz moscada, canela e outros; Os vinagres; O sal (cloreto de sódio); Café, erva mate, chá e outras ervas sem adição de outros ingredientes; Os alimentos preparados e embalados em restaurantes e estabelecimentos comerciais, prontos para o consumo como, por exemplo, sanduíches embalados, sobremesas do tipo flan ou mousses ou saladas de frutas e outras semelhantes; Os produtos fracionados nos pontos de venda a varejo, comercializados como pré-medidos. Alimentos fatiados como queijos, presuntos, salames, mortadelas, entre outros; As frutas, vegetais e carnes in natura, refrigerados ou congelados; Produtos que possuem embalagens com menos de 100 cm² (esta dispensa não se aplica aos alimentos para fins especiais ou que apresentem declarações de propriedades nutricionais). 2.3 O tamanho da porção e a medida caseira correspondente A medida caseira de um determinado produto deve aparecer nas tabelas nutricionais de alimentos com referência ao tamanho da porção indicada. Os tamanhos das porções estão indicados na Resolução - RDC n 359, de 23 de dezembro de 2003, Tabela de Valores de Referência para Porções de Alimentos e Bebidas Embalados para Fins de Rotulagem Nutricional (presente no Anexo I deste trabalho), na qual, cada nível agrupa alimentos com características semelhantes entre si. O nível 1 agrupa os alimentos ricos em carboidratos; o nível 2 alimentos ricos em vitaminas e minerais; o nível 3 agrupa alimentos ricos em proteínas; e, por último, o nível 4 agrupa alimentos com a densidade energética alta. No caso dos alimentos de consumo ocasional, como sorvetes, balas, pirulitos, não foi considerado o valor energético médio estabelecido para o grupo.

12 Os produtos alimentícios que não estiverem dispostos em um dos quatro níveis da tabela foram incluídos no Grupo VIII Molhos, temperos prontos, caldos, sopas e pratos preparados, como mostrado no Quadro 2. QUADRO 2 - Grupos de alimentos divididos em diferentes níveis. Nível Grupos de alimentos Valor energético médio (VE) Nº de porções Valor energético médio por porção kcal kj Kcal kj 1 I Produtos de panificação, cereais, 900 3800 6 150 630 leguminosas, raízes, tubérculos e seus derivados. 2 II Verduras, hortaliças e conservas vegetais. III Frutas, sucos, néctares e 300 1260 3 3 30 70 125 295 refrescos de frutas. 3 IV Leites e derivados. V Carnes e ovos. 500 2100 2 2 125 125 525 525 4 VI Óleos, gorduras e sementes oleaginosas. VII Açúcares e produtos que 300 1260 2 1 100 100 420 420 fornecem energia provenientes de carboidratos e gorduras. VIII Molhos, temperos prontos, caldos, sopas e pratos preparados. (FONTE: BRASIL, 2003a) Cada nível apresenta o valor energético médio. A soma dos quatro níveis totaliza as 2.000 calorias ou 8.400 quilojoules, base para uma alimentação diária. Esse valor energético é distribuído através das porções nos grupos alimentares. Caso o fabricante de alimentos não encontre o seu produto indicado na Tabela de Valores de Referência para Porções de Alimentos e Bebidas Embalados para Fins de Rotulagem Nutricional, deve seguir os passos a seguir para o estabelecimento das porções: 1 Passo - Identificar em que nível o produto se encaixa considerando suas características. 2 Passo Identificar o valor energético médio por porção do produto. 3 Passo - É o momento de se utilizar regra de três para determinar a porção do produto.

13 2.3.1 Cálculo da porção nutricional Usando como exemplo, um fabricante de alimentos que produz um tipo de queijo que não está indicado na Tabela de Valores de Referência para Porções de Alimentos e Bebidas Embalados para Fins de Rotulagem Nutricional (ver Anexo I). Seguem-se os passos indicados anteriormente, para identificar que o produto se encaixa no nível 3, no grupo alimentar IV (leite e derivados). Esse deve apresentar em média 125 Kcal ou 525 kj. Assim, supõem-se que 100 gramas do produto apresenta 625 kcal, quantos gramas irá apresentar 125 kcal? 100 g 625 kcal X g 125 kcal X = 100 x 125/625 X = 20 g (a porção do produto é 20 gramas) 2.3.2 Determinação da medida caseira A declaração da medida caseira agora é obrigatória. Para facilitar sua declaração, estabeleceu-se sua relação com a porção correspondente em gramas ou mililitros, a partir dos utensílios caseiros que são geralmente utilizados, conforme mostra a Tabela 1. TABELA 1 - Capacidade ou dimensão com sua respectiva medida caseira. Medida caseira Capacidade ou dimensão Xícara de chá 200ml ou cm³ Copo 200ml ou cm³ Colher de sopa 10ml ou cm³ Colher de chá 5ml ou cm³ Prato raso 22 cm de diâmetro Prato fundo 250ml ou cm³ (FONTE: BRASIL, 2003a) Como no exemplo da seção 2.3.1, o produto não está listado na Tabela de Referência de Porções de Alimentos e Bebidas Embalados. Para encontrar a medida caseira deve-se utilizar a similaridade. Dessa forma, como no Grupo IV, de leites e derivados, consta, para outros queijos (ricota, semi-duros, branco, requeijão, queijo

14 cremoso, fundidos e em pasta), a declaração da medida caseira deverá ser apresentada em colheres ou fatias que correspondam. Diante disso, pode-se escolher o melhor termo para indicar a medida. É importante notar que podem ser usadas outras formas de declaração de medidas caseiras apropriadas para o produto e de fácil entendimento dos consumidores, como fatia, rodela, fração ou unidade, e essas devem ser utilizadas quando forem consideradas adequadas. As tabelas constantes no Regulamento Técnico de Porções indicam a medida caseira utilizada por tipo de produto. 2.4 Modelos de rotulagem nutricional As informações nutricionais devem aparecer agrupada em um mesmo lugar, estruturadas em forma vertical, com os valores e as unidades em colunas (Quadro 3). QUADRO 3 - Modelo de rótulo INFORMAÇÃO NUTRICIONAL Porção de... g ou ml (medida caseira) Quantidade por porção %VD(*) Valor Energético kcal % Carboidratos g % Proteínas g % Gorduras Totais Gorduras Saturadas Gorduras Trans g g g % % - Fibra Alimentar g % Sódio mg % (*)% Valores Diários de referência com base em uma dieta de 2.000 kcal ou 8400 kj. Seus valores diários podem ser maiores ou menores dependendo de suas necessidades energéticas. (FONTE: ANVISA e UNB, 2005) Alternativamente, podem aparecer em forma linear quando o espaço não for suficiente (Quadro 4). QUADRO 4 - Modelo linear Informação Nutricional: Porção g ou ml; (medida caseira) Valor energético... kcal =.kj (...%VD); Carboidratos...g (...%VD); Proteínas...g(...%VD); Gorduras totais...g (...%VD); Gorduras saturadas...g (%VD); Gorduras trans...g; Fibra alimentar...g (%VD); Sódio..mg (%VD). Não contém quantidade significativa de...(valor energético e ou o(s) nome(s) do(s) nutriente(s)) (Opcional). *% Valores Diários com base em uma dieta de 2.000 kcal ou 8400 kj. (FONTE: BRASIL, 2003b)

15 2.5 Expressões dos valores O valor energético e o percentual de Valor Diário (% VD) devem ser declarados em números inteiros. Já, os nutrientes são declarados de acordo com o estabelecido no Quadro 5 e as cifras devem ser expressas nas unidades indicadas no Anexo II. QUADRO 5 - Modo de declaração dos valores nutricionais Valores maiores ou igual a 100 Serão declarados em números inteiros com três cifras Valores menores que 100 e maiores ou iguais a 10 Serão declarados em números inteiros com duas cifras Valores menores que 10 e maiores ou iguais a 1: Serão declarados com uma cifra decimal Valores menores que 1 Para vitaminas e minerais - declarar com duas cifras decimais Demais nutrientes - declarar com uma cifra decimal. (FONTE: ANVISA e UNB, 2005) Quando o alimento apresentar quantidades menores ou iguais às estabelecidas como não significativa, a informação nutricional para valor energético e nutrientes deve ser expressa como zero, 0 ou não contém. QUADRO 6 - Quantidades não significativas das informações nutricionais Valor energético / nutrientes Quantidades não significativas por porção (expressa em g ou ml) Valor energético Menor ou igual a 4 kcal / Menor que 17 kj Carboidratos Menor ou igual a 0,5 g Proteínas Menor ou igual a 0,5 g Gorduras totais (*) Menor ou igual a 0,5 g Gorduras saturadas Menor ou igual a 0,2 g Gorduras trans Menor ou igual a 0,2 g Fibra alimentar Menor ou igual a 0,5 g Sódio Menor ou igual a 5 mg (*) Será declarado como zero, 0 ou não contém quando a quantidade de gorduras totais, gorduras saturadas e gorduras trans atendam a condição de quantidades não significativas e nenhum outro tipo de gordura seja declarado com quantidades superiores a zero. (FONTE: BRASIL, 2003b) 2.6 Cálculo das informações nutricionais Antes de calcular as informações nutricionais de um produto, é preciso ter acesso às tabelas de informação nutricional dos ingredientes que o formam.

16 Para isso, algumas fontes precisam ser consultadas, quando o ingrediente utilizado não apresentar a informação nutricional em sua embalagem. Eis as principais (ANVISA e UNB, 2005, p. 13): a) Tabela de Valores de Referência para Porções de Alimentos e Bebidas Embalados para Fins de Rotulagem Nutricional (Anexo I); b) Uma Tabela de Composição Química de Alimentos, um Banco de Dados de Alimentos ou o laudo de análise físico-química do produto. Após obter todos os dados nutricionais dos ingredientes que vão formar o produto, é preciso de um método que auxilie na realização do cálculo de suas informações nutricionais. Por exemplo, os passos que devem ser seguidos, levando em conta os ingredientes para a produção de 10 bolos de 425 gramas cada, ou seja, 4250 gramas de bolo (Quadro 7), são (ANVISA e UNB, 2005, p. 14): QUADRO 7 - Ingredientes para produção de um bolo Produto: Bolo Ingredientes Descrição Quantidade Farinha de trigo 1000 g Açúcar refinado 800 g Água 800 g Ovos (10 unidades) 500 g Gordura vegetal hidrogenada 300 g Coco ralado 200 g Fermento em pó 60 g (FONTE: ANVISA e UNB, 2005) PASSO 1: Identificar a Porção de Referência do produto a partir da consulta na Tabela de Valores de Referência para Porções de Alimentos e Bebidas Embalados para Fins de Rotulagem Nutricional (Anexo I): Alimento: Bolo Porção: 60 g Medida caseira (g): 1 fatia PASSO 2: Consultar uma Tabela de Composição Química de Alimentos,

17 Banco de Dados de Alimentos ou usar o laudo de análise Físico-Química. QUADRO 8 - Tabela de composição química dos ingredientes do bolo. (FONTE: ANVISA e UNB, 2005) A água não está contabilizada no Quadro 8, porque não contém calorias. Já o dado da gordura trans foi proveniente de análise físico-química e o valor energético não consta nesta tabela, pois é calculado utilizando fatores de conversão. PASSO 3: Neste passo é preciso calcular a quantidade de cada ítem da Tabela Nutricional em relação à porção de referência do produto. Com os dados de cada ingrediente da tabela nutricional teórica, pode-se calcular a quantidade total de cada item do produto final. Inicialmente, realiza-se uma regra de três com os dados de um determinado ítem da tabela nutricional. Este resultado é somado com os demais resultados obtidos, também via regra de três, realizados com o mesmo ítem dos demais ingredientes. QUADRO 9 - Cálculo da quantidade de carboidratos. Farinha de trigo (1000g) Açúcar refinado (800g) Ovos (500g) 100 g 77,7 g 1000 g x x=(1000 x 77,7) / 100 x = 777 g 100 g 99,9 g 800 g x x = (800 x 99,9) / 100 x = 799,2 g 100 g 1,23 g 500 g x x = (500 x 1,23) / 100 x = 6,15 g Gordura vegetal hidrogenada Coco ralado (200g) Fermento em pó (60g) (300g) 100 g 0 g 300 g x x = (300 x 0) / 100 x = 0 g 100 g 15,2 g 200 g x x = (200 x 15,2) / 100 x = 30,4 g Total de carboidratos da receita: 1635,43 g * a água não foi contabilizada porque não apresenta carboidratos. (FONTE: ANVISA e UNB, 2005) 100 g 37,8 g 60 g x x = (60 x 37,8) / 100 x = 22,68

18 Tomando como exemplo o cálculo da quantidade de carboidratos, para cada ítem da tabela é feito o mesmo procedimento para achar o valor final do ítem do produto, conforme mostrado no Quadro 9. Após achar o total de carboidratos da receita é preciso calcular a quantidade de carboidratos para 60 gramas do bolo (1 porção). QUADRO 10 - Cálculo da quantidade de carboidratos por porção de 60 g de bolo 4250 g de bolo 1635,43 g de carboidratos 60 g de bolo x x = (1635,43 x 60) / 4250 x = 23,088 g Porção de 60 g de bolo: 23,088 g de carboidrato (FONTE: ANVISA e UNB, 2005) No caso das gorduras trans, o cálculo para obtenção de seu valor se torna um pouco diferente, pois os produtos que apresentem na sua composição, este tipo de gordura, devem proceder a análise físico química. Esta análise pode ser realizada no produto final ou apenas nos ingredientes, não sendo possível utilizar as informações nutricionais disponíveis em tabelas de alimentos por três grandes razões (ANVISA e UNB, 2005, p. 43): O perfil dos ácidos graxos trans de alimentos similares, como é o caso da batata frita de diferentes marcas, pode variar consideravelmente devido ao tipo de gordura adicionada, bem como a tecnologia de processamento do produto em questão; O perfil dos ácidos graxos de alimentos tipo ingredientes de produtos citados acima, como é o caso de margarinas e gorduras hidrogenadas, também pode variar enormemente em função do tipo e qualidade de gordura adicionada ao produto, bem como a tecnologia de processamento; O perfil dos ácidos graxos de alimentos que são matérias-primas para os ingredientes e produtos, como é o caso dos óleos e gordura animal, também podem variar, mas em proporções menores que dos outros produtos.

19 Assim, para prover informação fidedigna ao usuário, em um primeiro momento, é necessária a análise das amostras de todos os tipos de alimentos que podem conter esse tipo de gordura. Em um segundo momento, quando produtos fabricados por grandes empresas, como é o caso das margarinas e gorduras hidrogenadas, tiverem disponíveis nos rótulos dos seus produtos as informações de ácido graxo trans, mediante análise do produto, indústrias de médio e pequeno porte que utilizem tais alimentos como ingredientes poderão se utilizar dessas informações para o cálculo das informações dos seus produtos. Considerando que se tenha enviado o ingrediente (gordura vegetal hidrogenada) para a análise físico-química em um laboratório e, segundo o laudo técnico hipotético, 100 gramas de gordura vegetal hidrogenada apresentam 22 gramas de gordura trans. Quanto de gordura trans tem uma porção de 60 gramas do bolo? QUADRO 11 - Cálculo da quantidade de gorduras trans Gordura vegetal hidrogenada (300g) 100 g 22 g 300 g x x = (22 x 300) / 100 x = 66 g Total de gorduras trans da receita: 66 g 4250 g de bolo 66 g de gorduras trans 60 g de bolo x x = (66 x 60) / 4250 x = 0,932 g Porção de 60 g de bolo: 0,932 g de gorduras trans (FONTE: ANVISA e UNB, 2005) Como anteriormente citado, a quantidade do valor energético a ser declarada deve ser calculada utilizando fatores de conversão, fornecidos por carboidratos, proteínas e gorduras. A quantidade do valor energético a ser declarada deve ser calculada utilizando-se os seguintes fatores de conversão (BRASIL, 2003b): Carboidratos (exceto polióis): 4 kcal/g - 17 kj/g; Proteínas: 4 kcal/g ou 17 kj/g;

20 Gorduras: 9 kcal/g ou 37 kj/g; Álcool (Etanol): 7 kcal/g ou 29 kj/g; Ácidos orgânicos: 3 kcal/g ou 13 kj/g; Polióis: 2,4 kcal/g ou 10 kj/g; Polidextroses: 1 kcal/g ou 4 kj/g. Como já se tem os dados referentes aos carboidratos, proteínas e gorduras (nutrientes presentes no exemplo que são fonte de calorias), pode-se calcular o valor energético da porção. Para isso, multiplica-se a quantidade de cada nutriente pelo seu respectivo fator de conversão, conforme mostra o Quadro 12. QUADRO 12 - Cálculo da quantidade do valor energético. Nutrientes 1 porção de bolo (60 g) Fator de Conversão (kcal/g) Kcal por porção Carboidratos 23,088 g 4 23,088 x 4 = 92,352 Proteínas 2,348 g 4 2,348 x 4 = 9,392 Gorduras totais 6, 070 g 9 6,070 x 9 = 54,63 Total de kcal por porção de 60 g de bolo: 156,374 kcal (FONTE: ANVISA e UNB, 2005) Além das informações obrigatórias, a ANVISA incentiva os fabricantes de alimentos e bebidas a dispor nos rótulos dos produtos os valores de colesterol, cálcio e ferro, com o objetivo de ampliar o nível de informação do consumidor, desde que o produto apresente quantidade igual ou superior a 5% da IDR. 2.7 Cálculo do %VD Para calcular a porcentagem do Valor Diário (%VD), do valor energético e de cada nutriente que contém a porção do alimento, são utilizados os Valores Diários de Referência de Nutrientes (VDR) e de Ingestão Diária Recomendada (IDR) que constam no Anexo II deste material. Deve ser incluída, como parte da informação nutricional, a seguinte frase: Seus valores diários podem ser maiores ou menores dependendo de suas necessidades

21 energéticas. QUADRO 13 - Exemplo de cálculo da %VD baseado no cálculo da informação nutricional do bolo. Nutriente Quantidade por porção Cálculo do %VD % VD Valor Energético 156 kcal 2000 kcal 100% 156 kcal x % x = 100 x 156/2000 x % = 7,80 % 8% 657 kj 8400 kj 100% 657 kj x % x = 100 x 657 /8400 x % = 7,82% Carboidratos 23 g 300g 100% 23g x % x = 100 x 23/300 x %= 7,67% Proteínas 2,3 g 75g 100% 2,3g x % x = 100 x 2,3/75 x % = 3,07 Gorduras Totais 6,1 g 55g 100% 6,1g x % x = 100 x 6,1/55 x % = 11,09 Gorduras Saturadas 2,1g 22g 100% 2,1g - x% x = 100 x 2,1/22 x% = 9,55 Gorduras Trans 0,9g VD não estabelecido ou Valor Diário não estabelecido Fibra Alimentar 0,8 g 25g 100% 0,8 x % x = 100 x 0,8/25 x% = 3,2 Sódio 110 mg 2400 mg 100% 110mg x% x% = 100 x 110/2400 x% = 4,58 (FONTE: ANVISA e UNB, 2005) 8% 3% 11% 10% 3% 5% 2.8 Embalagens individualizadas São aquelas em que os alimentos são expostos à venda em embalagens cujo conteúdo corresponde à porções usualmente consumidas de uma só vez. De acordo com BRASIL (2003a),

22 Considera-se embalagem individual aquela cujo conteúdo corresponde a uma porção usualmente consumida em cada ocasião de consumo. É aceita uma variação máxima de ± 30% em relação ao valor em gramas ou mililitros estabelecido para a porção do alimento, de acordo com a tabela anexa ao presente Regulamento. Para aqueles alimentos cujo conteúdo exceda essa variação, deve ser informado o número de porções contidas na embalagem individual. A porção, expressa em medidas caseiras, deve ser indicada em valores inteiros ou suas frações de acordo ao estabelecido na Tabela 2. TABELA 2 - Tabela de percentual de medida caseira Percentual de medida caseira Fração a indicar até 30% 1/4 de... (medida caseira) de 31% a 70% 1/2 de... (medida caseira) de 71% a 130% 1... (medida caseira) de 131% a 170% 1 1/2 de... (medida caseira) de 171% a 230% 2... (medida caseira) (FONTE: BRASIL, 2003a) 2.9 Conclusão A informação nutricional é de enorme importância na prevenção de doenças e na manipulação e consumo dos alimentos. Por isso, esse capítulo serve de base para o desenvolvimento do trabalho, visto as regras e normas determinadas com base nos padrões da ANVISA. Sua importância se torna ainda maior quando mostra como são realizados os cálculos das informações nutricionais, dos valores diários e da medida caseira de cada alimento. As normas e regras apresentadas determinam como as informações dos alimentos devem aparecer através das interfaces do sistema para o usuário. Já, todos os cálculos mostrados fazem parte da lógica do sistema, ficando ocultos ao usuário. Somente o resultado das operações é que são mostrados, eles são determinantes para o bom funcionamento do sistema.

3 MODELAGEM DO SISTEMA Neste capítulo é apresentada a modelagem do sistema de acordo com o PU Processo Unificado de Desenvolvimento e com os padrões determinados pela UML Linguagem de Modelagem Unificada. Primeiramente, foi desenvolvido um sumário executivo, no qual são abordadas as principais características que o sistema deve apresentar. Em seguida foi realizado o levantamento de requisitos, que são os objetivos ou capacidades as quais o sistema deve atender. Os requisitos podem ser classificados em: funcionais, nãofuncionais e suplementares. Logo, são apresentados os diagramas de casos de uso, esquema conceitual do banco de dados, modelo lógico, diagrama de classes e diagrama de estados de navegação. 3.1 Sumário executivo Desenvolver um sistema que ajude no controle de informações ligadas aos gêneros alimentícios na hora de sua fabricação e na geração das informações nutricionais. Este sistema deve permitir o cadastro de ingredientes com suas respectivas informações nutricionais e custo; deve cadastrar as receitas realizando o cálculo de suas informações nutricionais através dos ingredientes que contém; deve mostrar como preparar a receita e apresentar o custo de sua fabricação. Ao final, o sistema deve gerar relatórios dos ingredientes cadastrados, de receitas com seu custo e as informações nutricionais.