A Visão do Financiador: Aspectos Ambientais Considerados para Aprovação de Financiamentos no setor elétrico Werner Grau Neto Telefone: (11) 3247-8625 wgrau@pn.com.br
Contexto Legal regularidade formal A Política Nacional do Meio Ambiente: Entidades e órgãos de financiamento e incentivos governamentais - licenciamento e cumprimento das normas, dos critérios e dos padrões expedidos pelo CONAMA. Para as instituições privadas, sem regras específicas. De toda sorte, a lei trata do controle da regularidade formal, não distinguindo as instituições financeiras dos demais agentes econômicos vinculados ao risco ambiental. 2
Contexto Legal risco pelo dano A Política Nacional do Meio Ambiente A responsabilidade civil objetiva, o conceito de poluidor, e o alcance do poluidor indireto risco? Primeira ponderação o alcance do conceito de nexo causal, como elemento de identificação do poluidor indireto, e o controle de conduta X controle de resultado empréstimos (crédito concedido sem finalidade específica prédefinida) e financiamentos (crédito concedido com finalidade específica, a ser utilizado em atividade pré-definida) 3
A Posição da Jurisprudência PROCESSUAL CIVIL. OBRA PÚBLICA. DANO AMBIENTAL. CEF. FINANCIAMENTO. ILEGITIMIDADE DE PARTE. I - Na qualidade de mera financiadora de obra pública, não sendo responsável pela sua construção e tampouco pelo projeto, a Caixa Econômica Federal não pode ser responsabilizada por eventuais danos ambientais decorrentes da sua realização. II - Ilegitimidade de parte que se reconhece. III - Competência da Justiça Federal afastada. IV - (...) VOTO Agravo de Instrumento a que se nega provimento. (...) A Caixa Econômica Federal, no caso em questão, é mera emprestadora dos Recursos Financeiros, não sendo responsável pela construção da obra e tampouco pelo projeto, razão pela qual não pode ser responsabilizada por danos ambientais decorrentes da obra. Portanto, não pode figurar no pólo passivo da ação. (Agravo de Instrumento nº 1997.01.00.064333-4/AC, Relator Juiz Convocado Antônio Sávio Chaves, Segunda Turma do TRF da 1ª Região, julgado em 7.11.2000, votação unânime.) 4
A Posição da Jurisprudência PROCESSUAL CIVIL E AMBIENTAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. PRTENDIDA INDENIZAÇÃO POR DANOS AMBIENTAIS EM PROPRIEDADE PRIVADA NA AÇÃO PRINCIPAL. LEGITIMIDADE PASSIVA DO DNPM, IBAMA, ESTADO DE MINAS GERAIS (COPAM), FEAM, IGAM E BNDES. O ESTADO RESPONDE CIVILMENTE POR ATO OMISSIVO DO QUAL RESULTE LESÃO AMBIENTAL EM PROPRIEDADE DE TERCEIRO. (...) VI. Quanto ao BNDES, o simples fato de ele ser a instituição financeira incumbida de financiar a atividade mineradora da CMM, em princípio, por si só, não o legitima a figurar no pólo passivo da demanda. Todavia, se vier a ficar comprovado, no curso da ação ordinária, que a referida empresa pública, mesmo ciente da ocorrência dos danos ambientais que se mostram sérios e graves e que refletem significativa degradação do meio ambiente, ou ciente do início da ocorrência deles, houver liberado parcelas intermediárias ou finais dos recursos para o projeto de exploração minerária da dita empresa, aí, sim, caber-lhe-á responder solidariamente com as demais entidades-rés pelos danos ocasionados no imóvel de que se trata, por força da norma inscrita no art. 225, caput, 1º, e respectivos incisos, notadamente os incisos IV, V e VII, da Lei Maior. (Agravo de instrumento nº 2002.01.00.036329-1/MG, Relator Desembargador Federal Fagundes de Deus, Quinta Turma do TRF da 1ª Região, julgado em 15.12.2003, votação por maioria) 5
As Vantagens e/ou Desvantagens de se Implementar uma Política Corporativa de Risco Socioambiental Tendência de minimizar os riscos jurídicos e/ou reputacionais a que as instituições financeiras estariam sujeitas: restrição à concessão de crédito a atividades que não cumprem a legislação ambiental; tomadores do crédito devem adotar providências que levarão a um maior controle ambiental das atividades beneficiadas pelos empréstimos ou financiamentos; e atendimento ao disposto no artigo 12 da Lei nº 6.938/1981 e no artigo 23 do Decreto nº 99.274/1990. Responsabilidade: após aprovada e implementada oficialmente a política corporativa de risco socioambiental, as instituições financeiras deverão observá-la rigorosamente, sob pena de aí sim serem agravados os riscos de responsabilização. 6
Princípios do Equador International Finance Corporation IFC; aprovação dos Princípios em Junho de 2003 e modificações introduzidas pela 2ª versão, aprovada em Julho de 2006 Critérios mínimos ambientais e de responsabilidade social para serem atendidos nas concessões de créditos; conjunto de políticas e diretrizes a serem observadas na análise de projetos de investimento de valor igual ou superior a US$ 10 milhões, tendo por base as políticas e critérios estabelecidos pelo IFC Adoção voluntária pelas instituições financeiras Rating socioambiental, elaborado pelas instituições financeiras: projetos categorizados em A (alto risco), B (médio risco) ou C (baixo risco) Política de exclusões, salvaguardas e induções Exemplos práticos! 7
Princípios do Equador As empresas interessadas em obter recursos no mercado financeiro internacional deverão incorporar quesitos como: Gestão de risco ambiental, proteção à biodiversidade e adoção de mecanismos de prevenção e controle de poluição; Proteção à saúde, à diversidade cultural e étnica e adoção de Sistemas de Segurança e Saúde Ocupacional; Avaliação de impactos socioeconômicos, incluindo as comunidades e povos indígenas, proteção a habitats naturais com exigência de alguma forma de compensação para populações afetadas por um projeto; Eficiência na produção, distribuição e consumo de recursos hídricos e energia e uso de energias renováveis; Respeito aos direitos humanos e combate à mão-de-obra infantil. 8
SÃO PAULO R. Hungria, 1.100 São Paulo - SP 01455-000 Brasil T (55-11) 3247-8400 / F 3247-8600 RIO DE JANEIRO Rua Humaitá, 275, 16º andar Rio de Janeiro - RJ 22261-005 Brasil T (55-21) 2506-1600 / F 2506-1660 www.pinheironeto.com.br pna@pn.com.br BRASÍLIA SAFS Quadra 2, Bloco B, 3º andar Brasília DF 70070-600 Brasil T (55-61) 3312-9400 / F 3312-9444 9