PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA. Pós-Graduação em Direito do Consumidor Aula 09 Módulo: Introdução ao Direito do Consumidor
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1 Pós-Graduação em Direito do Consumidor Aula 09 Módulo: Introdução ao Direito do Consumidor 1
2 Excludente de responsabilidade Artigo 12, 3º, do CDC (vício/defeito de produto) O fabricante, o construtor, o produtor ou importador só não será responsabilizado quando provar: 2
3 I - que não colocou o produto no mercado; II - que, embora haja colocado o produto no mercado, o defeito inexiste; III - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro. 3
4 A culpa exclusiva é inconfundível com a culpa concorrente; no primeiro caso, desaparece a relação de causalidade entre o defeito do produto e o evento danoso, dissolvendo-se a própria relação de responsabilidade; no segundo caso, a responsabilidade se atenua em razão da concorrência de culpa, e os aplicadores da norma costumam condenar o agente causador do dano a reparar pela metade o prejuízo, cabendo à vítima arcar com a outra metade. 4
5 O terceiro é qualquer pessoa que não se identifique com os partícipes da relação de consumo descrita no art. 12 e que envolve, de um lado, o fabricante, produtor, construtor ou importador e, de outro, o consumidor. 5
6 CIVIL. PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. TRANSPORTE AÉREO. INEXECUÇÃO DOS SERVIÇOS PRESTADOS. NÃO OCORRÊNCIA DA RESPONSABILIDADE OBJETIVA E SOLIDÁRIA DA AGÊNCIA DE TURISMO. CARACTERIZAÇÃO DA CULPA EXCLUSIVA DE TERCEIRO. INCIDÊNCIA DAS HIPÓTESES PREVISTAS NO 3º, I, II, DO ART. 14 DO CDC. ILEGITIMIDADE PASSIVA AD CAUSAM RECONHECIDA. 1. No pleito em questão, os autores contrataram com a empresa de turismo a compra e venda de passagens aéreas Brasília - Fortaleza, sendo que tal serviço, como restou demonstrado, foi regularmente prestado. Comprovado, também, que os autores não puderam utilizar os bilhetes da empresa TRANSBRASIL, em razão desta interromper seus serviços na época marcada, não efetuando, assim, os voos programados. 6
7 2. Não se tratando, in casu, de pacote turístico, hipótese em que a agência de viagens assume a responsabilidade de todo o roteiro da viagem contratada, e tendo, portanto, inexistido qualquer defeito na prestação de serviço pela empresa de viagens, posto que as passagens aéreas foram regularmente emitidas, incide, incontroversamente, as normas de exclusão de responsabilidade previstas no art. 14, 3º, I e II, do CDC. Reconhecimento da ilegitimidade passiva ad causam da empresa de viagens, ora recorrente. 3. Recurso conhecido e provido. (REsp /RR, Rel. Ministro JORGE SCARTEZZINI, QUARTA TURMA, julgado em 26/09/2006, DJ 06/11/2006, p. 332) 7
8 Outros Exemplos CULPA DE TERCEIRO A concessionária substitui indevidamente peça ou componente do veículo sem consultar a montadora. Hospital que substitui os medicamentos prescritos no receituário médico 8
9 "RECURSO INOMINADO. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS. FURTO DE CELULAR, DOCUMENTO DE HABILITAÇÃO E A QUANTIA DE R$ 200,00 (DUZENTOS REAIS). INTERIOR DA CASA NOTURNA WOODS. DEVER DE VIGILÂNCIA DA VÍTIMA. AUSÊNCIA NEXO DE CAUSALIDADE ENTRE O FURTO E O SERVIÇO DA RECORRIDA. NEGLIGÊNCIA DA AUTORA CONFIGURADA. SENTENÇA MANTIDA POR SEUS PRÓPRIOS FUNDAMENTOS (ART.46 DA LEI 9.099/95). RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO. (TJPR 1ª Turma Recursal /0 Curitiba Rel. Maria Ângela Carobrez Franzini j )" 9
10 Artigo 13 do Código de Defesa do Consumidor O comerciante é igualmente responsável, nos termos do artigo anterior, quando: Responsabilidade do comerciante: A responsabilidade do comerciante, nos acidentes de consumo, é meramente subsidiária, pois os obrigados principais são aqueles enumerados no artigo 12 do CDC 10
11 Obedecendo à clareza da dicção normativa do caput do artigo 13 do CDC, a 4ª Turma do STJ acolheu ação indenizatória por danos materiais e morais proposta contra a concessionária e não contra a montadora, em razões de defeitos apresentados pelo veículo. 11
12 O julgado sustenta a legitimidade passiva da concessionária, pela peculiaridade da comercialização que pratica e porque a ação foi intentada também com base no art. 18 do CDC. Sustentou, ainda, que, não requerida a denunciação da lide pela ré, no momento próprio, não cabe anular o processo depois de julgado pelas instâncias ordinárias para permitir a intervenção do fabricante do automóvel (Recurso Especial n /RJ; Recurso Especial n. 2000/ , rel. min. Ruy Rosado de Aguiar) 12
13 CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. Automóvel. Denunciação da lide. Concessionária. Legitimidade passiva. Decadência. Dano moral. - Não requerida a denunciação da lide pela ré, no momento próprio, não cabe anular o processo depois de julgado pelas instâncias ordinárias apenas para permitir a intervenção da fabricante do automóvel. - Legitimidade passiva da concessionária, pela peculiaridade da comercialização que pratica e porque a ação foi intentada também com base no art. 18 do CDC. - Decadência não reconhecida pelas instâncias ordinárias em razão das diversas tentativas do comprador, junto à fábrica e suas concessionárias, para sanar os defeitos apresentados pelo veículo. - Valor da indenização do dano moral reduzido para 20 s.m., fixado em razão das circunstâncias do caso. Recurso não conhecido. (REsp /RJ, Rel. Ministro RUY ROSADO DE AGUIAR, QUARTA TURMA, julgado em 28/06/2001, DJ 19/11/2001, p. 281) 13
14 Artigo 13, incisos I a III, do CDC: I - o fabricante, o construtor, o produtor ou o importador não puderem ser identificados; II - o produto for fornecido sem identificação clara do seu fabricante, produtor, construtor ou importador; III - não conservar adequadamente os produtos perecíveis. 14
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