PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA. Aula n. 76 AÇÃO INDENIZATÓRIA VENDA DE MEDICAMETNO PRAZO VENCIDO
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1 Aula n. 76 AÇÃO INDENIZATÓRIA VENDA DE MEDICAMETNO PRAZO VENCIDO
2 Continuação da aula n. 75 Ingestão de alimento estragado
3 FATO E FUNDAMENTO JURÍDICO DO PEDIDO 1. anter o nexo de causalidade entre o dano e a ingestão do peixe. 2. Salientar a ocorrência do dano. 3. Falha de segurança no produto comercializado, causando na autora o quadro de intoxicação. 4. Responsabilidade solidária do fornecedor e do vendedor. 5. Inversão do ônus da prova requerer perícia se possível periciar o alimento. 6. Salientar que houve danos à dignidade da pessoa humana, à saúde, à vida e à incolumidade física. 3
4 A aquisição de produto de gênero alimentício contendo em seu interior corpo estranho, expondo o consumidor à risco concreto de lesão à sua saúde e segurança, ainda que não ocorra a ingestão de seu conteúdo, dá direito à compensação por dano moral, dada a ofensa ao direito fundamental à alimentação adequada, corolário do princípio da dignidade da pessoa humana. 5. Hipótese em que se caracteriza defeito do produto (art. 12, CDC), o qual expõe o consumidor a risco concreto de dano à sua saúde e segurança, em clara infringência ao dever legal dirigido ao fornecedor, previsto no art. 8º do CDC. 6. Na hipótese dos autos, ao constatar a presença de corpo estranho no interior de garrafa de refrigerante adquirida para consumo, é evidente a exposição negativa à saúde e à integridade física do consumidor. 7. Recurso especial conhecido e não provido. (REsp /MG, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 7/5/2019, DJe 9/5/2019) 4
5 A ingestão de medicamento vencido por criança com tenra idade constitui dano 'in re ipsa' conforme iterativa jurisprudência. Segundo o Colendo Superior Tribunal de Justiça a responsabilização do agente opera-se por força do simples fato da violação, de modo a tornar-se desnecessária a prova concreta do prejuízo (Informativo n. 404, 24 a 28 de agosto de 2009).
6 O simples fato de haver exposto produto impróprio para o consumo, caracteriza potencial risco à saúde do consumidor, aqui verificado de forma concreta, em face da ineficácia resultante da aplicação de remédio sem o efeito desejado. Yussef Said Cahali rememora que a jurisprudência se inclina para punir atos ilícitos, que se mostram hábeis para macular o prestígio moral da pessoa, sua imagem, sua honradez e dignidade, que excedem o âmbito patrimonial e comercial, constituindo condição para o exercício de outras atividades (Dano Moral 4a Ed. São Paulo: RT, 2011, p. 318).
7 Fenômeno interno o dano moral, em si mesmo, não precisa nem pode ser provado. O que deve ser provado são fatos, condutas ou omissões que ocasionem a mencionada ofensa aos direitos da personalidade e, por consequência, sofrimento e dor ao prejudicado.
8 A prova do dano moral não pode ser feita através dos mesmos meios. utilizados para a comprovação do dano material. Seria uma demasia, algo até impossível, exigir que a vítima comprove a dor, a tristeza ou a humilhação através de depoimentos, documentos ou perícia (...). Neste ponto, a razão se coloca ao lado daqueles que entendem que o dano moral está ínsito na própria ofensa, decorre da gravidade do ilícito em si. Se a ofensa é grave e de repercussão, por si só justifica a concessão de uma satisfação de ordem pecuniária ao lesado. (CAVALIERI FILHO, Sergio. Programa de Responsabilidade Civil, 4ª Ed., pág. 102).
9 CRIME CONTRA AS RELAÇÕES DE CONSUMO VENDA DE MEDICAMENTO COM PRAZO DE VALIDADE VENCIDO ART. 7º, IX, DA LEI N /90.
10 Fundamentação Legal Art. 7º, IX, da Lei 8.137/90
11 COMPRA E VENDA. Medicamento vencido. Ação de indenização por danos morais. Extinção do processo, sem resolução do mérito, com relação à ré fabricante do medicamento, por ilegitimidade passiva, nos termos do artigo 267, inciso VI, do CPC/1973. Procedência da ação com relação à ré que comercializou o medicamento. Interposição de apelações pelos autores e pela ré. - Apelações interpostas não impugnaram a r. sentença no que diz respeito à extinção do processo, sem resolução do mérito, com relação á ré fabricante, por ilegitimidade passiva. A parte da r. sentença que não foi questionada transita em julgado. Tribunal deve examinar apenas as matérias impugnadas nos recursos interpostos. Inteligência do artigo 515 do CPC/1973. Determinação para que a serventia certifique o trânsito em julgado da r. sentença no tocante à extinção do processo, sem resolução do mérito, com relação à ré fabricante, por ilegitimidade passiva, excluindo-a do polo passivo da demanda. - Criança portadora de diabetes melitus tipo "1". Necessidade de uso regular de insulina. Elementos constantes nos autos demonstram que a ré vendeu medicamento fora do prazo de validade. Razoável presunção de que o medicamento vencido não produzirá os efeitos que dele se espera. Comercialização de medicamento vencido gera potencial risco à saúde do consumidor. Violação do artigo 6º, inciso I, do CDC. Danos morais. Indenização fixada pelo juiz de primeiro grau que se mostra suficiente para compensar o sofrimento dos autores, sem gerar enriquecimento ilícito, bem como para punir a ré e inibir a prática de outros atos ilícitos. Pretensão de redução da verba honorária. Rejeição. Manutenção da r. sentença. Apelações não providas, com determinação. SP; Apelação Cível ; Relator (a): Carlos Dias Motta; Órgão Julgador: 29ª Câmara de Direito Privado; Foro de Assis - 4ª VC; Data do Julgamento: 26/07/2017; Data de Registro: 27/07/2017)
12 Requer também a Vossa Excelência que se digne de decretar segredo de justiça este processo com base no artigo 189, inciso III, do Código de Processo Civil, porque a autora acostou aos presentes autos do processo o prontuário médico e, segundo o artigo 1º, da Resolução CFM n /2002, o prontuário médico é revisto de caráter sigiloso.
13 OBSERVAÇÃO: Se o paciente estiver internado ou se for maior de 60 (sessenta) anos, requer também prioridade no andamento processual, segundo o artigo 1.048, inciso I, do Código de Processo Civil.
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