ACIDENTES E COMPLICAÇÕES NA ABERTURA CORONÁRIA. Accidents and complications in opening coronary

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ACIDENTES E COMPLICAÇÕES NA ABERTURA CORONÁRIA Accidents and complications in opening coronary Renata Vargas LICCIARDI 1 renatalicciardi@hotmail.com Márcia NEGRI 2 marcianegri@yahoo.com.br Renato Carlos BURGER 3 rcburger@uol.com.br Marco Antonio Alves MOURA 4 marcomoura2@terra.com.br Wânia Christina Figueiredo DANTAS 5 w.dantas@hotmail.com RESUMO O tratamento endodôntico consiste em várias etapas interdependentes, desde a abertura coronária, que objetiva o acesso mais retilíneo possível aos instrumentos endodônticos entre a câmara pulpar e o ápice dos canais radiculares, finalizando com a obliteração dos canais, com o objetivo de manter ou restabelecer a saúde pulpar e perirradicular. A cavidade de acesso deve incluir todos os cornos e retenções, além de preservar o assoalho da câmara pulpar. É durante essa manobra, que muitos acidentes e complicações podem acontecer. Quando os princípios básicos não são seguidos pode-se dificultar o acesso dos instrumentos ao longo dos canais, interferir na visibilidade, reduzir a percepção tátil e aumentar as chances de perfurações ou degraus, aumentando os índices de insucesso na terapia endodôntica. O insucesso decorre da inadequada aplicação das etapas do tratamento durante a sua realização. O profissional deve estar ciente do seu dever, conseguindo assim, minimizar ao máximo erros e acidentes, utilizando-se de técnicas seguras, instrumentos de fácil manuseio, conhecimento adquirido através da leitura, pesquisa e prática clínica.o presente trabalho objetiva, através de revisão de literatura, expor os principais erros da má execução ou desrespeito aos princípios técnicos da abertura coronária. Palavras-chave: Tratamento Endodôntico. Abertura Coronária. Princípios Técnicos. Acidentes e complicações. ABSTRACT Endodontic treatment consists of several steps interdependent, since the coronal opening, which aims to access more rectilinear possible for endodontic instruments between the pulp chamber and root canal apex, ending with the obliteration of the channels, in order to maintain or restore health pulp and periradicular. The access cavity must include all horns and retentions, besides preserving the pulp chamber floor. It is during this maneuver, many accidents and complications can occur. When the basics are not followed we can hamper access of instruments along the canals, interfere with visibility, reduce tactile perception and increase the chances of piercings or steps, increasing the rate of failure 1 Aluna de especialização em Endodontia. Instituto de Ensino Superior - FAIPE. 2 Especialista e Mestre em Endodontia - Unesp - Araçatuba/SP; Professora dos cursos de Especialização em Endodontia FAIPE/IPE-MT/TO, INGÁ/Porto Velho-RO. 3 Doutor pela Faculdade de Odontologia de São Paulo, da Universidade de São Paulo; Coordenador e Professor do Curso de Especialização em Implantodontia da Faculdade FAIPE. 4 Mestrando em Implantodontia; Especialista em Implantodontia e Periodontia;Professor do Curso de Especialização em Implantodonia da Faculdade FAIPE. 5 Especialista em Dentística FOB/USP- Bauru e Endodontia FUNCRAF/USP (Centrinho)- Bauru; Mestranda em Endodontia - Sao Leopoldo Mandic - Campinas/SP; Coordenadora dos cursos de Especialização em Endodontia FAIPE/IPE e TO, INGÁ/Porto Velho-RO. 18

in endodontic therapy. The failure stems from inadequate implementation of treatment steps during its execution. The professional must be aware of their duty, thus, minimizing the maximum errors and accidents, using techniques of safe, easy to use tools, knowledge acquired through reading, research and clinical practice. This paper aims, through literature review, expose the principal errors of misfeasance or breach the principles of technical coronal opening. Keywords: Endodontic treatment. Opening Coronary. Technical Principles. Accidents and complications. 19

INTRODUÇÃO A abertura coronária é a primeira etapa do tratamento endodôntico e consiste no acesso à câmara pulpar através da face lingual ou oclusal do dente, de modo a permitir um acesso direto aos canais radiculares. Seu objetivo é permitir o acesso ao interior da cavidade pulpar, por meio da remoção do teto da câmara pulpar e desgastes em regiões específicas, a fim de realizarmos um correto preparo biomecânico e obturação dos canais radiculares. É necessário seguir alguns estágios pré-operatórios do acesso cirúrgico, são eles: exame clínico, diagnóstico e plano de tratamento; exame radiográfico inicial; preparo do dente. O acesso é o conjunto de procedimentos que vai permitir a chegada ao interior da cavidade pulpar, a localização, e o preparo da entrada e do terço cervical do canal radicular. Um acesso bem realizado propiciará luminosidade e visibilidade da câmara pulpar ou da entrada dos canais e facilitará a instrumentação do canal radicular sem obstáculos. Isso impõe um planejamento e uma execução cuidadosa do acesso. O acesso ao interior da cavidade pulpar deve ser realizado observando-se os seguintes princípios: - Acesso direto ao canal radicular por meio de linha reta. Facilita a ação livre dos instrumentos manuais e rotatórios para que estes trabalhem sem tensão, minimizando os riscos de acidentes durante o tratamento. - Remoção completa do teto e cornos pulpares. Evita áreas de retenção de detritos e restos de material necrótico que levarão ao escurecimento da coroa dental. - Respeito á parede cervical ao assoalho da câmara pulpar. As embocaduras dos canais radiculares são cônicas e o assoalho da cavidade pulpar em dentes multirradiculados é liso e polido, facilitando a exploração das entradas dos canais. Caso ocorra algum desgaste ou formação de degrau neste assoalho, as dificuldades serão maiores para acessar os canais. As etapas do acesso devem ser seguidas sequencialmente para direcionar o ato operatório. As fases a serem obedecidas são as seguintes: - Ponto de eleição: É o local onde se inicia o processo de abertura. Nos dentes anteriores, normalmente é feito pelo centro da face lingual ou palatina, nos 20

dentes posteriores, pelo centro da face oclusal; - Direção de trepanação: É a direção tomada pela broca desde o ponto de eleição até a câmara pulpar. Varia de acordo com a configuração anatômica da coroa. Nos dentes anteriores o sentido é um ângulo reto com o longo eixo do dente até alcançar a câmara. Nos pré-molares o sentido é ao longo eixo do dente, ligeiramente mais pra palatino nos superiores, e lingual nos inferiores; - Forma de contorno: Consiste na remoção do teto da câmara pulpar e das paredes laterais, refletindo a anatomia interna de cada dente; - Forma de conveniência ou desgaste compensatório: É a etapa final das cavidades de acesso e consiste na remoção das projeções de dentina na entrada dos canais radiculares; Acessos executados de maneira descuidada e sem a observação básica, determinam, quase sempre o insucesso da terapêutica endodôntica. É difícil chegar a um final perfeito com um início mal conduzido. O acesso insuficiente pode provocar fratura de instrumentos, desvios, perfurações, levando a um preparo inadequado. Alguns fatores podem interferir dificultando o acesso aos canais radiculares através da abertura coronária, como a presença de nódulos na câmara coronária, calcificação coronária, abertura insuficiente, dente fora de posição, queda de material restaurador na cavidade pulpar, má-formação anatômica. A avaliação minuciosa da radiografia inicial permitirá observar a cavidade pulpar e detectar alterações de dimensão de forma ou de posição. É essencial uma radiografia tecnicamente bem processada para uma boa avaliação. O conhecimento da morfologia dentária interna é essencial para a correta execução do tratamento endodôntico. Conscientes de todas as dificuldades que o envolvem, o estudo dos formatos internos dos grupos dentários jamais deve ser subestimado. Todos os exames podem registrar pontos críticos que recomendem modificações na técnica de acesso. Conhecimento, atenção e cautela são ingredientes indispensáveis para um acesso ao canal radicular com sucesso. 21

REVISÃO DE LITERATURA O Cirurgião - Dentista deve se deter a cada etapa do tratamento endodôntico com especial atenção, uma vez que estas são dependentes umas das outras. Dentre as etapas constituintes do tratamento endodôntico, a análise da anatomia interna dos dentes a serem tratados, previamente à abertura coronária, deve ser cuidadosamente observada para que se obtenha sucesso na terapêutica endodôntica. Dessa forma, um exame radiográfico periapical deve ser realizado para auxiliar o diagnóstico. Com uma técnica radiográfica e um processamento adequado, podemos obter um contraste ideal da radiografia de modo que se possa perceber qualquer alteração na densidade na imagem sugestiva de bi/trifurcação do canal radicular (LEONARDO; LEAL, 2005). A abertura coronária deverá sempre ser realizada com razoável conhecimento da anatomia interna dentária, e análise comedida da radiografia inicial. A primeira condição dará uma ideia especial da conformação que a câmara pulpar possui, enquanto a segunda dará a dimensão desta concepção espacial (ALVARES, 1995). A cavidade deve ser preparada de acordo com a anatomia, respeitando a individualidade de cada caso. O acesso de forma inadequada, pode provocar vários acidentes e complicações no tratamento endodôntico, destacando-se os seguintes: - Abertura insuficiente; - Desgaste acentuado; - Queda de material restaurador na cavidade pulpar; - Fratura de broca; - Perfuração; - Prótese; - Calcificação; - Má-formação anatômica; Abertura insuficiente Geralmente ocorre por desconhecimento da anatomia da cavidade pulpar e também pela não exploração das áreas do teto da câmara. Essa deficiência pode deixar tecido remanescente pulpar ou material necrótico nas áreas dos cornos pulpares, que pode determinar o escurecimento da coroa do dente. Também é comum que a abertura seja insuficiente em profundidade, ocasião que pode expor apenas os cornos pulpares levando o profissional a pensar que chegou na 22

embocadura do canal. É possível que o instrumento penetrando por essa área, atinja o canal, mas sua instrumentação e consequente obturação ficará muito precária. Desse modo, atingida a câmara pulpar, todo o teto deve ser removido, inicialmente com alguma broca de ponta inativa. A passagem de uma sonda clínica pelas paredes da câmara pulpar detectará qualquer resquício de seu teto. Alguns dentes, principalmente os molares superiores e inferiores, podem apresentar projeções dentinárias sobre as embocaduras dos canais, dificultando o acesso. Nos dentes anteriores, essa projeção também pode ser encontrada no lado palatino. DESGASTE ACENTUADO Em dentes jovens, a câmara pulpar é bastante volumosa, com os cornos pulpares pronunciados, a cavidade é mais ampla. Em dentes de pacientes idosos, a câmara pulpar apresenta volume menor, decorrente de contínua deposição de dentina secundária nas paredes da cavidade pulpar (BERGER et al., 2011). A remoção de dentina em excesso durante a abertura coronária deve-se ao desconhecimento da anatomia dentária, principalmente quando se utiliza brocas inadequadas e em níveis muito profundos. A tentativa de procurar os canais com brocas pode ultrapassa o limite da câmara pulpar, desgastando tanto suas paredes como o assoalho. Muitas vezes, o desgaste é tão acentuado, que as embocaduras dos canais ficam em nível mais alto do que a cavidade feita pela broca, o que, além de dificultar a localização dos canais, pode levar a perfuração. Isso, geralmente, acontece em câmaras pulpares atrésicas, calcificadas ou parcialmente calcificadas que demandam muito trabalho na sua busca, e que acabam levando ao desgaste acentuado. Quando localizada a câmara pulpar, esse desgaste acentuado pode ser evitado utilizando-se, no acabamento do preparo das cavidades, brocas de pontas inativas, desgastando-se a dentina apenas até o limite das paredes circundantes da câmara pulpar. Uma irrigação frequente e abundante deve acompanhar toda essa operação. O excesso de corte nos tecidos implica também na diminuição de resistência do dente. Deve-se compreender o quão importante é a conservação da integridade do assoalho pulpar e por que se diz que o assoalho da câmara pulpar nunca deve ser tocado com brocas, pois isso provocaria a indesejável formação de degraus, que 23

impediriam o livre deslizamento da ponta do explorador, dificultando a localização da entrada dos canais (ALVARES, 1995). QUEDA DE MATERIAL RESTAURADOR NA CAVIDADE PULPAR Normalmente ocorre em dentes que possuem restaurações, e através dela se faz a abertura coronária. Ao realizar a abertura desses dentes, é conveniente que, se possível, todo o material restaurador seja removido antes de atingir a câmara pulpar, ou, então, que o mesmo seja mais desgastado que o normal, de modo que os instrumentos endodônticos, ao serem inseridos nos canais, passem livremente sem os raspar. Muitas vezes, o instrumento endodôntico trabalha desgastando o material restaurador, levando-o para o interior da câmara, determinado em obstruções. O próprio ato de desgastar o material restaurador com brocas, depois da comunicação com a câmara pulpar, determina a queda de muitos fragmentos em seu interior. Assim, se após ter sido feita a abertura coronária houver necessidade de ampliá-la, é conveniente colocar de algum material protetor no assoalhoda câmara, de modo que o proteja de obstruções. Nesse caso, boa iluminação, visão direta e campo seco são fundamentais para orientar a abertura. É importante que essa fase do tratamento (retirada do material restaurador) seja realizada sem o uso do isolamento absoluto a fim de permitir um melhor direcionamento do desgaste do material restaurador, bem como a melhor visualização da proximidade do assoalho da câmara pulpar e de outras estruturas importante (BRAMANTE et al., 2003). FRATURA DE BROCA O acidente com brocas de alta e de baixa rotação, geralmente, pode ocorrer em função de movimentos de alavanca aplicados ás mesmas durante a abertura coronária. As fraturas com broca de alta rotação ocorrem quando está se iniciando a abertura coronária e, de modo geral, não cria dificuldade para sua remoção. Quando a fratura ocorre com brocas de baixa rotação, a abertura coronária já está feita e elas tendem a se quebrar na entrada ou no interior do canal. As brocas de Batt, Gates Glidden, Peeso ou Largo se quebram com muita facilidade ao se fazer movimentos de alavanca, e, portanto, deve-se evitar esse movimento. 24

As tensões provocadas pela abertura incorreta, projeções dentinárias, curvaturas acentuadas, escolha de broca inadequada, imperícia no manuseio dos instrumentos ou fadiga do material também podem levar a fraturas (BERGER et al., 2011). Uma atenção especial deve ser dada à forma da abertura coronária, pois, ás vezes, a dificuldade em remover o fragmento se deve a algum obstáculo decorrente da abertura; assim ela deverá ser ampliada para facilitar essa manobra. (BRAMANTE et al., 2003). Grossman (1963) cita que são poucas as fraturas de instrumentos se considerarmos a sua delicadeza contraposta à dureza da dentina. PERFURAÇÃO As perfurações endodônticas representam 10% dos acidentes que acometem os dentes durante o tratamento endodôntico (TORABINEJAD et al., 1994). O uso de brocas e instrumentos inadequados ou de maneira intempestiva podem levar a perfurações coronárias durante a abertura. O uso de brocas sem extremidade cortante nesta fase é a opção mais segura para se evitar perfurações. As perfurações que ocorrem durante a abertura coronária são cervicais, e podem ser divididas em: supra gengivais; sub gengivais e supra-ósseas; infraósseas cervicais e de furca; (TROPE; TRONSTAD, 1985; BOGAERTS, 2006; HOLLAND et al., 2007). O uso de instrumentos cortantes, muitas vezes indispensáveis na localização ou exploração dos canais, deve ser pautado por extrema cautela, pois pode causar perfuração infra-óssea, que apresenta maior gravidade (BERGER et al., 2011). As perfurações dentais são definidas como uma lesão artificial e involuntária, comunicando a cavidade pulpar com o ligamento periodontal. A possibilidade de tratar com sucesso uma perfuração depende de sua localização, amplitude e ausência de contaminação. O correto diagnóstico de uma perfuração é importante para se estabelecer um tratamento adequado (BRAMANTE et al., 2003). Uma perfuração não tratada, além do dano irreparável ao tecido duro dentário, perpetua o processo inflamatório e estabelece desestruturação dos tecidos circunjacentes à peça dentária. (LOPES; SIQUEIRA JUNIOR, 2004). Forma-se um tecido inflamatório crônico que pode invaginar para o interior do dente formando um 25

pólipo aderido ao ligamento periodontal ou instalar-seum processo endoperiodontal determinando uma bolsa periodontal (BRAMANTE et al., 2003). A perfuração é a maior causa secundária do envolvimento periodontal e eventual perda do dente. Torna-se mais fácil estabelecer um tratamento quando se conhece o modo como evolui um processo inflamatório ante uma perfuração. O periodonto é constituído de cemento, ligamento periodontal e osso alveolar, o qual, quando íntegro, mantém em toda a extensão radicular um espaço biológico uniforme espaço periodontal. No momento em que ocorre a perfuração, a área frontal à ela (ligamento periodontal e osso alveolar) é destruída em maior ou menor intensidade, dependendo da extensão da penetração do instrumento que a ocasionou. O não tratamento desta perfuração permite a contaminação, determinando a progressão do processo inflamatório, que, por sua vez leva a maior destruição do osso alveolar (BRAMANTE et al., 2003). Realizado o tratamento correto e em tempo hábil, é possível recuperar o osso reabsorvido, selar a perfuração e restabelecer o ligamento periodontal. Quanto mais precocemente se realizar o tratamento da perfuração, melhor será o prognóstico para o dente. Detectada uma perfuração, ela deve ser tratada antes mesmo de dar continuidade ao tratamento do canal. PRÓTESE Dentes com coroas metálicas ou porcelana: remoção do elemento protético, o que possibilitará visibilidade. Em certos casos, quando a prótese estiver adequada e não houver indicação de remoção, a realização do acesso pode ser feito sobre o elemento protético (BERGER et al., 2011). Em caso de prótese intra-canal haverá a necessidade de se remover o núcleo; caso seja impossível, há que se optar pela cirurgia parendodôntica (BRAMANTE et al., 2003). Deve-se tomar muito cuidado com a inclinação do dente no arco dental e sua relação com os tecidos vizinhos, para evitar acidentes. CALCIFICAÇÃO Desobstruir um canal calcificado é um desafio; Apesar de calcificações 26

severas, o clínico deve saber que todos os canais existem e precisam ser manipulados e obturados até o seu término. Os canais se tornam menos calcificados à medida que se aproximam do ápice radicular. Sérios erros podem ocorrer quando tentativas tempestuosas ou inadequadas são feitas para se localizarem os canais. No caso de abrasões, restaurações ou proteções pulpares profundas poderá ocorrer formação de dentina reacional no interior da câmara pulpar, determinando em estreitamento da mesma, principalmente na entrada dos canais. Deve ser feita uma radiografia de boa qualidade para se ter a informação do local e do nível da calcificação (BRAMANTE et al., 2003). Perfurações vestibulares são comuns quando há calcificação. Para evitar esta ocorrência, deve-se considerar a relação entre a borda incisal e a localização da câmara pulpar. Perfurações das paredes da raiz ou de furca podem ocorrer mesmo quando se toma o máximo de cuidado em certos canais. Uma atenção imediata deve ser dada para a reparação da comunicação do espaço do ligamento periodontal com o osso subjacente. A remoção cuidadosa de pequenas quantidades de dentina é a abordagem mais segura nos casos de calcificação (COHEN; HANGREAVES, 2011). O uso de amplificadores e transiluminação, assim como um exame de mudança de cores, pode ajudar o clínico a localizar os canais. O soalho da câmara pulpar é mais escuro que as paredes, e os sulcos em desenvolvimento que conectam orifícios são mais claros que o soalho da câmara. Deve-se estar atento para esse tipo de diferenças de cores quando se procura por orifícios calcificados e deve ter em pente que os orifícios dos canais radiculares estão localizados em ângulos formados pelo soalho e paredes, e no fim de sulcos em desenvolvimento. O desgaste de dentina deve ser parado se não conseguir encontrar a entrada do canal sem danificar a estrutura de suporte (COHEN; HANGREAVES, 2011). MÁ FORMAÇÃO ANATÔMICA Ao longo dos anos, inúmeros estudos têm relatado as variações anatômicas dos diversos dentes. Dentes rotacionados tem sua relação coroa raiz alterada. Os diagnósticos radiográficos periapicais, apesar de bidimensional, são indispensáveis para determinar a relação anatômica da coroa com a raiz e o ângulo da raiz no arco. 27

Quando esses fatores são identificados, o clínico deve visualizar as possíveis variações dos acessos antes de iniciar o acesso. Perfurações em dentes rotacionados durante o preparo ocorrem com frequência por falha na angulação da broca com relação ao longo eixo da raiz (COHEN; HANGREAVES, 2011). As anomalias dentárias também podem envolver a forma (geminação, fusão, concrescência, Dens in Dente, taurodontia), o tamanho (microdontia e macrodontia) (ESTRELA, 2004). A geminação constitui na tentativa de divisão de um germe dentário com formação incompleta em dois dentes. Normalmente aparece com uma coroa bífida, mais larga que o normal, numa única raiz. A fusão constitui na união, durante o desenvolvimento, de dois ou mais dentes, em que a dentina e outro tecido dentário estão unidos. Esta união pode ocorrer para formar um dente anormalmente grande, a união das coroas ou a união das raízes. A concrescência corresponde na união de dois ou mais dentes, somente pelo cemento, representando um tipo de fusão. Dens um dente representa uma animália no desenvolvimento de um dente, ocorrendo desorganização do órgão do esmalte, caracterizada por uma invaginação dentro do corpo do dente que se reveste de esmalte. Pode ocorrer em qualquer dente, porém, sua maior prevalência é nos incisivos laterais superiores. Frequentemente, esses dentes podem apresentar-se coniformes. Existem três tipos de dens in dente, baseado na classificação publicada por Ohlers (1957). Dens in dente tipo 1: a invaginação do esmalte está circunscrita à área da coroa dentária. Dens in dente tipo 2: a invaginação do esmalte estende-se até o terço médio da raiz, terminando em um saco cego. Dens in dente tipo 3: a invaginação do esmalte estende-se até a região apical do dente, de modo a formar diversos forames apicais. O tipo 1 não oferece dificuldade para o tratamento endodôntico, uma vez que a invaginação é pequena e está situada na coroa dentária. O tipo 2 oferece certa dificuldade ao tratamento endodôntico, uma vez que se torna necessário a remoção da invaginação do esmalte do interior do canal. 28

O tipo 3 é o que pode oferecer maior risco e dificuldade para a realização do tratamento endodôntico. Nem sempre é possível salvar um dente com este tipo de anomalia. A taurodontia apresenta como característica o grande volume da câmara pulpar, que pode alcançar a porção radicular. Uma consequência dessa alteração é a presença de canais radiculares de pequeno comprimento (ESTRELA, 2004). DISCUSSÃO Leonardo e Leal (2005) disseram que os recursos que a Odontologia moderna nos dispõe, o índice de sucesso do tratamento endodôntico é satisfatório. A análise da anatomia interna dos dentes, previamente a abertura coronária, deve ser cuidadosamente observada para que se tenha sucesso no tratamento endodôntico. Alvares (1995) notou que a abertura coronária deve ser sempre com um razoável conhecimento da anatomia interna dentária, e análise comedida da radiografia inicial. Berger et al. (2011) observaram que nos últimos anos, podemos dizer que houve uma verdadeira revolução em relação ao tratamento endodôntico, com a introdução de novas tecnologias e mudanças nos conceitos biológicos. Contudo, o tratamento do de canais radiculares está sujeito a falhas, acidentes e vários tipos de complicações em sua execução, associados principalmente à dificuldade com a anatomia interna do dente, o que pode afetar o prognóstico. Alvares (1995) disse que é muito importante a conservação do assoalho pulpar, ele nunca deve ser tocado com brocas de ponta ativa, pois provocaria formação de degraus, que impediriam o deslizamento da ponta do explorador, dificultando assim, localizar a entrada dos canais. Cohen e Hangreaves (2011) notaram que a abordagem mais segura nos casos de calcificação é Deve se remover com muito cuidado quantidades de dentina. Bramante et al. (2003) disseram que as perfurações vestibulares são comuns quando há calcificação. Cohen e Hangreaves (2011) observou que se deve parar imediatamente odesgaste de dentina se não conseguir localizar a entrada do canal sem danificar a estrutura de suporte. 29

Estrela (2004) disse que as perfurações endodônticas são acidentes que comunicam o canal radicular com o periodonto. O sucesso no tratamento das perfurações está diretamente relacionado com a sua localização, o tamanho e o período entre a ocorrência do acidente e o tratamento. Bramante et al. (2003) notaram que quanto mais cedo se realizar o tratamento da perfuração, melhor será o prognostico para o elemento dental. Quando de detecta uma perfuração, ela deve ser tratada antes de dar continuidade ao tratamento do canal. CONCLUSÃO Concluímos que todo tratamento endodôntico impõe uma série de procedimentos, durante os quais alguns acidentes ou complicações podem ocorrer tanto com profissionais de pouca experiência, como com aqueles bastante experientes, exigindo do profissional decisão quanto à conduta a ser seguida para que o tratamento possa ser levado a bom termo. Essa conduta, dependendo de cada caso, poderá ser por meio de um tratamento endodôntico especializado ou por um tratamento cirúrgico. Mais do que a decisão do tratamento a ser realizado, é importante que o profissional saiba quais os cuidados a serem tomados, a fim de prevenir ocorrências indevidas e indesejáveis. Atualmente, com a evolução dos conhecimentos técnicos e científicos, aperfeiçoamento instrumental e dos equipamentos e, principalmente, com o aprimoramento profissional, a incidência dos acidentes endodônticos tem diminuído consideravelmente e, quando presentes, os recursos endodônticos para tratamento são satisfatórios e os casos de perda dental têm sido reduzidos. Para se evitar acidentes e complicações, tanto na abertura coronária como no tratamento endodôntico completo, exige do profissional alto grau de conhecimento das características anatômicas dentais e aperfeiçoamento da habilidade manual, para compensar a inacessibilidade visual que se tem do campo trabalho. A realização de um tratamento satisfatório implica em uma série de fases que, impõe ao profissional, conhecimentos biológicos básicos, experiência clínica, equipamentos e instrumentais apropriados. Os materiais utilizados também exercem função importante no que respeita 30

ao selamento da área perfurada e à biocompatibilidade junto aos tecidos. O objetivo esperado para o tratamento das perfurações é prevenir a reabsorção óssea e a perda de ligamento periodontal da região perfurada evitando a infecção. O prognóstico está associado a fatores como localização, contaminação e correto selamento da área perfurada. É importante o acompanhamento através dos sinais clínicos e radiográficos. REFERÊNCIAS ALVARES, S. Endodontia clínica 2. ed. São Paulo: Santos, 1995. BERGER, C. R. et al. Endodontia clínica.são Paulo: Pancast, 2011. p. 417-36. BOGAERTS, P. Treatment or Root Perforations with Calcium Hydroxide and Super EBA Cement: a clinical report. Int. Endod. J., v. 32, n. 5, p. 425-8, 2006. BRAMANTE, C. M. et al. Acidentes e complicações do tratamento endodôntico. São Paulo: Santos, 2003. p. 25-39. BURNS, R. C.; COHEN, S. Caminhos da polpa. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1997. p. 140-90. COHEN, S.; HANGREAVES, K. M. Caminhos da polpa. 9. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011. p. 181-91. ESTRELA, C. Ciência endodôntica. Porto Alegre: Artes Médicas, 2004. p. 347-60. v. 1. GROSSMAN, L. I. Endodontia prática. Rio de Janeiro: Atheneu, 1963. HOLLAND, R. et al. Reaction of the Lateral Periodontium of Doog s Theeth to Contaminated and Noncontaminated Perforations Filled with Mineral Trioxide Aggregate. J. Endod., v. 33, n. 10, p. 1192-7, 2007. LEONARDO, M.; LEAL, J. M. Endodontia: tratamento de canais radiculares, 4. ed. São Paulo: Panamericana, 2005. LOPES, H. P.; SIQUEIRA JUNIOR, J. F. Endodontia: biologia e técnica. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004. p. 527-33. OHLERS, F. A. C. Densinvaginatus (dilatedcompositeodontoma). I Variantions of the invaginatus process and associated anterior crown form. Oral Surg Oral Med Oral PatholEndod., v. 10, p. 1204-8, 1957. TORABINEJAD, M. et al. Dye Leakage of four root and Filling Materials: Effects of Blood Contamination. J. Endod., v. 20, n. 4, p. 159-63, Apr. 1994. TROPE, M.; TRONSTAD, L. Long term Calcium Hydroxide Treatment of a Thooth with Iatrogenic Root Perforation and Lateral Periodontitis. Endod. Dent. Traumatol., v. 1, n. 1, p. 35-8, Feb. 1985. Responsável: Wânia Christina Figueiredo Dantas Rua dos Girassóis, 86 Jardim Cuiabá - Cuiabá, MT Fone: (65)3624 7544 E-mail: w.dantas@hotmail.com 31