ACOLHIMENTO E AMBIENTAÇÃO DE SALA DE VACINA NA PERSPECTIVA DE GARANTIA DOS DIREITOS DA CRIANÇA. PRATES, Dábilla de Oliveira 1, CARLONI, Maria Elisa Campos 2, BECKER, Cintia 3, REZENDE, Barbara Carneiro 4, AZEVEDO, Claúdia Aparecida 5, PORTO, Eliene de Souza 6. Palavras Chave: sala de vacina, imunização, acolhimento. INTRODUÇÃO Segundo o Manual de Procedimentos para Vacinação (FUNASA, 2001), no serviço de saúde devido as atividades ali desenvolvidas, encontram-se os hospedeiros mais suscetíveis (crianças, idosos, pacientes imunodeprimidos e outros), e também microorganismos mais resistentes (bactérias, vírus, fungos e outros). Esses agentes se instalam com facilidade em artigos utilizados para realizar os procedimentos de rotina das unidades básica de saúde, tendo então que procurar evitar o máximo a proliferação desses agentes para que não ocorra a contaminação desses hospedeiros. Na sala de vacinação, local destinado à administração dos imunobiológicos, é importante que todos os procedimentos desenvolvidos garantam a máxima segurança, prevenindo infecções nas crianças e adultos atendidos. Para isso, as instalações devem levar em conta um mínimo de condições, quais sejam: as paredes e o piso devem ser laváveis; deve ter pia com torneira; deve ter interruptor exclusivo para cada equipamento elétrico; Resumo revisado pela coordenadora da ação Maria Antônia Rosa/Programa - Brincar: O melhor remédio/código: 016/2010. 1 Discente da Universidade do Estado de Mato Grosso dabillaprates@hotmail.com 2 Docente da Universidade do Estado de Mato Grosso elisacarloni9@hotmail.com 3 Discente da Universidade do Estado de Mato Grosso cat_dexter@hotmail.com 4 Discente da Universidade do Estado de Mato Grosso barbaraenf2008@hotmail.com 5 Discente da Universidade do Estado de Mato Grosso clau23azevedo@hotmail.com 6 Discente da Universidade do Estado de Mato Grosso elieneporto29@ymail.com
deve ter arejamento e iluminação adequados, evitando a incidência de luz solar direta; e deve ter entrada e saída independentes, se possível. Vacinação é um direito de todas as crianças nas condições adequadas de recepção e oferta do imunobiologico ao cliente. Entretanto, quando os alunos do 7º semestre de enfermagem da Universidade do Estado de Mato Grosso foram inseridos na comunidade para realizar atividades na Unidade Básica de Saúde do Marajoara, percebeu-se carência de infraestrutura para a sala de vacina, e a resistência das crianças em passar pelo processo de vacinação. Essa unidade não dispunha de uma sala de vacina em condições de oferecer serviços de vacinação com qualidade, tendo por base os parâmetros recomendados pelo Ministério da Saúde. Portanto faz-se essa proposta afim de revitalizar a sala de vacina, melhorando o atendimento à população, oferecendo um ambiente tranquilo e menos traumatizante para as crianças, proporcionando maior segurança e qualidade do imunobiológico. METODOLOGIA Foi utilizado o espaço da Unidade Básica de Saúde Marajoara (sala de vacina), do município de Cáceres. Para tanto foi encaminhado uma carta para secretaria de saúde do município de Cáceres e para o enfermeiro da unidade, solicitando a aprovação da proposta. Os alunos já conheciam a unidade e a população foi previamente consultada informalmente durante os atendimentos na unidade, notou-se que seria muito importante aplicar o projeto naquela unidade. Após a aceitação da secretaria de saúde e do enfermeiro da unidade o grupo de 5 (cinco) alunos em estágio na disciplina Estágio Curricular I, foi para a comunidade buscar meios de desenvolver o projeto de forma menos onerosa. De pronto um comercio de materiais para construção se dispôs a doar os materiais necessários para a revitalização. Moradores da comunidade doaram alguns outros materiais para a decoração da sala, como adesivos de parede e folhas de EVA.
Para o dia do desenvolvimento da ação o grupo contou com a colaboração de todos, visto que não haveria atendimento na sala de vacina naquele dia. Os materiais e móveis (cadeiras, mesas, arquivos e impressos) foram retirados da sala de vacina, exceto a geladeira, que foi afastada e protegida. Do lado de fora da unidade, uma parte do grupo iniciou a revitalização dos móveis, outros componentes iniciaram as modificações nas paredes, janela e porta da sala de vacina. Feitas as modificações e reformas necessárias a sala foi remontada, organizada e decorada. Foram necessários lata de tinta esmalte, rolos para pintura em parede, pinceis para pintura, lixas de parede, equipamento de proteção individual, removedor de tinta, adesivos decorativos laváveis, verniz incolor, pastas plásticas para organização de papeis, adesivos para identificação e organização da geladeira de imunobiológicos, almotolias para álcool, caixas plásticas para organização do material utilizado no procedimento de vacinação, maçaneta de porta e filtro de condicionador de ar. RESULTADOS E DISCUSSÃO Após quatro dias de execução do projeto divididos entre entrega da proposta ao enfermeiro da unidade, organização dos materiais necessários, inicio e termino das ações da revitalização e conclusão da ação com acabamentos necessários. Adquirimos um espaço totalmente agradável, e o mais próximo o possível do que é preconizado pelo Ministério da Saúde. A sala era equipada com uma mesa grande de madeira, uma mesa menor metálica, uma geladeira doméstica, uma cadeira, uma maca, uma única porta para entrada e saída, uma janela metálica, um condicionador de ar, além dos materiais para o procedimento de vacinação, papeis de controle de imunobiológicos e clientes vacinados, interruptores exclusivos, porém não dispõe de uma pia para lavagem das mãos. Ao final do cronograma, obtivemos sucesso em todas as propostas, o espaço se transformou em um lugar mais seguro e agradável, com paredes pintadas com tinta lavável da cor gelo cobrindo as manchas, e pregados adesivos decorativos. A
mesa de madeira foi lixada e envernizada tornando-se impermeável. A outra mesa e cadeira foram lixadas e pintadas de tinta esmalte azul cobrindo todo o ferrugem além de tornar-se lavável, a porta pintada concertada e trocada a maçaneta com tinta lavável, decorada e identificada, geladeira foi higienizada e organizada conforme Manual de Imunizações (2011), as vacinas de vírus vivos na primeira prateleira, trocamos as bandejas perfuradas para as não perfuradas, as vacinas mais próximas do vencimento foram colocadas na frente (para que sejam utilizadas primeiro), identificamos as bandejas conforme imunobiológico, afastamos a geladeira a 20 cm da parede. As seringas e agulhas foram separadas por tamanho em caixas plásticas. Os papeis foram colocados em pastas plásticas e identificadas, colocamos o álcool 70% em almotolias (para higiene das mãos), o algodão foi colocado em um pote plástico e identificado, foi trocado o filtro do condicionador de ar, foram retirados do ambiente e desprezados corretamente conforme a ANVISA restos de vacinas e impressos desatualizados. Afim de evitar desperdícios dos materiais doados aproveitou-se a oportunidade para restaurar alguns outros moveis da Unidade como bancos e cadeiras. No final do dia convidamos as crianças presentes na unidade para conhecer o novo ambiente, do qual podemos perceber a satisfação delas perante um ambiente todo revitalizado e divertido, a reação foi única, todos queriam tirar fotos na sala e tocar na nova decoração. Fonte: Fotos obtidas durante a realização do projeto na Unidade Básica de Saúde Marajoara, 2011. CONCLUSÃO
A enfermagem exerce papel fundamental em todas as ações de execução do Programa Nacional de Imunizações, sendo de sua responsabilidade orientar e prestar assistência à clientela com segurança, responsabilidade e respeito, prover periodicamente as necessidades de material e imunobiológicos, manter as condições ideais de conservação de imunobiológicos, manter os equipamentos em boas condições de funcionamento, dentre outras. Dessa forma o sucesso da realização das propostas, nos fez concluir que um lugar mais limpo, mais agradável e porque não mesmo dizer mais bonito, pode trazer mais segurança nos procedimentos invasivos, e fazer com que principalmente a criança do qual é a população mais atendida no setor fique menos resistente, diminuindo o trauma da vacinação, fazendo com que ela perceba o ambiente totalmente preparado para sua espera. REFERÊNCIAS Brasil, Ministério da Saúde, Fundação Nacional da Saúde; Manual de Procedimentos para Vacinação, 4ª Edição, 2001. BRASIL: Ministério da Saúde Secretaria de Vigilância à Saúde; Manual dos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais. Programa Nacional de Imunizações, 2005. BRASIL: Ministério da Saúde Secretaria de Vigilância à Saúde; Manual de Reações Adversas Pós-Vacinação. Programa Nacional de Imunizações, 2005. CAMELO, Silvia H. Henriques; ANGERAMI, Emília Luigia Saporiti; SILVA, Eliete Maria e MISHIMA, Silvana Martins. Acolhimento à clientela: estudo em unidades básicas de saúde no município de Ribeirão Preto. Rev. Latino- Americana. Enfermagem. 2000, vol.8, n.4, pp. 30-37. ISSN 0104-1169. HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN. Manual de Imunizações; Centro de Imunizações do Hospital Israelita Albert Einstein, 3ª Edição; Office Editora e Publicidade Ltda.; São Paulo, 2006. SUCCI, Regina Célia de Menezes; FARHAT, Calil Kairala. Vacinas em situações especiais. Jornal de Pediatria - Vol. 82, Nº3(Supl), 2006.