A emergência do Estado eletrônico e o futuro da democracia. Marcello Cavalcanti Barra 1

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Transcrição:

A emergência do Estado eletrônico e o futuro da democracia Marcello Cavalcanti Barra 1 Ações empreendidas pelos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, em suas esferas federal, estadual e municipal, em relação à Internet, indicam que um Estado eletrônico está surgindo. O Brasil foi o país em que se diagnosticou esse tipo de Estado pela primeira vez. Essa constatação não é fruto de mero ufanismo. Até porque a emergência do Estado eletrônico teve um significado ambivalente: assim como fortaleceu o Estado brasileiro, aumentou a interdependência entre os Estados, reforçando o sentido de humanidade. Em Tese orientada por Fernanda Sobral, a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICP-Brasil) marcou a identificação da formação desse Estado eletrônico. Oito diferentes atores sociais envolveram-se em seu surgimento: políticos atuando no Executivo federal e outros pertencentes ao Congresso Nacional, técnicos da burocracia, representantes de bancos e de tecnologias da informação, advogados, academia e empresa privada. A observação do confronto entre um bloco de situação e sua oposição configurou a existência de um comportamento segundo a Razão de Estado. A própria existência do Estado brasileiro foi colocada em risco na Razão de Estado. 1 O autor é mestre em Sociologia pela UnB e graduado em Administração pela USP. É gestor público da carreira de Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental (EPPGG), no Núcleo de Pesquisa em Gestão, da Secretaria de Gestão do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (Seges/MP). É também pesquisador do Grupo de Pesquisa Ciência, Tecnologia e Educação na Contemporaneidade (UnB). A pesquisa que chegou como conclusão sobre a formação de um Estado Eletrônico teve bolsa concedida pelo CNPq.. 1.

A Internet interpõe desafios não só ao Estado, mas também à sociedade e ao indivíduo: o território físico torna-se crescentemente dependente do virtual e esse mundo tecnológico passa a ser um componente das instituições e da vida cotidiana. Crescem as trocas comerciais, os relacionamentos através da rede, as transações financeiras, as pesquisas científicas e tecnológicas, os fluxos de informações. Por outro lado, ocorrem também inúmeros crimes, manifestações de grupos radicais, utilização por organizações criminosas. Com isso tudo, a possibilidade de a Internet fugir ao controle da sociedade e do Estado foi colocada. O que o Estado fez neste instante? Na forma de um projeto bem-sucedido, em que criptografia misturou-se ao Estado, e a ciência e tecnologia à política, o Estado retornou em seu papel primeiro: O Leviatã. Agora remodelado como Leviatã eletrônico. O Leviatã eletrônico garantiu a vida do próprio Estado, antes de tudo. E hoje, para onde ruma esse Estado eletrônico? A Sociologia tem mostrado o valor de olharmos para trás com o objetivo de discutirmos nosso futuro. Por mais que o Leviatã tenha sido o elemento central do surgimento da ICP-Brasil, havia já ali, em seu nascimento, elementos de um Estado Legislador e de um Estado Instituidor do Social. Características que apontam, portanto, não só para Hobbes, mas também para Locke e Rousseau. O desenrolar do primeiro governo de Lula procurou fortalecer políticas de inclusão digital. Isso significou, em outras palavras, que o Estado, em seu papel de Instituidor do Social, foi ganhando força. A democratização do acesso à Internet tornou-se cada vez mais importante na agenda. Ao mesmo tempo, programas de incentivo ao software livre sinalizaram que se estava começando a romper com o monopólio privado dos códigos de informática, em favor de um monopólio público, quando o controle passa a ser potencialmente de toda a. 2.

sociedade. Assim, um Estado privatizado foi e vai tornando-se cada vez mais público. A democratização do acesso à Internet, via inclusão digital, acompanha o crescente controle que a sociedade opera sobre o Estado, através dos meios de comunicação. Dessa maneira, políticas promotoras da universalização do acesso à rede devem andar juntas de medidas que fortifiquem o Estado eletrônico, tornando o Estado mais permeável à Internet e a Internet ao Estado. A sociedade mais digitalizada vai demandando um Estado cada vez mais informatizado, mais transparente e com maior participação social. Em suma, um Estado mais democrático. O Estado mais democrático é aquele que se encontra pressionado por maior prestação de contas e por uma melhor aplicação dos recursos que a sociedade concede ao Estado. Dessa maneira, esse Estado eletrônico e democrático é também o Estado da eficiência, o Estado que prima por uma melhor gestão de seus recursos. E neste ponto, por um lado, o pregão eletrônico destacou-se como importante ferramenta para as compras governamentais. Mas enfim, o Estado eletrônico não existe para se anunciar como moderno. É um Estado que é eletrônico para responder à demanda da sociedade. Em outras palavras, um Estado pela qual a Razão de existir é a própria sociedade. Em síntese, não um Estado de alguns, mas um Estado de todos e para cada um. E onde fica aquela grande parcela da sociedade que está privada de instrução, de renda, de acesso, de condições de vida? Do que adiantaria incluirmos digitalmente se, paralelamente, não fizermos a inclusão social? A sociedade, por ser complexa, desigual e hierárquica, demanda diferentes tipos de ações do Estado, e que respondam a tal complexidade. Uma das formas de se combater a desigualdade social é lutar contra a desigualdade digital. Além. 3.

de tudo, o mundo digitalizado aumenta a desigualdade social. Assim, combater a desigualdade social é também lutar contra a desigualdade digital. Colocado de uma maneira sintética, a inclusão digital é uma luta paralela, simultânea, à inclusão social. Todo esse futuro não passa de panacéia se os atores sociais não continuarem se mobilizando para transformarem o Estado. Entre esses atores certamente estão, na burocracia de Estado, muitos servidores públicos imbuídos e trabalhando em prol da mudança. O Estado eletrônico que a sociedade está erigindo é um processo que terá feições mais democráticas se a sociedade for tornando-se ainda mais vigilante e atuante, pressionando pela abertura do Estado. E é essa mesma sociedade que deve perguntar: Que Estado é esse que estamos construindo? E qual é o Estado eletrônico que desejamos? Afinal, essa é uma construção em andamento. Bibliografia BARRA, Marcello Cavalcanti. Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICP- Brasil) e a Formação do Estado Eletrônico. 2006. Dissertação (Mestrado em Sociologia)-Universidade de Brasília, Brasília, 2006. BOBBIO, Norberto. O futuro da democracia. São Paulo: Paz e Terra, 2002. ELIAS, Norbert. O processo civilizador. Vol. 2: Formação do Estado e Civilização. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1993. LATOUR, Bruno. Ciência em ação: como seguir cientistas e engenheiros sociedade afora. São Paulo: Editora UNESP, 2000. NUNES, Brasilmar Ferreira. Sistema e atores da ciência e tecnologia no Brasil. In: FERNANDES, Ana Maria; SOBRAL, Fernanda Antonia da Fonseca. Colapso da ciência & tecnologia no Brasil. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 1994.. 4.

ROSANVALLON, Pierre. O Estado em movimento. Sociedade e Estado, Brasília, vol. 6, n. 2, p. 9-18, jul.-dez. 1991. SOBRAL, Fernanda Antonia da Fonseca. Uma leitura da sociologia da ciência em Foucault e Bourdieu. Revista de Biblioteconomia de Brasília, Brasília, v. 19, n. 2, Formatado p. 269-275, jul.-dez. 1995.. 5.