A Ética nas Instituições Públicas e sua antítese: a corrupção.
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- Luísa Gama Bento
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1 A Ética nas Instituições Públicas e sua antítese: a corrupção. CESAR LUIZ PASOLD 1 1 Cesar Luiz PASOLD é Advogado- OAB/SC 943. Pesquisador e Professor nos Cursos de Mestrado e de Doutorado em Ciência Jurídica da UNIVALI. Mestre em Instituições Políticas e Jurídicas pela UFSC, Mestre em Saúde Pública pela USP, Doutor em Direito do Estado pela USP e Pós Doutor em Direito das Relações Sociais pela UFPR. Presidente da Academia Catarinense de Letras Jurídicas- ACALEJ. Vice-Presidente do Instituto dos Advogados de Santa Catarina- IASC. Autor, entre outras, da Obra: Ensaio Sobre A Ética De Norberto Bobbio (Florianópolis: Conceito Editorial, 2008). 1
2 INSTITUIÇÕES PÚBLICAS: são todos os organismos vinculados direta ou indiretamente ao Estado, dotados constitucionalmente de compromisso intrínseco e inarredável com a Sociedade, e cujo núcleo ético, político e jurídico é a realização do INTERESSE COLETIVO, matriz do BEM COMUM. 2
3 MORAL : é uma disposição subjetiva de determinação do que é correto e do que é incorreto e, sob tal pressuposto, estabelecer-se uma noção própria do Bem e do Mal. 2 ÉTICA é a atribuição [também subjetiva] de valor ou importância a pessoas, condições e comportamentos e, sob tal dimensão, é estabelecida uma noção específica de Bem a ser alcançado em determinadas realidades concretas, sejam as institucionais ou sejam as históricas 3. 2 Conforme consta em: PASOLD, Cesar Luiz. Personalidade e Comunicação. 2 ed. rev.amp. Florianópolis: Plus Saber Editora, 2005.p.99- nota de rodapé. nº 58. Também em: PASOLD, Cesar Luiz. O advogado e a advocacia. 3.ed. rev. atual.amp.florianópolis: OAB/SC Editora, 2001.p.140. E em PASOLD, Cesar Luiz Ensaio sobre a Ética de Norberto Bobbio. Florianópolis: Conceito Editorial, 2008.p.23 a Conforme consta em : PASOLD, Cesar Luiz. Personalidade e Comunicação, 2 ed. rev.amp. Florianópolis: Plus Saber Editora, 2005, p.99. Também em: PASOLD, Cesar Luiz. O advogado e a advocacia, 3.ed. rev. atual.amp.florianópolis: OAB/SC Editora, 2001 p
4 Nas INSTITUIÇÕES PUBLICAS, a ÉTICA significa a efetivação, em atitude e em comportamentos, de um comprometimento total com a res publica! A antítese da Ética nas INSTITUIÇÕES POLÍTICAS é a corrupção. A corrupção é uma das mais agressivas e perniciosas atividades do gênero desvio de caráter. Ela torna os seus praticantes tanto os passivos quanto os ativos criminosos, tanto no mais amplo quanto no mais estrito sentido da expressão. 4
5 O cerne caracterizador da corrupção é a lesão (não importa o tamanho) à Coisa Pública, a agressão (não importa a intensidade) à Sociedade, e a hostilidade (não importa a dimensão) ao Interesse Coletivo/BEM COMUM. Tipifica-se a corrupção independentemente do valor menor ou maior do prejuízo (não apenas no sentido econômico) e de sua condição de dano imediato ou mediato ao Bem Comum. 4 4 Sobre a história do Brasil também numa perspectiva de percepção da corrupção, recomendo pesquisas em obras dos escritores e historiadores: Pedro Calmon, Hélio Silva, Marco Morel e Laurentino Gomes. 5
6 O exame da corrupção como fenômeno individual e social deve ser realizado no mínimo sob 3 relevantes aspectos através dos quais se exibem as suas faces: o ético, o político e o jurídico. 6
7 No aspecto ético o que se enfoca é o desrespeito a um dos pilares da axiologia social que é a importância do Bem Comum para a vida coletiva. A corrupção, desde o ângulo da Ética, é uma indignidade. A corrupção ofende a ética individual mas, sobretudo, à ética coletiva, e por isto é condenável em si e deve levar à condenação rigorosa dos corruptos sejam os ativos, sejam os passivos. Ela é plena de atitudes pérfidas e de comportamentos insidiosos, ou seja, ela se faz na mentira, na falsidade, na escamoteação da verdade. 7
8 No aspecto político a principal característica da corrupção é a da agressão à Democracia. BOBBIO alerta que a democracia é o sistema político que nos permite a maior aproximação possível entre as exigências da moral[ ética] e as da política. 5 BOBBIO pondera : A democracia é idealmente o governo do poder visível, ou do governo cujos atos se desenvolvem em público, sob o controle da opinião pública 6. 5 Em BOBBIO, Norberto. Elogio da serenidade e outros ensaios morais.tradução de Marco Aurélio Nogueira. São Paulo: Editora UNESP, Título original: Elogio della mitezza e altri scritti morali,p. 98. Meus estudos sobre Bobbio possibilitam levantar a hipótese de que, nesta frase, ele está tornando Moral como sinônimo de Ética. 6 Assim conforme BOBBIO,Norberto. As Ideologias e o Poder em Crise. 4 ed. Tradução de João Ferreira. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1995.Título original: Ideologie e il potere in crise, p
9 O conceito completo de Democracia para ser praticada realmente abrange os seguintes 06 requisitos: (1) eleição direta, periódica, secreta e universal, (2) possibilidade da participação popular na iniciativa legislativa, (3) manifestação popular por plebiscito ou por referendo, (4) necessidade do mais absoluto respeito à coisa pública, (5) comprometimento indelével da Sociedade e das Instituições Públicas com o Interesse Coletivo/BEM COMUM, e (6) a prática permanente da transparência na gestão do Poder Público. 9
10 A corrupção é a antítese da transparência, na medida em que ela se esconde e esconde os seus atos, e escamoteia a realidade. Portanto tanto o corruptor quanto o corrompido, comportam-se como inimigos da Democracia! 10
11 No aspecto jurídico o diagnóstico é objetivo e peremptório : a corrupção é violação constitucional, civil, penal, administrativa, tributária, previdenciária, eleitoral, e... pode-se adotar como referente classificatório de sua tipologia todo o espectro completo dos ramos e sub ramos do Direito. 11
12 A corrupção, tanto no plano ético quanto no político e no jurídico, merece sempre combate intransigente ( com punição efetiva), severa crítica e reprovação por parte de todos os que exercem, com consciência e dignidade, a Cidadania. Corruptores e corrompidos agridem a Cidadania. Em síntese, nos três aspectos- ético, político, jurídico- não há argumentação que sustente a tolerância à corrupção e aos seus agentes e pacientes. 12
13 Norberto BOBBIO: Não há maior inimigo da democracia que o cidadão apático, indiferente, cético ou, pelo contrário, pouco respeitador das regras, que infringe sem muitos escrúpulos, quando está certo de passar despercebido. 5 5 Em BOBBIO, Norberto. Da democracia para uma certa idéia da Itália. In. OLIVEIRA JÚNIOR, José Alcebíades (org.). O novo em direito e política. ////Porto Alegre: Livraria do Advogado, p
14 Ética nas INSTITUIÇÕES PÚBLICAS fazse em dupla dimensão: 1ª os atores políticos e administrativos devem comportar-se em total compromisso com o Interesse Coletivo/BEM COMUM, e, 2ª a Sociedade, em movimento sólido, deve combater incessantemente a corrupção, por dever ético e político, e por obrigação jurídica de todos os que pretendam exercer a Cidadania em sua plenitude, sem concessões de qualquer espécie! Obrigado pela atenção! 6 6 Em breve este material de apoio estará disponível em : 14
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