Produção de conhecimento e transformação: o papel da extensão universitária

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Produção de conhecimento e transformação: o papel da extensão universitária A HIPOTERAPIA NA PRÁTICA EXTENSIONISTA: O ENSINO INTEGRADO AOS BENEFÍCIOS PARA A SOCIEDADE Patrícia Lemos Bueno Fontes 1 Thalita Karla Flores Cruz 2 RESUMO A hipoterapia é uma técnica de grande valor na reabilitação de crianças com disfunções neuromotoras. No entanto, grande parte da população não tem acesso a tal atendimento especializado. Além disso, verifica-se a existência de poucos profissionais especializados nesta área e a ausência prática desta técnica na maioria das instituições de ensino superior. Atento a este cenário, surgiu o projeto Hipoterapia Um Atendimento Especial Para Crianças Especiais. Trata-se de um projeto de extensão vinculado aos estágios supervisionados dos cursos de Fisioterapia, Psicologia e Medicina Veterinária da PUC Minas Betim. Em 2011, 36 crianças foram beneficiadas pelas 340 seções de hipoterapia oferecidas pelo projeto. Na percepção dos pais, a abordagem resultou em ganhos no controle dos movimentos, equilíbrio e motivação das crianças. A análise dos depoimentos possibilitou ainda a constatação da satisfação e reconhecimento ao tratamento pelos entrevistados. O projeto contou com a participação de quarenta e cinco alunos estagiários e extensionistas, possibilitando-lhes uma formação acadêmica diferenciada. Ao reunir alunos de três cursos distintos, levou a um compartilhamento do conhecimento em prol de um objetivo em comum, formando um grupo de trabalho em equipe multidisciplinar. O projeto conseguiu gerar produtos para a divulgação da terapêutica tanto para a comunidade científica, quanto para a sociedade. A experiência do projeto Hipoterapia, descrita aqui, demonstrou uma prática extensionista que interligou a sociedade e as atividades de ensino e pesquisa dentro da Universidade. Assim, proporcionou o ensino integrado à promoção de benefícios para a sociedade. Palavras-chave: Hipoterapia. Extensão universitária. 1 Mestre em Saúde da Criança e do Adolescente (UFMG), Doutoranda em Neurociências (UFMG), Professora da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais Unidade Betim. patrícia.lemos.b.fontes@gmail.com 2 Extensionista do projeto Hipoterapia, Acadêmica do curso de Fisioterpia da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais Unidade Betim. thalita.cruz@gmail.com

1 INTRODUÇÃO As disfunções neuromotoras são definidas como um transtorno sensório motor, conseqüente de uma lesão encefálica, não-progressiva, do cérebro imaturo (VASCONCELOS, 2003 apud ROSA et al., 2005). Tal lesão acarreta alterações permanentes, embora não imutáveis, da postura e do movimento (VASCONCELOS, 2003 apud ROSA et al., 2005). As sequelas da disfunção neuromotora limitam as atividades funcionais de seus portadores, o que lhes restringem a aprendizagem e o desenvolvimento de experiências perceptuais (BAX et al., 2005). É um direito fundamental da criança portadora de necessidades especiais a garantia de um atendimento adequado e eficiente (UNICEF BRASIL, 1959; BRASIL, 1990). Dentre as abordagens terapêuticas existentes, observa-se que a hipoterapia é uma técnica de grande valor na reabilitação de crianças com disfunções neuromotoras e funciona como um atendimento complementar ao atendimento convencional (BEINOTTI et al., 2010). Esta técnica utiliza o cavalo como instrumento cinesioterápico, dentro de uma abordagem interdisciplinar, nas áreas de saúde, educação e equitação (ÁVILA; ALBIERO; FERNANDES, 2002; WINCHESTER et al., 2002; PAIVA et al, 2005; McGIBBON; BENDA, 2009; BEINOTTI et al., 2010). O princípio básico da utilização deste recurso terapêutico é que ao andar o cavalo produz um movimento tridimensional em seu dorso, gerando um movimento semelhante ao da marcha humana na pelve do praticante (BENDA; McCGIBBON; GRANT, 2003). Esse movimento é capaz de proporcionar uma perturbação dinâmica ao paciente, além de promover reajustes posturais que melhoram o controle e a estabilidade do tronco (HAEHL; GIULIANI; LEWIS, 1999; STERBA et al., 2002; McGIBBON; BENDA, 2009). Os benefícios da hipoterapia são amplamente descritos na literatura, tais como a melhora da função motora grossa, a melhora do equilíbrio, a melhora das reações de retificação e do controle de tronco, o ganho de força muscular, o menor gasto energético durante as atividades de vida diária, a melhora da coordenação motora, a melhora da conscientização corporal, a maior simetria e a melhor deambulação (ROTTA, 2002; McGIBBON; MURPHY; KAHN-D ANGELO; GLEASON, 2008; PIEROBON, 2008;

BENDA, 2009). Alguns autores descrevem ainda a adequação do tônus muscular (ÁVILA; ALBIERO; FERNANDES, 2002; BOTELHO et al., 2003). No entanto, por se tratar de um atendimento de alto custo, grande parte da população não tem acesso a tal atendimento especializado. Segundo observação das autoras, esse aspecto não é diferente na região de Betim. Diante deste contexto, a extensão universitária pode ser uma forma de proporcionar o acesso a essa terapia complementar, de forma a garantir valores de igualdade e de desenvolvimento social. Assim, a extensão universitária se coloca como uma prática acadêmica, de forma a interligar a universidade e as demandas da sociedade (PLANO NACIONAL DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA, 2001). Outra questão de grande relevância é observada na prática clínica. Verifica-se a existência de poucos profissionais especializados nesta área e basicamente, observa-se a ausência prática desta técnica na maioria das instituições de ensino superior. Pode-se concluir que os alunos do curso de Fisioterapia terminam a graduação sem ter nenhuma noção prática da hipoterapia. Assim, ter a prática clínica da hipoterapia nos estágios supervisionados dos cursos envolvidos pode ampliar o conhecimento acadêmico, formar profissionais mais especializados e consequentemente preparar o aluno para a inserção no mercado de trabalho. Desta forma, a extensão poderá contribuir para um diferencial dentro da Universidade. Nesse contexto, surgiu em 2010 o projeto Hipoterapia Um Atendimento Especial Para Crianças Especiais. Trata-se de um projeto de extensão multidisciplinar vinculado aos estágios supervisionados dos cursos de Fisioterapia, Psicologia e Medicina Veterinária, da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais Unidade Betim (PUC Minas Betim). O projeto Hipoterapia caracteriza-se pela utilização do cavalo como recurso terapêutico fisioterápico e psicológico de crianças e adolescentes carentes com deficiências/incapacidades e necessidades especiais do município de Betim e região. O projeto contribui ainda para a iniciativa da Universidade em materializar a indissociabilidade entre ensino, extensão e pesquisa. Assim, este trabalho tem como objetivo relatar uma experiência extensionista desenvolvida pelos cursos de Fisioterapia, Psicologia e Medicina Veterinária, da PUC Minas Betim. Dentro deste contexto, objetivamos descrever as ações realizadas pelo projeto durante o ano de 2011, destacar a sua contribuição para a população beneficiada, bem como descrever a produção do conhecimento científico proporcionada pelo mesmo.

2 ESTADO DA ARTE Os benefícios da hipoterapia para a reabilitação de crianças com desordens neuromotoras são amplamente descritos na literatura (ÁVILA; ALBIERO; FERNANDES, 2002; ARAUJO; SANTO; RAMOS, 2011) e estão cada vez mais comprovados. O princípio básico da utilização do cavalo como recurso terapêutico está no fato de que, ao andar, seu centro de gravidade se desloca em movimentos tridimensionais (súperoinferior, ântero-posterior e látero-lateral) reproduzidos em seu dorso. Durante a terapia, o cavalo realiza por volta de 1.800 a 2.250 ajustes tônicos, cerca de 90 a 110 impulsos multidimensionais por minuto (TAUFFKIRCHEN, 1998), que resultam em movimentos simétricos e rítmicos. Estes movimentos geram efeitos terapêuticos por produzirem na pelve da pessoa que está montada um movimento semelhante ao da marcha humana (BENDA; McCGIBBON; GRANT, 2003). Assim, ao manusear o paciente sobre o cavalo, o terapeuta possibilita uma sensação de movimentos normais, graduados e coordenados. Esses movimentos são capazes de proporcionar uma perturbação dinâmica ao paciente, estimulando as reações de equilíbrio e de endireitamento, promovendo reajustes posturais que proporcionam maior estabilidade de tronco e controle postural (HAEHL; GIULIANI; LEWIS, 1999; STERBA et al., 2002; McGIBBON; BENDA, 2009). Os ajustes tônicos e a mobilização ósteo-articular promovidos pelo ritmo proporcionam uma grande quantidade de informações proprioceptivas. Estas novas informações, determinadas pelo cavalo, permitem a criação de novos esquemas motores, o que torna a hipoterapia uma técnica valiosa de reeducação neuromuscular (BEINOTTI et al., 2010). O controle de tronco é a base para o desempenho de todas as atividades funcionais. A postura de todo o tronco e da pelve interferem na postura da escápula e da clavícula, devido às conexões biomecânicas e musculares. Assim, o tronco, como parte central do corpo, proporciona a estabilidade dinâmica durante a execução de atividades e tarefas funcionais da rotina diária (SHUMWAY-COOK; WOOLACOTT, 2003). Consequentemente, a melhora no controle de tronco, proporcionada pela hipoterapia, contribui para uma melhora global do paciente. Além dos ganhos motores, o uso do cavalo também proporciona benefícios cognitivos, psicológicos, funcionais e ganhos sociais. O cavalo facilita a relação paciente/terapeuta e o

tratamento se dá em contato com a natureza, fora do consultório e de uma forma muito prazerosa. 3 METODOLOGIA Os atendimentos oferecidos pelo projeto foram realizados no Centro Hípico Companhia do Cavalo, na cidade de Betim. No primeiro semestre de 2011 os atendimentos ocorreram duas vezes por semana. No segundo semestre de 2011 os atendimentos ocorreram apenas uma vez por semana. As sessões foram realizadas pelos alunos do 9º período do curso de Fisioterapia e por alunos extensionistas voluntários, com duração de 30 minutos. No presente estudo, para avaliar o impacto promovido pelas ações desenvolvidas, foi realizada uma descrição dos atendimentos no período entre fevereiro a novembro de 2011, bem como a descrição de alguns depoimentos dos pais ou responsáveis. Os depoimentos foram colhidos pelos extensionistas em novembro de 2011. Quanto à análise da produção do conhecimento acadêmico, foi realizada a descrição dos extensionistas participantes, a coleta de depoimentos dos mesmos, bem como a descrição das ações acadêmicas e das pesquisas realizadas dentro do projeto. 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO Ao todo, 36 crianças com idade entre 03 e 12 anos foram beneficiadas pelo projeto, sendo que a maioria das crianças (67%) apresentavam o diagnóstico clínico de paralisia cerebral, seguidas de 17 % com síndrome de Down, 08% com mielomeningocele e 08% das crianças apresentavam outras patologias. O gráfico 01 apresenta a descrição das patologias das crianças atendidas.

8% 8% Paralisia Cerebral 17% 67% Síndrome de Down Mielomeningocele Outras Gráfico 01. Descrição das patologias das crianças beneficiadas Fonte: Dados da pesquisa. Durante o ano de 2011, no período entre fevereiro a novembro, foi oferecido um total de 340 seções de hipoterapia. A freqüência média foi de 82,05% ( 5,17). Em média, 64% das crianças foram a mais de 80% das seções, o que representa uma alta adesão ao tratamento pela maioria dos participantes. A alta adesão ao tratamento pode ser vista como uma consequência da motivação proporcionada aos praticantes e aos pais. Isso se deve ao fato de que a hipoterapia é uma técnica de apoio à fisioterapia convencional realizada ao ar livre, o que permite ao praticante um olhar de outro ângulo para o ambiente e para as pessoas, que envolve a criação do vínculo afetivo entre a criança e o animal. Segundo All, Loving e Crane (1999), o tempo passado longe dos exercícios tradicionais e dos aparelhos terapêuticos mantém os praticantes motivados e faz com que retornem à terapia. Essa motivação aumentada desempenha um papel muito importante naqueles casos em que os pacientes ficam cansados da terapia clinicamente fundada (SEIXAS, 2011). Na percepção dos pais, o uso do cavalo como recurso terapêutico resultou, principalmente, em ganhos no controle dos movimentos, equilíbrio e motivação das crianças. Essas mudanças percebidas puderam ser agrupadas nestas categorias de resposta a partir da coleta de depoimentos dos pais e/ou responsáveis. Alguns dos depoimentos que comprovam essa afirmativa são: Aqui meu filho tem resultados mais rápidos (...), já vi que ele ficou mais esperto, consegue rolar e ter mais sustentação do corpo ; (...) com a hipoterapia, ela ficou até mais calma e consegue ter mais controle dos movimentos da mão e da perna ; ele tem mais controle dos movimentos dele (...) o médico dele falou que a posição do quadril ta melhor ;

(...) as pernas dele firmaram. Agora ele ta aprendendo a andar normal (...) ; ele passou a sentar sozinho e se apoiar melhor (...). Hoje ele está bem mais autônomo. A análise dos depoimentos possibilitou ainda a constatação da satisfação e reconhecimento ao tratamento pelos entrevistados. Deve-se também ressaltar que em todos os depoimentos, houve relatos de melhoras no desenvolvimento motor das crianças beneficiadas. Tais resultados podem ser atribuídos ao fato de se tratar de uma atividade extensionista que envolve um valioso recurso terapêutico na reabilitação de crianças e adolescentes portadores de necessidades especiais. Assim, os resultados encontrados no presente estudo apresentaram evidências claras de que a hipoterapia pode contribuir para o ganho funcional e a participação social de crianças com necessidades especiais. Tal achado corrobora com os resultados encontrados no estudo de Murphy, Kahn-D Angelo e Gleason (2008), em que foram observados os efeitos da hipoterapia sobre a funcionalidade de crianças com disfunções neuromotoras. Como desfecho, três das quatro crianças avaliadas, apresentaram melhora significativa na funcionalidade (MURPHY; KAHN-D ANGELO; GLEASON, 2008). Durante o ano de 2011, o projeto contou com a participação de nove alunos extensionistas dos cursos de Fisioterapia, Psicologia e Medicina Veterinária (gráfico 02). Além disso, possibilitou uma formação acadêmica diferenciada a trinta e seis alunos que estavam realizando o estágio supervisionado curricular. 3 4 Fisioterapia Psicologia 2 Medicina Veterinária Gráfico 02. Descrição do número de alunos extensionistas por curso Fonte: Dados da pesquisa. Assim, o projeto Hipoterapia foi capaz de promover aos quarenta e cinco alunos participantes a possibilidade de aprender e aplicar a técnica. Desta forma, o projeto pode

complementar o conhecimento dos discentes e da comunidade acadêmica a cerca do atendimento aos pacientes portadores de disfunções neuropsicomotoras. Ao reunir alunos de três cursos distintos, o projeto levou a um compartilhamento do conhecimento. Além de ser partilhado por diferentes ramos do saber, o trabalho dos extensionistas foi realizado de forma coordenada, em prol de um objetivo comum e de forma integrada. Dessa forma, o projeto conseguiu formar um grupo de trabalho em equipe multidisciplinar, de acordo com o conceito de equipe multidisciplinar definido por Japiassu (1976) citado por Santos e Cutolo (2003). O desenvolvimento de um projeto multidisciplinar de prestação de serviços à comunidade é um dos aspectos preconizados para a concretização de uma atividade extensionista vinculada ao processo ensino-pesquisa na Universidade (CALDAZ; BARBOSA, 1995). Na percepção dos alunos, o projeto representou uma oportunidade de conhecimento desta técnica e foi capaz de direcionar e guiar a atuação em relação a sua prática profissional. Tal fato pode ser exemplificado pelo depoimento de um dos extensionistas: Essa experiência é altamente enriquecedora e foi a responsável pela minha escolha profissional. Tenho certeza de que quero fazer uma especialização em neuropediatra e trabalhar com hipoterapia depois de formada. Se a Universidade não pudesse me oferecer essa oportunidade eu ainda estaria com dúvidas quanto à escolha da minha área de atuação. Tem-se que a extensão é uma via de mão-dupla, com trânsito assegurado à comunidade acadêmica, que encontrará, na sociedade, a oportunidade de elaboração da práxis de um conhecimento acadêmico (PLANO NACIONAL DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA, 2001). Corroborando com essa afirmativa, o projeto Hipoterapia, além de proporcionar benefícios diretos às crianças e adolescentes e benefícios indiretos aos seus familiares, contribuiu também para a formação acadêmica dos alunos estagiários e extensionistas. Pode se constatar este fato, uma vez que o projeto Hipoterapia possibilitou o desenvolvimento de atividades científicas dentro da Universidade. Desta forma, temos a extensão como um processo que articula o ensino e a pesquisa, tal qual descrita no Plano Nacional de Extensão Universitária (2001). Foram desenvolvidas atividades acadêmicas como a orientação de duas pesquisas para o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) de alunos do curso de Fisioterapia e envio de um artigo científico para publicação. Houve também a participação do projeto em atividades científicas dentro da Universidade. Os resultados da pesquisa de TCC foram apresentados na 19º Semana de Iniciação Científica da PUC Minas Etapa Betim (pôster e apresentação oral).

Os resultados das ações extensionistas foram apresentados em forma de pôster (figura 01) na VII Jornada Acadêmica e IV Mostra de Extensão do Curso de Fisioterapia da PUC Minas Betim, sendo classificado em primeiro lugar. Dentro deste mesmo evento, o projeto recebeu ainda a premiação de melhor fotografia. Figura 01. Pôster premiado. Fonte: Imagens das autoras. De acordo com Dias e Dias (2006), na atualidade, não se pode pensar em uma prática clínica que não esteja alicerçada na pesquisa. O mesmo autor ainda cita que a fisioterapia conta com opções diversificadas de terapias, transformando a tomada de decisão clínica em um ato complexo (DIAS; DIAS, 2006). Para fundamentar essa decisão, é muito importante a produção de pesquisas. Para as autoras, a pesquisa tem um papel fundamental na divulgação de novas modalidades terapêuticas e na facilitação do processo de tomada de decisão clínica. A produção científica resultante do projeto é um ponto essencial para a prática extensionista. De acordo com Silveira (2004), a extensão deve estar inter-relacionada com o ensino e a pesquisa, pois através da observação dos fenômenos sociais, há a reflexão que deve resultar em pesquisa, para a geração de novos conhecimentos.

Por se tratar de um valioso recurso terapêutico na reabilitação de crianças e adolescentes portadores de necessidades especiais, o projeto contou com uma vasta divulgação na mídia. Ao todo foram nove reportagens publicadas (duas no Jornal AQUI Betim, uma no Jornal Estado de Minas, uma no Jornal do Diretório Acadêmico DCE PUC Betim, duas no Jornal O TEMPO Betim, duas no Jornal PUC Informa e uma na Revista da PUC MINAS). O projeto teve ainda como resultado quatro reportagens apresentadas na televisão, sendo duas da TV Betim e duas da TV PUC. Neste contexto, o projeto conseguiu gerar produtos para a divulgação da terapêutica tanto para a comunidade científica, quanto para a sociedade. Isso porque propiciou estudos que auxiliam na comprovação da eficácia da hipoterapia, auxiliou a formação de profissionais preparados para aplicação da técnica, e fez com que a modalidade terapêutica fosse conhecida e reconhecida pela população. Esse conhecimento faz com que a comunidade atue de forma efetiva na escolha de seu tratamento, criando uma possibilidade de transformação social. De acordo com o Plano Nacional de Extensão Universitária (2001), além de participar deste processo dialético entre teoria e prática, a Extensão é um trabalho interdisciplinar que favorece a integração social. A realização do I Torneio Betinense de Hipismo Especial Esporte Sem Barreiras representou uma atividade que inclui as pessoas com necessidades especiais em atividades comuns à sociedade, além de oferecer lazer e entretenimento. A organização deste evento é um dos objetivos do projeto Hipoterapia, alcançado em maio de 2011, durante a festa Betim Rural, no Parque de Exposição de Betim. Esse foi um evento marcante para a inclusão social, em que todas as crianças do projeto participaram e foram premiadas com medalhas. Neste evento, os atletas especiais tiveram a oportunidade de superar seus limites e necessidades, fato que corroborou com os relatos de Seixas (2011): A Hipoterapia é um método único que estimula crianças a superar os seus problemas; melhora o seu estado psicológico; estende os seus horizontes; desenvolve uma sensação de orgulho e vitória contra a doença; e, consequentemente, facilita a remoção do complexo de inferioridade. Além dos benefícios de superação para o praticante, a hipoterapia proporcionou à sociedade um olhar diferente em relação ao praticante. Tal fato foi relatado também no caso de Liz Hartel, uma praticante de equitação que foi acometida por uma forma grave de poliomielite, a ponto de, durante muito tempo, não ter possibilidade de deslocamento, a não ser em cadeira de rodas e depois, muletas. Apesar das dificuldades que a doença trouxe, ela

continuou a praticar equitação. Anos depois, nas Olimpíadas de 1952, foi premiada com a medalha de prata em adestramento ao competir com os melhores cavaleiros do mundo (DE PAUW, 1986 apud CASADY; NICHOLS-LARSEN, 2004). O público só percebeu seu verdadeiro estado quando ela apeou do cavalo para subir ao pódio e teve de se valer de duas bengalas canadenses (BENDER; McKENZIE, 2006). 5 CONCLUSÃO A produção do conhecimento via extensão proporcionou aos alunos a aquisição da prática da hipoterapia, a realização de trabalhos científicos e a promoção do trabalho em equipe multidisciplinar. A prática extensionista interligou a sociedade e as atividades de ensino e pesquisa dentro da Universidade. Assim, proporcionou o ensino integrado à promoção de benefícios para a sociedade. Os conhecimentos adquiridos foram efetivados com a comprovação de que a terapêutica trouxe benefícios à população. Diante dos presentes resultados, pode-se afirmar que o projeto Hipoterapia: Um atendimento especial para crianças especiais foi capaz de tornar concreta a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão. ABSTRACT The hippotherapy is a valuable technique for children with neuromotor dysfunction rehabilitation. However, much of the population has no access to such specialized care. Furthermore, it seems that there are few professionals in this area and no practice of this technique in most of higher education institutions. In this scenario, has emerged the project "Hippotherapy - A Special Care For Special Children". It is an extension project that involves supervised trainee in Physiotherapy, Psychology and Veterinary Medicine courses at PUC Minas Betim. In 2011, 36 children have benefited by the 340 hippotherapy sessions offered by the project. In the perception of parents, the approach resulted in control of movement, balance and children s motivation gains. The testimonials analysis also permitted find the satisfaction and gratitude by treatment. Forty-five extension students and trainees participated of the project, allowing them a distinguished academic background. By bringing together three different courses students, led to a knowledge sharing towards a common goal, forming a multidisciplinary teamwork group. The project generated products for the dissemination of therapy for both the scientific community, and for society. The Hippotherapy Project experience demonstrated an extension practice that connect society and the University teaching and research activities. Thus, resulted in promoting education and society benefits together. Keywords: Hypotherapy. University Extension.

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