Cursos de Formação em Psicodrama Profa. Cybele Ramalho
Definição de átomo social Para Jacob Levy Moreno, o átomo social é considerado a menor unidade funcional dentro de um grupo social: consiste nas ligações de cada indivíduo com outros família, amigos, escola, trabalho, etc. Estruturalmente, seu núcleo é o próprio individuo e seu volume evidencia a riqueza ou pobreza das relações que este é capaz de estabelecer e de manter ao longo de sua vida. Sua configuração pode mudar e variar obedecendo a características de tempo, espaço e afinidades" (COSTA, 1996, p. 52).
A construção de um átomo social permite que representemos o drama que vivemos num mundo ambíguo, drama tanto imaginário, como real. O conceito de átomo social nos indica a possibilidade de agrupar, debaixo de um mínimo denominador comum, a imensa complexidade das configurações que se desenham no universo social (MORENO). Átomo social foi o termo definido por Moreno para designar a configuração social das relações interpessoais que se desenvolvem em torno de um indivíduo, a partir do seu nascimento.
O átomo social tem tele-estrutura característica, sendo formado dos vínculos mais próximos, positivos ou negativos. Vários átomos sociais compõem uma rede sociométrica. A técnica de apresentação do átomo social, consiste em solicitar que a pessoa crie ou monte uma configuração objetiva das suas relações interpessoais mais próximas, num determinado contexto: profissional, familiar, etc. A pessoa é convidada a configurar como ela percebe as distâncias afetivas entre ela e as demais pessoas do seu mundo relacional.
Técnica de apresentação do átomo social: É uma espécie de auto-apresentação específica, em que, por escolha própria ou por solicitação do terapeuta, o protagonista apresenta pessoas afetivamente significativas e próximas nas suas relações sociais. Quando se aplica ás relações familiares, denomina-se átomo familiar. É uma técnica frequentemente utilizada em entrevistas iniciais diagnósticas" (GONÇALVES et ali, 1988, p. 90).
A técnica do átomo social pode ser aplicada no tempo presente, no tempo futuro e no passado. Pode ser aplicado da seguinte forma num grupo: - Vá para o centro da sala e escolha alguém para representar você e outras pessoas (egos auxiliares do grupo) para representarem as pessoas significativas do seu mundo. - Coloque-as perto ou longe de você, de acordo com a distância emocional em que você as percebe. -Também pode colocar coisas mais ou menos próximas, tais como seu trabalho, sua igreja, este grupo, animais de estimação, enfim, que sejam importantes para você.
Configurada a imagem, o protagonista é convidado a entrar no lugar da pessoa que ocupou o seu lugar e, de dentro da imagem, vai verbalizando como se sente em relação a esta posição que ocupa, em relação a cada pessoa escolhida, etc. Poderá inverter papéis e dialogar, confrontar-se, com cada elemento que colocou no seu átomo. Assim, poderão ser utilizadas as técnicas básicas do psicodrama: o duplo, o espelho, a inversão de papéis e o solilóquio na investigação das posições e vínculos do átomo social ou familiar.
A técnica do Esquema de papéis A teoria dos papéis gerou diversas técnicas, entre elas a técnica do esquema de papéis, também denominada como a técnica de tirar roupas, por Cukier (1992). Visa explorar os papéis que o paciente desempenha em sua vida. Primeiramente, pede-se ao paciente que defina quais os papéis que ocupa em seu cotidiano, como por exemplo: filho, irmão, namorado, etc. Para uma melhor visualização e posterior concretização, pede-se que ele os distribua no chão da sala com o auxílio de almofadas, deixando-os marcados.
Em seguida, sugere-se que o paciente entre no papel que julga ser seu papel principal e que atue no como se, apresentando este papel. O terapeuta pode auxiliar, entrevistando o personagem neste papel. Depois de explorar bem este papel com a ajuda de algumas técnicas básicas do Psicodrama, pede-se que ele vá se despedindo deste papel e escolhendo outro para incorporar.
E assim sucessivamente, repetindo-se as mesmas instruções, o processo vai seguindo até que o paciente experimente todos os diferentes papéis que joga na sua vida. Depois, o terapeuta pode sugerir que o cliente desenvolva diálogos entre os seus diferentes papéis, diferenciando-os melhor e percebendo as relações e conflitos entre eles. Esta técnica pode ser utilizada tanto no início do tratamento, para se conhecer melhor o paciente, ou no decorrer do mesmo, na modalidade de psicodrama bipessoal ou grupal.