Assunto: Inconstitucionalidade do FUNRURAL diante do Superior Tribunal Federal - STF.

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Transcrição:

CC0022-14.DIREX Vitória - ES, 03 de Novembro de 2014. Aos (às) Srs. (as) Presidentes Cooperativas Registradas no Sistema OCB/ES SESCOOP/ES Assunto: Inconstitucionalidade do FUNRURAL diante do Superior Tribunal Federal - STF. Os Tribunais Superiores, através de reiteradas decisões, vem confirmando a inconstitucionalidade da contribuição ao Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural FUNRURAL, conforme destacado em uma das últimas decisões, expedidas pelo Superior Tribunal de Justiça STJ, sendo o relatório emitido e julgado em 02/09/2014 sobre a decisão. DIREITO TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL AO FUNRURAL. A despeito dos arts. 1º da Lei 8.540/1992, 1º da Lei 9.528/1997 e 1º da Lei 10.256/2001, desde a vigência da Lei 8.212/1991, não é possível exigir a contribuição social ao FUNRURAL, a cargo do empregador rural pessoa física, incidente sobre o valor comercial dos produtos rurais. A contribuição social incidente sobre a produção rural foi extinta pela Lei 8.213/1991 para os produtores rurais empregadores pessoas físicas, que passaram a recolher contribuições sobre a folha de salários de seus empregados. Todavia, a referida contribuição foi mantida para os segurados especiais (produtores rurais em regime de economia familiar). Dessa forma, com a criação do Plano de Custeio da Previdência Social pela Lei 8.212/1991, os produtores rurais passaram a contribuir para a Previdência Social, ou sobre o resultado da comercialização (segurados especiais), ou sobre a folha de salários (caso dos empregadores rurais pessoas físicas). Com o advento da Lei 8.540/1992, que deu nova redação ao art. 25 da Lei 8.212/1991, voltou-se a exigir dos produtores rurais empregadores pessoas físicas o recolhimento de contribuição social sobre a comercialização de produtos. Entretanto, o STF, sob o rito do art. 543-B do CPC (RE 596.177-RS, Tribunal Pleno, DJe 29/8/2011), declarou a inconstitucionalidade do art. 1º da Lei 8.540/1992, com base nos seguintes fundamentos: I. referido dispositivo teria criado nova hipótese de incidência de contribuição social não prevista no art. 195, I, da CF; Página 1 de 5

II. III. os empregadores rurais pessoa física estariam sujeitos a dupla tributação ao recolher a Contribuição para Financiamento da Seguridade Social COFINS, além daquela instituída pela Lei 8.540/1992, ferindo, portanto, o princípio da isonomia; e; a lei é formalmente inconstitucional, em razão de que nova fonte de custeio da Seguridade Social só poderia ser criada por meio de Lei Complementar. Saliente-se que as posteriores alterações legislativas impostas ao art. 25 da Lei 8.212/1991 por meio dos arts. 1º da Lei 9.528/1997 e 1º da Lei 10.256/2001 não alteram a conclusão em torno da mesma inconstitucionalidade, haja vista padecerem, por igual, de vício semelhante ao do art. 1º da Lei 8.540/1992, marcadamente no ponto em que havia determinado o restabelecimento da contribuição ao FUNRURAL. Resp 1.070.441-SC, Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em 2/9/2014. Com relação ao referido fundo, destaca-se que o mesmo foi instituído pela Lei Complementar nº 11/1971, tendo como objetivo a substituição da cota patronal relativa ao encargo previdenciário (20%) acrescida do percentual relativo aos Riscos Ambientais do Trabalho RAT (3%) dos produtores rurais pessoas físicas ou jurídicas e também das empresas agroindustriais. O FUNRURAL terá por objetivo, conforme estabelecido pelo art. 2º da lei Complementar 11/1971, fornecer os seguintes benefícios aos produtores rurais: I - aposentadoria por velhice; II - aposentadoria por invalidez; III - pensão; IV - auxílio-funeral; V - serviços de saúde; VI - serviço social. Para o segurado especial o FUNRURAL é o custeio de sua previdência, servindo para aposentadoria e outros benefícios junto ao INSS. A alíquota do FUNRURAL é de 2,1%, sendo 2,0% para o INSS e 0,1% para o RAT. Ainda há os 0,2% para o SENAR, perfazendo um total de 2,3% sobre o total da venda dos produtos rurais efetuadas pelos produtores, na condição de pessoas naturais. Porém, a contribuição de 0,2% para o SENAR não integra o FUNRURAL, não sendo atingida pela decisão do STF, por ter natureza jurídica diferente do FUNRURAL, portanto, mesmo os contribuintes que obtiveram decisão judicial favorável para o não recolhimento do Funrural, continuarão contribuindo para o SENAR. Página 2 de 5

Como não foi aprovada decisão vinculante do STF sobre o caso decidido, impõe-se a cada contribuinte a propor sua própria ação judicial para desonerar-se dos descontos julgados indevidos, bem como restituir o que já recolheu nos últimos cinco anos. Importante destacar que apenas os produtores rurais pessoas físicas e com empregados serão os beneficiados com a decisão, visto que produtores rurais sem empregados e produtores rurais pessoas jurídicas estão sujeitos a outro regime especifico. Antes de se iniciar o processo suspensão e restituição do valor pago, é de extrema importância que sejam realizadas simulações, de forma a identificar a viabilidade da operação, visto que o afastamento da contribuição do FUNRURAL poderá sujeitar o produtor ao recolhimento da contribuição previdenciária sobre a folha de pagamento e, em razão deste fato, tornam-se necessárias as análises caso a caso. Destaca-se ainda que, as decisões do Tribuna Regional Federal TRF, tem considerado apenas o eventual saldo, apurado pela diferença entre as formas de tributação. Após análise, como forma de obtenção de maior respaldo jurídico, insta destacar a necessidade quanto a recorrer ao Poder Judiciário para ter a interrupção do pagamento da contribuição ao FUNRURAL, através de pedido de antecipação de tutela, a qual tem sido concedida reiteradamente pela Justiça Federal. Com a decisão liminar o produtor rural impedirá que quaisquer empresas, cooperativas ou demais clientes retenham o valor de 2,1% da contribuição denominada FUNRURAL. Os produtores que tiverem interesse em propor a ação deverão instruí-la com os comprovantes das vendas efetuadas (notas fiscais) que se sujeitaram ao abatimento do valor da contribuição para o FUNRURAL, além de Carteira do Trabalho e Folha de Pagamento dos seus empregados, visando provar o indébito e a condição de produtor rural com empregados. Pode-se concluir que os produtores, em virtude das recentes decisões dos Tribunais, poderão requerer perante a Justiça Federal a imediata suspenção da contribuição cuja alíquota é de 2,1% e requerer a devolução das contribuições já recolhidas dos últimos cinco anos. Destaca-se ainda que, conforme edição da Emenda Constitucional nº 33, de novembro de 2001, as receitas originárias de exportação de produtos agropecuários estão imunes das contribuições sociais incidentes. Desta forma, os produtores rurais ficaram dispensados do pagamento da contribuição de previdenciária rural sobre a comercialização para a seguridade social, quando exportarem a sua produção agrícola. A imunidade das contribuições sobre as receitas de exportação de produtos agropecuários está garantida pelo art. 149 da Constituição Federal, com redação dada pela EC 33/2001 Página 3 de 5

Todavia, a Receita Federal do Brasil somente reconhece a não incidência da contribuição previdenciária rural sobre o valor comercial da produção agrícola, referentes às exportações efetuadas diretamente pelo produtor rural, conforme descrito no artigo 170 da Instrução Normativa nº 971/2009. Nota-se que poucas são as situações em que os produtores exportam sua produção por conta própria. Mais frequentemente, entregam sua produção à cooperativa para armazenamento e/ou beneficiamento e/ou venda. Surge, então, a dúvida acerca da aplicabilidade da regra da EC 33 (não incidência de contribuição sobre a receita decorrente de exportação) à produção rural entregue pelo produtor (cooperado) à cooperativa e posteriormente vendida para o exterior, posto que a exportação não tenha sido efetuada pelo próprio produtor rural, mas pela cooperativa. Segundo a Lei nº 5764/71, conforme determinam os artigos 79 e 83, a cooperativa é uma extensão do associado e, quando pratica qualquer ato com este, o faz na qualidade de mandatária. Portanto, não há como enquadrar a entrega da produção como ato de comércio, justamente por não haver transferência de propriedade, mas o simples envio do produto, para que seja devidamente estocado até sua venda para terceiros ou sua industrialização, por exemplo. Noutras palavras, qualquer ação que a cooperativa realize no produto será em nome do cooperado, por conta e ordem deste. Em razão disto existem posicionamentos jurisdicionais acerca da legitimidade da Cooperativa em questionar individualmente, em juízo, a presente não incidência. Assim, tanto a entrega dos cooperados para a cooperativa, como a exportação respectiva, não podem sofrer incidência de contribuição social sobre o seu valor comercial. Entendemos que inclusive as vendas efetuadas para empresa comercial exportadora, com o fim específico de exportação, também devam ser beneficiadas pela imunidade concedida pela EC 33, apesar de se tratar situação jurídica distinta. A legislação brasileira, ante o objetivo declarado pelo Governo Federal de incentivar as exportações, sistematicamente exclui da faixa de incidência das contribuições, não só as exportações realizadas pelas empresas comerciais exportadoras, como as vendas realizadas para as mesmas (desde que com a finalidade específica de exportação). É o caso, exemplificativamente, da COFINS e do PIS não cumulativos (art. 6º, III, c/c com art. 15 da Lei nº 10.833/03). Página 4 de 5

Ante ao exposto, verifica-se que as exportações realizadas pelos produtores rurais, quando feitas através de cooperativas, são imunes das contribuições sociais. Porém, para evitar possíveis problemas junto à Receita Federal, recomenda-se impetrar medida judicial, no sentido de buscar no judiciário o direito ao não recolhimento da referida contribuição. Por fim, extremamente recomendável que a iniciativa em se ajuizar qualquer tipo de ação para a discussão da presente matéria seja submetido à deliberação de Assembleia Geral, detalhando as condições da ação, seus fundamentos, esclarecendo especialmente os beneficiários, e enquanto não houver decisão judicial transitado e julgado, sobre a legalidade desse tributo, recomenda-se também, por prudência, que se mantenham as retenções, com seus respectivos recolhimentos, ou depósito judicial dos valores descontados. Saudações Cooperativistas, ESTHÉRIO SEBASTIÃO COLNAGO PRESIDENTE CARLOS ANDRÉ SANTOS DE OLIVEIRA SUPERINTENDENTE Página 5 de 5