Servidores Públicos Mitos que prejudicam o Brasil e a sociedade



Documentos relacionados
Defesa dos Serviços e Trabalhadores Públicos Brasileiros e o. Não Pagamento da Dívida Pública

Baixo investimento público contribui para desigualdade no acesso e queda em indicadores de qualidade

NBC TSP 10 - Contabilidade e Evidenciação em Economia Altamente Inflacionária

A moeda possui três funções básicas: Reserva de Valor, Meio de troca e Meio de Pagamento.

Seguridade Social e Dívida Pública Maria Lucia Fattorelli i

Perguntas e respostas sobre a criação do Funpresp (Fundo de Previdência Complementar dos Servidores Públicos)

Prof. Marcus Tomasi UDESC/ESAG

X Encontro Nacional de Economia da Saúde: Panorama Econômico e Saúde no Brasil. Porto Alegre, 27 de outubro de 2011.

RETRATOS DA SOCIEDADE BRASILEIRA

Pesquisa. Há 40 anos atrás nos encontrávamos discutindo mecanismos e. A mulher no setor privado de ensino em Caxias do Sul.

Nacional e internacional

CAPITAL DE GIRO: ESSÊNCIA DA VIDA EMPRESARIAL

Francisco Paulo Pimenta Maria Tereza de Araújo Serra

Lista de verificação (Check list) para planejamento e execução de Projetos

Conceito de Contabilidade

Apresentação dos Resultados

Crescimento em longo prazo

PARECE IGUAL... MAS, DO OUTRO LADO, É O BRASIL QUE DÁ CERTO. FICA DO OUTRO LADO DESSE ESPELHO. DESTE LADO, POUCO DINHEIRO NO BOLSO...

BRASIL EXCLUDENTE E CONCENTRADOR. Colégio Anglo de Sete Lagoas Prof.: Ronaldo Tel.: (31)

Pequenas e Médias Empresas no Canadá. Pequenos Negócios Conceito e Principais instituições de Apoio aos Pequenos Negócios

O REGIME PRÓPRIO DE PREVIDÊNCIA SOCIAL DO MUNICÍPIO DE TAQUARITINGA

ECONOMIA E GESTÃO DO SETOR PÚBLICO MÓDULO 16 A LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL

Outros Tópicos Importantes na Elaboração do Fluxo de Caixa

A Importância do Gestor Público no Processo Decisório. Coordenação-Geral de Desenvolvimento Institucional Secretaria do Tesouro Nacional

A Aposentadoria Mercado e Seguro o Papel da Auto Previdência

INVESTIMENTOS NA INDÚSTRIA

difusão de idéias QUALIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL Um processo aberto, um conceito em construção

Unidade II. Unidade II

1 Questão 213 Participações societárias obrigatoriedade de elaboração de demonstrações contábeis consolidadas

DIREÇÃO NACIONAL DA CUT APROVA ENCAMINHAMENTO PARA DEFESA DA PROPOSTA DE NEGOCIAÇÃO DO SALÁRIO MÍNIMO, DAS APOSENTADORIAS E DO FATOR PREVIDENCIÁRIO

Objetivos e Riscos. ...todo investimento envolve uma probabilidade de insucesso, variando apenas o grau de risco.

Os Segredos Para Atingir a Riqueza

O NOVO SISTEMA PREVIDENCIÁRIO PARA O SERVIDOR PÚBLICO

Administração em Enfermagem Teorias da Administração - Aula 3

ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

Pisa 2012: O que os dados dizem sobre o Brasil

1 - Por que a empresa precisa organizar e manter sua contabilidade?

Concorrência Conjunta nº 03/2007. Perguntas e Respostas

REQUERIMENTO N.º, DE ( Dep. BABÁ)

PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR

Governo do Estado do Piauí Secretaria da Fazenda Unidade de Gestão Financeira e Contábil do Estado Gerência de Controle Contábil

NBA 10: INDEPENDÊNCIA DOS TRIBUNAIS DE CONTAS. INTRODUÇÃO [Issai 10, Preâmbulo, e NAT]

Problemas em vender? Veja algumas dicas rápidas e práticas para aumentar suas vendas usando marketing

UM RETRATO DAS MUITAS DIFICULDADES DO COTIDIANO DOS EDUCADORES

Fim do fator previdenciário para quem atingir a. fórmula 95 para homens e 85 para mulheres.

Como melhorar a gestão da sua empresa?

Relatório dos principais pontos relevantes a respeito das Demonstrações Contábeis do Exercício Social de 2007.

RESOLUÇÃO Nº 4.263, DE 05 DE SETEMBRO DE 2013 Dispõe sobre as condições de emissão de Certificado de Operações Estruturadas (COE) pelas instituições

cargas tributárias para empresas no mundou

CONHEÇA MINHA CARREIRA CONSULTOR LEGISLATIVO DO SENADO FEDERAL

Servidor Público Militar. Veja o quanto de perdas salariais que você terá com 5% de Data Base

1º Prêmio de Comunicação - Grupo SMS 2014

A seguir, é apresentado um panorama sintético dos resultados financeiros desses bancos.

OFÍCIO-CIRCULAR/CVM/SIN/SNC/ Nº 01/2012. Rio de Janeiro, 04 de dezembro de 2012

Boletim Econômico Edição nº 89 novembro de 2014 Organização: Maurício José Nunes Oliveira Assessor econômico

Orçamento Geral da União (OGU) Ministério da Saúde

PROVA DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO TCE-CE FCC 2015

O custo financeiro do Estado brasileiro

DISCURSO SOBRE LEVANTAMENTO DA PASTORAL DO MIGRANTE FEITO NO ESTADO DO AMAZONAS REVELANDO QUE OS MIGRANTES PROCURAM O ESTADO DO AMAZONAS EM BUSCA DE

Renato

Esclarecimentos sobre rentabilidade das cotas do Plano SEBRAEPREV

Exportação de Serviços

Conceitos de Banco de Dados

Indicador ANEFAC dos países do G-20 Edição Por Roberto Vertamatti*

JOVEM APRENDIZ. Resultado do Aprofundamento dos Estudos. Coordenação-Geral de Normas de Contabilidade Aplicadas à Federação

Questionário para Instituidoras

SIMULAÇÃO DE GESTÃO EMPRESARIAL

36,6% dos empresários gaúchos julgam que o. 74,4% dos empresários gaúchos consideram que. 66,0% das empresas contempladas pela medida a

Ficha de informação 1 POR QUE RAZÃO NECESSITA A UE DE UM PLANO DE INVESTIMENTO?

INDICADORES FINANCEIROS NA TOMADA DE DECISÕES GERENCIAIS

Boletim Econômico Edição nº 66 agosto de 2015 Organização: Maurício José Nunes Oliveira Assessor Econômico

CENSO ESCOLAR - EDUCACENSO A IMPORTÂNCIA DE ATUALIZAR OS DADOS NO CENSO ESCOLAR

PROPAGANDA INSTITUCIONAL

Welcome Call em Financeiras. Categoria Setor de Mercado Seguros

CONFERÊNCIA INTERNACIONAL DO TRABALHO

4 passos para uma Gestão Financeira Eficiente

NORMA BRASILEIRA DE CONTABILIDADE NBC TSC 4410, DE 30 DE AGOSTO DE 2013

PROGRAMA TÉMATICO: 6214 TRABALHO, EMPREGO E RENDA

Resumo Aula-tema 04: Dinâmica Funcional

Benefícios a Empregados

Governo do Estado do Ceará Secretaria do Planejamento e Gestão SEPLAG Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará - IPECE

Terceirização no Tribunal de Justiça de Minas Gerais SS JUSTIÇA MG

IFRS A nova realidade de fazer Contabilidade no Brasil

está aqui! A solução para a sua marca Projeto gráfico Jornais Publicações customizadas Revistas

Sistema de Informações de Crédito do Banco Central Solidez para o Sistema Financeiro Nacional Facilidades para os tomadores de empréstimos

INFORMATIVO. Novas Regras de limites. A Datusprev sempre pensando em você... Classificados Datusprev: Anuncie aqui!

Prof. Cleber Oliveira Gestão Financeira

LISTA DE VERIFICAÇAO DO SISTEMA DE GESTAO DA QUALIDADE

Importância da normalização para as Micro e Pequenas Empresas 1. Normas só são importantes para as grandes empresas...

Darcy Francisco Carvalho dos Santos (Contador e Economista)

ISO/IEC 12207: Gerência de Configuração

ANEXO 10 TDR AUDITORES

9. o ANO FUNDAMENTAL PROF. ª ANDREZA XAVIER PROF. WALACE VINENTE

componente de avaliação de desempenho para sistemas de informação em recursos humanos do SUS

Fonte: Sepe/RJ, Dieese e IBGE Elaboração: Dieese - Subseção Sepe/RJ

Transcrição:

Servidores Públicos Mitos que prejudicam o Brasil e a sociedade Na imprensa, de um modo geral, é frequentemente divulgada a versão de que um dos grandes problemas da economia brasileira é o tamanho do setor público. Não faltam ataques direcionados aos servidores públicos, que costumam ser responsabilizados pelos problemas econômicos do país, sendo atribuída a eles a culpa pelo déficit nas contas públicas e no sistema previdenciário. O governo é tachado de perdulário por supostamente desperdiçar dinheiro e manter um exército crescente de servidores públicos com salários ditos generosos. Há um aspecto que se destaca nesse debate: o suposto excesso de servidores públicos no Brasil, circunstância que seria geradora de problemas econômicos. Cabe perguntar: há de fato número maior de servidores do que seria o necessário? Outra questão, mais relevante: existem mais servidores no Brasil do que em outros países considerados mais desenvolvidos economicamente? A resposta é: não. A Tabela 1 compara o número de servidores públicos em relação à população total, no Brasil e em diversos países europeus e da América do Norte, sendo possível observar, com toda a clareza, que esse discurso não passa de propaganda enganosa para denegrir a imagem do funcionalismo público. O objetivo é claro: levar a cabo medidas que congelam a remuneração desses trabalhadores e reduzem seu efetivo a partir de medidas ditas de austeridade. Para o IPEA 1, o governo brasileiro está longe de ser considerado um grande empregador. Preliminarmente, convém lembrar que uma comparação internacional tem que ser vista com cautela, pois os países têm diferenças significativas uns são unitários, outros fortemente descentralizados; há aqueles com funções público estatais avantajadas, enquanto outros têm tradições menos estatizantes. De qualquer modo, feitas essas considerações, o caso brasileiro aparece com destaque pela pequenez de uma relação importante: a do número de servidores por habitante. A Tabela 1 foi elaborada apenas com dados de países que haviam fornecido à OCDE informações consolidadas e com os critérios solicitados, em data a mais próxima do ano 2000. Mesmo não cobrindo o período de tempo mais recente, no comparativo internacional, não se pode acusar o governo federal de possuir uma estrutura de pessoal despropositada, pois a relação servidor/habitante, a mais utilizada nas comparações internacionais, coloca o país em situação muito abaixo da média mundial. E, como se pode ver, essa situação não se alterou para o ano de 2010. Os Estados Unidos, país que exalta uma presença pouco extensa do Estado, dispõem de um aparato estatal (governo central) bem 1 TD 1319 Despesas Correntes da União: Visões, Omissões e Opções janeiro de 2008.

maior (74%) do que o brasileiro em termos relativos à população, e com uma capacidade de atuação muito mais intensiva e abrangente. Tabela 1 Servidores públicos em relação ao número de habitantes países selecionados 2000 Países selecionados Servidores Públicos Adm Central (1) População (1000 hab) Servidores /1000 hab Alemanha 501.700 82.160 6,11 Áustria 169.003 8.110 20,84 Canadá 336.603 30.689 10,97 Coréia do Sul 563.682 47.962 11,75 Espanha 770.956 40.264 19,15 EUA 2.770.000 282.194 9,82 Finlândia (2) 125.481 5.176 24,24 França (3) 2.270.100 59.013 38,47 Hungria 277.894 10.211 27,22 Irlanda 207.926 3.790 54,86 México 835.007 98.658 8,46 Brasil (total ativos da União) (4) 2000 964.798 172.540 5,59 2006 997.739 187.850 5,31 2010 (5) 1.095.685 192.300 5,70 Fonte:TD 1319 Despesas Correntes da União: Visões, Omissões e Opções 2008, IPEA i n OCDE; IBGE; MPOG/RH Boletim Estatístico Pessoal. Elaboração: Disoc/IPEA. Notas: (1) inclusive militares; (2) 1999; (3) 1998; (4) Inclusive empregados de empresas públicas de economia mista; (5) Elaboração Anfip Essa distorção relativa ao suposto excesso de servidores, propagada tantas vezes de forma maldosa, uma vez que destituída de dados concretos que comprovem esse pretendido excesso, acaba por prejudicar o país e a sua população, na medida em que, segundo o próprio nome diz, o objetivo do serviço público é servir ao público, ou seja, servir à população, indubitavelmente carente de assistência até mesmo em setores básicos, como educação, saúde e segurança. Assim sendo, ao se anunciar como despropositada uma estrutura que está longe de atingir o gigantismo que se noticia, sendo muitas vezes até mesmo raquítica em proporção à demanda, pratica se um desserviço que se materializa com a estagnação em segmentos carentes de investimento para sua expansão. Mais útil seria o debate que proporcionasse uma visão realista (e imparcial) consubstanciada na necessidade de fazer um balanço das carências existentes, para compensá las mediante maior equilibro na distribuição desses servidores. Essa discussão, no entanto, é praticamente inexistente, o que resulta na perpetuação de um simplório (e pernicioso) preconceito contra o serviço público. E esse prejuízo insista se não se reflete apenas em relação ao povo, mas também ao país, na medida em que a estrutura pública consistente e bem dimensionada, dotada de servidores gabaritados, experientes e com formação profissional adequada, é requisito

indispensável para a inserção em âmbito internacional, numa época em que o amadorismo e o empirismo não encontram mais espaço no concerto das grandes nações que efetivamente queiram garantir seu lugar de destaque no chamado mundo globalizado. Na comparação, o Brasil, indubitavelmente, não figura como possuidor de um quadro de servidores públicos exagerado, o que impede conclusões de gigantismo ou inchaço da máquina pública, como se afirma. A Tabela 2 mostra que o montante que a União gasta, hoje, em percentual do PIB, ou seja, a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, com despesas de pessoal, nas três esferas do governo, inclusive aposentados e pensionistas, vem mantendo um crescimento estável. O aumento um pouco acima da média para 2009, mas ainda aquém do gasto em 1995, está relacionado à desaceleração da economia em consequência da crise financeira mundial. A confirmar o crescimento vigoroso do PIB em 2010, o bem provável é que a despesa de pessoal como proporção volte a recuar. Tabela 2 Depesa Anual de Pessoal da União 1995 a 2009 em R$ milhões correntes e em % do PIB Exercício Despesas c/ pessoal (a) PIB (b) (a/b) % 1995 37,89 705,64 5,37 1996 40,90 843,96 4,85 1997 44,53 939,15 4,74 1998 47,95 979,27 4,90 1999 51,57 1.064,99 4,84 2000 58,24 1.179,48 4,94 2001 65,45 1.302,14 5,03 2002 75,03 1.477,82 5,08 2003 78,97 1.699,95 4,65 2004 89,43 1.941,50 4,61 2005 100,28 2.147,24 4,67 2006 115,01 2.369,80 4,85 2007 126,88 2.661,34 4,77 2008 144,48 3.004,88 4,81 2009 166,20 3.143,01 5,29 Fonte: Secretaria do Tesouro Nacional. Os dados foram apurados pelo critério de competência; PIB: Ipeadata. Elaboração Anfip Na verdade, o grande responsável pelo suposto rombo das contas públicas tem origem no endividamento. As despesas correntes com o pagamento de juros e encargos da dívida, ano após ano, são, no cômputo de todas as despesas, as que mais crescem. Analisando se a execução do orçamento federal em 2009 (Gráfico 1), podemos ver a distribuição de recursos, que totalizaram mais de R$ 1 trilhão no ano de 2009. As despesas com o serviço da dívida (juros mais amortizações, excluindo a rolagem da dívida), segundo a Auditoria da Dívida

Cidadã 2, consumiram nada menos do que R$ 380 bilhões, ou 35,6% dos recursos do período. Esse dispêndio foi superior a gastos com áreas sociais fundamentais, como previdência, saúde, educação e assistência social. Gráfico 1 Ademais, é importante lembrar que a natureza diferenciada do servidor público e dos membros dos poderes frente aos trabalhadores do setor privado é traduzida numa relação igualmente diferenciada da prestação laboral, com direitos e deveres distintos. O setor privado tem assegurada a livre remuneração de seus trabalhadores e, muitas vezes, participação e mecanismos de premiação. No setor público, a situação é bastante diferente. A vinculação à legalidade, à impessoalidade e ao interesse público impõe restrições a salários, gratificações, benefícios. Assim, historicamente, o direito à aposentadoria procura reequilibrar essas limitações valorativas do trabalho. Não deve ser diferente, porque são necessárias compensações para que a Administração Pública possa competir na seleção de bons profissionais. Isto não é sinônimo de privilégio, mas a possibilidade de o setor público ter um quadro de servidores capazes, que possibilitem a justa definição e execução de políticas e de serviços públicos. 2 Boletim da Auditoria da Dívida Cidadã, nº 20, março/2010.

Todos os que acreditam no papel estratégico do Estado no processo de desenvolvimento sabem que este não poderá cumprir suas tarefas a contento se não possuir um quadro de servidores permanentes, exclusivos, dedicados e estáveis no exercício de suas diretrizes fundamentais, conforme determinação soberana da sociedade que o regula e à qual ele se subordina. Nas relações com os servidores públicos, as leis resguardam a administração, determinando o alcance e o custo dos seus direitos. Em contraponto a essas restrições e especificidades surgem legalmente outros direitos também diferenciados. É preciso, antes de mais nada, considerar a questão da apropriação social do esforço do trabalho desempenhado pelos servidores. E a sociedade, em busca de satisfações e com demandas crescentes, autoriza, na forma da lei, custos correspondentes. O custo do serviço público deve ser medido, portanto, pelo retorno social. A fragilidade nas prestações de serviços para com o cidadão será evidente quando o Estado não fortalece as relações com seus comandados: os servidores; ou seja, quando aquele rompe unilateralmente o contrato inicialmente pactuado entre as partes, diferentemente dos contratos firmados no setor privado e, principalmente, internacionais, nos quais o governo mantém intactos todos os contratos repactuados. Quando se fala na opção por uma reforma, seja ela qual for, isso implica custos e benefícios, e esses custos não podem recair exclusivamente no sentido de subtrair direitos dos servidores. Um município, estado ou Nação tem em seu alicerce o esforço, dedicação e trabalho de milhares de servidores públicos. Esses cidadãos carregam consigo a responsabilidade de estabelecer um elo entre o Poder Público e a sociedade, prestando serviços essenciais à população. Valorizar o servidor público é fundamental para melhorar os serviços prestados à sociedade. Difamá lo, ou questionar sua eficácia e sua presença no seio da sociedade, em nada contribui para melhorar o serviço público. Ao contrário disso, seguramente contribui para estagná lo ou, o que é mais grave, piorá lo, notadamente em algumas circunstâncias e setores cuja revitalização é essencial, e até mesmo crucial, para se construir um Brasil mais digno.