Crise Financeira Impacto no Setor Elétrico e na Tractebel Energia 01/12/2008

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meses Maio 1,23 2,82 5,41 0,79 2,88 5,58 Jun. 0,96 3,81 5,84 0,74 3,64 6,06 Jul. 0,45 4,27 6,03 0,53 4,19 6,

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Transcrição:

Crise Financeira Impacto no Setor Elétrico e na Tractebel Energia 01/12/2008

Índice 1. Diagnóstico 2. Impactos para o Setor Elétrico 3. Impactos e Oportunidades para a Tractebel Energia 2

Economia Brasileira A crise é um fato, há incerteza quanto a intensidade e duração Desvalorização do Real impactando empresas com dívidas em moedas externas, importadoras e exportadoras Empresas alavancadas em dificuldades Ritmo menor de crescimento da economia brasileira por redução do crédito, do consumo e exportação Dificuldades na captação de recursos e rolagem de dívidas Revisão dos investimentos, mais profundamente nas empresas vinculadas aos preços das commodities Impacto da variação cambial no IGPM, neutralizado parcialmente pela redução do preço das commodities, sobretudo alimentos Cenário do PIB: crescimento deve se reduzir para cerca de 2,0% a 3,0% em 2009 3

Resumo das Projeções de Longo Prazo dos Principais Indicadores Macroeconômicos 2006 2007 2008 P 2009 P PIB (a preços de mercado) 3,8 5,4 5,1 2,8 Indústria Geral (PIM-IBGE) 2,8 6,0 5,3 2,7 Vendas no Varejo (PMC-IBGE) 6,2 9,7 10,6 6,3 Taxa de Desemprego (médio) 10,0 9,3 7,9 8,0 Taxa de Desemprego (último trimestre) 9,2 8,1 7,4 7,8 Massa Real de Rendimentos 6,4 6,3 6,5 4,0 Balança Comercial (US$ bi) 46,5 40,0 24,0 13,4 Transações Correntes (US$ bi) 13,6 1,5-32,2-30,0 Transações Correntes (% do PIB) 1,3 0,1-1,9-1,6 Câmbio (R$ / US$) - Médio 2,18 1,95 1,80 2,05 Câmbio (R$ / US$) - Final de Dezembro 2,14 1,77 2,10 2,00 SELIC (acumulada no ano) 15,2 11,6 12,5 13,4 SELIC (final de período) 13,25 11,25 13,75 12,75 IPCA 3,1 4,5 6,3 5,2 IGP-M 3,8 7,7 11,0 6,3 Contas Fiscais (% do PIB) (1) Resultado Primário -3,9-4,0-5,9-3,9 Juros (com desvalorização cambial) 6,9 6,2 5,6 5,4 Resultado Nominal (com desval.) 3,0 2,2-0,3 1,5 Dívida Pública Líquida 44,7 42,7 36,8 37,4 Fonte: IBGE, Banco Central Projeções: MB Associados 17/11/2008. (1) Superávit (-); Déficit (+). 4 4

Setor Elétrico Balanço Energético Oferta atual ajustada para atender uma demanda prevista de 4,8% a.a. (PIB de 4 % a.a.), correspondendo ao cenário inferior da EPE Com redução mais acentuada do crescimento do PIB a demanda pode ser afetada (principalmente industrial), reduzindo a taxa de crescimento em 2009 para algo entre 3,5% e 4,5% a.a. A redução do crescimento econômico podem levar a excedentes de oferta (lastro), dependendo da concretização do programa de expansão deve equilibrar a falta de energia que havia no mercado livre O encarecimento do dólar torna a energia de Itaipu mais cara, aumentando a tarifa das distribuidoras estímulo ao mercado livre 5

Carga de Energia - SIN 6

Setor Elétrico - Balanço Oferta e Demanda 75.000 70.000 65.000 60.000 55.000 Thermal Plants (over BRL 400,00 /MWh) Thermal Plants (up to BRL 400,00 /MWh) Thermal Plants (up to BRL 200,00 /MWh) 50.000 Thermal Plants (up to BRL 150,00 /MWh) MW average 45.000 40.000 35.000 30.000 Thermal Plants (up to BRL 100,00 /MWh) Thermal Plants (up to BRL 50,00 /MWh) Inflexible Thermal Plants 25.000 20.000 15.000 10.000 Small Power Plants Hydro Plants Official Projected Demand 5.000 TBLE Inferior Scenario 0 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 7

Setor Elétrico Preços e Geração Térmica Mesmo com redução da demanda, o PLD não deve se reduzir significativamente (aumento da participação térmica, atraso na oferta, retardo do ONS e otimismo da EPE com a carga) Tendência de manter a política de geração térmica fora da ordem do mérito, principalmente as mais baratas (carvão), mesmo com redução de demanda, para dar maior segurança ao sistema, devido à eleição presidencial em 2010 8

A Estrutura de suprimento do SIN Está Mudando 70.000 Energia Natural Afluente média (MLT) X Demanda 60.000 50.000 MLT Controlável supre 95% da carga MLT Controlável supre 87% da carga MWmed 40.000 30.000 20.000 10.000 0 9 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 MLT Controlável Demanda

A Estrutura do PLD Está Mudando 10

Setor Elétrico - Expansão O programa de expansão poderá ser afetado pela restrição de crédito e redução da demanda: Desestímulo para a antecipação de projetos hidrelétricos, no caso de aprofundamento da crise Os projetos de térmicas a óleo já contratados poderão ser afetado devido a concentração de obras em poucos donos, embora o início de construção possa ser adiado até 2010 Os projetos de termelétricas a gás natural e a carvão mineral importado estarão mais expostos decisão de início de construção no curto prazo Os projetos de biomassa poderão ser também ser afetados por dificuldades no mercado de etanol 11

Estrutura da Expansão da Oferta 75.000 Outras Termo Nova 70.000 Termo Nova Óleo Diesel 65.000 Termo Nova Óleo Combustível Termo Nova Gás Natural MWmed 60.000 55.000 50.000 Termo Nova Carvão Pequenas Usinas Novas Outras Hidros Hidro com Financiamento em Análise 45.000 Hidro com Financiamento Aprovado 40.000 Hidro com Financiamento Contratado Pequenas Usinas Existentes 35.000 Termo Existente 30.000 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 12 Hidro Existente

Setor Elétrico Gás Restrição da oferta; concentração da indústria; ausência de competição; instabilidade no suprimento; crises cíclicas, etc. Integração Gás-Eletricidade não complementar: sobra água (baixo PLD e sobra gás) x déficit água (alto PLD e escassez de gás) Há falta estrutural de 28% de gás para cobrir a demanda As UTE s respondem por cerca de 50% da demanda de gás, mas variável conforme a hidrologia (mês e ano) A crise atenuará a falta mas não sobrará, até pela redução dos investimentos nos campos da Bolívia e Argentina O consumo internacional de LNG deve se reduzir aumento de oferta e redução de preços 13

Tractebel Energia Situação Contratual A Tractebel Energia está com alto grau de contratação nos próximos anos. 1.906 1.704 1.859 2.099 14

TBLE Estrutura do Portfólio de Contratos Ano 2009 Ano 2010 0,6% 16,2% 20,6% 0,6% 29,6% 27,7% 33,3% 15,8% 37,9% 17,6% Free Consumers Distributors - Private Distributors - State Owned Traders Others 15

TBLE Estrutura do Portfólio de Clientes Livres Ano 2009 Ano 2010 10,2% 11,7% 11,1% 12,5% 10,0% 10,5% 10,4% 11,2% 10,7% 8,8% 11,4% 12,0% 19,5% 16,2% 17,9% 16,1% Fertilizers Industrial Gases Paper Automobiles Mining and Metallurgy Petrochemical Consumer Goods Others 16

Tractebel Energia Estrutura dos Contratos No passado, TBLE já adotou uma estratégia de não concentração de vendas em setores de alta participação da energia elétrica nos seus custos totais Crescimento no portfólio de clientes do setor de adubos e fertilizantes, gases industriais, metalurgia e fundição, automotivo e peças e máquinas e equipamentos A maior parte dos contratos são vendas atreladas ao consumo medido, com cláusula de take-or-pay variável, da ordem de 80% 17

Tractebel Energia Impacto da Redução do Consumo A redução do consumo dos clientes tende a reduzir o nível de contratação, aumentando os saldos na TBLE nos próximos anos. Estima-se alguma redução no consumo dos clientes livres, com preço médio na ordem de R$ 100/MWh. O saldo se não recontratado será liquidado a PLD. Se PLD for acima de R$ 100/MWh o impacto para a TBLE é positivo. Se for abaixo, o impacto é negativo. Para 5% de redução do consumo e cada R$ 10/MWh de diferença entre o PLD e o Preço do contrato tem-se ganho ou perda no EBITDA de R$ 4,8 milhão em 2009. Todavia, a criação de saldos no curto prazo possibilita à TBLE uma sinergia com seus saldos no longo prazo de forma a vender produtos de mais longo prazo 18

TBLE Situação de Caixa e Dívida Perfil da dívida TBLE já está negociando a rolagem da dívida que vence em 2009. A aquisição de Estreito e Econergy poderá ser negociada com o Grupo Suez e adquirida com fluxo de caixa da TBLE A dívida em moeda estrangeira é muito pequena e o impacto da taxa cambial não é significativo. 19

TBLE - Oportunidades 1. Oportunidades para aquisições de empresas em dificuldades financeiras 2. Sobras de energia permite formar produtos de longo prazo 3. Aumento da oferta de bens e serviços pode permitir redução de custos 4. Redução do consumo de gás pode facilitar oferta de gás para Arjona 20

FIM 21