O extermínio da juventude negra no Maranhão Nota da Sociedade Maranhense de Direitos Humanos (SMDH)



Documentos relacionados
Briefing. Boletim Epidemiológico 2011

Perfil das pessoas mortas na cidade de São Paulo em circunstâncias violentas (2011)

RIPSA - Causas externas

Perfil epidemiológico de mortalidade por CAUSAS EXTERNAS. Porto Alegre

Resultados do Sistema de Vigilância de Violências e Acidentes VIVA/2013. Porto Alegre, novembro de Organização

Atlas da Violência mostra que 75% das vítimas de homicídio no País são negras

Distribuição Espacial dos Casos de Mortes por Agressão na Cidade de Cuiabá- MT entre os anos 2000 e 2010.

Perfil Epidemiológico do Suicídio no Estado do Paraná

GASTO PÚBLICO EM SEGURANÇA MUNICÍPIOS

ESTUDO DA MORTALIDADE POR CAUSAS EXTERNAS RELACIONADAS AO TRABALHO ATRAVÉS DA DECLARAÇÃO DE ÓBITO

Perfil epidemiológico de mortalidade por CAUSAS EXTERNAS. Porto Alegre

Violência contra a juventude negra no Brasil Pesquisa de opinião pública nacional

MORTALIDADE POR ACIDENTE DE TRÂNSITO ENTRE JOVENS EM MARINGÁ-PR NOS ÚLTIMOS 10 ANOS

SETEMBRO AMARELO. Ministério da Saúde lança Agenda Estratégica de Prevenção do Suicídio

INSERIR O TÍTULO DO DO EVENTO

A RELAÇÃO DA RAÇA/COR EM VÍTIMAS DE HOMICÍDIO EM SERGIPE NO ANO DE 2015 RESUMO

A importância do quesito cor na qualificação dos dados epidemiológicos e como instrumento de tomada de decisão em Políticas Públicas de Saúde

CADÊ?BRASIL2016 CRIANÇAS E ADOLESCENTES EM DADOS E ESTATÍSTICAS

ANÁLISE DOS DADOS DE INTERNAÇÕES E ÓBITOS POR AGRESSÃO A HOMENS NO ESTADO DA BAHIA ENTRE OS ANOS DE 2012 A 2016

O que é uma pesquisa de vitimização?

Taxa de homicídios no Brasil aumenta mais de 10% de 2005 a 2015

RA Cidade de Deus. Indicadores Rio Como Vamos

A Juventude no Centro do Desenvolvimento. Gabriel Medina Secretário Nacional de Juventude

Traumatismos decorrentes de acidentes automobilísticos

1 Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal//SUPLAV

MAPA DA VIOLÊNCIA 2014: OS JOVENS DO BRASIL.

Aplicativo Fogo Cruzado: mais de 400 notificações de tiroteios e disparos de armas de fogo no Rio de Janeiro em uma semana.

Fogo Cruzado: Mapa colaborativo registra quase 800 tiroteios e disparos de armas de fogo no Rio de Janeiro no mês de julho.

Apresentação da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra - PNSIPN

Violência: Brasil tem o maior número absoluto de homicídios no mundo

Juventude e Políticas Públicas em Salvador

ANÁLISE DOS DADOS DE MORTALIDADE DE 2001

D E Z E M B R O D E N º

Imigração. Fechamento do abrigo de Brasiléia (AC)

Ferramenta desenvolvida pela Anistia Internacional teve 30 mil downloads.

ATENÇÃO PRIMÁRIA A SAÚDE

METODOLOGIA DE AVALIAÇÃO DOS GRUPOS DE QUALIDADE 2018 PARA O ANUÁRIO BRASILEIRO DE SEGURANÇA PÚBLICA

NOTA TÉCNICA N 05/2018 INDICADORES DE HOMICÍDIO DE 2017 DO GRANDE ABC PAULISTA

TÍTULO: VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER: TIPOS DE VIOLÊNCIA, PERFIL DA VÍTIMA, SUA DISTRIBUIÇÃO NO BRASIL E NA REGIÃO SUDESTE NOS ÚLTIMOS ANOS.

CARACTERÍSTICAS EPIDEMIOLÓGICAS DO SUICÍDIO NA MACRORREGIÃO SUL DO ESTADO DE SANTA CATARINA

RA Vila Isabel. Indicadores Rio Como Vamos

Panorama Municipal. Município: São Luís / MA. Aspectos sociodemográficos. Demografia

SUICÍDIOS NO ESPÍRITO SANTO

Ins$tuto Avante Brasil Diretor- Presidente: Luiz Flávio Gomes Coordenadora e Pesquisadora: Flávia Mestriner Botelho Data: Agosto de 2015

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE ÓBITOS POR CAUSAS VIOLENTAS NA REGIÃO DA ASSOCIAÇÃO DOS MUNICIPIOS DO OESTE DE SANTA CATARINA AMOSC


Ferramenta desenvolvida pela Anistia Internacional teve mais de 35 mil downloads.

Coordenação de Vigilância Epidemiológica GERÊNCIA DE DOENÇAS E AGRAVOS NÃO TRANSMISSÍVEIS

Pretos e pardos, metade da população brasileira, são menos de 10% no Congresso

PROJETO DE LEI Nº, DE 2005

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DAS VIOLÊNCIAS INTERPESSOAIS E AUTOPROVOCADAS EM IDOSOS. RECIFE, 2010 A 2017

Morte brasileira: a trajetória de um país

COGESPA 2016 PREVENÇÃO. Eixo II - Enfrentamento da Epidemia das DST/Aids entre mulheres no Estado de São Paulo

MULHERES NO TRÂNSITO

Indicadores. da situação da mulher no Brasil

Nota técnica: Suicídios no Brasil

Ferramenta desenvolvida pela Anistia Internacional teve mais de de 36 mil downloads.

CAMPANHA INSTINTO DE VIDA Redução de homicídios ABRIL 2017

Despesa mensal com drogas de quem declara despesa (0,06% da população):

Despesa mensal com drogas de quem declara despesa (0,06% da população):

Disque Denúncia Nacional de Abuso e Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes: Disque 100

PERFIL DA MORTALIDADE POR SUICÍDIO NO MUNICIPIO DE CURITIBA 2015

8 dados que mostram o abismo social entre negros e brancos

ACIDENTES E VIOLÊNCIAS: ANÁLISE DOS DADOS DO ISA- CAPITAL

Ferramenta desenvolvida pela Anistia Internacional teve cerca de 36 mil downloads.

Presidência da República. Secretaria de Direitos Humanos. Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente

DESIGUALDADES RACIAIS NA NATALIDADE DE RESIDENTES NO RECIFE,

Ações multissetoriais de proteção ao direito à vida dos adolescentes e contra a violência implementadas no município

Violência Sexual Contra Crianças e Adolescentes RELATÓRIO 2006/2007. Organização. Karla Livi

Projeto "Movimentos Sociais e Esfera Pública

Ao mesmo tempo, de acordo com a pesquisa da Anistia Internacional, a maioria dos brasileiros condena a tortura: 83% concordam que é preciso haver

PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA Secretaria Especial dos Direitos Humanos Subsecretaria de Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente

CASOS DE VIOLÊNCIA CONTRA A PESSOA IDOSA NOTIFICADOS NO NORDESTE E NORTE DO BRASIL

Relatório sobre a realidade juvenil no município de Campinas. 18 outubro 2013

Prevalência de lesões corporais em região oro-facial registrados no Instituto Médico Legal de Pelotas/RS. 1. Introdução

II. Violência contra a mulher: dados 2015

Dados, Indicadores e Sistemas de Informações. Graduação em Saúde Pública HEP0173

Índice de vulnerabilidade Juvenil à Violência. - Desigualdade Racial - MunicÍpios com mais de 100 mil habitantes

As internações por Causas Externas

Fórum de Defesa da Vida. Saúde Atenção Básica

NOTA TÉCNICA N 06/2018 INDICADORES CRIMINAIS DO TERCEIRO TRIMESTRE DE 2018 DO GRANDE ABC PAULISTA

Guerra de Facções entre comunidades com UPP coloca moradores do Centro do Rio no meio do fogo cruzado.

Mortes de LGBT+ do Brasil (janeiro a 15 maio de 2019) GGB Grupo Gay da Bahia.

das vítimas são pedestres e quase a metade (47%) são condutores, incluindo ciclistas e motociclistas. SÍNTESE

Apêndice I 23 ações programáticas relativas à população LGBT, previstas no Programa Nacional de Direitos Humanos 3 (PNDH 3)

Curso Continuado de Cirurgia Geral- CBC SP

PERFIL E MAPEAMENTO DA VIOLÊNCIA NO DISTRITO FEDRAL E OS REFLEXOS COM O ENTORNO

Informe Epidemiológico 2018

GEOGRAFIA - 2 o ANO MÓDULO 16 DEMOGRAFIA: CONCEITOS E TRANSIÇÃO

Violência Armada: Aplicativo Fogo Cruzado bate marca de 50 mil downloads.

Resultados do Sistema de Vigilância de Violências e Acidentes VIVA/2012. Mortalidade por causas externas - acidentes e violências

Boletim Estatístico. Ano 07 - Volume Extra Janeiro a Novembro de 2017 DPVAT: O SEGURO DO TRÂNSITO

Boletim Estatístico. Ano 07 - Janeiro a Outubro de 2017 DPVAT: O SEGURO DO TRÂNSITO

PRÁ-SABER: Informações de Interesse à Saúde SINASC Porto Alegre Equipe de Vigilância de Eventos Vitais, Doenças e Agravos não Transmissíveis

Boletim Estatístico. Ano 07 - Volume 02 Janeiro a Junho de 2017 DPVAT: O SEGURO DO TRÂNSITO

Programa Nacional de Enfrentamento da Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes

UMA BREVE ANÁLISE DA EVOLUÇÃO DOS INDICADORES DE POBREZA E DESIGUALDADE NO CEARÁ: PERÍODO 2002 A 2005

Boletim Estatístico. Ano 07 - Volume Extra Janeiro a Novembro de 2017 DPVAT: O SEGURO DO TRÂNSITO

DIREITOS HUMANOS. Política Nacional de Direitos Humanos. Segurança Pública, Acesso à Justiça e Combate à Violência. Profª.

TERRITORIAL DESEMPREGO DE LONGA DURAÇÃO NUNCA FOI TÃO ALTO NO BRASIL

Transcrição:

O extermínio da juventude negra no Maranhão Nota da Sociedade Maranhense de Direitos Humanos (SMDH) São Luís abril de 215

O extermínio da juventude negra no Maranhão A criação da CPI da Morte e Desaparecimento de Jovens Negros, na Câmara dos Deputados, colocou mais uma vez em evidência uma questão premente para os movimentos sociais e de direitos humanos no país: o genocídio e extermínio de jovens negros e pobres, moradores das periferias das grandes cidades brasileiras. Tal situação, gravíssima, tem gerado um sem número de denúncias, além de ampla mobilização social em defesa da vida, como o lançamento da campanha Jovem Negro Vivo (Anistia Internacional), a realização das Marchas da Periferia (em São Luís e outras cidades), a articulação da Rede Maranhense de Justiça Juvenil e Fórum DCA, e, mais recentemente, a campanha de enfrentamento e combate da violência e extermínio da juventude negra (SEEJUV-MA). Nessa linha de ação, a SMDH lançou, em dezembro de 214, a revista Catirina, com um vasto dossiê sobre as diferentes modalidades de violência praticadas no Maranhão, com artigo específico sobre a temática (do advogado Igor Almeida), abordada ainda em outros artigos. [A revista está disponível para download gratuito no site: https://smdhvida.wordpress.com/catirina/ ]. Em 215, a SMDH está desenvolvendo o projeto Monitoramento da realização de Direitos Humanos no Maranhão: construção do Informe da sociedade civil, em parceria com pesquisadores e organizações sociais, com o acompanhamento das mortes violentas, bem como da violência e letalidade policial e no sistema prisional. Os dados iniciais da pesquisa (relativos aos 1 primeiros dias de governo) já se encontram à disposição no site https://smdhvida.wordpress.com/violencia-e-letalidade-policial-nomaranhao/. No mesmo sentido, foi apresentada uma proposta de reformulação do sistema de informações sobre violência e segurança pública à SEDIHPOP (Secretaria de Estado dos Direitos Humanos e Participação Popular), com foco no monitoramento baseado na efetivação de direitos humanos, na transparência, no controle social e na atenção a segmentos vulneráveis da população.

Por meio desta nota, colocamos à disposição da sociedade maranhense um pequeno dossiê com informações estatísticas sobre a violência contra a juventude negra na Grande São Luís e no conjunto do Maranhão, acrescido ainda de dados sobre mortes em acidentes de transporte, que constituem a segunda causa da morte de jovens no país. Brevemente, no conjunto dos dados, gostaríamos de destacar os seguintes pontos: No quadro geral do Maranhão, temos um amplo predomínio de homens (92,9%), negros e jovens dentre as vítimas de mortes matadas no período 2-212. Os negros constituem 76,2% da população maranhense (Censo de 21), mas representaram 85% das vítimas fatais no período 2-212. Apesar de representarem 29,4% do conjunto da população, os jovens foram o alvo prioritário da violência, constituindo 54,1% do total de vítimas, das quais 87% eram jovens negros. No período 2-212, quase a metade das vítimas de mortes violentas foram jovens negros (com idade entre 15-29 anos): 6.257 homicídios, perfazendo 47,1% do total. Esta tendência se manteve em 213, com os jovens negros representando 49,2% das vítimas fatais: 1.44 homicídios, num total de 2.122 no estado (dados preliminares do DATASUS). O crescimento da taxa de homicídios do Maranhão (176,6%) foi garantido em grande medida pela expansão das taxas de homicídio da população negra, em especial dos jovens. Na década 22-212, o Estado apresentou o 3º maior crescimento do país na taxa de homicídios da população jovem (184,5%), abaixo apenas do Rio Grande do Norte (293,6%) e Bahia (249%). Na população total, a taxa de homicídios de brancos cresceu 98,4%, enquanto a taxa de homicídios de negros subiu 165,2%. Proporcionalmente, em 212, para cada pessoa branca morta foram mortos 2,4 negros. Entre os jovens, a diferença da taxa de homicídios entre brancos e negros foi mais acentuada: a taxa de jovens brancos cresceu 89,3%; no entanto, a taxa de homicídios de jovens negros cresceu mais que o dobro, 191,7%. Em outros termos, em 212, para cada jovem branco vítima de agressão fatal foram mortos 2,9 jovens negros.

Os dados da Grande São Luís acompanham e aprofundam as características perversas apontadas para o Maranhão. Em 212, São Luís detinha a 6ª maior taxa de homicídios da população jovem dentre as capitais brasileiras, com 119,9 mortes por cem mil habitantes jovens. No decênio 22-212, a capital maranhense teve o 2º maior crescimento da taxa de homicídios dentre as capitais, com um aumento de 239,7%, abaixo apenas de Natal (RN), onde a taxa cresceu 316,4%. Houve um amplo predomínio de homens (94,6%), negros e jovens dentre as vítimas de mortes matadas. Os negros constituem 69,6% da população ludovicense (Censo 21), mas representaram 88,9% das vítimas fatais. Apesar de representarem 31,6% do conjunto da população, os jovens foram o alvo prioritário da violência, constituindo 61% do total de vítimas, das quais 9,9% eram jovens negros, no período 2-212. Mais da metade das vítimas de mortes violentas foram jovens negros: 2.621 homicídios, representando 53,4% do total. Esta tendência se aprofundou em 213, com os jovens negros representando 58,9% das vítimas: 557 homicídios, num total de 945 (dados preliminares do DATASUS). Evidência brutal do genocídio em curso, a taxa de homicídios entre os jovens negros de São Luís do Maranhão alcançou a assombrosa e terrível cifra de 16,1 mortes por cem mil habitantes em 212, uma taxa comparável a San Pedro Sula ( a cidade mais violenta do mundo ). Em termos proporcionais, para cada jovem branco morto na capital, foram mortos 6,5 jovens negros. Wagner Cabral da Costa História / UFMA Equipe de Pesquisa / SMDH

Mortes violentas de jovens (15 a 29 anos) no Maranhão (2-213) 24 6,% 2 5,% 16 4,% 12 3,% 8 2,% 4 1,% 2 21 22 23 24 25 26 27 28 29 21 211 212 213 Morte de jovens 186 283 287 43 375 489 58 68 699 775 822 81 945 1149 Total de mortes 344 536 576 762 696 93 925 192 1243 1387 1493 1573 1749 2122 Proporção de Jovens 54,1% 52,8% 49,8% 52,9% 53,9% 54,1% 54,9% 55,7% 56,2% 55,9% 55,% 51,5% 54,% 54,1%,% Fonte: MS/SVS/DASIS - Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) / DATASUS. 1. Os jovens constituem apenas 29,4% da população maranhense (Censo 21), contudo representaram 54,1% das mortes (na média).

Mortes violentas de jovens por raça/cor - Maranhão (2-213) 14 12 1 8 6 4 2 2 21 22 23 24 25 26 27 28 29 21 211 212 213 Negros 139 233 239 349 336 418 43 521 69 685 739 716 843 144 Brancos 25 36 42 42 32 53 62 78 77 75 67 77 79 75 TOTAL 186 283 287 43 375 489 58 68 699 775 822 81 945 1149 Fonte: MS/SVS/DASIS - Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) / DATASUS. 1. A cor negra é o resultado do somatório de pretos e pardos. 2. Censo 21: brancos (22,1%), negros (76,2%), amarelos (1,1%), índios (,5%). 3. No período, os jovens negros representaram 87,5% das vítimas, enquanto os jovens brancos apenas 9,8%, seguido por jovens amarelos (,5%), jovens indígenas (,4%) e ignorado (1,8%).

Taxas de homicídio na população total São Luís, Maranhão, Nordeste e Brasil (21-213) 1 9 Taxa de homicídios por 1 mil habitantes 8 7 6 5 4 3 2 1 21 22 23 24 25 26 27 28 29 21 211 212 213 São Luís 27,4 21,4 3,8 32,6 3 31,4 38,4 43,4 52,5 56,1 55,4 62,6 89,6 Maranhão 9,4 9,9 13 11,7 14,8 15 17,4 19,7 21,8 23,2 23,7 26 31,2 Nordeste 21,9 22,4 24 23,2 25,4 27,9 29,6 32,1 33,4 35,5 36,3 38,9 Brasil 27,8 28,5 28,9 27 25,8 26,3 25,2 26,4 26,9 27,5 27,1 29 Fonte: MS/SVS/DASIS - Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) / DATASUS. Mapa da Violência no Brasil. Estimativas para 213. 1. Crescimento no período 22-212: BR (4,3%), NE (77,6%), MA (176,6%), SLZ (128,5%).

Taxas de homicídio por idade e raça/cor Maranhão (22-212) 6 Taxa de homicídios por 1 mil habitantes 5 4 3 2 1 22 23 24 25 26 27 28 29 21 211 212 Maranhão 9,9 13 11,7 14,8 15 17,4 19,7 21,8 23,2 23,7 26 Brancos total 6,3 7,7 5,8 8,2 8,3 9,7 9,9 1,9 9,9 13,7 12,5 Negros total 11,5 15,1 14 17,2 17,3 2,2 23 25,4 27,2 27,2 3,5 Brancos jovens 1,3 1,5 7,9 13,1 15,2 19 18,9 18,5 16,5 19 19,5 Negros jovens 19,4 28,2 26,2 32,1 32,1 37,8 43,8 48,6 51,2 48,9 56,6 Fonte: MS/SVS/DASIS - Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) / DATASUS. Mapa da Violência no Brasil. 1. Crescimento: MA (176,6%), brancos total (98,4%), negros total (165,2%), brancos jovens (89,3%), negros jovens (191,7%).

Taxas de homicídio na população JOVEM São Luís, Maranhão, Nordeste e Brasil (22-212) 18 16 Taxa de homicídios por 1 mil habitantes 14 12 1 8 6 4 2 22 23 24 25 26 27 28 29 21 211 212 Negros SLZ 143,2 123,1 16,1 Brancos SLZ 36,4 32,6 24,7 São Luís 35,3 54,7 63,2 56,5 61,7 74,5 83,5 13 111 95,8 119,9 Maranhão 16,8 23,3 21,5 27,2 27,9 31,1 35,8 39,6 42,5 41,4 47,8 Nordeste 43,2 46,4 45,2 5,4 54,8 57,5 64,6 67,4 72,9 72,2 79,5 Brasil 56,1 57 53,3 5,5 5,7 49,7 52,8 53,5 54,5 53 57,6 Fonte: MS/SVS/DASIS - Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) / DATASUS. Mapa da Violência no Brasil. 1. Crescimento no período 22-212: BR (2,7%), NE (84%), MA (184,5%), SLZ (239,7%). 2. Na capital, para cada 1 jovem branco morto, morrem 6,5 jovens negros.

Crescimento das taxas de homicídio (22-212) São Luís Maranhão Nordeste Brasil População total 128,5% 176,6% 77,6% 4,3% População jovem (15 a 29 anos) População branca total População negra total 239,7% 184,5% 84% 2,7% ----- 97,4% 13,5% 23,8% ----- 165,4% 85,7% 7,1% Brancos jovens ----- 89% 34,4% 28,6% Negros jovens ----- 192,1% 92,1% 6,% Fonte: MS/SVS/DASIS - Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) / DATASUS. Mapa da Violência no Brasil.

Síntese de mortes violentas Maranhão (2-212) Categorias de agressões População Total Sexo Cor / raça da vítima Jovens (15-29 anos) 87% de negros n o % Masc Fem Branca Negra n o % Agressão por disparo de arma de fogo 7.135 53,7% 6.792 343 876 6.61 3.985 55,4% Agressão por meio de objeto cortante ou penetrante Agressão por meio de objeto contundente Outras modalidades de agressão ou não especificadas 4.362 32,8% 3.977 384 489 3.766 2.422 33,7% 519 3,9% 476 43 62 43 211 2,9% 1.263 9,5% 1.86 176 179 1.33 572 8% TOTAL 13.279 -- 12.331 92,9% 946 7,1% 1.66 12,1% 11.29 85% 7.19 54,1% -- Fonte: MS/SVS/DASIS - Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) / DATASUS. 1. A cor negra é o resultado do somatório de pretos e pardos. 2. As demais cores / raças registraram um número pequeno de ocorrências: amarela (61), indígena (53), ignorado (269). 3. Censo 21: brancos (22,1%), negros (76,2%), amarelos (1,1%), índios (,5%). 4. Do total das vítimas de mortes violentas, no período, 47,1% foram jovens negros com idade entre 15-29 anos (6.257 homicídios).

Mulheres: mortes violentas Maranhão (2-212) Categorias de agressões Sexo Cor / raça da vítima Jovens (15-29 anos) 81,8% de negras Masc % Fem % Branca Negra n o % Agressão por disparo de arma de fogo 6.792 55,1% 343 36,3% 51 283 168 4,2% Agressão por meio de objeto cortante ou penetrante Agressão por meio de enforcamento, estrangulamento e sufocação / afogamento e submersão Agressão por meio de objeto contundente Agressão por meio de força física / sexual / negligência e abandono / outras síndromes de maus tratos 3.977 32,2% 384 4,6% 54 325 18 43,1% 113,9% 59 6,2% 9 49 17 4,1% 476 3,9% 43 4,5% 8 33 9 2,1% 169 1,4% 3 3,2% 3 24 1 2,4% Outros tipos de agressão 93,7% 19 2% 1 18 3,7% Agressão por meios não especificados 711 5,8% 68 7,2% 16 46 31 7,4% TOTAL 12.331 --- 946 7,1% --- 142 15% 778 82,2% 418 44,2% --- Fonte: MS/SVS/DASIS - Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) / DATASUS. 1. Censo 21: brancos (22,1%), negros (76,2%), amarelos (1,1%), índios (,5%). 2. Do total das mulheres vítimas de mortes violentas, 36,1% foram jovens negras com idade entre 15-29 anos (342 homicídios).

Mortes violentas de jovens (15 a 29 anos) na Grande São Luís (2-215) 14 7,% 12 6,% 1 5,% 8 4,% 6 3,% 4 2,% 2 1,% 2 21 22 23 24 25 26 27 28 29 21 211 212 213 214 215 Mortes de jovens 85 145 118 177 215 196 222 262 31 365 383 353 457 66 672 182 Total de mortes 144 254 215 35 336 321 342 415 477 584 616 649 743 16 1132 31 Proporção de Jovens 59,% 57,1% 54,9% 58,% 64,% 61,% 64,9% 63,1% 63,1% 62,5% 62,2% 54,4% 61,5% 62,3% 59,4% 58,7%,% Fontes: MS/SVS/DASIS - SIM / DATASUS (período 2/213); Relatórios mensais da SSP-MA (214 e 1 dias de 215). 1. Os jovens constituem apenas 31,5% da população (Censo 21), contudo representaram 6,6% das mortes.

Mortes violentas de jovens (15-29 anos) por raça/cor Grande São Luís (2-213) 7 6 5 4 3 2 1 2 21 22 23 24 25 26 27 28 29 21 211 212 213 Negros 8 137 17 165 21 182 191 245 274 328 341 314 423 623 Brancos 5 5 1 1 12 12 29 16 23 32 34 31 27 33 TOTAL 85 145 118 177 215 196 222 262 31 365 383 353 457 66 Fonte: MS/SVS/DASIS - Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) / DATASUS. 1. A cor negra é o resultado do somatório de pretos e pardos. 2. Censo 21: brancos (29,1%), negros (69,6%), amarelos (1,1%), índios (,2%). 3. Os jovens negros representaram 91,7% das vítimas, enquanto os jovens brancos apenas 7%, amarelos (,1%), indígenas (,1%) e ignorado (1,1%).

Mortes violentas na Grande São Luís, por faixa etária (213-215) 5 5,% 45 45,% 4 4,% 35 35,% 3 3,% 25 25,% 2 2,% 15 15,% 1 1,% 5 5,% -9 anos 1-14 anos 15-19 anos 2-29 anos 3-39 anos 4-49 anos 5-59 anos 6 anos e mais desconhecida 213 4 1 161 467 23 82 34 12 45 214 7 9 186 486 248 11 32 17 46 215 5 56 126 66 27 12 6 12 213 (%),4% 1,% 15,8% 45,9% 19,9% 8,1% 3,3% 1,2% 4,4% 214 (%),6%,8% 16,4% 42,9% 21,9% 8,9% 2,9% 1,5% 4,1% 215 (%),% 1,6% 18,% 4,6% 21,3% 8,7% 3,9% 2,% 3,9%,% Fonte: Relatórios da SSP-MA. Foram 1.18 mortes violentas em 213, outras 1.132 em 214 e 31 mortes em 215 (1 primeiros dias do ano).

Síntese de mortes violentas São Luís (2-212) Categorias de agressões População Total Sexo Cor / raça da vítima Jovens (15-29 anos) 9,9% de negros n o % Masc Fem Branca Negra n o % Agressão por disparo de arma de fogo 2.74 55,1% 2.65 99 255 2.398 1.737 64,2% 57,9% Agressão por meio de objeto cortante ou penetrante 1.626 33,1% 1.515 111 155 1.448 996 33,2% Agressão por meio de objeto contundente 231 4,7% 221 1 2 26 98 3,3% Outras modalidades de agressão ou não especificadas 35 7,1% 35 44 29 313 167 5,6% TOTAL 4.911 -- 4.646 264 459 4.365 2.998 -- 94,6% 5,4% 9,3% 88,9% 61% Fonte: MS/SVS/DASIS - Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) / DATASUS. 1. A cor negra é o resultado do somatório de pretos e pardos. 2. As demais cores / raças registraram um número muito pequeno de ocorrências: amarela (4), indígena (5), ignorado (78). 3. Do total das vítimas de mortes violentas, 53,4% foram jovens negros com idade entre 15-29 anos (2.621 homicídios).

Mortes violentas e mortes por acidentes de transporte Maranhão (2-212) 175 15 125 1 75 5 25 2 21 22 23 24 25 26 27 28 29 21 211 212 Mortes violentas 344 536 576 762 696 93 925 192 1243 1387 1493 1573 1749 Acidentes de trânsito 441 519 682 682 766 99 85 141 1164 1154 1337 1517 175 Acidentes de moto 45 58 125 138 127 232 234 286 328 362 446 616 779 Fonte: MS/SVS/DASIS - Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) / DATASUS. 1. No período, foram registradas 12.767 mortes por acidentes de trânsito e 13.279 mortes violentas no Maranhão. 2. As mortes violentas tiveram um aumento de 48,4%, enquanto os acidentes de trânsito subiram 286,6%. 3. Em 2, os acidentes envolvendo motos constituíram 1,2% das mortes no trânsito, passando a representar 45,7% das mortes em 212. Essa categoria de acidentes teve um impressionante aumento de 1631,1%.

Jovens mortos em acidentes de transporte - Maranhão (2-212) 2 4,% 175 35,% 15 3,% 125 25,% 1 2,% 75 15,% 5 1,% 25 5,% 2 21 22 23 24 25 26 27 28 29 21 211 212 Morte de jovens 159 171 236 24 263 332 35 396 459 42 486 57 625 Total de mortes 441 519 682 682 766 99 85 141 1164 1154 1337 1517 175 Proporção de Jovens 36,% 32,9% 34,6% 35,2% 34,3% 36,5% 35,9% 38,% 39,4% 36,4% 36,3% 37,6% 36,6%,% Fonte: MS/SVS/DASIS - Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) / DATASUS. 1. Os jovens constituem apenas 29,4% da população maranhense (Censo 21), contudo representaram 36,5% das mortes (na média).