Porto Alegre (RS) - Mercado chega aos 146 anos garantindo vitalidade ao centro da Capital Telhado e salas do 2º piso ainda estão em obras, mas movimento continua bom/luciano Lanes/PMPA O Mercado Público Central de Porto Alegre completa neste sábado, 3 de outubro, 146 anos. Haverá o tradicional parabéns a você na área central, a partir das 9 horas, e a distribuição de fatias de bolo ao público. Também está programada uma apresentação do Circo Tihany. Contorcionistas da Mongólia e um grupo de bailarinas da Europa oferecerão uma amostra do espetáculo AbraKdabra, que
está sendo apresentado em Porto Alegre. Marco de uma época de crescimento da capital gaúcha, permanece até hoje como um símbolo extra-oficial da cidade. É um dos poucos espaços tradicionais que preserva sua vitalidade no centro da capital, uma área com enormes problemas, principalmente de segurança, não muito diferente de outras metrópoles. Os números dão ideia da dimensão do mais antigo centro de abastecimento dos porto-alegrenses: as 95 lojas empregam quase mil trabalhadores e ainda geram 800 empregos indiretos, sem contar as salas utilizadas pela Prefeitura e seus funcionários. Circulam diariamente pelo Mercado cerca de 100 mil pessoas. Atrativos não faltam: são açougues, peixarias, lojas de artigos gaúchos, religiosos e de importados, mercearias, padarias, agências revistaria. lotéricas, bares e restaurantes e Não se tem como precisar quando serão reabertas as 25 salas do segundo pavimento atingidas por um incêndio na noite de 6 de julho de 2013. Daniel Fonseca, assessor da Coordenação de Próprios da Secretaria Municipal da Indústria e Comércio SMIC, diz que as restaurações dos pisos, encanamentos, parapeito e pintura das paredes das salas estão adiantadas. Ainda estão previstos substituição do piso do andar térreo e de duas novas escadas rolantes, instalação de elevador panorâmico no quadrante 3, próximo à entrada principal, instalação de quatro banheiros no segundo piso, um adaptado para portadores de necessidades especiais, outro para uso da família, um masculino, outro feminino; restauração e pinturas das fachadas externas e internas e instalação de rede enterrada para iluminação cênica do Mercado.
O que causou bastante atraso foi a aquisição de parte do telhado. Fonseca conta que a Prefeitura teve dificuldades para encontrar a mesma cobertura porque a fabricante não produz mais o modelo. Após consultar várias indústrias, uma empresa se dispôs a produzir um telhado de alumínio semelhante, contendo um produto anti-inflamável, explica o assessor. Patrimônio histórico da cidade A restauração é minuciosa, porque tem que se ter o cuidado de manter tudo como o original pois o prédio é tombado pelo patrimônio histórico desde dezembro de 1979. Segundo a arquiteta Briane Bicca, coordenadora do Programa Monumenta, a ocasião das obra de restauração está sendo aproveitada para a realização de melhorias. O prédio do mercado vai se tornar menos suscetível a sinistros com incêndios ou à entrada de água da chuva, além da atualização das redes de infraestrutura, afirma. Etapas concluídas 1ª etapa Restauração da parte original atingida pelo incêndio, comportando consolidação estrutural, execução do telhado, revoco das paredes internas, esquadrias, pisos e banheiros, além das redes de infraestruturas das salas. O telhado recebeu estrutura de tesouras metálicas, sub-telhaado metálico, calhas inox. Os forros foram substituídos por lajes pré-fabricadas. As salas receberam impermeabilização e pisos. As obras do auditório foram concluídas, assim como das salas do Memorial, da SMC e dos Conselhos. 2ª etapa execução da obra de retirada e substituição da estrutura metálica de suporte dos brises (espécie de aberturas para ventilação) da cobertura central.
Uma das salas atingidas pelo incêndio /Fotos Cleber Dioni
já está totalmente recuperada Etapas a executar 3ª etapa Obra de fechamento do telhado metálico, relativa à colocação de telhas e instalação dos brises, incluindo a área não atingida pelo sinistro. Execução da rede de infraestrutura da rede hidro sanitária, incluindo dois reservatórios enterrados de 18 mil litros cada. Execução da rede elétrica, da rede de média tensão, rede de refrigeração, implantação de dois elevadores, para passageiros e cargas. limpeza geral da cobertura do mercado.
Corredores e 25 salas estão sendo restaurados. Essa 3ª etapa encontra-se em análise pelo Iphan, para aprovação e liberação dos recursos R$19,5 milhões já destinados pelo PAC Cidades Históricas, do governo federal, para restauração do mercado. Dois pisos e cobertura
O Mercado começou a ser erguido em 1864, numa área aterrada, a partir do projeto do engenheiro Frederico Heydtmann, tendo como coordenador o empreiteiro Polidoro da Costa. A inauguração ocorreu em 3 de outubro de 1869, mas só foi aberto no ano seguinte. O primeiro centro de abastecimento que se tem notícia é de 1840 e ficava no então Largo do Paraíso, atual Praça 15 de Novembro, ao lado do atual. Centro de abastecimento, em 1875. Nesses 146 anos, o Mercado passou por duas grandes modificações. O prédio quadrilátero, com um pátio central, tinha apenas um piso. Seu estilo neoclássico compunha com outros imóveis do Centro, como a Assembleia Legislativa e a Beneficência Portuguesa, um novo visual da cidade. Em 1913 recebeu o segundo piso, com ladrilhos trazidos de Pelotas e, a partir de 1991 até 1997, a área interna foi totalmente reestruturada, com a reconfiguração das bancas, instalação de gás central, de elevadores e escadas rolantes, e a principal intervenção: uma cobertura de metal, com mais de 15 metros de altura. A fachada foi restaurada, preservando a cor original, o amarelo ouro.
A parte externa do prédio não pode ser modificada desde 1979, quando foi tombado como patrimônio histórico e cultural do município. Por isso, qualquer intervenção tem que passar pela análise da Secretaria da Cultura. Em 1999, aos 130 anos, o Mercado teve parte de seu condomínio repassado para gerenciamento da Prefeitura, através da Secretaria Municipal de Produção, Indústria e Comércio (SMIC). A Associação dos Comerciantes vinha recebendo constantes críticas de permissionários insatisfeitos com a extensão do horário de funcionamento e a abertura aos domingos, o que aumentava muito os gastos com segurança, limpeza e energia elétrica, porque também tinha que manter ligada a escada rolante e os dois elevadores. A situação era agravada pelo valor da permissão de uso, o aluguel, que representava duas vezes mais que as despesas do condomínio. Por outro lado, era a única alternativa dos donos de bares e restaurantes aumentarem seus rendimentos. Hoje, a administração é totalmente gerenciada pela SMIC. O perfil dos lojistas no segundo pavimento mudou, de salas de escritórios para bares e restaurantes. Assessores técnicos da Prefeitura estudam o perfil mais adequado de comércio para elaborar novas recuperadas. licitações das Por Cleber Dioni Tentardini Fonte original da notícia: Jornal Já salas que estão sendo