A interiorização das migrações internacionais: o caso dos bolivianos no Estado de São Paulo. 1



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Transcrição:

A interiorização das migrações internacionais: o caso dos bolivianos no Estado de São Paulo. 1 Gabriela C. de Oliveira 2 Rosana Baeninger Resumo: O fluxo imigratório latino-americano para o Brasil data de pelo menos 40 anos e um contingente expressivo de imigrantes se estabeleceu na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), sendo atualmente o maior fluxo de entrada composto majoritariamente de bolivianos, paraguaios e peruanos. No entanto, embora a RMSP ainda seja a principal área de concentração de imigrantes latino-americanos, atualmente também podemos observar sua presença em algumas cidades do interior do estado. No entanto, pouco se sabe sobre esse fluxo de imigrantes em direção ao interior do estado, suas motivações e objetivos. Logo esse artigo visa explorar, inicialmente, tais questões a fim de compreender e analisar as imigrações internacionais em direção às cidades do interior de São Paulo, mais especificamente dos imigrantes bolivianos, a partir das informações do Censo Demográfico 2010, visando estudar o processo de interiorização da imigração e suas especificidades. Introdução A partir da segunda metade do século 20 a cidade de São Paulo passou a receber imigrantes de perfil diferente dos tradicionais imigrantes do final do século 19 e começo do século 20, enquanto estes eram predominantemente europeus e asiáticos, aqueles eram majoritariamente latino-americanos. 1 Trabalho apresentado VI Congreso de la Asociación Latinoamericana de Población, realizado en Lima- Perú, del 12 al 15 de agosto de 2014. Doutoranda em Demografia pelo Instituto de Filosofia e Ciências Humanas/IFCH da Universidade Estadual de Campinas/Unicamp Campinas/SP/Brasil. Email: gabi.co@hotmail.com Professora do Departamento de Demografia e Pesquisadora do Núcleo de Estudos de População/UNICAMP Campinas/SP/Brasil. Estudo realizado no âmbito do Projeto Temático Observatório das Migrações em São Paulo: fases e faces do fenômeno migratório no Estado de São Paulo FAPESP/CNPq. Email: rbaeninger@nepo.unicamp.br 1

O fluxo de latino-americanos teve início em 1950, intensificando-se a partir de 1970 e atualmente é considerado o principal fluxo para a cidade. Atualmente o fluxo é constituído, em sua maioria, de bolivianos, peruanos e paraguaios. No entanto, embora a RMSP seja o principal polo receptor de imigrantes latino-americanos, atualmente também podemos perceber sua presença em algumas cidades do interior do estado. Logo esse artigo busca analisar a distribuição espacial dos imigrantes bolivianos no interior do, a partir das informações do Censo Demográfico 2010, visando entender esse processo de interiorização da imigração. Presença latino-americana em São Paulo: 1940-2010 A imigração de latino-americanos em São Paulo teve início a partir da década de 1950, com a entrada de estudantes bolivianos e peruanos que vieram se especializar no país, por meio de acordos bilaterais entre o Brasil e esses países (Silva, 2008). De acordo com o Silva (2008), a partir de então, nas décadas de 1960 e, principalmente, a partir da década de 1970, a imigração intra-regional começou a se intensificar tanto por razões políticas quanto por razões econômicas. Essa mudança no fluxo imigratório pode ser atribuída, entre outras coisas, à presença maciça de regimes militares na região e ao bom desenvolvimento da economia brasileira em relação aos outros países da América Latina naquele período (Silva, 2008). Na década de 1980, a recessão econômica e pressão inflacionária fizeram parte do cenário econômico de grande parte dos países da região, que assistiram o índice de desemprego e pobreza aumentar de forma brutal (FIORI, 1997). Esse panorama, dentre outros fatores, contribuiu para incrementar as históricas imigrações latino-americanas, que até então, estavam bem mais circunscritas às áreas de fronteiras (Pellegrino, 1993; Silva, 2008). O país passou, então, a fazer parte dos movimentos imigratórios regionais na América Latina (Patarra e Baeninger, 2004). A criação do Mercosul, aliado a outros fatores, também foi fundamental para o incremento da imigração de latino-americanos para o Brasil. No período seguido a sua criação, de 1990 a 2000, o Mercosul Ampliado correspondeu a 40% dos imigrantes internacionais legais que chegaram ao Brasil (Patarra e Baeninger, 2005). A América do Sul foi responsável por 44% do total de estrangeiros no Brasil, de acordo com o Censo de 1991, e o estado de São Paulo foi o principal receptor de imigrantes, principalmente os latino-americanos (Antico, 1998). Já em 2010 foi registrada a presença de 592 mil estrangeiros no país, destes 45% residiam no, concentrando a capital do Estado 151 mil estrangeiros (CAMPOS, 2012). Considerando os países do Cone Sul com maior presença de imigrantes no Brasil (Paraguai, Bolívia, Argentina e Uruguai), os mesmos representam 39% do total de estrangeiros no país (Campos, 2012). Logo, no país em seu conjunto, e especialmente no contexto paulista, houve um aumento do fluxo de imigrantes latino-americanos a partir dos anos 70 e desde então o fluxo vem aumentando (Paiva, 2007). Embora São Paulo receba imigrantes provenientes de todo o mundo e principalmente da América Latina, o maior fluxo de entrada é de bolivianos. Ressalte-se que, embora, a cidade de São Paulo continue a se projetar como o polo da 2

imigração internacional no país, recebendo imigrantes provenientes de todo o mundo, os volumes da imigração com origem na América Latina vêm se destacando dentre os demais. O maior fluxo até 1990 foi de argentinos, chilenos e uruguaios, a partir de então até os dias de hoje pode-se observar uma maior entrada de bolivianos, paraguaios e peruanos, como podemos observar na tabela 1 abaixo. Tabela 1 País de nascimento dos imigrantes Países selecionados da América Latina, 1940 a 2010 Período Argentina Bolívia Chile Paraguai Peru Uruguai 1940 7.121 81 201 572 80 825 1950 6.775 176 225 951 109 994 1960 7.597 1.516 626 1.625 355 1.332 1970 7.998 3.111 817 2.203 505 1.884 1980 11.130 4.322 11.163 2.753 886 3.783 1991 10.743 6.462 13034 3.299 1.651 3.964 2000 9.736 10.222 10947 4.143 2.926 3.914 2010 8.566 27.754 8.879 6.032 4.868 3.041 Fonte: Fundação IBGE, Censos Demográficos 1940, 1950, 1960, 1970, 1980, 1991, 2000, 2010 Amostra expandida. Tabulações especiais. A maior parte dos imigrantes latino-americanos em São Paulo veio com o objetivo de trabalhar nos ramos de confecções, comércio e serviços (SILVA, 2008). O ramo da costura se tornou o principal entre os latino-americanos devido ao processo de substituição de mão de obra que antes era realizada pelos imigrantes coreanos que foram substituídos inicialmente pelos bolivianos e mais tarde pelos demais sul-americanos (FREITAS, 2009). Apesar do crescente aumento da imigração latino-americana para São Paulo, não temos ainda hoje um número consolidado sobre o volume do fluxo, possibilitando apenas que estimemos a partir da comparação entre os números oficias e extraoficiais o tamanho desse contingente. Entretanto, independente das diferenças entre os números oficiais e os estimados, é fato que a comunidade latino-americana em São Paulo é grande e vem crescendo cada vez mais, demonstrando um movimento imigratório de fluxo constante. E embora maior parte dos imigrantes bolivianos resida na Região Metropolitana de São Paulo também podemos observar sua presença em diversas cidades do interior do Estado. Logo, o objetivo desse trabalho é observar e analisar a presença dos imigrantes bolivianos no interior do a partir das informações do Censo Demográfico 2010. Visando entender e analisar o fluxo de bolivianos para o interior e o próprio processo de interiorização 3

da imigração internacional. Metodologia Com objetivo de observar a presença dos imigrantes bolivianos no interior do Estado de São Paulo, a metodologia abordada foi a análise dos microdados do Censo Demográfico IBGE 2010. Para a análise das informações referentes aos imigrantes bolivianos foi realizada a análises dos microdados dos indivíduos que declararam como país estrangeiro de nascimento a Bolívia e residiam no. Com objetivo de observar a presença desses imigrantes no interior do Estado, o recorte escolhido foi a análise dos imigrantes bolivianos que residiam no interior do Estado, excluindo, portanto, os que residiam na Região Metropolitana de São Paulo, focando a atenção para todas as outras localidades que registram presença de bolivianos. Para tal foram analisadas as informações de local de residência, sexo, idade, nível de instrução e atividade de trabalho. No entanto, apesar do Censo Demográfico ser a principal ferramenta para análises das informações populacionais e de imigração no Brasil, é preciso levar em consideração as restrições da própria fonte de dados. O Censo Demográfico não capta a totalidade dos imigrantes, tanto em decorrência da indocumentação característica do fluxo boliviano como também uma vez que uma coorte migratória não pode ser captada pelo Censo Demográfico correspondente ao período de sua entrada no país e sim somente no Censo Demográfico seguinte. Bolivianos em São Paulo A presença do fluxo de imigrantes bolivianos para a cidade de São Paulo data da década de 1950 e desde então o fluxo cresceu e se diversificou, tanto em relação as suas próprias características como também em relação ao padrão de ocupação espacial. Se nos primórdios do fluxo o mesmo se concentrava apenas nas regiões centrais da cidade de São Paulo, historicamente ocupada por diversos grupos imigrantes, recentemente o fluxo está bastante espalhado pela mancha urbana da região metropolitana. Atualmente é possível observar a presença de imigrantes bolivianos em diversas áreas. Dentre as principais regiões de estabelecimento na cidade é possível destacar os bairros da zona central como Bom Retiro, Brás, Pari, Barra Funda e Cambuci; da zona leste os bairros do Belém, Tatuapé, Penha, Itaquera, São Mateus; na zona norte os bairros Casa Verde, Vila Maria, Cachoeirinha, Vila Guilherme. Na região metropolitana se localizam, sobretudo, nas cidades de Guarulhos, Itaquaquecetuba, Carapicuíba e Osasco. No entanto, para além da RMSP, podemos notar sua inserção em algumas cidades do interior paulista como Ribeirão Preto, Americana, Campinas e Indaiatuba, conforme podemos observar no mapa 1 abaixo, demonstrando que o grupo vem se estabelecendo em diversas regiões e não apenas na RMSP. 4

Mapa 1 Distribuição relativa (%) de imigrantes bolivianos no em 2010 2010 Fonte: IBGE, Censo Demográfico de 2010; Observatório das Migrações em São Paulo (NEPO/UNICAMP-FAPESP/CNPq). Atlas Temático (2013). Embora a maioria dos imigrantes bolivianos resida na Região Metropolitana de São Paulo, mais de 25 mil pessoas, atualmente podemos observar um movimento significativo de bolivianos partindo em direção a diferentes regiões do interior do Estado. No entanto, pouca ou nenhuma atenção tem se voltado para essa dispersão geográfica dentro do Estado de São Paulo ao analisarmos o fluxo boliviano. Mas se retomarmos as informações do Censo Demográfico, como podemos observar no gráfico 1 abaixo, a presença de bolivianos no interior do Estado não é recente. Já em 1991 é possível observar a presença 1212 bolivianos, presença essa que se manteve na década de 2000 e teve aumento nos anos 2010, quando pudemos observar a presença de 1875 pessoas. Acompanhando, portanto, a tendência da Região Metropolitana de São Paulo, de crescimento no estoque de imigrantes bolivianos, embora em menor volume. 5

Gráfico 1 Estoque de imigrantes bolivianos fora da RMSP 2010 2000 1500 1000 500 0 1991 2000 2010 Fonte: Fundação IBGE, Censos Demográficos 2010 Amostra expandida tabulações especiais. A presença dos imigrantes bolivianos pode ser observada em diversas regiões do interior do Estado, no entanto, algumas cidades se destacam dentre as demais. Se analisarmos os municípios com maior presença de bolivianos no, com exceção da cidade de São Paulo e Guarulhos que apresentam o maior estoque, com 25.859 e 1.977 pessoas respectivamente, podemos notar a presença de diversas cidades interioranas. Conforme o gráfico 2, podemos notar que dentre os 20 municípios com maior estoque de bolivianos, sete são de cidades do interior do estado 3, ou seja, estão fora da Região Metropolitana. Gráfico 2 Estoque de imigrantes bolivianos por município de residência 2010 450 400 350 300 250 200 150 100 50 0 RMSP Interior Fonte: Fundação IBGE, Censos Demográficos 2010 Amostra expandida tabulações especiais. 3 No gráfico 2 foram omitidas as cidade de São Paulo e Guarulhos devido ao grande volume de imigrantes que acabava por dificultar a observação da presença dos imigrantes nas demais cidades. Essa omissão foi feita apenas com o objetivo de melhorar a visualização. 6

Dentre os municípios do interior do Estado com presença boliviana destacam-se os municípios de Ribeirão Preto, Itaí, Americana, Campinas, Indaiatuba, Santa Bárbara do Oeste e Miracatu. No Censo Demográfico de 1991 já era possível observar a presença da imigração boliviana no interior do Estado. Ao analisarmos as cidades com maior presença de imigrantes bolivianos naquele ano, destacaram-se como principais as cidades de São Paulo, seguida das cidades de Campinas, São Bernardo do Campo, Guarulhos, Piracicaba, Boituva, Diadema, Osasco, Ribeirão Preto, São Jóse dos Campos, ou seja, dentre as dez cidades com maior presença de bolivianos, cinco eram do interior do Estado. Ao analisarmos a espacialização do estoque de bolivianos em 1991 e 2010, podemos notar que houve uma variação do estoque de imigrantes nas cidades. Ademais, a Região Metropolitana de São Paulo se destacou ao longo do período, tornando-se grande receptora do fluxo, como no caso da cidade de Guarulhos que registrou em 1991, 166 bolivianos e em 2010 já tinha como estoque 1977 imigrantes, tendência observada também em outras cidades como Osasco, Carapicuíba e outras. Já em relação ao interior, a cidade de Campinas que em 1991 era a segunda cidade com mais bolivianos passou para a décima primeira posição e teve seu estoque reduzido pela metade, assim como São José dos Campos que em 1991 era a décima cidade com mais bolivianos no Estado e em 2010 não estava entre as vinte cidades com maior presença. Já a cidade de Ribeirão Preto passou de nona para a sexta cidade no Estado com maior presença de bolivianos e teve estoque triplicado. Além disso, outras cidades do Estado ganharam destaque em relação à presença de bolivianos entre 1991 e 2010, como as cidades de Itaí, Americana, Indaituba e Santa Bárbara do Oeste. Dando destaque as cidades de Americana e Santa Bárbara do Oeste que em 1991 não tiveram presença de imigrantes bolivianos registrados no Censo Demográfico e no em 2010 passaram a figurar entre as vinte cidades com maior presença no. Ao analisarmos os 20 municípios do interior com maior presença de imigrantes bolivianos em 2010 foi possível notar que o fluxo está distribuído em regiões bastante diversas do estado e presente em quase todas as regiões, do litoral a região norte do estado, como nas cidades de Santos, passando pelo Vale do Paraíba até a região nordeste do Estado, como na cidade de Franca. Conforme podemos observar no gráfico 3 a seguir. 7

Gráfico 3 Municípios do interior com maior presença de bolivianos Estoque de imigrantes bolivianos por município de residência 2010 250 200 150 100 50 0 Fonte: Fundação IBGE, Censos Demográficos 2010 Amostra expandida tabulações especiais. Ao analisarmos o tempo de residência dos bolivianos no estado de São Paulo em 2010, observamos que a maior parte dos imigrantes, 53%, reside no estado a menos de cinco anos, enquanto 14 % entre 6 a 10 anos, 8% entre 11 a 20 anos e 26 % reside há mais de 21 anos no. Demonstrando que o fluxo de imigrantes bolivianos é em grande parte recente, com 53% deles chegado ao Estado há menos de cinco anos, mas também antigo, tendo 28% deles chego a mais de 20 anos. Quanto ao perfil dos imigrantes bolivianos que residiam no interior do estado em 2010, é possível notar uma presença um pouco maior de homens (56%) do que de mulheres (44%), apresentando uma razão de sexo total de 131 homens para 100 mulheres. Em relação ao perfil etário, os homens eram em sua maioria de idade de 25 a 39 anos enquanto as mulheres se concentravam na faixa etária de 20 a 39 anos, conforme podemos observar no gráfico 4 abaixo. 8

Gráfico 4 Estrutura etária por sexo Estoque de imigrantes bolivianos 2010 80 ou mais 75 a 79 70 a 74 65 a 69 60 a 64 55 a 59 50 a 54 45 a 49 40 a 44 35 a 39 30 a 34 25 a 29 20 a 24 15 a 19 10 a 14 5 a 9 0 a 4 10 5 0 5 10 Feminino Masculino Fonte: Fundação IBGE, Censos Demográficos 2010 Amostra expandida tabulações especiais. Conforme podemos observar na estrutura etária, a presença de crianças e idosos é pequena, com exceção para as mulheres de 10 a 14 anos e a homens de 65 a 69 anos. Apresentando uma estrutura etária característica de populações migrantes, compondo a maior parte do grupo de pessoas em idade ativa. A razão de dependência total para população foi de 33%. Quanto ao nível de instrução dos imigrantes bolivianos que residiam no interior do Estado de São Paulo em 2010, 28% não tinha instrução ou tinha ensino fundamental incompleto, 11% tinham o fundamental completo e o médio incompleto, enquanto 30% tinham o ensino médio completo e o superior incompleto e 31% tinham o superior completo. Dentre os que tinham o superior completo, 1,4% tinham curso de especialização, 1,5% Mestrado e 4,5% tinham doutorado. Demonstrando o nível educacional dos imigrantes era bastante variado. Em relação ao ramo de atividade no qual os imigrantes bolivianos estavam inseridos, é possível notar que 34% exerciam atividades de confecção de artigos de vestuários e acessórios, 11% atividades de atendimento de saúde e hospitalar, 6% atividades de educação superior, 5% serviços domésticos, 8% atividades de construção, 4% atividades de comércio e o restante outras atividades diversas, como podemos observar no gráfico 5 a seguir. 9

Gráfico 5 Atividade de trabalho principal Estoque de imigrantes bolivianos 2010 CONFECÇÃO DE ARTIGOS DO VESTUÁRIO E ACESSÓRIOS OUTRAS ATIV. DE ATENÇÃO AMBULATORIAL EXECUTADAS POR MÉDICOS E ODONTÓLOGOS EDUCAÇÃO SUPERIOR SERVIÇOS DOMÉSTICOS ATIV. DE CONSTRUÇÃO NÃO ESPECIFICADAS ATIV. DE COMÉRCIO NÃO ESPECIFICADAS ATIV. DE SAÚDE NÃO ESPECIFICADAS SERVIÇOS ESPECIALIZADOS PARA CONSTRUÇÃO ATIV. DE ATENDIMENTO HOSPITALAR REPARAÇÃO E MANUTENÇÃO DE OBJETOS E EQUIPAMENTOS PESSOAIS E DOMÉSTICOS ATIV. JURÍDICAS, DE CONTABILIDADE E DE AUDITORIA ADMINISTRAÇÃO PUBLICA E REGULAÇÃO DA POLÍTICA ECONÔMICA E SOCIAL MUNICIPAL ATIVIDADES DE ORGANIZAÇÕES RELIGIOSAS E FILOSÓFICAS Fonte: Fundação IBGE, Censos Demográficos 2010 Amostra expandida tabulações especiais. Podemos, portanto, observar que parte considerável dos imigrantes trabalhava no ramo de confecção, assim como acontece na Região Metropolitana de São Paulo, embora o restante se inserisse em atividades de áreas diversas. Outro dado que chama a atenção é o fato que todos os indivíduos que tinham como atividade a confecção de artigos de vestuários fixaram residência no Brasil a partir de 1989, ou seja, os imigrantes que trabalham no ramo da confecção fazem parte do fluxo que teve início a partir dos anos 80, assim como relatado por Silva (1997, 1998, 1999) e Freitas (2009). Enquanto a maioria dos que trabalhavam com educação superior chegaram antes de 1975 e os profissionais que trabalhavam na área da saúde chegaram a partir dos anos 50, mas principalmente entre os anos 1970 e anos 2000. Ainda em relação ao trabalho, foi possível notar a posição que os indivíduos ocupavam no trabalho. Dentre os imigrantes que trabalhavam 27% trabalhavam com carteira assinada, 10% eram funcionários públicos, 25% trabalhavam sem carteira assinada, 30% por conta própria, 6% eram empregadores e 2% não eram remunerados, conforme podemos observar no gráfico 6 abaixo. Já se analisarmos os dados apenas para os indivíduos que trabalhavam no ramo de confecção o cenário é bem diferentes, dentre eles apenas 14% trabalhavam com carteira assinada enquanto 38% trabalhavam sem carteira assinada. Além disso, 42% trabalhavam por conta própria e 6% eram empregadores. 10

Gráfico 6 Posição que ocupava no trabalho Estoque de imigrantes bolivianos 2010 Empregado com carteira de trabalho assinada Empregado pelo regime jurídico dos funcionários públicos Empregado sem carteira de trabalho assinada Conta própria Empregador Não remunerado Fonte: Fundação IBGE, Censos Demográficos 2010 Amostra expandida tabulações especiais. Logo, podemos notar que o perfil dos imigrantes bolivianos no interior do Estado de São Paulo é bastante variado, não apenas em relação ao tempo de residência no país, como também em relação ao nível educacional e ramo de inserção no trabalho. Demonstrando a necessidade de voltarmos à atenção para a presença dos imigrantes bolivianos no interior do Estado e as razões pelas quais, diferentemente da maioria do fluxo, escolhem residir no interior e não na RMSP. Logo, se faz importante aprofundar o conhecimento sobre o fluxo que se dirige ao interior, suas características e sua inserção nesses municípios. Dentre as razões possíveis para essa dispersão geográfica está a busca por trabalho, já que dentre as sete cidades com maior presença de bolivianos, três são polos de produção têxtil/confecção. As cidades de Americana, Indaiatuba e Santa Bárbara do Oeste foram historicamente importantes polos de produção têxtil no Estado e ainda hoje essa produção movimenta as economias locais e o mercado de trabalho. Segundo Baeninger (2013), os imigrantes podem estar segundo o mesmo caminho dos próprios paulistanos, que já vêm engrossando o movimento de interiorização da população desde os anos 1980, devido, sobretudo a saturação do mercado de trabalho na cidade de São Paulo. Logo, o movimento de interiorização das imigrações internacionais pode ser explicado, a partir deste ponto de vista, pela inserção dessas regiões na lógica do capital internacional e pelo aumento da demanda por mão de obra não qualificada em diversos setores, dentre eles o 11

da confecção. Logo, pode estar havendo uma interiorização da demanda por mão de obra não qualificada que antes se concentrava apenas na RMSP. Nesse cenário se enquadrariam os imigrantes latino-americanos, principalmente os bolivianos, na industrial têxtil/confecção de Indaiatuba, Americana e Santa Bárbara do Oeste. No entanto, também é possível notar que a dispersão espacial a imigração se deu ao longo de tempo e pode ter motivações distintas para diferentes fluxos bolivianos no tempo e, portanto, para compreender o fluxo é necessário aprofundar o entendimento do grupo em questão. Conclusão Portanto, ao analisarmos o perfil dos imigrantes bolivianos que residem no Estado de São Paulo, podemos observar que o mesmo é bastante diverso e guarda semelhanças com o fluxo que reside na Região Metropolitana de São Paulo. No entanto, ainda é preciso aprofundar o conhecimento sobre o grupo em questão e as possíveis motivações para o aumento do fluxo em direção ao interior e suas semelhanças e diferenças em relação aos residentes da RMSP. No entanto, esse artigo teve como objetivo trazer a tona o debate da interiorização do fluxo boliviano em direção ao interior do estado a partir das análises de informações sócio demográficas do grupo. E embora uma breve análise das informações do Censo Demográfico 2010 revele que a presença dos imigrantes transpassam os limites da Região Metropolitana chegando a várias cidades do interior, ainda pouco sabemos sobre esse fluxo que se dirige as cidades do interior. Fenômeno que enseja diversas questões dentre elas: Quem são esses imigrantes? Por que se dirigem ao interior? Em que setor de trabalho se inserem? Em que medida se diferenciam do grupo fixado na RMSP? Para além de conhecer o fluxo boliviano em si e suas características, outra questão se impõe: entender o processo de interiorização das imigrações internacionais no Brasil. Estaríamos vivendo uma nova etapa na lógica no capital internacional? O mercado de trabalho não qualificado em São Paulo teria atingindo sua saturação ou apenas expandido para novas regiões? Questões que não permitem respostas simples, mas que devem ser desenvolvidas para entender o fluxo imigratório para o Brasil. Referências Bibliográficas ANTICO, C. Imigração internacional no Brasil durante a década de 80: explorando alguns dados do Censo de 1991. In: Anais XI Encontro Nacional de Estudos de População da ABEP, 1998, Caxambu: ABEP, 1998. BAENINGER, R.; LEONCY, C. Perfil dos estrangeiros no Brasil segundo autorizações de trabalho (Ministério do Trabalho e Emprego) e registro de entradas e saídas na polícia federal In: CNPD. Migrações internacionais Contribuições para políticas. Brasília, DF: 2001. p. 187-242. BAENINGER, R.(org) Imigração boliviana no Brasil. Campinas: NEPO/UNICAMP, 2012. 12

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