A arte da Persuasão na Política. Embasados em conceitos de teoria da comunicação, movimento moderno, pósmoderno,



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Transcrição:

A arte da Persuasão na Política Jéssica Meneses, Rodolfo Georgevich Sharis Endres Thales Mussi. Orientadora: Profa. Dra. Mariza Reis Resumo Embasados em conceitos de teoria da comunicação, movimento moderno, pósmoderno, estrutura Aristotélica, simbologia e arquétipos, este trabalho tem como finalidade analisar o uso de determinadas técnicas utilizadas pelos candidatos em suas campanhas políticas com intento de persuadir os eleitores. Neste artigo, serão abordadas teorias aplicadas à campanha do Senador da República por Minas Gerais, Aécio Neves. Palavras-chave: Persuasão, retórica, comunicação e política. INTRODUÇÃO Com base nas teorias pesquisadas, as técnicas de persuasão, retórica e comunicação são fatores decisivos para o desenvolvimento de uma campanha política eficaz que seja capaz de seduzir o eleitor, a ponto de tocar seus sentimentos, fazendo com que ele mude, até mesmo sua opção de voto. A persuasão é o emprego de argumentos com o propósito de se conseguir que outros indivíduos adotem certas linhas de conduta, é a arte de capitar a mente dos homens por meio das palavras ; Interligada a ela, a retórica designa do uso da linguagem com vistas a persuadir ou influenciar, é conhecida como a Arte de bem falar mediante o uso de todos os recursos da

linguagem para atrair, manter a atenção e o interesse do auditório para informá-lo e persuadi-lo do ponto de vista que, o orador pretende transmitir, não podemos deixar de ressaltar o papel da comunicação que é extremamente importante, já que nos permite expressar nossos pensamentos de forma ampla e clara. Qual a importância das técnicas nas campanhas políticas? Com toda certeza seria inviável criá-las de forma que os candidatos obtivessem os resultados esperados sem a utilização das teorias estudadas, que visam focar na emoção, já que estamos em um mundo novo, pós-moderno. O pós-modernismo na propaganda eleitoral Pós-modernismo é a condição sócio-cultural e estética que prevalece no capitalismo contemporâneo após a queda do Muro de Berlim e a conseqüente crise das ideologias que dominaram o século XX. Algumas escolas de pensamento tem na como o fundamento do alegado esgotamento do movimento modernista, que dominou a estética e a cultura até final do século XX, substituindo, assim, a modernidade. Walter Benjamin (2012) em sua obra A obra de arte na época de sua reprodutividade técnica por sua vez, afirma que a pósmodernidade seria a extensão da modernidade, englobando-a para cobrir o desenvolvimento no mundo, onde houve a perda da aura do objeto artístico pela sua reprodução em múltiplas formas: fotografias, vídeos, etc. O filósofo francês Gilles Lipovetsky (2005), prefere o termo "hipermodernidade", por considerar não ter havido de fato uma ruptura com os tempos modernos - como o prefixo "pós" dá a entender. Segundo Lipovetsky, os tempos atuais são "modernos", com uma exacerbação de certas características das sociedades modernas, tais como o individualismo, o consumismo, a ética hedonista, a fragmentação do tempo e do espaço. O fato é que o pós-modernismo "passou por uma profunda mudança na estrutura do sentimento".

O homem pós-moderno está preocupado com o trabalho e conseqüentemente com o dinheiro afinal o motor da sociedade atual é o consumo, podemos comparar o modernismo com o pós-modernismo, sendo o modernismo focado na razão, racionalização, lógica e o pós no sentimento, na emoção, na individualidade a partir daqui tudo é muito efêmero as sensações são ligadas ao prazer rápido, passageiro. Segundo Pierre Levy (1999) há um conceito novo de cultura que modifica o paradigma, a tecnologia lida direto com a tecnologia a natureza tem sido descartada e se tornou um produto. Esse é o mundo pós-moderno ligado a tecnologia, mídias, redes sociais, publicidade e consumo. Não podemos negar que estamos na era do capital, ele move tudo e as informações correm rápido por diversos meios e formas de divulgação. Podemos notar isso até nas campanhas políticas. Antigamente as características do modernismo eram muito utilizadas pelos políticos como: o nacionalismo, ironia (retratava o dia-a-dia da sociedade através de poemas), linguagem coloquial e por fim temas urbanos e de caráter social, nesse contexto a razão prevalecia e a busca pelo novo também, ainda podemos notar algumas influências do modernismo presente nas campanhas, podemos relacionar sua primeira característica, o nacionalismo, enfatizando o Brasil como nação. A ironia está relacionada à campanhas que retratam o dia-a-dia da sociedade, a realidade das pessoas, e suas dificuldades. A linguagem coloquial é utilizada pelos candidatos como forma de se colocar de igual pra igual perante o eleitor, ele mescla o formal e o coloquial para mostrar que é ao mesmo tempo popular, como a população, e que possui algum nível intelectual maior para que possa liderar o povo em busca de mudanças. Para falarmos do pós-moderno não podemos deixar de lado a palavra emoção, pois é ela quem comanda, a partir daqui o foco é tocar nos sentimentos das pessoas, e persuadi-las através de uma boa retórica, jingles, promessas que indiquem uma mudança de sua realidade e dificuldades, cores, imagens, símbolos e até a

posição que o candidato se coloca para o eleitor assumindo um lugar em meio ao povo, para que haja uma identificação de valores e, ao mesmo tempo, colocam-se como alguém que é capaz de mudar "tal" realidade, essa é uma estratégia eficaz de marketing no mundo pósmoderno capaz de fazer com que o eleitor mude sua opção de voto através da técnica da persuasão, na propaganda partidária do PSDB, Aécio Neves (senador) diz ter o mesmo sonho que os eleitores, em outro momento ele utilizou a seguinte frase: É possível sim mudar de verdade a vida das pessoas, dizendo que acreditava nisso com convicção, e ao mesmo tempo, questionando as pessoas e fazendo-as pensar sobre o que traria de bom o apoio a sua campanha, convidando e persuadindo os eleitores ao voto. O fato é que o mundo mudou e a forma de se fazer propaganda também, não há mais como atingir as pessoas sem trabalhar com seus sentimentos. Uma análise estrutural da propaganda eleitoral Segundo Michel Meyer (2007), a definição de retórica é conhecida: é a arte de bem falar, de mostrar eloquência diante de um público para ganhar a sua causa. Isto vai da persuasão à vontade de agradar: tudo depende (...) da causa, do que motiva alguém a dirigir-se a outrem. O caráter argumentativo está presente desde o início: justificamos uma tese com argumentos, mas o adversário faz o mesmo: neste caso, a retórica não se distingue em nada da argumentação. (...). Para os antigos, a retórica englobava tanto a arte de bem falar ou eloquência como o estudo do discurso ou as técnicas de persuasão até mesmo de manipulação. A estrutura aristotélica é muito utilizada em propagandas eleitorais, pois seus elementos condizem com as informações que precisam ser passadas pelos candidatos ou pelo partido. O exórdio (atenção) é essencial para que a pessoa desperte algum tipo de interesse em sua narração, ou seja, em

suas promessas, metas e etc. Com as provas, vêm às responsabilidades que o candidato está disposto a aceitar, a peroração, só reforçará novamente tudo que foi dito durante a exposição de suas propostas. Por último, temos o convite à ação, que nos chama para "entrar no clube" e criar os mesmos ideais que o candidato. Nos dias de hoje, as pessoas não estão mais tão fiéis aos candidatos, tornando o mundo da propaganda eleitoral um concurso de persuasão, pois o que realmente acontece é que, as pessoas são levadas a uma escolha através do candidato que saiba se destacar melhor no quesito argumentação. A simbologia integrada na política Segundo Teixeira Coelho (2010) uma mensagem qualquer é composta pelo falante/emissor a partir de uma seleção promovida num repertório de signos. Pode-se dizer que signo é tudo aquilo que representa outra coisa, ou melhor, na descrição de Charles S. Peirce (apud Teixeira Coelho, 2010) é algo que está no lugar de outra coisa. Compreende-se que sem o signo a comunicação seria praticamente inviável, pois pressuporia a manipulação, a todo instante, dos próprios objetos sobre os quais incidiria o discurso. Em seu caráter de substituto do objeto visado, o signo propõe-se assim como uma medida de economia comunicativa. Na teoria linguística, o signo pode ser analisado em duas partes que o compõe: o conceito e a imagem acústica. As palavras faladas de uma língua apresentam-se como imagens acústicas que trazem à tona, quando manifestadas, um determinado conteúdo ou conceito. As designações imagem acústica e conceito foram substituídas por outras que tornam mais evidente a oposição que a separa e que permitem uma aplicação mais adequada quando o signo não é vocalizado. No lugar daquelas propôs-se, respectivamente, significante e significado. Entende-se por significante a parte material do signo (o som que o conforma, os traços

pretos sobre o papel branco formando uma palavra, ou os traços do desenho que representa, por exemplo, um cão) e por significado o conceito veiculado por esta parte material, seu conteúdo, a imagem mental por ela fornecida. Deve-se observar que não há signo sem significante e significado, do mesmo modo como uma moeda não pode deixar de ter cara e coroa. Com os políticos e seus partidos não é diferente. Existem diversos elementos simbólicos envolvidos na campanha de nossos representantes. O termo símbolo designa um tipo de signo em que o significante (realidade concreta) representa algo abstrato (religiões, nações, quantidades de tempo ou matéria, etc) por força de convenção, semelhança ou contiguidade semântica. Embora existam símbolos que são reconhecidos internacionalmente, outros só são compreendidos dentro de um determinado grupo ou contexto. Deste modo podemos analisar que, o animal tucano, que se tornou o mascote do psdb, nada mais é que um símbolo, que representa os políticos pertencentes ao partido e consequentemente, toda sua história. Arquétipos e sua utilização no discurso eleitoral Segundo Martins (2007), os arquétipos emocionais são padrões comuns a toda cultura humana. São elementos simbólicos que resgatam estados de espírito comuns a todos nós, possibilitando um trabalho de criação com objetivos definidos. Uma forma pragmática de serem reconhecidos é através de associações de emoções que se agrupam por afinidade. O autor fez então um mapeamento emocional do mercado criando 26 padrões de identificação básicos (arquétipos emocionais) e classificando-os em uma hierarquia, o instinto (ex: fluxo de energia, posse, socialização, raiz etc), a razão (ex: cenas do cotidiano, formalização, racionalização etc), o ego (ex: equilíbrio estético, I am a star, jogo do poder etc) e o espírito (ex: busca do inconsciente, idealismo, tribo global etc).

A campanha partidária feita por Aécio Neves, do psdb, contém o arquétipo ligado ao instinto, através da música melancólica e da socialização proposta por ele, que diz compartilhar dos mesmos sonhos dos cidadãos, fazendo assim, com que o público crie uma intensa identificação com a sua figura. No nível racional, temos as promessas e as metas ligadas a ética de sua política, diretamente relacionada a política de todo seu partido, feitas pelos candidatos com a finalidade de mostrar o que o cidadão poderá ganhar com sua vitória, especificamente. Relacionado ao ego, temos o ideal de jogo de poder, Aécio, em um de seus discursos coloca o psdb como peça principal para a consolidação do plano real e de sua implementação em 1995. Ele diz que, é inevitável fazer uma retrospectiva ao passado e afirma que no governo do presidente Fernando Henrique, com a estabilidade econômica no país e a oposição ferrenha de todos, mas principalmente do PT, que o Brasil começa a avançar, a modernizar-se, privatizando setores que nem deveriam ser responsabilidade do estado e etc. Ligado à espiritualidade, temos a frase "É possível mudar de verdade a vida das pessoas. Eu acredito nisso, e você?", onde ele mescla seu idealismo com a criação de uma tribo global, que nada mais seria, do que os eleitores que estão dispostos a comprar suas ideias de ideal de governo. Conclusão Podemos concluir que a política brasileira desde seu princípio tem usado artimanhas para persuadir seus eleitores. Através de características modernas e pós-modernas, que nada mais são do que momentos da sociedade, políticos conseguem levar os eleitores para o caminho desejado, seja através da psicologia ou da estrutura aristotélica, tudo tem um por que. Vivemos em uma sociedade guiada pelo consumo e pelo individualismo, mas ainda assim, somos seres emocionais em nossa essência, e é por isso, que os arquétipos funcionam tão bem como mais uma estratégia para persuadir a população. Não podemos generalizar e dizer que a

política nos leva aonde não queremos ir ou nos faz acreditar em mentiras, o próprio mundo da publicidade nos leva a criar hábitos, há ditar novas tendências, e a escolher a partir da escolha de muitos, mas, no fundo, todos sabemos que a real escolha e que a conclusão tomada por este bombardeio de informações só depende de nós mesmos, mesmo que essa escolha, tenha sido psicologicamente projetada por agentes externos. Referências bibliográficas BENJAMIN, Walter. A obra de arte na época de sua reprodutibilidade técnica. 2ª Edição, Editora Zouk. São Paulo. 2012. LÉVY, Pierre. Cibercultura. Editora 34. São Paulo: Ed. 34. 1999 LIPOVETSKY, Gilles. A Era do Vazio. Manole. São Paulo.2005. MARTINS, J. A Natureza Emocional da Marca. 6º edição. Editora Campus. São Paulo. 2007. MEYER, Michel. Questões de Retórica: Linguagem, Razão e Sedução. Editora Lisboa.2007. TEIXEIRA COELHO N, J. Semiótica, informação e comunicação Diagrama da Teoria do Signo. 7º edição. Editora Perspectiva. São Paulo. 2010.