Direitos humanos no Max: Uma Leitura da Declaração Universal dos Direitos Humanos na Escola. E.E. CARLOS MAXIMILIANO PEREIRA DOS SANTOS Sala 6 / 2ª. Sessão Professor(es) Apresentador(es): Alexsandro Pereira Realização:
Foco O projeto pretendeu aplicar, no cotidiano escolar, os fundamentos defendidos pela Declaração Universal dos Direitos Humanos e construir uma reflexão coletiva sobre as ações realizadas na escola, visando construir a corresponsabilidade dos alunos e incentivar seu protagonismo.
Contexto de Aplicação A unidade escolar onde o projeto foi desenvolvido é a Escola Estadual de Ensino Integral Carlos Maximiliano Pereira dos Santos, que se situa no bairro da Vila Madalena, região oeste da cidade de São Paulo. Agrega muitos alunos do ensino fundamental, desde o sexto até o nono ano. São crianças e adolescentes oriundos de diversas comunidades provenientes de bairros da periferia e do próprio bairro onde a escola se insere, configurando uma diversidade social que compreende crianças socialmente carentes, convivendo com colegas da classe média-alta.
Contexto de Aplicação A escola faz parte do Programa de Ensino Integral, o qual oferece aos alunos a oportunidade de estudarem em uma escola pública de qualidade, com inovações no Currículo, como a Pedagogia da Presença e o Protagonismo Juvenil. Essa escola tem por objetivo tornar-se um referencial para que esses alunos fortaleçam sua aprendizagem e possam atingir a excelência acadêmica para começar a construir seus projetos de vida. Desde a implementação deste modelo, houve uma sensível evolução da aprendizagem dos alunos. O Projeto foi desenvolvido durante o mês de maio deste ano.
Justificativa Nosso trabalho nesta unidade escolar consiste num esforço para mediar situações de aprendizagem em nossas disciplinas e orientar os alunos quanto à sua atitude e procedimentos no espaço escolar. Este projeto foi criado para melhorar o aproveitamento dos alunos em relação aos conteúdos e habilidades desenvolvidos na sala de aula ao estudar o tema: A Declaração Universal dos Direitos Humanos, proposto no segundo bimestre deste ano na disciplina Geografia. Este tema é previsto, na Proposta Curricular para o Ensino Fundamental do Estado de São Paulo, para ser trabalhado através de atividades contidas no Caderno do Aluno Geografia Nono Ano, Vol. 1.
Justificativa Desde que iniciei meu trabalho nesta escola (Max), observei, em conversas com alunos e colegas e na convivência diária nos espaços escolares, que as atitudes de diversos alunos do ensino fundamental, tais como desrespeito aos colegas, ao patrimônio público ou aos professores e funcionários, configuravam desconhecimento ou insensibilidade sobre os princípios da Declaração dos Direitos Humanos. Esta constatação motivou a criação de uma situação de aprendizagem na qual esse tema global serviria de referência para interferir no cotidiano dos alunos, estimulando seu protagonismo nas decisões e ações que envolvem a comunidade escolar.
Objetivo Com essa proposta de trabalho, pretendia despertar o interesse dos alunos para aprender o conteúdo formal e também para desenvolver valores culturais tais como a reflexão e a ação para melhorar o espaço escolar, conscientizando a si e aos colegas sobre os direitos das pessoas e através da ação protagonista, construir as seguintes aprendizagens: -Desenvolver habilidades relacionadas ao saber ouvir, falar e se posicionar; -Conscientizar os alunos sobre a importância de cada um contribuir para criar um ambiente mais saudável e receptivo para toda a comunidade escolar;
Objetivo Construir a autonomia dos alunos através do desenvolvimento das ideias que nortearam o trabalho; Estimular a discussão, a criatividade e o protagonismo juvenil; Desenvolver a competência leitora e escritora; Identificar os fundamentos da democracia e da cidadania em informações visuais e textuais; Refletir sobre os conteúdos formais a partir dos eventos significativos do seu cotidiano.
Desenvolvimento/ Metodologia O produto das atividades e dos textos propostos para os alunos foi a produção de painéis temáticos inspirados na Declaração Universal dos Direitos Humanos, utilizados para realizar apresentações aos alunos do sexto ano. O processo foi iniciado com a leitura compartilhada de fragmentos de texto sobre o tema, contido no Caderno do Aluno. O objetivo de sugerir este tipo de atividade é desenvolver a competência leitora e estimular a habilidade de saber ouvir e se posicionar durante a leitura dos colegas. Após esta etapa, seguimos com aulas dialogadas para sensibilizá-los sobre os princípios da Declaração da ONU e a realização de atividades do Caderno do Aluno para conhecer e compreender seus fundamentos. Uma das atividades correspondia à pesquisa de imagens sobre desrespeito aos direitos humanos, proposta para identificar os fundamentos da cidadania nas informações visuais pesquisados em jornais e revistas.
Desenvolvimento/ Metodologia Na sequência, ocorreu uma aula dialogada, na qual conversei com os alunos sobre a relação do tema estudado com o cotidiano da escola. Esta conversa foi referência para a produção individual de texto sobre o direito das pessoas na escola Carlos Maximiliano, com a finalidade de desenvolver a competência escritora e a criatividade. Ao término da produção textual, iniciamos a discussão sobre os direitos das pessoas no Max e a seleção de temas feita pelos alunos, usando como referência os textos de sua autoria, para realizar os painéis apresentados posteriormente às turmas do sexto e sétimo anos. Surgiram temas como: bullying, desrespeito com as meninas, higiene precária nos banheiros ou brincadeiras violentas, dentre outros. É importante ressaltar que a ideia de apresentar os painéis partiu da discussão sobre como assegurar o respeito aos direitos das pessoas na escola, com participação efetiva dos alunos, evidenciando seu protagonismo no processo de aprendizagem.
Desenvolvimento/ Metodologia Assim como as demais atividades, a elaboração dos painéis em grupo foi realizada na sala de aula, tendo os textos novamente como referência, além do uso de imagens pesquisadas na Internet ou produzidas pelos próprios alunos para ilustrar os temas. Fizemos uma roda de conversa para apresentarem seus painéis aos colegas, prepararem a campanha de conscientização e estimular a discussão e o protagonismo. Os grupos divulgaram seus trabalhos nos sextos e sétimos anos demonstrando uma variação na qualidade e empenho das exposições. Enquanto alguns alunos apresentaram uma boa desenvoltura e clareza, outros se mostraram menos habilidosos mas, no geral, deram seu recado e tiveram boa repercussão entre os interlocutores mais jovens.
Desenvolvimento/ Metodologia Para finalizar a sequência didática, exibi um vídeo sobre a origem dos Direitos Humanos: What are human rights? original disponível no site: www.humanrights.com, vídeo legendado disponibilizado no Youtube por Anonymous Legion Portugal. Houve grande interesse no conteúdo do vídeo e os alunos tiveram a oportunidade de compreender melhor a importância dos Direitos Humanos para a humanidade e para cada um de nós. Então, fiz uma devolutiva de todo o processo, explicando quais objetivos foram alcançados, o que foi satisfatório e o que é preciso melhorar com relação a todo o processo. Os painéis ficaram expostos em uma área comum da escola, para que os alunos do sexto ano pudessem revê-los.
Recursos Utilizados Texto da Declaração Universal dos Direitos Humanos; Material para produzir textos e tabelas; Material para produzir painéis (cartazes); Câmera fotográfica para registrar atividades; Notebooks para pesquisa dos conteúdos dos painéis.
Registros
Registros
Resultados Quando esse plano de aulas foi elaborado, minha intenção era focar no desenvolvimento cognitivo e atitudinal dos alunos, motivando-os a interessarem-se pelo conteúdo teórico e pela ação protagonista para ajudar a resolver problemas reais. Para compor a avaliação, monitorei a participação individual dos alunos durante as discussões, na elaboração dos painéis e nas apresentações para os colegas. Outro instrumento importante foi a produção textual, com a qual pude avaliar a competência escritora e o conhecimento consolidado sobre o tema, além da noção de cidadania e democracia. Através do registro das ideias e da pesquisa sobre os temas nos painéis, avaliei a criatividade e o protagonismo dos alunos.
Resultados A apresentação dos trabalhos às turmas iniciais da escola foi o momento privilegiado para acompanhar as habilidades relacionadas ao saber ouvir, falar e sobretudo se posicionar. Portanto, a construção de três eixos de aprendizagem foi considerada para compor a avaliação: o cognitivo, através da produção de textos e da realização de provas; o procedimental, através da avaliação do produto elaborado para as apresentações e finalmente o atitudinal, através das apresentações dos trabalhos aos colegas. Concluímos que a sequência didática apresentou resultados positivos, devido à oportunidade conferida aos alunos de exercer seu protagonismo, relacionando um conteúdo programático da disciplina às questões que o impactam diretamente no cotidiano, propondo iniciativas para melhorar a convivência no espaço escolar.
Resultados Há pontos de atenção aos quais deverei focar para aprimorar o planejamento desta e de outras atividades futuras. Por exemplo, nem todos os alunos foram protagonistas em algumas fases do processo de aprendizagem, deixando de entregar atividades ou não se dedicando plenamente às discussões ou à produção de material para divulgação e isto ocorreu, principalmente, na turma com maior dificuldade cognitiva. Em outro momento, alguns grupos mostraram insegurança para apresentarem-se diante dos colegas do sexto e sétimo ano, o que tornou sua exposição inconsistente. Contudo, as evidências dos progressos na atitude dos alunos está no bom aproveitamento acadêmico do conteúdo curricular nas provas e no forte interesse demonstrado pelas turmas que assistiram às apresentações, participando com dúvidas, ideias e relatos. A preservação do espaço escolar e as relações entre os alunos teve uma evolução considerável do ano passado para cá.
Conclusões O principal objetivo para planejar essa sequência didática foi mobilizar os alunos para serem sujeitos de sua aprendizagem, protagonistas e pesquisadores. Os Direitos das Pessoas no Max foi um projeto em que houve grande envolvimento dos alunos nos rumos do trabalho. A ideia de apresentar os painéis para os alunos do sexto e sétimo anos foi proposta coletivamente pelos próprios alunos do nono ano em uma roda de conversa sobre os textos elaborados por eles. Observaram que a divulgação dos Direitos das Pessoas na escola seria muito mais eficiente se além de expor cartazes, eles os apresentassem pessoalmente aos colegas, porque os alunos menores prestam muita atenção no que os maiores dizem e fazem. Os temas apresentados foram escolhidos por eles também, a partir da observação das ocorrências nas dependências da escola, as quais contrariam os valores da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Portanto, demonstraram protagonismo e criatividade durante todo o processo e tornaram essa atividade bastante significativa.