MANUAIS ISGH CONTROLE DA HIPERGLICEMIA INTRA-HOSPITALAR EM PACIENTES NÃO CRÍTICOS



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Transcrição:

MANUAIS ISGH E L A B O R A Ç Ã O Renata Carvalho de Alencar Endocrinologista - HGWA Ana Paula Lásaro Pires Endocrinologista - HGWA Maria Eugênia Baltazar Guimarães Residente de Geriatria - HGWA Virgínia Angélica Lopes da Silveira Coordenadora CEPEP - ISGH REVISÃO Késsy Vascolncelos de Aquino Médica Consultora dfa Emergência - ISGH COLABORAÇÃO Rafaela Neres Severino Gerente - Nutrição- ISGH VALIDAÇÃO Flávio Clemente Deulefeu Diretor Técnico ISGH FORMATAÇÃO Comunicação Visual ISGH DATA Setembro de 2014 2

MANUAIS ISGH SUMÁRIO 1. Apresentação... 4 2. Controle Farmacológico Da Glicemia: Insulina É A Droga De Escolha... 4 3. Alvos Glicêmicos Em Pacientes Não Críticos Durante Internação... 4 4. Reposição Fisiológica De Insulina (Basal-Bolus Mais Dose De Correção)... 4 5. Abordagem Prática Para Um Esquema Fisiológico De Insulina... 6 6. Recomendações Da Comissão De Controle De Glicemia Da Sociedade De Medicina Hospitalar Dos Estados Unidos, Quanto Ao Uso De Insulina Em Diferentes Situações De Nutrição - Journal Of Hospital Medicine... 7 7. Condutas Na Hipoglicemia... 7 8. Condutas Possíveis Na Ocasião Da Alta Hospitalar De Acordo Com A Hemoglobina (Hba1c)... 8 9. Orientações De Aplicação Da Insulina... 9 10. Referências Bibliográficas... 9 3

MANUAIS ISGH 1. APRESENTAÇÃO 1.1 MANUSEIO DO DIABETES E DA HIPERGLICEMIA EM PACIENTES INTERNADOS NÃO CRÍTICOS A hiperglicemia em pacientes não críticos aumenta a morbimortalidade e, apesar de frequente em pacientes hospitalizados, é pouco valorizada. Desta forma, este Posicionamento Oficial da Sociedade Brasileira de Diabetes tem por objetivo sugerir metas a serem atingidas e propor esquemas terapêuticos eficientes para alcançá-las. 2. CONTROLE FARMACOLÓGICO DA GLICEMIA: INSULINA É A DROGA DE ESCOLHA Os agentes orais devem ser mantidos apenas no paciente com Diabetes Mellitus (DM) tipo 2 bem controlado, em internações eletivas de curta duração, desde que não concorram medicamentos ou alterações nutricionais que possam deteriorar o controle glicêmico. Nos demais casos, a escolha é a insulina, pois age rapidamente, responde bem às titulações da dose, e pode ser utilizada em praticamente todos os pacientes, e em qualquer condição clínica para controlar a glicemia. Opta-se pela via subcutânea nos pacientes não críticos. 3. ALVOS GLICÊMICOS EM PACIENTES NÃO CRÍTICOS DURANTE INTERNAÇÃO De acordo com a AACE/ADA, em 2009 propõe-se glicemia de jejum ou pré-prandial inferior a 140 mg/dl, não sendo recomendados valores inferiores a 100 mg/dl ou acima de 180 mg/dl, em qualquer momento. O controle da hiperglicemia no idoso, durante a internação, minimiza o aparecimento das síndromes geriátricas, acelerando a recuperação do paciente e a alta hospitalar. Porém, a hipoglicemia no idoso deve ser evitada pelo risco de desencadear quadros de delírio, comuns neste perfil de paciente. O mesmo deve ser observado para pacientes com doenças terminais, onde o desconforto de repetidas hipoglicemias e os poucos benefícios do controle intensivo não justificam uma abordagem tão restrita. 4. REPOSIÇÃO FISIOLÓGICA DE INSULINA (BASAL-BOLUS MAIS DOSE DE CORREÇÃO) O programa de insulinização do paciente internado necessita ser suficientemente flexível, para permitir a manutenção do controle glicêmico, mesmo na presença de condições operacionais mais adversas. Um regime de insulina subcutânea no paciente não critico deve mimetizar a secreção fisiológica de insulina. Devemos ainda realizar ajustes com a insulina de correção de acordo com a evolução clínica do paciente. 4

MANUAIS ISGH Sempre que as doses de correção estejam sendo usadas com frequência é sinal de insuficiência das doses do basal-prandial, que devem ser corrigidas. Uma proporção de 50% da insulina de correção usada no dia anterior deve ser distribuída, entre basal e prandial, para o dia seguinte. A hiperglicemia hospitalar requer do médico uma atitude proativa, exigindo acertos de dose a cada 48 horas. Em geral, são baseados no comportamento glicêmico dos dias anteriores. O uso de tabelas progressivas de insulina, de acordo com a glicemia ( sliding scale ) isoladamente, sem levar em conta o perfil fisiológico basal-prandial, se baseia num conceito equivocado, de tratar hiperglicemia com estratégia reativa. Frequentemente, a dose é excessiva, provocando episódios indesejáveis de hipoglicemia e grande variabilidade glicêmica. 5

MANUAIS ISGH 5. ABORDAGEM PRÁTICA PARA UM ESQUEMA FISIOLÓGICO DE INSULINA Protocolo de tratamento insulínico Esquema basal bolus 1. Prescrição de insulina No momento da admissão hospitalar, suspender todos os antidiabéticos orais. Iniciar tratamento insulínico, calculando-se a dose total diária (DTD) na base de 0,5 UI/Kg de peso corporal. Em pacientes com mais de 70 anos ou com uma creatinina sérica 2,0 mg/dl, reduzir a DTD da insulina para 0,3 UI/Kg de peso corporal. Administrar metade da DTD como insulina NPH e metade como insulina REGULAR. Administrar a insulina regular em três doses igualmente divididas, antes de cada refeição. Não aplicar se o paciente não estiver se alimentado. 2. Insulina suplementar Administrar uma dose suplementar de insulina REGULAR de acordo com a escala de doses do protocolo ( Tabela 1). Se o paciente for capaz de se alimentar completamente em cada refeição, administrar a insulina REGULAR antes de cada refeição e ao deitar, de acordo com as recomendações da coluna usual da tabela 1. Recomenda-se administrar metade da dose da insulina suplementar a partir de 21 horas. Se o paciente não for capaz de se alimentar completamente em cada refeição, administrar a insulina REGULAR a cada 6 horas, de acordo com a coluna situações especiais da tabela 1. 3. Ajuste da dose de insulina Se glicemia de jejum e do pré-jantar estiver entre 100-140 mg/dl, na ausência de hipoglicemia no dia anterior: sem alteração. Se glicemia de jejum e do pré-jantar estiver entre 140-180 mg/dl, na ausência de hipoglicemia no dia anterior: aumentar a DTD de insulina em 10% a cada dia. Se glicemia de jejum e do pré-jantar estiver acima 180 mg/dl, na ausência de hipoglicemia no dia anterior: aumentar a DTD de insulina em 20% a cada dia. Se glicemia de jejum e do pré-jantar estiver entre 70-99 mg/dl, na ausência de hipoglicemia no dia anterior: diminuir a DTD de insulina em 10% a cada dia. Se o paciente desenvolver hipoglicemia (glicemia <70mg/dl), dose de insulina deve ser reduzida em 20%. 4. Monitorização A glicemia deve ser mantida antes de cada refeição e ao deitar, ou a cada 6 horas se o paciente não estiver se alimentando. Os testes podem ser realizados com auxílio de monitor de glicemia. Adaptado de Umpierrez, GE. Smiley, D. Jacobs, S. et al. Randomized Study of Basal Bolus Insulin Therapy in the Inpatient Management of Patients With Type 2 Diabetes Undergoing General Surgery (RABBIT 2 Surgery). Published online before print January 12, 2011, doi: 10.2337/dc10-1407. Acesso em: 1o de março de 2011. Tabela 2 6

MANUAIS ISGH 6. RECOMENDAÇÕES DA COMISSÃO DE CONTROLE DE GLICEMIA DA SOCIEDADE DE MEDICINA HOSPITALAR DOS ESTADOS UNIDOS, QUANTO AO USO DE INSULINA EM DIFERENTES SITUAÇÕES DE NUTRIÇÃO - JOURNAL OF HOSPITAL MEDICINE Em pacientes com esquema de redução de corticoterapia, para evitar hipoglicemia, reduzir a oferta de insulina, em termos percentuais, em metade da redução do corticóide. 7. CONDUTAS NA HIPOGLICEMIA A hipoglicemia deve ser prevenida evitando-se atrasos de dieta, utilização isolada de tabelas sliding-scale, falta de ajuste frente à redução da dose de corticosteroides, a casos de sepse, ou a falência de órgãos. A hipoglicemia no paciente consciente, capaz de ingerir líquidos por via oral, pode ser controlada através da oferta de 15g de carboidrato oral (1 colher de sopa de mel ou açúcar liquido, 1 copo de refrigerante ou suco de laranja) e repetir a glicemia capilar a cada 15 minutos, reofertando o carboidrato até atingir glicemia superior a 100 mg/dl. Em função de seu efeito muito tardio, evita-se corrigir a hipoglicemia pela antecipação da refeição. No paciente com redução da consciência, quando esta contraindicada a ingesta oral, ou no paciente em jejum, utiliza-se a solução glicosada hipertônica de glicose a 50%. São recomendadas 2 ampolas para glicemias entre 40-70mg/dl e 4 ampolas para glicemias < 40mg/dl. Repete-se nestes casos a glicemia capilar a cada 15 minutos até que glicemia mínima de 100 mg/dl seja atingida. 7

MANUAIS ISGH Tabela 4. ORIENTAÇÃO DE DOSE DA GLICOSE HIPERTÔNICA NA HIPOGLICEMIA * *Para pacientes com redução de consciência e em jejum, repetir glicemia capilar a cada 15 minutos até que glicemia mínima de 100 mg/dl seja atingida. 8. CONDUTAS POSSÍVEIS NA OCASIÃO DA ALTA HOSPITALAR DE ACORDO COM A HEMOGLOBINA (HBA1C) 8

MANUAIS ISGH 9. ORIENTAÇÕES DE APLICAÇÃO DA INSULINA A partir de 21h sempre fazer metade da dose da insulina regular. Homogeneizar sempre a insulina NPH antes da administração. As duas insulinas podem ser administradas na mesma seringa usando a seguinte ordem: sempre aspirar primeiro a insulina regular e depois a NPH. Administrar a dose de insulina regular antes das refeições apenas se a glicemia capilar estiver >100mg/ dl. Aplicar NPH sempre. Quando a glicemia pré-prandial estiver elevada, fazer o esquema móvel juntamente com a insulina regular de horário (somar as duas). Paciente em dieta zero, prescrever soro glicosado 5% ou frutose 5%, administrar apenas a NPH. Importante que a insulina regular + móvel seja feita meia hora antes das refeições. 10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Adaptação do Posicionamento Oficial SBD nº 02/2011. 9