Estrutura Produtiva BOLETIM. Ribeirão Preto/SP. Prof. Dr. Luciano Nakabashi Rafael Lima



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Transcrição:

O presente boletim trata da evolução da estrutura produtiva de regiões selecionadas, entre 2002 e 2014, a partir dos dados de empregos formais da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) e do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), ambos do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Na Figura 1, percebe-se o ganho de importância no emprego formal do comércio e dos serviços, com uma significativa redução relativa da administração pública (de 4,6 pontos percentuais - p.p.). Essa elevação da participação do setor de serviços é um processo natural que as economias passam com o desenvolvimento econômico na medida em que elevações da renda levam os indivíduos a demandarem mais serviços que são mais personalizados. O aumento da produtividade na indústria também libera mão de obra para outros tipos de atividade. No entanto, como se pode observar na Figura 1, ocorreu uma elevação da participação da indústria no pessoal ocupado no setor, entre 2002 e 2008, com consequente queda a partir de um momento de maiores dificuldades externas e internas, indicando que a perda de participação atual do emprego industrial é decorrente, ao menos em parte, de dificuldades enfrentadas pelo setor. Essas dificuldades vão desde fatores externos, como a inundação de produtos manufaturados no mercado mundial pelo fraco desempenho das principais economias, além de fatores internos, como uma taxa de câmbio desfavorável até meados do ano passado, do custo Brasil e da elevação dos salários devido a pressões de demanda interna derivada de políticas de estímulo. Figura 1 - Emprego formal por segmentos no Brasil: 2014, 2008 e 2002 Na Figura 2 são apresentados os mesmos resultados considerando todos os anos do período (2002 a 2014). Nela fica claro o ganho de participação do setor de serviços nos últimos anos, além do setor de comércio. Em relação à construção civil, nota-se um ganho expressivo de participação, mas com uma redução entre 2012 e 2014 (de 5,97% para 5,6), sendo o primeiro (2012), o ano de maior participação do setor no emprego formal, no período analisado. É importante ressaltar que a queda ocorreu não somente na participação, mas também no número absoluto de pessoas ocupadas no setor, passando de 2.892.557, em 2013, para 2.747.271, em 2014. 1

Essa queda no emprego da construção civil reflete as dificuldades enfrentadas pelo setor a partir de uma deterioração da situação econômica que afetaram a criação de emprego e a evolução da renda dos trabalhadores. Adicionalmente, a elevação dos juros básicos da economia adicionou mais um freio à demanda do setor, sendo que os impactos serão sentidos com mais intensidade ao longo de 2015. Figura 2 - Evolução do emprego formal por segmentos no total: Brasil (2002 a 2014) 1 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 Na Figura 3, encontram-se os mesmos dados, mas somente para o estado de São Paulo. Nela, nota-se uma trajetória semelhante à nacional, com relevante ganho de participação dos setores de serviços e comércio no total do emprego formal do estado, entre 2002 e 2014. Nota-se também uma expressiva queda da participação do pessoal ocupado na administração pública, sendo de quase 5 p.p., o que representa uma retração relativa de quase no período considerado. A agropecuária, que já tinha pequena participação, sofre perda no período de análise. Também é notável a perda de participação da indústria, sobretudo entre 2008 e 2014, o que representa as dificuldades enfrentadas pelo setor. Pelo fato do estado de São Paulo ser mais industrializado do que o restante do país, as dificuldades enfrentadas por ele são mais severas na atual conjuntura, o que se reflete em uma grande retração da atividade econômica do estado em relação ao país como um todo. 2

Figura 3 - Emprego formal por segmentos em São Paulo: 2014, 2008 e 2002 Na Figura 4, são apresentados os mesmos dados da figura anterior, mas para todos os anos do período. Nela, nota-se a quase constante elevação do setor de serviços na participação do emprego formal em cada um dos anos, assim como a significativa retração no emprego relativo da administração pública, sobretudo entre 2002 e 2011 (de 17,08% para 11,98%). O ganho de participação do emprego formal na construção civil ocorre de 2004 até 2011, quando ela passa de 3,07% para 5,18%. A partir de então, a participação do setor no emprego formal passar por leve retração pelas razões expostas anteriormente. De uma forma geral, é notável a semelhança na mudança estrutural que ocorreu no Brasil e no estado de São Paulo no período analisado. Todos os setores tiverem a mesma tendência no ganho ou perda de participação no emprego formal total. Figura 4 - Evolução do emprego formal por segmentos no total: São Paulo (2002 a 2014) 1 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 3

Na Figura 5, encontram-se os dados para a Região Administrativa de Ribeirão Preto (RARP). O que se destaca é o ganho de participação da indústria entre 2002 e 2008, período de crescimento da demanda por etanol devido à inovação do motor flex, além do cenário favorável para o açúcar decorrente de uma forte demanda no mercado externo, levando o setor industrial a reboque. A inversão desse cenário promoveu uma forte retração relativa da indústria, entre 2008 e 2014. Nos dados apresentados na Figura 5, chama atenção, ainda, a grande retração da agropecuária que, em 2014, representava menos do que a metade da participação que ela tinha em 2002, com redução absoluta de empregos formais no setor, que passou de 18.919 para 15.219 empregados, no período. O processo de mecanização na colheita da cana explica grande parte desse retrocesso, sendo que a mecanização da colheita na região de Ribeirão Preto já atinge 81,3%, segundo o Instituto de Economia Agrícola (IEA). Esse fenômeno tem sido positivo para a economia da região devido aos ganhos da eficiência, redução das queimadas, além da liberação de mão de obra de um tipo de trabalho sacrificante e de alto risco. Assim como no estado e no país, percebe-se o ganho de participação da mão de obra no comércio, no setor de serviços e na construção civil. Adicionalmente, ocorreu uma importante redução da participação do pessoal ocupado na administração pública que é devido ao comportamento do município de Ribeirão Preto, como será visto nas próximas figuras. Figura 5 - Emprego formal por segmentos na RARP: 2014, 2008 e 2002 4

Na Figura 6, nota-se que a aceleração do ganho de participação do setor de serviços ocorreu a partir de 2009. Apesar do ganho de participação do emprego na construção civil, como visto na Figura 5, nota-se a perda de fôlego a partir de 2011, quando atingiu 6,74% no total de emprego da região. A partir de então, o setor passou a registrar perda na participação do emprego, inclusive com retração, entre 2013 e 2014, no número de pessoas ocupadas no setor. Na Figura 6, nota-se, também, que a queda na participação do emprego na agropecuária ocorreu, sobretudo, de 2002 para 2003, sendo que a partir desse período o setor sucroalcooleiro apresentou grande expansão na região, assim como a área plantada de cana-de-açúcar, o que indica a importância da mecanização nesse processo. Figura 6 - Evolução do emprego formal por segmentos no total: RARP (2002 a 2014) 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 35% 25% 15% 1 5% Quando se analisa os dados da RARP sem o município do Ribeirão Preto, torna-se evidente a importância da indústria para os municípios da região, sendo ela quase toda ligada ao setor sucroalcooleiro (Figura 7). É surpreendente a grande elevação da participação do emprego na indústria, entre 2002 e 2008, e sua posterior queda, o que reflete o padrão de todo o setor sucroalcooleiro na região de Ribeirão Preto. Diferentemente das outras regiões, não se percebe uma retração do pessoal ocupado na administração pública, nem a elevação do pessoal ocupado no setor de serviços. O setor de serviço pouco desenvolvido em termos de participação do pessoal ocupado indica que os habitantes da região utilizam, em grande medida, os serviços oferecidos em Ribeirão Preto. Os ganhos de participação ocorrem no comércio e na construção civil. 5

Figura 7 - Emprego formal por segmentos na RARP sem Ribeirão Preto: 2014, 2008 e 2002 Na Figura 8, percebe-se, novamente, a importância da indústria nos municípios da região, sendo a única região em que a participação do emprego no setor industrial é maior do que a dos outros setores da economia. Comércio e serviços possuem participação semelhante, em 2014, e a construção civil experimentou um ganho de participação entre 2002 e 2011, alcançando o pico 4,44% no último (2011). Assim como nas demais regiões, os municípios da região passaram a apresentar uma perda relativa do emprego na construção civil a partir de então, além de uma retração absoluta no mesmo período, de 7.558 ocupados no setor, em 20111, para 7.417, em 2014. Figura 8 - Evolução do emprego formal por segmentos no total: RARP sem Ribeirão Preto (2002 a 2014) 1 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 6

Considerando apenas o município de Ribeirão Preto, com os dados apresentados na Figura 9, percebe-se o ganho de importância do setor de serviços, além de sua importância em relação às demais regiões apresentadas. Mesmo comparando com os resultados do estado de São Paulo, que possui um setor de serviços bem desenvolvido, em Ribeirão a diferença é de quase 10 p.p. para cima. Percebe-se também a grande participação do comércio no emprego formal do município, o que mostra a sua importância como centro regional de prestação de serviços e de comércio. Em conjunto, os dois setores representam mais de 75% do pessoal ocupado formalmente no município. Na Figura 9, percebe-se ainda uma grande redução relativa do pessoal ocupado na administração pública, e também com uma retração absoluta no período como um todo. Enquanto o pessoal ocupado nesse setor era de 12.828, em 2002, essa quantidade passou para 11.100, em 2014. A indústria do município passou por uma retração relativa, no período, mas com elevação em termos absolutos do pessoal ocupado no setor, de 15.625 (2002) para 24.549 (2014). Figura 9 - Emprego formal por segmentos em Ribeirão Preto: 2014, 2008 e 2002 Na Figura 10, percebe-se o expressivo ganho de participação do pessoal ocupado no setor de serviços a partir de 2009, com uma retração do comércio a partir desse mesmo ano. A participação do pessoal ocupado na agropecuária é inexpressiva em todos os anos analisados, com menos de 0,5, em 2014. A construção civil experimentou uma grande elevação na participação do pessoal ocupado, passando de 5,88%, em 2002, para 8,56%, em 2011. A partir de então o setor sofreu uma retração na participação, chegando a 7,23%, em 2014. Entre 2012 e 2014 o setor apresentou pequena queda no número de pessoas ocupadas. Pela importância do setor de construção civil, o atual cenário de aumento de desemprego, redução da renda dos trabalhadores e empresários, além da elevação dos juros, preocupa. Adicionalmente, o município de Ribeirão Preto vem sentindo fortemente o impacto da crise no setor sucroalcooleiro por ser o grande polo prestador de serviços regional. 7

Figura 10 - Evolução do emprego formal por segmentos no total: Ribeirão Preto (2002 a 2014) 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 5 1 8