UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA UNAMA CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE - CCBS CURSO DE FISIOTERAPIA RAPHAEL DO NASCIMENTO PEREIRA



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Transcrição:

UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA UNAMA CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE - CCBS CURSO DE FISIOTERAPIA RAPHAEL DO NASCIMENTO PEREIRA ANÁLISE COMPARATIVA DA PRESSÃO ARTERIAL, FREQUÊNCIA CARDÍACA E DUPLO-PRODUTO EM HOMENS DE 20 A 30 ANOS SUBMETIDOS A EXERCÍCIO AERÓBIO versus ANAERÓBIO RESISTIDO Belém - PA 2008

UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA UNAMA CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE - CCBS CURSO DE FISIOTERAPIA RAPHAEL DO NASCIMENTO PEREIRA ANÁLISE COMPARATIVA DA PRESSÃO ARTERIAL, FREQUÊNCIA CARDÍACA E DUPLO-PRODUTO EM HOMENS DE 20 A 30 ANOS SUBMETIDOS A EXERCÍCIO AERÓBIO versus ANAERÓBIO RESISTIDO Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade da Amazônia para a obtenção do grau de Fisioterapeuta. Orientador: Prof o Ms. Walther Augusto de Carvalho. Belém - PA 2008

Raphael do Nascimento Pereira Análise Comparativa da Pressão Arterial, Freqüência Cardíaca e Duplo- Produto em Homens Sedentários de 20 a 30 Anos Submetidos a Exercício Aeróbio versus Anaeróbio Resistido. Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Fisioterapia do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade da Amazônia como requisito para obtenção do título de Fisioterapeuta. Banca Examinadora Prof. Prof. Apresentado em: / / Conceito: Belém Pa 2008

DEDICATÓRIA Aos meus pais, Ronaldo e Aldenora e a minha amada Roberta.

AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus que me deu o dom da vida e a oportunidade de passar por mais esta etapa dela. Aos meus pais Ronaldo e Aldenora Pereira, os quais nunca me deixaram faltar amor, caráter, amizade e respeito, além de sempre fazerem o possível e até o impossível para me ajudarem a alcançar os meus sonhos e meus objetivos, sempre com suas experiências que rendiam bons conselhos, com suas mãos afáveis que sempre estavam prontas para me ajudar ou se necessário, com apenas um ombro amigo sempre preparado para escutar minhas angústias. Agradeço também aos meus irmãos Ronaldo (Roni) e Raphaela que também sempre que precisei nunca deixaram de me estender a mão e sempre estiveram preparados para me ajudar. Tenho muito a agradecer também a uma pessoa sem a qual não seria nada do que sou hoje em dia e que foi de importância crucial para o êxito desta pesquisa. Esta pessoa, a qual eu tenho que acordar todos os dias e às vezes até aturar a sua rabugice matinal, é a mesma que me alegra todos os dias, me dá força quando preciso, me apóia nas minhas decisões e inclusive me ajuda a coletar dados da minha pesquisa quando necessário, que me dá muito amor, carinho, compreensão e, acima de tudo, amizade. Esta pessoa se chama Roberta Folha, e é a mulher que eu amo e tenho certeza que ainda viveremos muitas alegrias e vitórias juntos. Tenho muito a agradecer também ao professor Walther Augusto de Carvalho, que me orientou nesta pesquisa e passou algumas noites mal dormidas para podermos concretizar este sonho em realidade e que não poupou esforços para que esta pesquisa culminasse em um grande feito. Agradeço ao professor Márcio Basyches, o qual mesmo cheio de tarefas a cumprir sempre arranjava uma horinha que fosse do seu tempo para me ajudar na elaboração desta pesquisa e que também gentilmente abriu as portas da sua academia e até cedeu equipamentos para podermos coletar os dados de maneira satisfatória. Ao professor Mauro Fonteles, o qual sempre esteve disponível para as orientações no que diz respeito a parte estatística da pesquisa e da compreensão dos resultados. As professoras Carla Serrão e Valéria Normando, as quais nunca me negaram ajuda e sempre me apoiaram no que precisei sempre relevando as minhas ausências nas suas aulas quando foi necessário. A todos os funcionários da academia Cardiovita Fintness, os quais sempre me ajudaram no que precisei e nunca me negaram apoio quando foi necessário.

Aos meus amigos e familiares que não citei os nomes, mas que sempre acreditaram em mim e no meu potencial de superar mais esta etapa da minha vida. A todos os funcionários e professores da UNAMA que quase sempre me apoiaram no que precisei. Aos amigos do movimento estudantil, Centro Acadêmico e Diretório Central dos Estudantes. E por fim, a todos os amigos que fiz nesta fase da minha vida, os quais guardarei para sempre em um lugar muito especial do meu coração e sem estes nada disso seria possível. A todos os citados o meu mais profundo agradecimento e MUTIO OBRIGADO! Raphael Pereira

EPÍGRAFE Há homens que lutam um dia e são bons. Há outros que lutam um ano e são melhores. Há os que lutam muitos anos e são muito bons. Porém, há os que lutam toda a vida. Esses são os imprescindíveis. Bertolt Brecht.

RESUMO Desde o início da década de 1990 estudos mostram a tendência da população das grandes cidades a adotarem hábitos de vida pouco saudáveis. Dentre estes o sedentarismo parece ser o principal fator de risco para aparecimento de doenças crônico degenerativas, tais como a hipertensão arterial e a aterosclerose. Deste modo, a prática de atividade física é a principal alternativa para se evitar e tratar estas doenças. Para planejar um programa de tratamento ou de treinamento mais adequados é necessária uma avaliação criteriosa das principais variáveis cardiovasculares. As principais variáveis cardiovasculares são a freqüência cardíaca (FC), a pressão arterial sistólica, a diastólica e a média (PAS, PAD e PAM respectivamente) e o duplo produto cardíaco (DP). Este último representa o principal método não invasivo de avaliação do trabalho do miocárdio. Portanto, neste trabalho avaliamos as variáveis citadas em dois tipos de atividades físicas (aeróbia versus anaeróbia resistida) em homens com a faixa etária entre 20 e 30 anos de idade e sedentários. Nossos resultados mostram uma elevação de todas as variáveis nos dois tipos de atividade física, porém o exercício aeróbio apresentou uma maior variação, com exceção da PAD. Portanto, concluímos que a atividade aeróbia requer maior dispêndio de energia e consumo de oxigênio da musculatura cardíaca quando comparada ao exercício anaeróbio resistido. Palavras Chaves: Duplo produto, pressão arterial, atividade física, freqüência cardíaca.

ABSTRACT Since the beginning of 1990's studies shows the tendency of the population of the great cities adopt it life habits a little healthy. Among these the sedentary seems to be the main risk factor for chronic degenerative diseases, such as the arterial hypertension and the atherosclerosis. So, the practice of physical activity is the main alternative to avoid and to treat these diseases. To plan a treatment program or of more appropriate training it is necessary a discerning evaluation of the main cardiovascular variables. The main cardiovascular variables are the cardiac rate (CR), the systolic blood pressure, the diastolic and the average (SBP, DBP and ABP respectively) and the doubled-product (DP). This last one represents the main method no invasive of evaluation of the work of the miocardic cells. Therefore, this work intended to evaluate the variables mentioned in two types of physical activities (aerobic versus resisted anaerobic) in men within the between 20 and 30 years of age and sedentary. Our results show an elevation of all the variables in the two types of physical activity, however the aerobic exercise presented a larger variation, except for to ADP. Therefore, we concluded that the aerobic activity requests larger expenditure of energy and consumption of oxygen of the heart musculature when compared to the resisted anaerobic exercise. Key words: Doubled-product, blood pressure, physical activity, heart frequency.

LISTA DE GRÁFICOS GRÁFICO 1: PAS, PAD E PAM EM TESTE AERÓBIO.... 35 GRÁFICO 2: FC EM TESTE AERÓBIO.... 36 GRÁFICO 3: DP EM TESTE AERÓBIO.... 37 GRÁFICO 4: FC E DP EM TESTE AERÓBIO.... 38 GRÁFICO 5: PAS EM TESTE ANAERÓBIO RESISTIDO.... 39 GRÁFICO 6: PAD EM TESTE ANAERÓBIO RESISTIDO... 40 GRÁFICO 7: PAM EM TESTE ANAERÓBIO RESISTIDO... 41 GRÁFICO 8: FC EM TESTE ANAERÓBIO RESISTIDO... 42 GRÁFICO 9: DP EM TESTE ANAERÓBIO RESISTIDO... 43 GRÁFICO 10: FC E DP EM TESTE ANAERÓBIO RESISTIDO.... 44

LISTA DE FIGURAS FIGURA 1: OS BARORRECEPTORES.... 23

LISTA DE TABELAS TABELA 1: VALORES MÉDIOS DA PAS, PAD, PAM, FC E DP NO REPOUSO E EM CADA ESTÁGIO DE EXERCÍCIO AERÓBIO... 34 TABELA 2: VALORES MÉDIOS DA PAS, PAD, PAM, FC E DP NAS FASES DE RECUPERAÇÃO DO EXERCÍCIO AERÓBIO... 34 TABELA 3: VALORES MÉDIOS DA PAS, PAD, PAM, FC E DP NO REPOUSO E EM CADA SÉRIE DE EXERCÍCIO ANAERÓBIO RESISTIDO... 39

LISTA DE SIGLAS PA Pressão Arterial PAS Pressão Arterial Sistólica PAD Pressão Arterial Diastólica PAM Pressão Arterial Média FC Freqüência Cardíaca DP Duplo-Produto Kp Kilo Pound bpm Batimentos por Minuto mmhg Milímetros de Mercúrio Km/h Kilometros por Hora Kg Kilogramas AV Átrio-Ventricular MVO2 Consumo de Oxigênio pelo Miocárdio ATP Adenosina Tri-fosato CEP Comitê de Ética em Pesquisas TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO... 14 2. JUSTIFICATIVA... 17 3. OBJETIVOS... 18 Objetivo geral... 18 Objetivo Específico... 18 4. TEMA DO ESTUDO... 19 5. PROBLEMÁTICA... 20 6. HIPÓTESES... 21 7. REFERENCIAL TEÓRICO... 22 Pressão Arterial (PA)... 22 Freqüência cardíaca (FC)... 24 Duplo-Produto (DP)... 26 Exercício Aeróbio... 28 Exercício Anaeróbio Resistido... 28 8. METODOLOGIA... 30 9. RESULTADOS... 33 10. DISCUSSÃO... 45 11. CONCLUSÃO... 48 12. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS... 49

14 1. INTRODUÇÃO Em estudos feitos em grandes capitais do Brasil constatou-se que o sedentarismo é o fator de risco com maior prevalência sobre os fatores de risco cardiovascular, seguido pelo tabagismo, hipertensão arterial, obesidade e alcoolismo (NEGRÃO & BARRETTO, 2006). A tendência de mortalidade cardiovascular é, atualmente, declinante nas regiões brasileiras mais desenvolvidas e ascendentes nas regiões menos desenvolvidas, semelhante a achados entre os países do oeste e do leste europeu (NEGRÃO & BARRETTO, 2006). Nas regiões em desenvolvimento, à medida que suas economias se industrializam, as doenças crônico-degenerativas como a diabetes mellitus, hipertensão arterial e aterosclerose tornam-se mais evidentes, decorrente do estilo de vida adotado nestes locais, que tem como padrão a ingestão de alimentos salgados (fast-food), tabagismo e inatividade física (sedentarismo) (NEGRÃO & BARRETTO, 2006). A prática regular de atividade física ou mesmo um estilo de vida mais ativo, tem sido um meio de proteção contra a ocorrência de doenças cardiovasculares. Evidências nesse sentido surgiram a partir da década de 1950, sendo definitivamente comprovadas na década de 1990 (NEGRÃO & BARRETTO, 2006). A III Diretriz da Sociedade Brasileira de Cardiologia nos diz que o combate ao sedentarismo deve contemplar programas individuais ou coletivos de incentivo a atividade física no cotidiano das pessoas, como caminhar até o trabalho, subir ou descer escadas ao invés de pegar um elevador, utilizar bicicleta ao invés de carros automotivos, saltar das conduções dois pontos antes de casa e fazer trabalhos manuais tais como jardinagem, pintura, consertos, etc. São recomendadas pela mesma diretriz, sessões regulares de exercício físico de no mínimo 40 minutos com a freqüência de 5 a 6 vezes por semana. Ainda afirma que a prescrição de exercícios mais vigorosos, como natação, ginástica aeróbica ou práticas de esportes em geral, assim como treinamentos em academias de ginástica, devem ter sempre uma avaliação profissional prévia, seguida de um teste ergométrico. Exercícios, mesmo que em graus moderados, têm efeito protetor contra a doença arterial coronariana e sobre todas as causas de mortalidade e uma série de outros benefícios: elevação

15 do HDL-colesterol, redução de cifras na hipertensão arterial sistêmica e auxílio na baixa do peso corporal (GUS et al, 2002). O exercício físico pode ser classificado quanto à mecânica muscular em dinâmico e estático. Exercícios dinâmicos envolvem contrações musculares repetidas contra baixa resistência e são bem representados por atividades rítmicas, como caminhar, correr, pedalar e nadar. Por outro lado, exercícios estáticos envolvem contrações musculares com poucas repetições contra resistência elevada. Atividades de força, como levantamento de peso, exemplificam as atividades estáticas. Na prática, a maioria das formas de exercício inclui componentes estáticos e dinâmicos, habitualmente havendo predomínio de um sobre o outro (III Diretriz da Sociedade Brasileira de Cardiologia, 2004). Ainda de acordo com a III Diretriz da Sociedade Brasileira de Cardiologia exercícios predominantemente aeróbios envolvem atividades de baixa intensidade e longa duração, enquanto exercícios predominantemente anaeróbios envolvem atividades de alta intensidade e curta duração. Em exercícios aeróbios dinâmicos, observa-se aumento da freqüência cardíaca (FC), do volume sistólico e do débito cardíaco. Além disso, a produção de metabólitos musculares promove vasodilatação na musculatura ativa, gerando redução da resistência vascular periférica. Dessa forma, durante os exercícios dinâmicos observa-se aumento da pressão arterial sistólica (PAS) e manutenção ou redução da diastólica (PAD) (BRUM, P.C. et al, 2004). Como conseqüência destas alterações, observa-se também, o aumento do Duplo Produto cardíaco (DP), que segundo Polito & Farinatti (2003), é o melhor método não invasivo para se avaliar o trabalho do miocárdio, durante o repouso ou esforços físicos contínuos de natureza aeróbia, pois apresenta uma forte correlação com o consumo de oxigênio pelo miocárdio. De acordo com McArdle (2003) os valores típicos para o DP cardíaco variam de 6.000 em repouso (FC = 50 bpm; PAS = 120 mmhg) a 40.000 durante exercício intenso (FC = 200 bpm; PAS = 200 mmhg). Em exercícios resistidos ou exercícios de musculação (exercícios localizados contra resistência), quando executados em alta intensidades, apesar de serem feitos de forma dinâmica, apresentam componente isométrico bastante elevado, fazendo com que a resposta cardiovascular durante sua execução assemelhe-se aquela observada com exercícios estáticos,

16 ou seja, aumento da freqüência cardíaca e, principalmente, aumento exacerbado da pressão arterial, que se amplia à medida que o exercício vai sendo repetido (BRUM, P.C. et al, 2004), com isso, uma elevação do DP. No entanto, alguns estudos mostram que os valores do duplo-produto dos exercícios com pesos costumam ser menores do que os observados em atividades aeróbias de intensidade moderada (POLITO & FARINATTI, 2003). Logo, Miranda et al (2006), afirmam que diante do aumento do numero de indivíduos de idades, sexo e estado de saúde variados, novas variáveis de segurança devem ser exploradas no sentido de atenuar os possíveis riscos na prática dos exercícios. Sendo assim, a avaliação médica, com ênfase nos aspectos cardiovasculares, e a avaliação física desses indivíduos passaram a ter grande importância, não apenas em relação à prevenção de eventos relacionados aos exercícios, como na prescrição adequada dos mesmos (DAHER et al, 2005).

17 2. JUSTIFICATIVA As doenças cardiovasculares são hoje um grave problema de saúde pública. Elas representam a primeira causa de morte no País, segundo o Ministério da Saúde. Com base neste dado e na necessidade da população em praticar exercícios físicos para prevenção ou como forma de tratamento para cardiopatias, faz-se necessária uma avaliação criteriosa e um protocolo de treinamento adequado para tais indivíduos. Logo o estudo proposto irá avaliar a eficácia de dois tipos de exercícios, para que enfim possa se verificar qual dos dois seria o mais indicado aos indivíduos que procurem este tipo de tratamento.

18 3. OBJETIVOS Objetivo geral Avaliar comparativamente as respostas imediatas da pressão arterial, freqüência cardíaca e duplo produto cardíaco, durante o exercício aeróbio versus exercício anaeróbio resistido. Objetivo Específico Observar se há diferença nas variáveis de acordo com o tipo de exercício realizado.

19 4. TEMA DO ESTUDO Avaliação da aptidão física.

20 5. PROBLEMÁTICA Qual dos dois tipos de exercício (aeróbio ou anaeróbio resistido) traz menos alterações cardíacas de forma imediata, requisitando menor trabalho do miocárdio?

21 6. HIPÓTESES H 0 : Não há diferença entre o exercício aeróbio e anaeróbio, quanto às alterações cardiovasculares agudas subseqüentes. H 1 : Há diferença entre o exercício aeróbio e anaeróbio, quanto às alterações cardiovasculares agudas subseqüentes. H 1 : O exercício aeróbio impõe maiores alterações cardiovasculares agudas. H 1 : O exercício anaeróbio impõe maiores alterações cardiovasculares agudas.

22 7. REFERENCIAL TEÓRICO Pressão Arterial (PA) A pressão arterial (PA) é definida pela força exercida pelo sangue na superfície da parede das artérias, sendo que esta pressão está intimamente ligada ao débito cardíaco e com a resistência periférica sistêmica. A PA é representada pela pressão arterial sistólica (PAS) e pela pressão arterial distólica (PAD). Sendo a PAS a pressão mais alta nas artérias, estando diretamente associada a sístole ventricular esquerda. Já a PAD representa a menor pressão nas artérias e está diretamente ligada ao estado fisiológico dos vasos arteriais (POLITO & FARINATTI, 2003). De acordo com Campagnole-Santos & Haibara (2001) a regulação da PA é uma das funções fisiológicas mais complexas do nosso organismo, dependendo de ações integradas dos sistemas cardiovascular, renal, nervoso e endócrino. Este controle é feito através de sistemas que podem ser de curto e/ou de longo prazo. O principal mecanismo para o controle da PA no curto prazo se faz através de reflexos originados nos barorreceptores arteriais aórtico e carotídeo - e receptores de estiramento da região cardiopulmonar (CAMPAGNOLE-SANTOS & HAIBARA, 2001). O reflexo barorreceptor é considerado um sistema de controle de alto ganho, que mantém a pressão arterial dentro dos limites considerados normais em períodos de segundos à minutos (CAMPAGNOLE-SANTOS & HAIBARA, 2001). Os mecanorreceptores localizados na parede do arco aórtico e da artéria carótida representam o principal sistema de detecção das alterações da PA. Estes receptores são sensíveis as alterações de pressão devido ao fato de possuem canais iônicos dependentes de estiramento. Sendo assim a pressão arterial elevada leva ao estiramento das membranas dos barorreceptores, o que resulta em aumento da taxa de disparo de potenciais de ação destes receptores, estimulando o centro de controle cardiovascular localizado na medular oblonga (Figura 1) (CAMPAGNOLE-SANTOS & HAIBARA, 2001; SILVERTHORN, 2003).

23 Figura 1: Desenho esquemático da organização estrutural do sistema de reflexo barorreceptor. Fonte: SILVERTHORN, 2003. O contrário acontece quando há um decréscimo da PA, quando os barorreceptores são inibidos pela redução do estiramento de suas membranas, levando a uma diminuição na taxa de disparo de potenciais de ação (SILVERTHORN, 2003). De acordo com Brum P. C. et al (2004) o comportamento pressórico durante exercícios dinâmicos tendem a uma elevação da pressão arterial sistólica (PAS) e a manutenção ou até redução da pressão arterial diastólica (PAD). Este comportamento é explicado pelo seguinte mecanismo. Em exercícios aeróbios dinâmicos as contrações musculares são seguidas de movimentação articular, que geram obstrução significativa do fluxo sanguíneo. Além disso, neste tipo de exercício observa-se o aumento da atividade nervosa simpática, que é desencadeada pela ativação do comando central (mecanorreceptores musculares e metaborreceptores musculares). Sendo assim, em resposta ao aumento da atividade simpática, observa-se a produção de metabolitos musculares, os quais geram uma vasodilatação da musculatura ativa, levando a uma redução da resistência muscular periférica. Desta forma observa-se um aumento da PAS devido a

24 necessidade de oxigênio e outros nutrientes para a musculatura ativa e, a manutenção ou redução da PAD pela diminuição da resistência vascular periférica (BRUM P. C. et al, 2004). Já em exercícios resistidos estáticos (anaeróbios) a pressão arterial pode atingir valores maiores do que nas atividades aeróbias, podendo chegar até a ordem de 480 x 350 mmhg em estudo com mensuração por métodos invasivos proposto por MacDougall e col em 1985, segundo Polito & Farinatti (2003). Brum P. C. et al (2004) afirmam que em exercícios contra-resistência anaeróbios, observamos uma elevação exacerbada da PAS e da PAD devido a redução do volume sistólico, acréscimo do debito cardíaco e elevação da resistência vascular periférica. Estes efeitos ocorrem devido a grande contração muscular provocada por este tipo de exercício. Isso promove a obstrução do fluxo sanguíneo muscular, fazendo com que os metabólitos produzidos durante a contração muscular se acumulem. Esse acúmulo de metabólitos ativa quimiorreceptores musculares que promovem um aumento expressivo da atividade nervosa simpática. Freqüência cardíaca (FC) A freqüência cardíaca (FC) é uma variável que tem o poder de alterar a quantidade de sangue bombeada pelo coração. Em adultos normais a FC de repouso média é de aproximadamente 70 batimentos por minuto (bpm), diminuindo em indivíduos treinados (atletas), os quais tem a sua FC de repouso em aproximadamente 50 a 60 bpm. Em crianças a FC é significativamente maior. Durante o sono a FC diminui aproximadamente por 10 a 20 bpm, contudo, durante uma excitação emocional ou atividade física ela pode aumentar para valores acima de 100 bpm (BERNE & LEVY, 1990). Durante a atividade física a quantidade de sangue bombeada pelo coração deve ser aumentada de acordo com a demanda de oxigênio da musculatura ativa. Sendo os seus valores típicos da FC em repouso em nível de 72 bpm em homens não treinados (sedentários), 75 bpm em mulheres destreinadas (sedentárias), 50 bpm em homens treinados e 55 bpm em mulheres treinadas. Durante a atividade física máxima a FC se estabelece no valor de 200 bpm para homens e mulheres destreinados e de 190 bpm em homens e mulheres treinados (POWERS & HOWLEY, 2000).

25 De acordo com Polito & Farinatti (2003), a freqüência cardíaca (FC) reflete a quantidade de trabalho que o coração deve realizar para satisfazer as demandas metabólicas em qualquer atividade. Durante o repouso a FC situa-se entre 60 a 80 batimentos por minuto (bpm), sendo que, em pessoas de meia idade, não condicionadas e sedentárias, esta pode exceder os 100 bpm. A contração do miocárdio não é oriunda do sistema nervoso, mas sim de células denominadas células auto-rítmicas, também conhecidas como células marcapasso por terem a função de controlar a FC (SILVERTHORN, 2003). O nó sinoatrial (nó SA) é o principal marcapasso cardíaco, gerando impulsos elétricos que se propagam através de outras células com auxílio dos discos intercalares. Uma via internodal conecta o nó SA ao nó atrioventricular (nó AV), um grupo de células auto-rítmicas situados próximo a base do átrio direito, que é a única via de acesso da condução do estimulo elétrico para os feixes de His (situados no septo interventricular), os quais conduzirão o estimulo até as fibras de Purkinje, as quais, transmitem o impulso muito rapidamente, com velocidades de até 4 m/s, de forma que as células do ápice do coração contraiam-se quase simultaneamente (SILVERTHORN, 2003). Segundo Berne & Levy (1990), o nó AS encontra-se geralmente sob a influência tônica das duas divisões do sistema nervoso autonômico, o sistema simpático que estimula o automatismo e o sistema parassimpático que o inibe. Guyton (1988) afirma que a estimulação que os nervos simpáticos exercem sobre o coração são o aumento de FC, aumento da força de contração cardíaca e aumento da velocidade de condução do impulso cardíaco pelo coração. Já os nervos parassimpáticos produzem efeitos opostos aos dos nervos simpáticos, estes efeitos são a diminuição da FC, diminuição da força de contração cardíaca e condução retardada dos impulsos pelo nó AV, o qual alonga o retardo entre as contrações atrial e ventricular. Polito & Farinatti (2003) afirmam que a FC aumenta de acordo com a necessidade de fornecimento de oxigênio para outras partes do corpo, principalmente aos músculos em atividades físicas. Alonso et al (1998) afirmam que o aumento da FC no inicio do exercício físico é vagodependente, ou seja, é oriundo da depressão das atividades parassimpáticas no coração. Já nas fases mais avançadas da atividade física, o aumento da FC é simpático-dependente, sendo oriunda de um aumento dos estímulos simpáticos no coração.

26 Este aumento da FC pode também ser explicado através da chamada lei do coração também conhecida como Lei de Frank-Starling. Segundo Silverthorn (2003); Guyton & Hall (2006), a lei de Frank Starling está relacionada à relação de comprimento e a tensão do miocárdio, onde, a força criada pelo miocárdio, ou seja, a cada sístole ventricular, é diretamente proporcional ao comprimento do sarcômero. Sendo assim, de acordo com estudos feitos pelo fisiologista alemão Otto Frank, os quais foram aprimorados posteriormente pelo fisiologista inglês Ernest Starling, o volume de ejeção (volume sistólico) do coração é proporcional a força da contração do miocárdio, ou seja, quanto mais sangue chegar ao coração, com mais força o músculo cardíaco se contrai devido ao estiramento dos sarcômeros, o que leva a uma elevação da tensão do miocárdio, levando a um aumento da forca de contratilidade miocárdica, que quando relacionada à FC, temos o débito cardíaco, que nada mais é do que a quantidade de sangue que é ejetado pelo coração em determinado intervalo de tempo (1 minuto). A pressão arterial média (PAM) é a média das pressões arteriais medidas a cada milissegundo durante certo intervalo de tempo e é determinada pelo equilíbrio entre o fluxo sangüíneo para dentro das artérias e o fluxo sangüíneo para fora das artérias (para os tecidos). Sendo assim, se há um maior fluxo de entrada nas artérias excedendo o fluxo de saída para os tecidos, temos então um acúmulo sangüíneo dentro das artérias, isso fará com que tenhamos uma elevação dos valores da PAM, sendo o contrário também verdadeiro, ou seja, se tivermos uma elevação excessiva do fluxo de saída, superando o fluxo de entrada, teremos uma diminuição dos valores da PAM. A PAM mantém-se, na maior parte do tempo, com os seus valores mais próximos dos valores da PAD, determinando cerca de 60% da PAM, contra apenas 40% pela PAS. A PAM pode ser determinada através da seguinte equação: PAM = PAD + 1/3 (PAS PAD) (SILVERTHORN, 2003; GUYTON & HALL, 2006). Duplo-Produto (DP) Segundo Polito & Farinatti (2003), o duplo-produto cardíaco é considerado o melhor método não invasivo para avaliação do trabalho do miocárdio, durante o repouso ou esforços físicos contínuos de natureza aeróbia, tendo em vista que esta variável apresenta uma forte correlação com o consumo de oxigênio do miocárdio (MVO 2 ). Esta associação decai em exercícios intermitentes (anaeróbios ou de resistência muscular localizada - musculação), mas ainda assim o

27 duplo-produto é considerado o melhor indicador de sobrecarga cardíaca em exercícios de força. Logo, trata-se de uma variável diretamente relacionada com a segurança da atividade física, dando base para a manipulação de sua intensidade. Sendo interessante utilizá-lo como parâmetro de segurança, ajudando a definir quais tipos de atividades poderiam estar associados a maiores riscos de intercorrências cardíacas. McArdle (2000) afirma que o duplo-produto cardíaco ou produto pressão-freqüência (mmhg.bmp) apresenta alta relação com a captação de oxigênio pelo miocárdio e com o fluxo sangüíneo coronariano, tendo seus valores normais de aproximadamente 6.000 em repouso até 40.000 ou mais dependendo da atividade física a qual o indivíduo é submetido. McArdle (2000) também afirma que a equação proposta para se obter o valor do DP é: DP = PAS x FC Onde: DP = Duplo-Produto. PAS = Pressão Arterial Sistólica. FC = Freqüência Cardíaca. De acordo com o mesmo autor, em exercícios físicos realizados com os membros superiores, tanto resistidos (musculação) quanto dinâmicos (endurance), as respostas do DP são superiores quando comparadas aos mesmos exercícios com os membros inferiores. Segundo Andrade (s/ data), o exercício físico faz com que o coração trabalhe mais e desafia a capacidade das artérias coronárias de liberar sangue suficiente para suprir a demanda de O 2 do miocárdio. Sendo assim, a FC e a PAS aumentam de acordo com a intensidade do exercício, de modo que aumente a demanda de O 2 ao miocárdio. Segundo Farinatti & Assis (2000) apud Andrade (s/ data), o DP tende a aumentar durante o exercício físico, porém, de acordo com Polito & Farinatti (2003) este aumento depende do tipo, da intensidade e duração do exercício físico realizado. Polito & farinatti (2003) também afirmam que em diversos estudos os valores do DP em exercícios resistidos tendem a ser menores do que em exercícios aeróbios de intensidade moderada, principalmente durante as fases mais intensas de cada um.

28 Fornitano & Godoy (2006) estudaram indivíduos com o teste ergométrico positivo e tentaram correlacionar o DP elevado destes indivíduos com a ausência de coronariopatia obstrutiva, concluindo que o DP elevado (DP > 30.000) constituiu-se em uma variável importante para prever ausência de coronariopatia obstrutiva significante em indivíduos com o teste ergométrico positivo, descrevendo este como um método importante de avaliação clínica para uma tomada de decisão para o tratamento dos indivíduos. Exercício Aeróbio Powers & Howley (2000) definem que, a energia utilizada em exercícios prolongados é originária do metabolismo aeróbio. Geralmente podendo ser mantido um estado estável de captação de oxigênio durante o exercício submáximo de duração moderada. Logo, deve-se entender por exercícios do tipo aeróbios aqueles que pode ser mantidos por um período de tempo relativamente longo, por período de tempo igual ou superior a 10 minutos (FOSS & KETEYIAN, 2000). Exercício Anaeróbio Resistido A energia necessária para a realização de exercícios intensos e de curta duração, são oriundas das vias metabólicas anaeróbias (POWERS & HOWLEY, 2000). Sendo assim, quando falamos em exercícios anaeróbios, devemos entender que são exercícios nos quais o sistema metabólico para a geração de energia se da na ausência ou no déficit de oxigênio. Logo, o metabolismo anaeróbio, ou a geração anaeróbia de energia para o nosso organismo, refere-se à geração de energia (ressíntese de ATP) através de reações químicas que não exigem a presença do oxigênio que respiramos (FOSS & KETEYIAN, 2000). Os exercícios anaeróbios caracterizam-se por serem de curta duração e alta intensidade como eventos de velocidade tipo picos de 100, 200 e 400 metros e outros eventos nos quais o ritmo de trabalho só pode ser mantido por 2 a 3 minutos (FOSS & KETEYIAN, 2000). Dentro dos exercícios anaeróbios, encontram-se os exercícios resistidos (ER) ou exercícios contra-resistência. Este tipo de exercício caracteriza-se por serem exercícios de força,