SEMINÁRIO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO POPULAR



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Transcrição:

SEMINÁRIO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO POPULAR EM SAÚDE: ESPAÇO DEMOCRÁTICO E PARTICIPATIVO PARA CONSTRUÇÃO DA POLÍTICA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO POPULAR EM SAÚDE JULIANA DANTAS TORRES RIBEIRO JAILSON CORREIA DE BARROS KAMILA MATOS DE ALBUQUERQUE KARINA MARIA FARIAS TENÓRIO GUSTAVO REGO MULLER DE CAMPOS DANTAS

2 Painel 34/102 Práticas participativa s em governos municipais SEMINÁRIO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO POPULAR EM SAÚDE: ESPAÇO DEMOCRÁTICO E PARTICIPATIVO PARA CONSTRUÇÃO DA POLÍTICA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO POPULAR EM SAÚDE Juliana Dantas Torres Ribeiro Jailson Correia de Barros Kamila Matos de Albuquerque Karina Maria Farias Tenório Gustavo Rego Muller de Campos Dantas RESUMO A Secretaria de Saúde do Recife realizou em 2014 discussões sobre a Política Nacional de Educação Popular em Saúde (PNEPS) com o intuito de potencializar essa prática na rede de atenção à saúde. Para isso foi criado um Grupo de Trabalho (GT) composto por representantes dos Distritos Sanitários e profissionais de saúde, visando estruturar a Política Municipal de Educação Popular em Saúde (PMEPS) e implantar o Comitê Municipal. Como espaço de elaboração, o GT realizou 06 encontros Distritais, que reuniram cerca de 1.500 pessoas, com o intuito de estruturar as diretrizes da PMPES e destacar as representações para o Seminário Municipal de Educação Popular em Saúde. O seminário constituiu-se num espaço democrático para estruturar a PMEPS, fortalecendo as ações dentro de cada território. Participaram cerca de 200 pessoas, entre Agentes Comunitários de Saúde, Agentes de Saúde Ambiental e Combate às Endemias, Gestores, Comunitários e Residentes. Com o seminário o município reforça seu compromisso com o saber popular, estruturando a política e consolidando-se como referência nos processos históricos da Educação Popular em Saúde, garantindo novas possibilidades para estruturação dessa agenda dentro do processo de trabalho em saúde.

3 INTRODUÇÃO A busca por condições adequadas de vida e saúde tem sido um anseio e uma luta de povos por todo o mundo (ALBUQUERQUE; STOTZ, 2004). Alternativas vêm sendo pensadas de forma a superar o paradigma vigente. Nesse sentido, no Brasil, a Educação Popular em Saúde surge como um instrumento auxiliar na incorporação de novas práticas em saúde valorizando o saber das pessoas, entendendo que a produção do conhecimento é um processo de construção coletiva, com o objetivo de propiciar um novo entendimento das ações de saúde como ações educativas (ALBUQUERQUE; STOTZ, 2004). O processo histórico da Educação Popular se constitui como elemento inspirador de formas participativas, críticas e integrativas de pensar e fazer saúde, seus conhecimentos técnicos, metodológicos e éticos são significativos para o processo atual de implem entação do SUS. Na área da saúde, movimentos e coletivos vêm promovendo reflexões, construindo conhecimentos e ações num processo de diálogo entre serviços, movimentos populares e espaços acadêmicos, para contribuir com a consolidação de um projeto de sociedade e de saúde mais justo e equânime (CNEPS, 2012, p. 3). Esse jeito de pensar e de fazer saúde, pautado na experiência e promovendo a inclusão e a autonomia das pessoas, favorece uma forma de expansão e de crescimento para os profissionais de saúde diante das limitações do tecnicismo da formação e da orientação normativa das ações voltadas para as intervenções na área de saúde, que muitas vezes é responsável pela experiência do sofrimento e a falta de resolubilidade dos serviços do Sistema Único de Saúde. Contudo, essa mesma conjuntura que leva a um descontentamento dos profissionais, é capaz de mobilizá-los no sentido de tentar outros caminhos e buscar novas soluções. E é justamente essa conjuntura uma das mais fortes razões para a emergência do movimento da Educação Popular e Saúde, de sua ampliação e de seu fortalecimento como um movimento social (RIOS, 1987). Em consonância com essa conjuntura, a Secretaria de Saúde do Recife iniciou, no ano de 2014, um importante processo de rearticulação da pauta de Educação Popular em Saúde com a amplitude de atores necessária pela diversidade e história dessa política no município, construindo um processo que em sua totalidade envolveu mais de 1.000 pessoas dos diferentes segmentos e territórios,

4 discutindo e formulando estratégias na construção da saúde como instrumento de transformação da realidade de cada território de saúde e do município. É um movimento que coloca o município no lugar de protagonista em relação ao cenário nacional, atuando no fortalecimento da Educação Popular em Saúde como ferramenta de transformação do trabalho, das pessoas e do cuidado em saúde. OBJETIVOS Este trabalho tem como objetivo descrever o processo de construção do Seminário Municipal de Educação Popular em Saúde do Recife/PE, para estruturação das diretrizes da Política Municipal de Educação Popular em Saúde e formação do Comitê Municipal conforme preconização da Política Nacional de Educação Popular em Saúde. METODOLOGIA Em 2014 a Secretaria de Saúde do Recife, sob coordenação da Secretaria Executiva de Gestão do Trabalho e Educação na Saúde (SEGTS), instituiu um Grupo de Trabalho (GT) municipal para organização do I Seminário de Educação Popular em Saúde. Composto por representantes dos Distritos Sanitários e alguns atores ligados a essa temática, o GT tinha como objetivo estruturar a Política Municipal de Educação Popular em Saúde (PMEPS) e implantar o Comitê Municipal desta política em consonância com a Política Nacional de Educação Popular em Saúde, publicada em dezembro de 2013. Durante o funcionamento do GT foram realizadas discussões sobre as diretrizes da PMEPS e possíveis formas de potencializar essa prática na rede de atenção à saúde do município. Como espaço de elaboração da PMES e como forma de ampliar o debate sobre a temática, o GT realizou 06 (seis) encontros Distritais, que reuniram cerca de 1.500 pessoas.

5 Após os encontros Distritais foi realizado o Seminário Municipal de Educação Popular em Saúde, espaço ápice para o processo dos objetivos previstos para esta temática, que contou com a participação de cerca de 200, tendo como público alvo: Agente Comunitário de Saúde, Agente de Saúde Ambiental e Combate ás Endemias, Profissionais de Saúde da Rede (nível técnico e superior), Profissionais que atuam na Gestão, Comunitários que desenvolvam práticas populares em Saúde e ou processos de Educação Popular em Saúde e Residentes. Durante o Seminário, que durou dois dias, foram realizados debates sobre a Politica de Educação Popular em Saúde e a participação social, trazendo referências nacionais sobre esta temática, bem como a realização de grupos de discussão para elaboração das Diretrizes que comporão a Política Municipal e a definição das representações e formas gerais de funcionamento do Comitê Municipal de Educação Popular, preconizado pela Portaria MS/GM n o 2.761/2013. CONCLUSÕES O seminário constituiu-se num espaço democrático para estruturar a PMEPS, fortalecendo estas ações dentro de cada território. Participaram cerca de 200 pessoas, entre Agentes Comunitários de Saúde, Agentes de Saúde Ambiental e Combate às Endemias, Profissionais de Saúde, Gestores, Comunitários e Residentes. Assim, o município reforçou seu compromisso com o saber popular, estruturando a política e consolidando-se como referência nos processos históricos da Educação Popular em Saúde. Garantindo novas possibilidades para estruturação dessa agenda dentro do processo de trabalho em saúde. O Comitê Municipal de Educação Popular em Saúde apesar de inicialmente inchado, precisa ser trabalhado buscando uma lógica de funcionamento o mais participativa possível agregando ao máximos os atores que praticam a Educação Popular em Saúde em nosso município, potencializando-os na sua construção cotidiana e no seu papel de co-participantes da política municipal de educação popular em saúde em construção.

A realização de um amplo Seminário, junto aos Seminários Distritais, a rearticulação dos GT em cada Distrito, a reorganização dessa agenda e seus respectivos responsáveis junto ao mapeamento e articulação de ações com atores que praticam a educação popular em saúde em cada território, todas com os atores mobilizados e participativos no espaço foi uma importante conquista para a agenda da Educação Popular em Saúde em nosso município, porém etapas ainda muito incipientes se não forem devidamente concluídas com a implantação e funcionamento do Comitê Municipal, elaboração e publicação da Política Municipal, garantia de financiamento para a mesma, pactuação de agendas de discussão sobre o processo de trabalho das equipes que trabalham com Educação Popular em Saúde, bem como encaminhamentos diversos para as muitas questões trazidas no conjunto do texto final deste Seminário, são de fundamental importância para a continuidade deste processo da Educação Popular em Saúde no município bem como para a política de saúde como um todo do mesmo. Para a continuidade da construção da agenda da Educação Popular em Saúde no município mais do que nunca é necessário manter em ação o conjunto dos processos realizados em 2014. A construção de uma política muito mais do que se efetivar num texto, ou portaria, é botar em exercício um processo vivo e dinâmico, em atividade constante, onde as leis e portarias que a regem e a institucionalizam sejam reflexo real do que o acontecimento contraditório e dinâmico da rede de saúde seja potencializado. Este foi o norte do conjunto das ações realizadas em 2014. Eis uma escolha e um esforço político a ser realizado pela Secretaria Municipal de Saúde de Recife e uma tarefa intermitente a ser pautada, articulada, cobrada e executada pelo conjunto dos atores que atuam com a Educação Popular em Saúde no município para a consolidação da Educação Popular em Saúde. São o conjunto dos esforços realizado no ano de 2014 pela gestão municipal e por estes atores e trabalhadores que irão permitir que a Política de Educação Popular em Saúde caminhe no próximo período sendo mais do que letras, fotos e gráficos de mais um relatório. 6

7 Apesar dessa diversidade alguns atores importantes não entraram neste processo e precisam ser envolvidos, assim como é necessário uma maior atuação tanto na formulação como na efetivação dos encaminhamentos pactuados no Seminário e em todos os espaços criados ao longo de 2014 por parte da Secretaria Municipal de Saúde e seus braços institucionais envolvidos assim como entre os representantes de Instituições e Movimentos que participaram deste processo. REFERÊNCIAS ALBUQUERQUE, P. C.; STOTZ, E. N. A educação popular na atenção básica à saúde no município: em busca da integralidade. Interface Comunic., Saúde, Educ., v.8, n.15, p.259-74, mar/ago 2004. BRASIL. Portaria N o 2.761, de 19 de Novembro de 2013. Institui a Política Nacional de Educação Popular em Saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde (PNEPS-SUS). Brasília: Ministério da Saúde, 2013. CNEPS. Politica Nacional de Educação Popular em Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2012. RIOS, J. A. Movimentos sociais. SILVA, B. (coord. geral) Dicionário de Ciências Sociais. Rio de Janeiro: Editora da Fundação Getúlio Vargas, 1987. STOTZ, E. N.; DAVID, H. M. S. L.; UN, J. A. W. Educação Popular e Saúde Trajetória, Expressões e Desafios de um Movimento Social. Revista APS, v.8, n.1, p. 49-60, jan./jun. 2005.

8 AUTORIA Juliana Dantas Torres Ribeiro Secretaria de Saúde do Recife. Endereço eletrônico: julianaribeiro@recife.pe.gov.br Jailson Correia de Barros Secretaria de Saúde do Recife. Endereço eletrônico: jailson.correia@recife.pe.gov.br Kamila Matos de Albuquerque Secretaria de Saúde do Recife. Endereço eletrônico: kamila.matos@recife.pe.gov.br Karina Maria Farias Tenório Secretaria de Saúde do Recife. Endereço eletrônico: karina.tenorio@recife.pe.gov.br Gustavo Rego Muller de Campos Danta s Secretaria de Saúde do Recife. Endereço eletrônico: gustavormcd@yahoo.com.br