PROCESSO Nº: 0800012-85.2015.4.05.8501 - APELAÇÃO / REEXAME NECESSÁRIO RELATÓRIO

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Número: Data Autuação: 23/03/2015

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Transcrição:

PROCESSO Nº: 0800012-85.2015.4.05.8501 - APELAÇÃO / REEXAME NECESSÁRIO RELATÓRIO O DESEMBARGADOR FEDERAL CID MARCONI: Apelação interposta pelo INSS e Recurso Adesivo interposto pelo Autor, em face da sentença que julgou procedente o pedido, condenando o INSS a aplicar ao benefício do demandante os tetos previstos nas Emendas Constitucionais nº 20/98 e 41/2003, observando ainda que deve ser aplicado o índice teto instituído pelo art. 26, da Lei 8.870/94, com o pagamento das diferenças devidas, respeitada a prescrição quinquenal, acrescidas de correção monetária e de juros de mora, segundo o Manual de Cálculos da Justiça Federal. Os honorários foram fixados em 10% do valor da condenação. Nas suas razões de Apelo, o INSS arguiu a prejudicial de decadência do direito de revisar a concessão de benefício. No mérito, pediu a reforma da sentença, sob o argumento, em síntese, de que a decisão do e. STF somente pode ser aplicada aos benefícios concedidos a partir de 05.04.1991, "por força do que dispõe o art. 145, da Lei nº 8.213/91, porque antes não havia lei disciplinando a fórmula de recuperação do valor que excedia ao teto, o chamado 'índice teto', que consiste na diferença percentual entre o teto e o excedente da média", sendo esse "incremento introduzido no ordenamento jurídico pátrio somente através da Lei nº 8.870/94 (art. 26), e é apurado no momento da concessão e agregado ao valor da renda mensal no primeiro reajuste. Afirmou que as EC 20/98 e 41/03 não teriam tratado de reajuste ou aumento de benefícios já concedidos, mas apenas readequação aos novos tetos. Disse, ainda, que "não há como afastar a aplicação do menor e maior tetos, pois a legislação anterior à CF/1988 (CLPS) previa a utilização de tal sistemática." Requereu, ao final, a reforma da sentença, para julgar improcedentes os pedidos. Caso não seja este o entendimento, requereu a aplicação da Súmula 111, do STJ. No Recurso Adesivo, o particular pleiteou que a prescrição quinquenal fosse contada a partir da ação civil pública em 05/05/2011 (0004911-28.2011.4.03.6183), e não, a partir dos cinco anos anteriores à data do ajuizamento da ação, como decidiu o magistrado "a quo". Contrarrazões apresentadas. Sentença sujeita ao Reexame Necessário. É o Relatório. PROCESSO Nº: 0800012-85.2015.4.05.8501 - APELAÇÃO / REEXAME NECESSÁRIO VOTO O DESEMBARGADOR FEDERAL CID MARCONI: Bem andou o douto magistrado ao afastar a alegação de decadência. O que o artigo 103, da Lei nº 8.213/91, proíbe é a revisão de benefícios, ao passo que o teto limitador não faz parte do cálculo do benefício, sendo portanto, extrínseco a este. Ditos fundamentos ficam fazendo parte deste voto, independentemente de aqui estarem reproduzidos. A prejudicial de decadência fica, de logo, rejeitada. Passo ao mérito:

Ao ver do Autor caberia a revisão do seu benefício de aposentadoria por tempo de contribuição, com a aplicação das alterações (majoração do teto de contribuição) trazidas pelas ECs 20/98 e 41/03. O benefício de aposentadoria foi concedido a partir de 23.02.1991, antes das alterações da Carta Magna advindas com as Emendas Constitucionais 20/98 e 41/03. Para efeito de esclarecimento, confira-se o disposto no art. 14 da Emenda Constitucional nº 20/98, e no art. 5º da Emenda Constitucional nº 41/03, "in verbis": "Art. 14. O limite máximo para o valor dos benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201 da Constituição Federal é fixado em R$ 1.200,00 (um mil e duzentos reais), devendo, a partir da data da publicação desta Emenda, ser reajustado de forma a preservar, em caráter permanente, seu valor real, atualizado pelos mesmos índices aplicados aos benefícios do regime geral de previdência social." "Art. 5º. O limite máximo para o valor dos benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201 da Constituição Federal é fixado em R$ 2.400,00 (dois mil e quatrocentos reais), devendo, a partir da data da publicação desta Emenda, ser reajustado de forma a preservar, em caráter permanente, seu valor real, atualizado pelos mesmos índices aplicados aos benefícios do regime geral de previdência social." Da leitura das normas transcritas, tem-se que os limites máximos do valor do benefício impostos pelas EC nº 20/98 e EC nº 41/03 apenas modificou o valor para o teto, sendo aplicados aos benefícios que foram concedidos posteriormente às suas edições, ou seja, a partir de dezembro de 98 e de janeiro de 2004, respectivamente. No entanto, importa destacar que a matéria foi recentemente enfrentada pelo Supremo Tribunal Federal -STF (RE 564354/SE), o qual entendeu pela possibilidade de aplicação do novo teto para a aposentadoria, previsto na EC nº 20/98, aos benefícios concedidos antes da de sua vigência, incluindo-a como de repercussão geral. Neste sentido, o benefício que teve o salário de benefício limitado ao teto máximo, previsto nas citadas Emendas, deve sofrer uma readequação dos valores percebidos aos novos tetos, o que não importaria em uma aplicação retroativa do art. 14, da EC nº. 20/98, e do art. 5º, da EC 41/2003 (STF, REAgR nº. 458.891/SC, Rel. Min. Eros Grau, 2ª Turma, j. 29.04.2008); (AC 00033508820104058400, Des. Fed. Francisco Wildo, TRF5; 2ª Turma, 02/03/2011). Na hipótese vertente, em razão dos documentos constantes nos autos (extrato MPAS/DATAPREV-INSS), especificamente nas informações trazidas aos autos pelo INSS, quando se refere à: "código:63 descrição: salário base acima do teto, colocado no teto". Percebe-se, portanto, que o benefício da Autora foi limitado ao teto dos benefícios previdenciários e, por isso, não tendo a r. decisão prolatada pelo STF imposto qualquer limitação temporal ao reconhecimento do direito aqui postulado, impende acolher a orientação jurisprudencial da Excelsa Corte. Corroborando essa tese, transcrevo os seguintes arestos; "verbis": "PREVIDENCIÁRIO. BENEFÍCIO DE APOSENTADORIA. DECADÊNCIA. INEXISTÊNCIA. READEQUAÇÃO AO NOVO TETO. EC Nº 20 e 41. MATÉRIA RECONHECIDA COMO DE REPERCUSSÃO GERAL PELO STF. LIMITAÇÃO À ÉPOCA DA CONCESSÃO. APLICABILIDADE. 1. O cerne da questão diz respeito a possibilidade da aplicação do novo limite de teto fixado pelas EC 41/03, aos benefícios concedidos anteriormente a edição de referidas emendas. 2. No caso, não há falar-se em prazo decadencial, visto que não se

discute nos autos a RMI do autor nem tampouco o ato de concessão de sua aposentadoria, mas, sim, a possibilidade de aplicação do novo reajuste da renda mensal. 3. O STF, ao julgar o RE 564.354/RE, entendeu que a aplicação do art. 14 da EC 20/98, aos benefícios previdenciários antes da sua vigência não se refere a aumento ou reajuste do benefício, mas, sim, de readequação de valores. Tal entendimento passou a ser reconhecido, recentemente como de repercussão geral. 4. In casu, verifica-se que o autor obteve o seu benefício, com todos os salários de contribuição limitados ao teto máximo vigente à época, de forma que faz jus à readequação dos novos valores das EC 20 e 41. 5. Apelação improvida. (PJE: 08012688220134058000, AC/AL, DES. FED. MANOEL ERHARDT, 1ª Turma, 30/07/2014). "PREVIDENCIÁRIO. RETIFICAÇÃO DE RMI. PRAZO DECADENCIAL. CONTAGEM. MAJORAÇÃO DO TETO DOS SALÁRIOS DE CONTRIBUIÇÃO. EMENDAS CONSTITUCIONAIS 20/98 E 41/2003. EFEITOS RETROATIVOS. POSSIBILIDADE. 1. Caso em que se pretende tanto a retificação do ato de concessão da aposentadoria por invalidez, deferida em 01.12.1991 (ao argumento de que teriam sido utilizados salários de contribuição diversos dos devidos, sem a observância dos artigos 29, parágrafo 5º, da Lei nº 8.213/91 e 26, da Lei nº 8.870/94), bem assim a revisão do valor do salário de benefício relativo àquela aposentadoria, a fim de se adequar o valor da renda mensal inicial aos tetos limites introduzidos nas EC 20/98 e EC 41/2003, respectivamente; (...) 4. O STF já firmou posicionamento do sentido de que "não ofende o ato jurídico perfeito a aplicação imediata do art. 14, da EC 20/98 e 41/2003 aos benefícios previdenciários limitados ao teto do regime geral da previdência estabelecido antes da vigência dessas normas, de modo que passem a observara o novo teto constitucional"; 5. A despeito de não ter sido comprovado nos autos que o benefício do autor sofrera, no momento da concessão, limitação ao teto vigente à época, deve ser provido o recurso do autor, para reconhecer o direito à revisão em comento, considerando que o ônus da prova quanto à ocorrência ou não da aludida limitação é do INSS, que não se desincumbiu de fazê-lo. Neste caso, a aferição da existência de diferenças dela decorrentes deve ser realizada no momento da liquidação do julgado; 6. Apelação parcialmente provida." (PROCESSO: 00037863120114058200, AC564387/PB, DES. FED. PAULO MACHADO CORDEIRO (CONVOCADO), 2ª Turma, 14/03/2014). Assim, entendo que o Autor faz jus à readequação da renda mensal do benefício de aposentadoria que percebe, com a aplicação dos novos tetos de contribuição trazidos pelas EC's nºs 20/98 e 41/04, bem como ao pagamento das diferenças, observada a prescrição das parcelas anteriores ao quinquênio que antecedeu o ajuizamento da Ação Civil Pública 0004911-28.2011.4.03.6138 (1ª Vara Federal Previdenciária de São Paulo, ajuizada em 05.05.2011, em razão de ter havido a interrupção do prazo prescricional. Em reforço, trago à colação os seguintes arestos: "PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO. EMENDAS 20/98 E 41/2003. DECADÊNCIA. PRESCRIÇÃO. CONSECTÁRIOS. A decadência, de que trata o artigo 103, caput, da Lei nº 8.213/91, somente se aplica aos atos de concessão ou indeferimento de benefícios; não se aplica, portanto, à revisão da renda mensal, em momento posterior à data de início, a decorrer de modificações normativas também posteriores. Diferenças anteriores a 05-05-2006 foram atingidas pela prescrição quinquenal, porquanto a ação revisional é precedida de ação civil pública proposta pelo Ministério Público Federal em São Paulo visando ao cumprimento, em âmbito nacional, do que foi decidido, pelo Supremo Tribunal Federal, nos autos do RE nº 564.354. Na dicção do Supremo Tribunal Federal (RE nº 564.354), "Não ofende o ato jurídico perfeito a aplicação imediata do art. 14 da Emenda Constitucional n. 20/1998 e do art. 5º da Emenda Constitucional n. 41/2003 aos benefícios previdenciários limitados a teto do regime geral de previdência estabelecido antes da vigência dessas normas, de modo a que passem a observar o novo teto constitucional." Entendimento

aplicável aos benefícios cujos salários-de-benefícios, por serem superiores ao teto, foram por este limitados. Incabível capitalização dos juros de mora, porquanto inexistente previsão legal expressa. São devidosa partir da citação,à taxa de1% (um por cento) ao mês, até 29-06- 2009, e à taxa aplicável à caderneta de poupança,a partir de 30-06-2009." (TRF4, APELREEX 5014174-03.2012.404.7002, Quinta Turma, Relatora p/ Acórdão Taís Schilling Ferraz, juntado aos autos em 17/02/2014) -negritei. "DIREITO PREVIDENCIÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. REVISÃO DE RENDA MENSAL. ECs Nº 20-1998 E Nº 41-2003. PRESCRIÇÃO QUINQUENAL. CONTAGEM. I - Segundo orientação consolidada por nossa Corte Suprema, em sede repercussão geral, no julgamento do Recurso Extraordinário nº 564.354, não ofende a garantia do ato jurídico perfeito a aplicação imediata do artigo 14 da Emenda Constitucional nº 20-1998 e do artigo 5º da Emenda Constitucional nº 41-2003 aos benefícios previdenciários limitados a teto do Regime Geral de Previdência Social estabelecido antes da vigência dessas normas, de modo a que passem a observar o novo teto constitucional. (...) III - Ao firmar entendimento a respeito do tema, o Supremo Tribunal Federal não impôs qualquer limitação temporal, em razão da data em que foi concedido o benefício (DIB), para o reconhecimento do direito à readequação dos valores da prestação mensal diante da majoração do teto previdenciário nas Emendas Constitucionais nº 20-1998 e nº 41-2003, já que, independente da data da sua concessão, a determinação para referida readequação está condicionada à demonstração nos autos de que o seu valor tenha sofrido limitação devido aos tetos então vigentes, inexistindo fundamento, portanto, para obstar peremptoriamente a revisão pleiteada quanto aos benefícios deferidos antes de 5 de abril de 1991, haja vista o disposto no 145 da Lei nº 8.213-91, bem como quanto aos concedidos entre 05 de outubro de 1988 e 05 de abril de 1991, no período comumente chamado de "buraco negro", diante do estabelecido no artigo 144 do mesmo diploma. IV - Não representa óbice à aplicação da orientação pronunciada pelo Supremo Tribunal Federal o disposto no artigo 26 da Lei 8.870, de 15 de abril de 1994 e no 3º do artigo 21 da Lei nº 8.880, de 27 de maio de 1994, que, ao instituírem o chamado "índice teto", determinaram a incorporação ao valor do benefício, juntamente com o primeiro reajuste após a sua concessão, da diferença percentual entre a média apurada sobre os salários-decontribuição utilizados para o cálculo do salário-de-benefício e o teto vigente, nos casos em que essa média se mostrasse superior e ensejasse o aplicação do redutor; tendo em vista que a alegada recuperação do valor do benefício, para ser constatada de fato, demanda prova nesse sentido, não havendo fundamento para que, de plano, se conclua, pela inexistência de prejuízo do segurado diante da incidência do teto vigente à época da concessão. V - A Egrégia Segunda Turma Especializada do TRF da 2ª Região firmou entendimento de que o ajuizamento da ação civil pública nº 0004911-28.2011.4.03.6183, perante o Juízo da 1ª Vara Federal da Seção Judiciária de São Paulo, interrompeu a prescrição. VI - Remessa Necessária e apelação do INSS desprovidas. VII - Apelação do autor provida." (APELRE 201351010035088, Desembargador Federal ANDRÉ FONTES, TRF2 - SEGUNDA TURMA ESPECIALIZADA, E-DJF2R - Data::13/11/2014.) -destaquei. Manutenção da correção monetária e dos juros moratórios, nos termos que dispõe o Manual de Orientação de Procedimento para os Cálculos na Justiça Federal. Cumpre registrar que esta Terceira Turma já firmou o entendimento de que, enquanto pendente de julgamento o RE 870.947/SE, incluído em sede de repercussão geral, sobre os atrasados devem incidir juros de mora no percentual de 0,5% (meio por cento) ao mês, e correção monetária nos termos do Manual de Cálculos da Justiça Federal, vigente quando da execução do julgado. Restou pacificado, ainda, por ocasião do julgamento dos EEIAC22880/02/PB, na sessão do Pleno de 17/06/2015, o entendimento de que a atualização nas condenações impostas à Fazenda

Pública deve ser feita mediante a aplicação dos índices recomendados pelo Manual de Cálculos da Justiça Federal acrescidos de 6% ao ano de juros de mora. (EEIAC22880/02/PB, Desembargador Federal Paulo Roberto De Oliveira Lima, Pleno, Julgamento: 17/06/2015, Publicação: DJE 15/07/2015 - Página 12). Honorários advocatícios mantidos em 10% do valor da condenação, observada, contudo, a Súmula 111, do STJ. Esforçado nestas razões, rejeito a prejudicial e, no mérito, dou provimento, em parte, à Apelação do INSS e à Remessa Necessária, apenas para incidir o disposto na Súmula 111, do STJ, e dou provimento ao Recurso Adesivo do Autor, para determinar que seja observada a prescrição das diferenças anteriores ao quinquênio que antecedeu o ajuizamento da Ação Civil Pública 0004911-28.2011.4.03.6138. É como voto. PROCESSO Nº: 0800012-85.2015.4.05.8501 - APELAÇÃO / REEXAME NECESSÁRIO APELANTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS RECORRENTE ADESIVO: JOSE MARTINS DOS SANTOS IRMAO ADVOGADO: MARION SILVEIRA APELADO: JOSE MARTINS DOS SANTOS IRMAO ADVOGADO: MARION SILVEIRA RELATOR(A): DESEMBARGADOR(A) FEDERAL CID MARCONI GURGEL DE SOUZA - 3ª TURMA ORIGEM: JUÍZO FEDERAL DA 6ª VARA/SE - JUIZ FREDERICO GILTON BATISTA BRITO EMENTA PREVIDENCIÁRIO. CONSTITUCIONAL. PROCESSUAL CIVIL. REVISÃO DE BENEFÍCIO PARA ADEQUAÇÃO AOS NOVOS TETOS DO RGPS INSTITUÍDOS PELAS EC's NºS 20/98 E 41/2003. DECADÊNCIA. INOCORRÊNCIA. PROCEDÊNCIA DO PEDIDO. JUROS. CORREÇÃO MONETÁRIA. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. 1. Apelação interposta pelo INSS e Recurso Adesivo interposto pelo Autor, em face da sentença que condenou o INSS a aplicar ao benefício da demandante os tetos previstos nas Emendas Constitucionais nº 20/98 e 41/03, observando que deve ser aplicado o índice teto instituído pelo art. 26, da Lei 8.870/94. 2. O pedido de adaptação do montante do benefício aos novos tetos máximos instituídos para os benefícios previdenciários pelas EC's nºs 20 e 41, a partir de suas vigências, respectivamente, 16.12.98 e 20.12.2003, não está sujeito ao prazo decadencial, pois não se trata de revisão do ato de concessão do benefício propriamente dito, nem do seu questionamento, mas apenas de uma adequação do valor inicialmente fixado aos tetos posteriormente estabelecidos. Prejudicial rejeitada. 3. O col. STF, em regime de repercussão geral (RE nº 564354-SE, DJU 15.02.2011, Rel. Min. Carmen Lúcia), firmou entendimento de que não ofende o ato jurídico perfeito a aplicação imediata do art. 14, da EC nº 20/1998, e do art. 5º, da EC nº 41/2003, aos benefícios

previdenciários limitados a teto do regime geral de previdência estabelecido antes da vigência dessas normas, de modo que passem a observar o novo teto constitucional. 4. Há de se reconhecer como devida a aplicação imediata do teto máximo estabelecido pelas mencionadas EC's, em razão de o benefício do Autor ter sido limitado ao teto - Id. nº 4058501.260983, pág. 5 -, com o pagamento das diferenças daí resultantes. 5. Não merece prosperar o pedido formulado pelo Autor no sentido de que a prescrição passe a observar como marco a data do ajuizamento da Ação Civil Pública nº 0004911-28.2011.4.03.6138 (1ª Vara Federal Previdenciária de São Paulo, ajuizada em 05.05.2011), em razão de ter havido, na ocasião, a interrupção do prazo prescricional. Decisão que se limita ao âmbito da competência territorial do órgão prolator (TRF3). Precedentes, Processo: 08003757520154058500, AC/SE, Desembargador Federal Carlos Rebêlo Júnior, 3ª Turma, Julgamento: 20/10/2015; Processo: 08005411020154058500, AC/SE, Desembargador Federal Paulo Machado Cordeiro, 3ª Turma, Julgamento: 22/09/2015. Manutenção da sentença quanto à prescrição das diferenças anteriores ao quinquênio que antecedeu ao ajuizamento desta ação, quanto à correção monetária e juros moratórios, nos termos que dispõe o Manual de Orientação de Procedimento para os Cálculos na Justiça Federal. 6. Honorários Advocatícios mantidos em 10% sobre o valor da condenação, observada, contudo, a Súmula 111, do STJ. 7. Apelação do INSS e Remessa Necessária providas, em parte, apenas para incidir o disposto na Súmula 111, do STJ. Recurso Adesivo do Autor improvido. PROCESSO Nº: 0800012-85.2015.4.05.8501 - APELAÇÃO / REEXAME NECESSÁRIO ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, em que são partes as acima identificadas. Decide a Terceira Turma do Tribunal Regional Federal da 5ª Região, por unanimidade, rejeitar a prejudicial e, no mérito, dar provimento, em parte, à Apelação e à Remessa Necessária e dar provimento ao Recurso Adesivo do Autor, nos termos do relatório, voto do Desembargador Relator e ns taquigráficas constantes nos autos, que passam a integrar o presente julgado. Recife (PE), 19 de novembro de 2015. Desembargador Federal CID MARCONI Relator