Objetivos da sétima aula da unidade 5: Simular a experiência do medidor de vazão tipo tubo de Venturi

Documentos relacionados
FACULDADE DE ENGENHARIA DE SÃO PAULO - FESP LABORATÓRIO DE FENÔMENOS DE TRANSPORTE - BT1 CENTRO TECNOLÓGICO DE HIDRÁULICA - CTH

Fenômenos de Transporte I Lista de Exercícios Conservação de Massa e Energia

Objetivos da segunda aula da unidade 6. Introduzir a classificação da perda de carga em uma instalação hidráulica.

MEDIDAS DE VAZÃO ATRAVÉS DE VERTEDORES

Variação na Curva do Sistema

Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental - Faculdade de Engenharia Universidade Federal de Juiz de Fora Mecânica dos Fluidos Prática

TUBO DE PITOT. O tubo de Pitot é empregado para medição de velocidades principalmente em escoamento de gases como, por exemplo, na aviação.

1.3.1 Princípios Gerais.

Vazão O movimento de um fluido, termo que define liquido e gases em uma tubulação, duto ou canal, é denominado fluxo.

Sexta aula de mecânica dos fluidos para engenharia química (ME5330) 23/03/2010

UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE AGRONOMIA E ENGENHARIA DE ALIMENTOS SETOR DE ENGENHARIA RURAL. Prof. Adão Wagner Pêgo Evangelista

Mecânica dos Fluidos. Aula 11 Equação da Continuidade para Regime Permanente. Prof. MSc. Luiz Eduardo Miranda J. Rodrigues

INSTRUMENTAÇÃO INDUSTRIAL. Cópia das transparências sobre: TRANSDUTORES DE VELOCIDADE E VAZÃO

1) Determine o peso de um reservatório de óleo que possui uma massa de 825 kg.

O que é Histerese? Figura 1. A deformação do elemento elástico de um tubo tipo Bourdon.

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS AMBIENTAIS FENÔMENOS DE TRANSPORTE MECÂNICA DOS FLUIDOS JATO LIVRE

Perdas de carga distribuída e localizada em escoamento turbulento e medidores de vazão

DETERMINAÇÃO DA PERDA DE CARGA EM TUBO DE PVC E COMPARAÇÃO NAS EQUAÇÕES EMPÍRICAS

1º exemplo : Um exemplo prático para a determinação da vazão em cursos d'água

DEPARTAMENTO DE ENERGIA LABORATÓRIO DE MECÂNICA DOS FLUIDOS MEDIDAS DE PRESSÃO

Bombas & Instalações de Bombeamento

AULA A 1 INTRODUÇÃ INTR O ODUÇÃ E PERDA D A DE CARGA Profa Pr. C e C cília cília de de Castr o Castr o Bolina.

Plano de Ensino PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA APLICADA À ENGENHARIA - CCE0292

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL ESCOLA DE ENGENHARIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA ENERGIA E FENÔMENOS DE TRANSPORTE

LISTA DE EXERCÍCIOS - PRA FENÔMENOS DE TRANSPORTE

INTRODUÇÃO TEÓRICA. Existe uma dependência entre a tensão aplicada e a corrente que circula em um circuito.

Análise de Regressão. Notas de Aula

Mecânica dos Solos I. Limites de Consistência

Laboratório de Engenharia Química I Aula Prática 05. Medidas de vazão em líquidos mediante o uso da Placa de Orifício, Venturi e Rotâmetro.

IVENTEA INSTALAÇÃO DE VENTILAÇÃO E ESTUDOS AERÓLICOS EXPERIÊNCIA 3 DETERMINAÇÃO DE CAUDAL DE AR ATRAVÉS DE VÁRIOS MEDIDORES

Hidráulica Geral (ESA024A)

MUNICÍPIO DE ITÁPOLIS SP


PRÁTICA 03 CALIBRAÇÃO DE APARELHOS VOLUMÉTRIOS.

5. Derivada. Definição: Se uma função f é definida em um intervalo aberto contendo x 0, então a derivada de f

Experiência de Reynolds.

4.1 Experimento 1: Cuba Eletrostática: Carga, Campo e Potenciais Elétricos

Matemática Básica Intervalos

Turbina eólica: conceitos

6. Conceito e dimensionamento do tronco em uma residência

Resistência dos Materiais

PROPRIEDADES FÍSICAS (massa específica, massa unitária, inchamento) Profa. Dra. Geilma Lima Vieira

Experiência. Medidores de vazão

Experiência. Bocal convergente

3.1 Manômetro de tubo aberto

Experimento 9 : Medidas, Erros e Visualização de Dados Experimentais. Docente Sala (lab) Grupo

Com relação aos projetos de instalações hidrossanitárias, julgue o item a seguir.

EXPERIÊNCIA 05. Nome Número Turma Data. Figura 5.1 Plano inclinado

Capítulo 3. Introdução ao Movimento dos Fluidos

Inspeção de Qualidade

Introdução ao Projeto de Aeronaves. Aula 9 Análise Aerodinâmica da Asa

4º Laboratório de EME 502 MEDIDAS DE VAZÃO

Exercício 71: Exercício 72: Resposta Respostas Exercício 73:

BANCADA DIDÁTICA DE MEDIÇÃO DE VAZÃO NO ENSINO DE MECÂNICA DOS FLUIDOS NA GRADUAÇÃO

DUTOS E CHAMINÉS DE FONTES ESTACIONÁRIAS DETERMINAÇÃO DA MASSA MOLECULAR SECA E DO EXCESSO DE AR DO FLUXO GASOSO Método de ensaio

LINEARIZAÇÃO DE GRÁFICOS

As constantes a e b, que aparecem nas duas questões anteriores, estão ligadas à constante ρ, pelas equações: A) a = ρs e b = ρl.

Aplicando a equação de Bernoulli de (1) a (2): A equação (1) apresenta quatro (4) incógnitas: p1, p2, v1 e v2. 2 z

considerações a priori

Capítulo by Pearson Education

3º Ano do Ensino Médio. Aula nº09 Prof. Paulo Henrique

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL ESCOLA DE ENGENHARIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA ENERGIA E FENÔMENOS DE TRANSPORTE

DETERMINAÇÃO DA RAZÃO Q/M PARA O ELECTRÃO ATRAVÉS DA EXPERIÊNCIA DE THOMSON

Diogo Pinheiro Fernandes Pedrosa

FUNÇÕES (1) FUNÇÃO DO 1º GRAU E DOMÍNIO DE UMA FUNÇÃO

EXPERIMENTO 03. Medidas de vazão de líquidos, utilizando Rotâmetro, Placa de orifício e Venturi. Prof. Lucrécio Fábio

PROGRAMAÇÃO DE COMPUTADORES I - BCC Lista de Exercícios do Módulo 1 - Preparação para a Prova 1

TEORIA 5: EQUAÇÕES E SISTEMAS DO 1º GRAU MATEMÁTICA BÁSICA

Curso Básico. Mecânica dos Fluidos. Unidade 1

Projeto Jovem Nota 10 Geometria Analítica Circunferência Lista 3 Professor Marco Costa

BC 0208 Fenômenos Mecânicos. Experimento 2 - Roteiro

UFPR - Setor de Tecnologia Departamento de Engenharia Mecânica TM Laboratório de Engenharia Térmica Data : / / Aluno :

FIGURAS DE LISSAJOUS

25% PLANO DIRETOR DE COMBATE ÀS PERDAS DE ÁGUA NOS MUNICÍPIOS INTRODUÇÃO PERDAS DE ÁGUA PERDAS DE ÁGUA PERDAS DE ÁGUA PERDAS DE ÁGUA

TECNOLOGIA DO BETÃO. Exemplo de cálculo duma composição pelo método de Faury

Aula 1 Variáveis aleatórias contínuas

BALANÇO ENERGÉTICO NUM SISTEMA TERMODINÂMICO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE ESCOLA DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA. Princípios e Fenômenos da Mecânica. Professor: Felipe

Distribuição Binomial e Normal

ESCOAMENTO SUPERFICIAL

O Plano. Equação Geral do Plano:

v = velocidade média, m/s; a = aceleração média do corpo, m/s 2 ;

AULA 7 FUNDAÇÕES PROFUNDAS. Estimativa da Capacidade de carga de fundações profundas

Matriz de Referência de Matemática da 3ª série do Ensino Médio Comentários sobre os Temas e seus Descritores Exemplos de Itens

Truck Components Eaton Corporation Truck Division Quality Planning & Field Services Boletim de Serviços

PROJETO DE ESTRADAS Pr P of o. D r D. An A d n e d r e so s n o n Man a zo n l zo i

Tubo de Pitot. É um tubo aberto dirigido contra a corrente do fluido, tendo na outra extremidade, um manômetro que indica diretamente a pressão total.

RESPOSTA: C. a) só a I. b) só a II. c) só a III. d) mais de uma. e) N.d.a. RESPOSTA: C

CENTRO TECNOLÓGICO ESTADUAL PAROBÉ CURSO DE ELETRÔNICA

Modelos de Probabilidade e Inferência Estatística

física caderno de prova instruções informações gerais 13/12/2009 boa prova! 2ª fase exame discursivo

DETERMINAÇÃO DO LIMITE DE RESISTÊNCIA À FADIGA: COMPARAÇÃO ENTRE ENSAIOS EXPERIMENTAIS E SIMULAÇÕES ESTATÍSTICAS

Aula 4 Função do 2º Grau

Universidade Federal do Pará Centro de Ciências Exatas e Naturais Departamento de Física Laboratório Básico I

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ SETOR DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA TM-364 MÁQUINAS TÉRMICAS I. Máquinas Térmicas I

UNIVERSITÁRIO DE SINOP CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

3 CLASSIFICAÇÃO DOS SISTEMAS. 3.1 Sistema Direto

PROJETO DE ESTRADAS Prof o. f D r D. An A de rson on Ma M nzo zo i

Concurso Público para Cargos Técnico-Administrativos em Educação UNIFEI 13/06/2010

Atividade extra. Exercício 1. Exercício 2. Matemática e suas Tecnologias Matemática

Transcrição:

319 Curso Básico de Mecânica dos Fluidos Objetivos da sétima aula da unidade 5: Simular a experiência do medidor de vazão tipo tubo de Venturi Propor a experiência do medidor tipo - tubo de Venturi 5.13. Tubo Venturi Objetivamos simular a experiência com o tubo Venturi utilizado na bancada representada pela figura 3.17 (unidade 3: quarta aula quarta parte - pp196) na busca de sua curva característica e da sua curva de calibração. Objetivos: - Obter a curva característica C d = f (Re 1 ), onde: C d coeficiente de descarga do Venturi Re 1 número de Reynolds de aproximação - Obter a curva de calibração Q R = f (h), onde: Q R vazão real do escoamento h desnível do fluido manométrico do manômetro diferencial acoplado no Venturi Posição na bancada: (10) segundo esquema geral da página 196 Esquema real representado pelas figuras 5.0.a e 5.0.b Figura 5.0.a

30 Curso Básico de Mecânica dos Fluidos Figura 5.0.b Determinação da Vazão Teórica (Q t ) através do Tubo de Venturi Sabendo-se que existem as perdas de carga, porém não as considerando, ao aplicarmos a equação de Bernoulli, manométrica e continuidade entre (1) e (), obtemos a vazão teórica através do tubo Venturi. Qt = πd. γhg g. 1 γho D 1 D1. hv equação 5.6 Para cada posição de válvula globo (8 pp. 196), temos um desnível do fluido manométrico h e em conseqüência uma vazão teórica.

31 Curso Básico de Mecânica dos Fluidos Determinação da Vazão Real A vazão real para cada posicão da válvula globo (8 pp. 196) pode ser, ou seja: h h QR =. S t =. 0,565 t Determinação do Coeficiente de Vazão ou Descarga C d Cd = QR Qt Notas 1ª) Na obtenção da curva característica do Venturi, existe a possibilidade de obter C d > 1,0, e este resultado anormal pode ser devido, ou a instalação incorreta do manômetro diferencial ou pelo fato do escoamento real exigir a utilização, tanto das perdas, como do coeficiente de energia cinética, resultando: p1 α1 V1 p α V + = + + H p γ g γ g ou seja: V V1 p1 p = g γ V H ( ) V1 p ( 1 ) + α 1 α 1 g g como α 1 é geralmente maior que α, pois a redução da seção age no sentido de uniformizar a distribuição de velocidade na seção (), para medidores Venturi com paredes internas extraordinariamente lisas (H p 0) e com relação D / D 1 próximas a unidades, podemos ter C d ligeiramente maiores que a unidade.

3 Curso Básico de Mecânica dos Fluidos ª) Na prática uma das possibilidades de terminarmos a vazão real é através de C d = f (Re 1 ) ( figura 5.1 ). C d D / D 1 Figura 5.1 Re 1 Adota-se um Reynolds de aproximação no patamar e através do mesmo lê-se C d. Com o desnível do fluido manométrico (h), calcula-se a vazão teórica (Q t ). Com C d e Q t, determina-se a vazão Q R. Com a Q R, calcula-se a velocidade na seção 1 e em conseqüência Re 1. Se o Re 1 calculado der no patamar o cálculo feito foi correto, caso contrário repete-se o procedimento iniciando-se com Re 1 calculado até convergir para um pto. Podemos observar através desta segunda nota, que este procedimento deve ser seguido por um especialista no assunto. Para facilitar a utilização do Venturi, é comum definir-se a constante K v de um Venturi. πd Kv = Cd.. γhg g. 1 γho D 1 D1 equação 5.7 Do conceito de coeficiente de vazão e das equações 5.6 e 5.7, temos:

33 Curso Básico de Mecânica dos Fluidos QR = Kv. hv equação 5.8 3ª) Deve-se notar que apesar do K v ser dimensional o seu comportamento é análogo ao do C d, já que para um dado aparelho em um dado local, tem-se: πd. γhg g. 1 HO γ D 1 D 1 Cons tan te do aparelho ª) Outra maneira simples de utilizarmos o Venturi é através da curva de calibração (figura 5.). Q R Figura 5. h v Determinação da Constante K v de um Venturi Existem na prática três maneiras distintas de determinarmos K v, são elas: 1ª) Elaborar em papel milimetrado, o gráfico com re 1 no eixo das abscissas e os valores de k v, calculados para cada posição da válvula (8), na ordenada (figura 5.3).

3 Curso Básico de Mecânica dos Fluidos Figura 5.3 Nesta situação, delimita-se o campo em que K v é constante. K ª) Calcula-se K v v =, ou seja adota-se a média dos K o v calculados para cada n pontos posição da válvula (8). 3ª) Com os dados obtidos e com os cálculos efetuados através da experiência, elaborar em papel bilogarítmico, o gráfico com h v em abscissa, plotar os pares experimentais (h v, Q R ), traçar a reta média e obter K v como sendo o valor de Q R sobre esta reta para h v = 1 (figura 5.). Figura 5. Considerando os dados da tabela a seguir, pede-se: (A) O preenchimento da tabela 5. da página; (B) Traçar em um papel milimetrado a curva característica do Venturi; (C) Traçar em um papel milimetrado a curva de calibração do Venturi; (D) Obter a constante do Venturi (K v ) pelas três maneiras mencionadas.

35 Curso Básico de Mecânica dos Fluidos Ensaios h COTA A COTA B cm 3 13 t h s mm Unidades 1 00 3 5 6 7 8 9 10 5,00 5,9 10,00 11,6 15,00 16,8 0,00 3,68 5,00 31.89 0,00 9,19 10,00 3,78 30,00 8,38 10,00 3,97 0 0,30 0 0,60 0 1,10 0,50 0 15,50 0 7,60 0 6,10 0 110,50 0 17,50

36 Curso Básico de Mecânica dos Fluidos Tabela de Dados ENSAIOS COTA A COTA B 3 h t Q r 13 h Q t C d Re 1 K v t s l/s m l/s FºLºTº FºLºTº m,5 /s 1 3 5 6 7 8 9 10