RELATÓRIO FINAL - Estágio Profissionalizante ORIENTADOR: Prof. Doutor João Neves REGENTE: Professor Doutor Rui Maio Manuel Maria Rodrigues Coelho Lopes Cardoso 2014311 6º Ano Mestrado Integrado em Medicina NOVA Medical School Ano Letivo 2020/2021
ÍNDICE Introdução 2 Objetivos 2 Descrição das atividades: Medicina Geral e Familiar 3 Pediatria 3 Ginecologia e Obstetrícia 4 Saúde Mental 4 Medicina Interna 5 Cirurgia Geral 5 Opcional: Medicina de Emergência e Catástrofe 6 Elementos Valorativos 6 Reflexão crítica 7 Agradecimentos 10 Lista de anexos Manuel Lopes Cardoso 2014311 1
INTRODUÇÃO O Estágio Profissionalizante, enquanto unidade curricular do sexto ano do Mestrado Integrado em Medicina (MIM), desempenha um papel fulcral na transição para a prática clínica, e consequentemente para formação de futuros médicos. Por um lado, constitui uma oportunidade para adquirir de um modo progressivo maior autonomia em contexto hospitalar e ao nível dos cuidados de saúde primários, ao mesmo tempo que permite a consolidação de conhecimentos teóricos previamente adquiridos. Por outro lado, dá a conhecer a responsabilidade inerente à prática médica, devendo alertar-nos para o privilégio que esta profissão constitui, na medida em que nos permite privar com diferentes prismas do ser humano, nomeadamente com as suas fragilidades, porta de entrada para a humanidade. O presente relatório começa por descrever os objetivos a que me propus realizar no início do ano, de seguida, apresenta uma descrição sucinta dos diversos estágios parcelares do Estágio Profissionalizante, e por último, apresenta uma reflexão crítica relativa aos objetivos delineados, assim como, às atividades realizadas. Em anexo, encontra-se o cronograma do ano letivo, os temas dos trabalhos realizados em cada estágio parcelar e certificados referentes a outras atividades. OBJETIVOS No início do sexto ano delineei objetivos gerais a cumprir, com o intuito de potenciar o aproveitamento do Estágio Profissionalizante, de modo a melhor me preparar para uma realidade que se avizinha, que é a prática médica. Passo a descreve-los: consolidar e integrar conhecimentos teóricos previamente adquiridos; construir conhecimento médico baseado na evidência; adotar um comportamento profissional, demonstrando assiduidade, pontualidade e rigor científico; conduzir consultas supervisionadas de forma autónoma; executar procedimentos práticos; sintetizar e comunicar de forma clara e sucinta o diagnóstico clínico e qual a abordagem a ter em conta, tanto a doentes como a outros profissionais de saúde, nomeadamente em reuniões de serviço; comunicar de forma empática, diligente utilizando linguagem rigorosa, mas que seja percetível atendendo ao contexto bio-psico-social de cada doente e respetivos familiares; ser humilde, reconhecendo quais as minhas limitações e pedir ajuda quando tal for necessário; ser capaz de transmitir conhecimento e ensinar; aplicar os princípios éticos e legais, de modo a poder respeitar os princípios e valores pelos quais cada pessoa se rege. Manuel Lopes Cardoso 2014311 2
DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES MEDICINA GERAL E FAMILIAR (7 de setembro de 2020 a 2 de outubro de 2020) Realizei o estágio de MGF na USF da Baixa, sob a orientação da Dr.ª Catarina Soares. A Medicina Geral e Familiar (MGF) desempenha enquanto especialidade, um papel vital no Sistema Nacional de Saúde, na medida em que abarca diversas valências da medicina, mantendo no seu centro o ser humano e o contexto que rodeia, de modo a preservar o respeito pelos múltiplos valores socioculturais e religiosos partilhados pelos respetivos pacientes. No que toca aos objetivos por mim delineados no início do estágio, queria destacar: conduzir consultas supervisionadas com os doentes de forma autónoma; conhecer diferentes valores e diferentes contextos sociais e culturais incluindo a compreensão do seu impacto na tomada de decisão clínica. Pude assistir a consultas programadas de diferentes valências como saúde de adultos, doença aguda, intersubstituição, saúde materna, saúde infantil e planeamento familiar. Tive a possibilidade de acompanhar a equipa de enfermagem da USF em visitas domiciliárias, e deste modo, conhecer algumas realidades socioeconómicas nas quais os pacientes vivem e de que maneira é que estas os afetam. Face à pandemia da Covid-19, pude realizar de forma autónoma, sob supervisão, diversas consultas por telemedicina, o que embora não constitua o meio ideal, muitas vezes constitui o único meio disponível para auxiliar os pacientes, e que certamente fará parte do nosso futuro enquanto médicos. A comunidade na qual a USF da Baixa está inserida, abarca utentes de diversas nacionalidades, facto que obriga à adoção de diferentes abordagens comunicativas, ao mesmo tempo que requer uma compreensão e consequente estudo das culturas dos utentes. PEDIATRIA (6 outubro 2019 a 30 outubro 2020) Realizei o estágio de Pediatria no Hospital Dona Estefânia, sob a orientação da Dr.ª Catarina Diamantino. Relativamente aos objetivos estabelecidos no início do estágio, quero destacar: reconhecer as principais patologias da criança e do adolescente e estabelecer comunicação empática com a criança, o adolescente e a respetiva família. A minha atividade decorreu maioritariamente na consulta externa de Endocrinologia Pediátrica. Participei nas medições antropométricas (peso, altura), de tensão arterial e no exame objetivo sumário das crianças, fundamentais no seguimento dos doentes endocrinológicos. Na enfermaria pude efetuar a colheita de uma história clínica, realização de exame objetivo e discussão do plano terapêutico da doente. Estive uma vez por semana em contexto de urgência, onde observei diversas patologias e tive a oportunidade de conduzir uma Manuel Lopes Cardoso 2014311 3
consulta de urgência, e de escrever no diário de urgência. Por fim, de referir que assisti ao Workshop de Imunoalergologia Pediátrica e elaborei um trabalho sobre o tema Glomerulonefrite: Pós-Estreptocócica, que apresentei no seminário final (ver anexo). GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA (2 novembro 2020 a 27 novembro 2020) Realizei o estágio de Ginecologia e Obstetrícia (GO) no Hospital Beatriz Ângelo (HBA), sob a orientação do Dr. Gustavo Mendinhos. No que toca aos objetivos traçados no início do estágio destaco: aperfeiçoamento do raciocínio clínico e a marcha diagnóstica das principais patologias; treinar exame objetivo ginecológico e os procedimentos médicos mais comuns. Durante este estágio pude contatar com diversas áreas de GO, tendo por isso sido uma experiência enriquecedora, na medida que me permitiu criar uma perspetiva holística da saúde da mulher. Pude assistir a diversas consultas externas (Patologia do Pavimento Pélvico, Obstetrícia, Patologia do Colo, Oncologia Ginecológica), assim como, a Histeroscopia e Ecografia Obstétrica. Adicionalmente, acompanhei o meu tutor no Bloco Operatório, Bloco de Partos, assim como no Serviço de Urgência, onde pude efetuar exames objetivos ginecológico e pude assistir tanto a partos eutócicos, como a partos distócicos (fórceps, ventosa e cesariana). Em retrospetiva, foi um estágio maioritariamente observacional, na medida em que não participei em nenhuma cirurgia e realizei poucos exames objetivos, embora tenha sido diversificado em termos observacionais. No final do estágio juntamente com outros colegas, apresentei no Journal Club um artigo de revisão sobre Dor Pélvica Crónica (ver anexo). SAÚDE MENTAL (30 novembro 2020 a 8 janeiro de 2021) Realizei o estágio de Saúde Mental no Hospital Fernando da Fonseca (HFF), sob a orientação do Dr. José Flores e da Dr.ª Raquel Ribeiro. No que aos objetivos deste estágio diz respeito, destaco: integrar uma experiência de trabalho de equipa e colaboração multidisciplinar; identificar sintomas de perturbação psiquiátrica e diferenciá-los do funcionamento psicológico normal do indivíduo. O estágio dividiu-se em duas partes, duas semanas iniciais de estágio presencial, seguidas de duas semanas de caráter teórico, em modo online. Relativamente, ao estágio presencial, estive inserido na Equipa de Psiquiatria Comunitária da Amadora, onde pude presenciar inúmeras consultas. No decorrer destas, foi-me possível observar a importância desta valência da psiquiatria na vida dos pacientes, ao mesmo tempo que incute um impacto muito positivo na comunidade, onde estes indivíduos estão inseridos. Adicionalmente, participei numa sessão de role play, em modelo de entrevista clínica, organizada pelos internos do serviço Manuel Lopes Cardoso 2014311 4
de psiquiatria do HFF, na qual foram abordadas a Perturbação Obsessiva-Compulsiva e a Perturbação de Ansiedade de Doença. No que concerne às duas semanas teóricas, assisti a dois seminários teórico-práticos, via zoom, e realizei duas históricas clínicas, juntamente com seis vinhetas clínicas. MEDICINA INTERNA (18 janeiro 2021 a 12 março de 2021) Realizei o estágio de Medicina Interna no Serviço 2.4 do Hospital Santo António dos Capuchos, sob a orientação da Dr.ª Lurdes Venâncio. Como objetivos por mim estabelecidos para este estágio, gostaria de destacar: elaboração de notas de alta e transferência; elaboração dos diários clínicos dos doentes; proceder ao pedido de exames auxiliares e à sua interpretação. A minha atividade esteve exclusivamente focada na enfermaria, onde tinha sob a minha responsabilidade um a três doentes por dia. Desempenhava funções semelhantes a um interno de formação geral, sendo que fui adquirindo autonomia de um modo progressivo. Num dia típico, ficava responsável por observar o doente e perceber qual a sua evolução no internamento, devendo, para isso, efetuar a anamnese, o exame objetivo e consultar a equipa de enfermagem. Posteriormente, competia-me elaborar o diário clínico do doente e pedir ou consultar eventuais exames complementares de diagnóstico. Foi-me também permitido ajudar a realizar as notas de entrada e de alta dos doentes, sempre sob orientação da equipa médica. Adicionalmente, pude auxiliar a efetuar eventuais referenciações a outras especialidades. Realizei também alguns procedimentos técnicos, como flebotomias e gasimetrias arteriais (GSA). Participava na visita médica semanal, tendo ficado responsável por apresentar um a dois doentes. A pandemia da Covid-19, condicionou a minha participação em algumas valências do estágio, nomeadamente na Consulta Externa e no Serviço de Urgência. No decorrer do estágio efetuei três histórias clínicas, tendo, no final do mesmo, realizado uma apresentação oral em conjunto com outros colegas sobre a abordagem do doente em Coma (ver anexo). De referir, que assisti via zoom, a dois workshops, sobre Alterações do equilíbrio ácido-base e Decisões em fim de vida (ver anexos). CIRURGIA GERAL (15 março 2021 a 14 maio 2021) Realizei o estágio de Cirurgia Geral no Hospital Beatriz Ângelo, sob a orientação do Dr.ª Marta dos Santos. Estabeleci como objetivos: participar como 2º ajudante; praticar alguns procedimentos cirúrgicos essenciais, como técnicas de desinfeção cirúrgica e assepsia; executar técnicas de pequena cirurgia mais comuns. Manuel Lopes Cardoso 2014311 5
O estágio dividiu-se em duas componentes formativas, na realização de 6 semanas de estágio no Serviço de Cirurgia Geral e 2 semanas de estágio opcional no Serviço Gastroenterologia. Em Cirurgia Geral, acompanhei a minha tutora nas suas atividades diárias, Bloco Operatório, Enfermaria, Consulta Externas e Serviço de Urgência (SU). Assisti a diversas cirurgias, tendo participado como 2º ajudante em quatro ocasiões. As últimas duas semanas de estágio, foram dedicadas à Gastroenterologia, onde acompanhei um médico da equipa nas suas atividades diárias. Pude assim observar doentes em diferentes contextos, tanto na enfermaria, com na consulta externa, assim como pude assistir à realização de diversas Técnicas Endoscópicas. Concomitantemente, durante o estágio tive a oportunidade de participar no curso TEAM (Trauma Evaluation and Management) e numa Sessão de Simulação no Hospital da Luz Learning Health, que cujo conteúdo incide sobre a aprendizagem e aperfeiçoamento de diversos procedimentos técnico-cirúrgico e relembrar conhecimentos essenciais a serem assimilados para o ano da formação geral (ver anexos). Por fim, no final do estágio apresentei um trabalho juntamente com outros colegas, no Minicongresso de Cirurgia, intitulado Abcesso Hepático, que consistiu na exposição de um caso clínico. OPCIONAL: MEDICINA DE EMERGÊNCIA E DE CATÁSTROFE (17 maio 2021 a 28 maio 2021) Esta unidade curricular (UC) pretende preparar e alertar o aluno para as diversas abordagens a ter em conta na eventualidade de uma situação de catástrofe. Decorreu durante duas semanas, sendo composta por seminários teóricos e teórico-práticos, nomeadamente: Gestão de situações de pandemia; Abordagem cirúrgica ao doente com trauma; Planos de catástrofe; NRBQ. Durante o desenrolar desta UC, apresentei um trabalho sobre Atentados Terroristas juntamente com outros colegas. ELEMENTOS VALORATIVOS A medicina, como qualquer ciência, não é um fim, mas sim um meio, um instrumento de serviço, que visa servir o ser humano. No meu entender, o médico que faz uso da medicina para servir a humanidade, não se deve cingir única e exclusivamente ao conhecimento proveniente da medicina, devendo por isso, fazer por alargar o seu leque de valores e experiências, com o propósito de melhor servir o próximo. Posto isto, durante a minha vida e nomeadamente durante o meu percurso académico, procurei expandir os meus horizontes, através da participação em diversas atividades extracurriculares, por entender que tal facto me Manuel Lopes Cardoso 2014311 6
enriquece mais como pessoa e consequentemente, num futuro próximo, e que tal se reflete num médico mais completo, e melhor preparado para servir. Durante o curso, realizei diversas atividades extracurriculares, das quais realço as que tiveram maior impacto e por ordem cronológica. Em 2017, participei no projeto de Voluntariado Nacional pela Missão País, que decorreu em Alcanede. Fui animador e diretor de campos de férias do CAMTIL durante 6 anos. O CAMTIL é uma associação de campos de férias sediada em Coimbra que conta com o apoio e a animação espiritual da Companhia de Jesus. Tem por base quatro pilares fundamentais: descoberta dos valores que vão da natureza ao seu criador; da amizade e do grupo à comunidade; dos trabalhos de campo ao serviço e à solidariedade; da experiência da fé e do conhecimento de si mesmo à descoberta da vocação própria. Enquanto diretor de Campo fui responsável pela constituição e gestão de equipas de 16 animadores e por assegurar a concretização de todas as correspondentes atividades e respetivas logísticas, assim como, juntamente com a restante equipa de animação, supervisionar 42 jovens e animá-los durante dez dias. No 4º ano, integrei o programa Erasmus +, tendo-me deslocado para Pisa, em Itália, pelo período de um ano. Esta experiência, não só permitiu o contacto com outra metodologia de ensino, tendo eu assistido inclusive a um congresso nacional de Pediatria que teve lugar em Pisa, como permitiu conhecer a fundo uma outra cultura, que embora seja semelhante à nossa, não deixa de ser única e singular. Concomitantemente, pude estabelecer contacto e criar laços de amizade com futuros colegas médicos de diversas nacionalidades, nomeadamente europeus, pudendo assim experienciar os frutos de uma europa unida e tão culturalmente diversificada, da qual a minha geração tem podido usufruir. Adicionalmente, realço a oportunidade de aprendizagem de uma nova língua, tendo sido creditado com o nível de C1, em Italiano. Neste último ano de curso, de modo a complementar a minha formação académica, participei no congresso organizado pela AEFCM imed Conference 12.0. REFLEXÃO CRÍTICA A formação de um estudante de medicina, é longa, exigente, desgastante e pautada por diversos avanços e recuos, tudo com o intuito de formar médicos que sejam capazes e competentes. No entanto, penso que o grande objetivo pelo qual se rege esta formação, é formar boas pessoas, que sejam humanamente bem estruturadas e vocacionadas para servir. Penso que este fim, este ideal profissional só com muito custo será alcançado ao longo da nossa vida, porém, nunca deverá deixar de ser almejado. Nesta reflexão pretendo analisar de um modo sucinto este ano, analisando de um modo particular cada estágio parcelar. Manuel Lopes Cardoso 2014311 7
O meu primeiro estágio foi o de Medicina Geral e Familiar (MGF). Em retrospetiva, foi um dos estágios que mais apreciei, não só pela oportunidade que constitui, em termos de autonomia, através da condução de consultas supervisionadas, mas acima de tudo, pelo investimento temporal que é possível despender com cada doente, podendo exercer uma medicina centrada na pessoa. Tal facto, gera um sentimento gratificante tanto para os utentes, como para os médicos. Como ponto positivo, destaco a diversidade de etnias e nacionalidades dos utentes da USF da Baixa e o desafio que isso representa em termos de abordagem, tendo em conta os diferentes contextos biopsicossociais de cada utente. No entanto, ao longo do estágio, necessitei de efetuar algumas adaptações, devido à pandemia da Covid-19. Se por um lado, não me foi possível assistir e conduzir o número de consultas presenciais que tinha imaginado, nem realizar os gestos e procedimentos que tinha idealizado, por outro lado, pude realizar de forma autónoma diversas consultas por telemedicina, que se afigura um meio cada vez mais presente na prática médica. Em Pediatria considero que os objetivos propostos inicialmente foram, de uma forma geral atingidos, sendo que o estágio me permitiu uma melhor consolidação dos conhecimentos teóricos e práticos já adquiridos previamente. Gostaria de destacar a oportunidade de ter presenciado inúmeras consultas de Endocrinologia Pediátrica, onde pude adquirir conhecimentos relativos à abordagem das patologias mais prevalentes, nomeadamente qual o diagnóstico, terapêutica e gestão da doença a ter em conta. Foi muito interessante escutar o discurso que a minha tutora estabelecia com os pacientes, incluindo-os, sempre que possível na tomada de decisão e na gestão da doença, tendo em conta que são menores de idade. Embora o meu estágio também se tenha desenrolado em contexto de urgência, o facto de não ter tido contato com patologia do aparelho respiratório, fruto das restrições impostas pela atual pandemia, constitui uma lacuna, que terei de colmatar no ano de formação geral. No que concerne a Ginecologia e Obstetrícia penso que que os objetivos propostos inicialmente não foram inteiramente atingidos. Embora geralmente seja um estágio de índole mais prática, penso que no meu caso foi mais observacional. Tal facto, porém, penso que não se deveu a falta de iniciativa minha. Pude, no entanto, consolidar e aprofundar os meus conhecimentos teóricos e práticos já previamente adquiridos, tendo tido a oportunidade de realizar exames objetivos ginecológicos e familiarizar-me com alguns procedimentos caraterísticos desta especialidade, como a histeroscopia e como a técnica ecográfica, tanto em contexto ginecológico como obstétrico. O estágio de Saúde Mental, ficou um bocado aquém das minhas expetativas, fruto da pandemia e do período temporal no qual decorreu, tendo-se materializado em somente seis dias de estágio presencial. A área da saúde mental é para mim particularmente interessante, tendo eu realizado, previamente a este estágio, dois estágios em Psiquiatria, um dos quais em Pisa, Itália. No entanto, a experiência de ter estado inserido numa equipa da comunidade foi enriquecedora, pois não tinha tido ainda a oportunidade de estar em contacto Manuel Lopes Cardoso 2014311 8
com esta valência, que representa uma perspetiva diferente da qual eu estava familiarizado, no que concerne ao seguimento e acompanhamento de pessoas com doenças psiquiátricas e a respetiva gestão das patologias. Relativamente às duas semanas de ensino à distância, gostaria de realçar que as vinhetas clínicas representaram um método interessante de aprendizagem, pois obrigam a um estudo prévio da matéria, ao mesmo tempo que estimulam a criatividade. Penso que Medicina Interna, foi o estágio com maior impacto, na medida em que pude desenvolver um leque de componentes que considero importantes para o meu futuro, que se estendem desde a abordagem diagnóstica até à componente comunicativa e empática com os doentes e com os seus familiares. Posto isto, considero que os objetivos inicialmente propostos foram, de uma forma geral, atingidos. Gostava de realçar a autonomia que progressivamente fui adquirindo, tendo ficado responsável diariamente por um a três doentes e por apresentar os respetivos casos clínicos na visita clínica semanal. Não obstante, penso que, de mãos dadas com a autonomia e responsabilidade, tem que vir a humildade, que tem que ser constantemente trabalhada, tendo para isso, sido crucial reconhecer os meus limites, e perceber quando pedir ajuda. Adicionalmente, gostaria de salientar o espírito de entreajuda que foi desenvolvido entre colegas, importante para o bom aproveitamento do estágio e necessário, a posteriori, para o bom funcionamento de um serviço de medicina. De salientar, a importância de escutar e falar com os doentes, que me humanizaram durante o estágio. Relativamente a aspetos negativos a ter em conta, sublinho o condicionamento criado pela pandemia, o qual não nos permitiu participar no serviço de urgência. Contudo, é esta mesma pandemia que nos obriga a desenvolver outras ferramentas importantes para a nossa futura vida profissional, como, a capacidade de resiliência, adaptação e flexibilidade. O estágio de Cirurgia Geral surpreendeu-me pela positiva, pelo interesse que suscitou em mim, provavelmente pela sua componente prática. Como ponto positivo, destaco a participação em cirurgias como 2º ajudante, podendo desenvolver competências práticas em certos procedimentos, como técnicas de assepsia e sutura. No que concerne o curso TEAM, considerei-o muito útil, na medida em que, através de simulações, pude aprender e assimilar como abordar numa primeira instância o doente politraumatizado. Como ponto menos positivo, o facto de no meu caso, o ratio tutor aluno no HBA ser de um para três, diminui a probabilidade de participar em cirurgias e outros procedimentos. Este ano foi particularmente desafiante e marcante, na medida em que correspondeu ao culminar de um percurso, ao mesmo tempo que outro, agora, se inicia. Penso que de um modo geral, os objetivos por mim delineados para este ano foram atingidos. Acima de tudo, este ano incutiu em mim certos valores e caraterísticas, pelos quais me gostaria de reger enquanto médico e pessoa. Rigor, flexibilidade, comunicação e compaixão. Manuel Lopes Cardoso 2014311 9
AGRADECIMENTO Nada na vida se faz sozinho. Em primeiro lugar, porque não é possível. Em segundo lugar, porque tudo o que de bom existe na vida é para ser partilhado. O sentimento de gratidão, é o reconhecer que somos levados ao colo, por algo que nos transcende. Em jeito de retrospetiva, só tenho a agradecer. Agradecer a Deus pela vida que me deu. Agradecer à minha família pelo suporte e amor que representam. Agradecer aos amigos e colegas pelo companheirismo nas lágrimas e sorrisos partilhados. Agradeço à Faculdade de Ciências Médicas por me ter acolhido. Manuel Lopes Cardoso 2014311 10
ANEXOS I. CRONOGRAMA DE ATIVIDADES II. TRABALHOS REALIZADOS III. MOBILIDADE A. Certificado do programa Erasmus + em Pisa, Itália B. Certificado de língua C. Certificado de presença no congresso Pisa Pediatria 2018 IV. VOLUNTARIADO A. Certificado de voluntariado na associação de campos de férias CAMTIL B. Certificado de voluntariado no projeto Missão País V. CONFERÊNCIA A. Certificado de presença no imed Conference 12.0, organizado pela AEFCM VI. CURSOS E WORKSHOPS A. Certificado de participação no curso TEAM B. Certificado de participação nas Sessões Simulação UC Cirurgia, no Hospital da Luz C. Certificado de participação no workshop Alterações do equilíbrio ácido-base, no âmbito do estágio clínico parcelar de Medicina Interna D. Certificado de participação workshop Decisões de fim de vida, no âmbito do estágio clínico parcelar de Medicina Interna Manuel Lopes Cardoso 2014311 11
I. CRONOGRAMA DE ATIVIDADES Estágio Parcelar Regente Período de Estágio Local Tutor Medicina Geral e Familiar Prof. Doutor Daniel Pinto 7 setembro 2020 a 2 outubro 2020 USF da Baixa Dr.ª Catarina Soares Pediatria Prof. Doutor Luís Varandas 6 outubro 2019 a 30 outubro 2020 Hospital Dona Estefânia Dr.ª Catarina Diamantino Ginecologia e Obstetrícia Prof.ª Doutora Teresinha Simões 2 novembro 2020 a 27 novembro 2020 Hospital Beatriz Ângelo Dr. Gustavo Mendinhos Saúde Mental Prof. Doutor Miguel Talina 30 novembro 2020 a 8 janeiro de 2021 Hospital Fernando da Fonseca Dr. José Flores Dr.ª Raquel Ribeiro Medicina Interna Professor Doutor Fernando Nolasco 18 janeiro 2021 a 12 março de 2021 Hospital Santo António dos Capuchos Dr.ª Lurdes Venâncio Cirurgia Geral Professor Doutor Rui Maio 15 março 2021 a 14 maio 2021 Hospital Beatriz Ângelo Dr.ª Marta dos Santos II. TRABALHOS REALIZADOS Estágio Parcelar Tema Autores Pediatria Ginecologia e Obstetrícia Glomerulonefrite: Pós- Estreptocócica Dor Pélvica Crónica Catarina Almeida Carolina Cunha Manel Lopes Cardoso Sofia Vale Lima Carina Leitão Mateus Constança Magalhães Manuel Lopes Cardoso Medicina Interna Cirurgia Geral Coma Abcesso Hepático Carina Leitão Mateus Manuel Lopes Cardoso Susana Abigail Valente Carolina Cunha Mª Rita Captivo Manuel Lopes Cardoso Manuel Lopes Cardoso 2014311 12
III. MOBILIDADE A. CERTIFICADO DO PROGRAMA DE ERASMUS +, EM PISA Manuel Lopes Cardoso 2014311 13
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B. CERTIFICADO DE LÍNGUA Manuel Lopes Cardoso 2014311 15
C. CERTIFICADO DE PRESENÇA NO CONGRESSO PISA PEDIATRIA 2018 Manuel Lopes Cardoso 2014311 16
IV. VOLUNTARIADO A. CERTIFICADO DE VOLUNTARIADO NA ASSOCIAÇÃO DE CAMPOS DE FÉRIAS CAMTIL Manuel Lopes Cardoso 2014311 17
B. CERTIFICADO DE VOLUNTARIADO NO PROJETO MISSÃO PAÍS Manuel Lopes Cardoso 2014311 18
V. CONFERÊNCIA A. CERTIFICADO DE PRESENÇA NO imed CONFERENCE 12.0, ORGANIZADO PELA AEFCM Manuel Lopes Cardoso 2014311 19
VI. CURSOS E WORSHOPS A. CERTIFICADO DE PARTICIPAÇÃO NO CURSO TEAM Manuel Lopes Cardoso 2014311 20
B. CERTIFICADO DE PARTICIPAÇÃO NAS SESSÕES SIMULAÇÃO UC CIRURGIA, NO HOSPITAL DA LUZ Manuel Lopes Cardoso 2014311 21
C. CERTIFICADO DE PARTICIPAÇÃO NO WORSHOP ALTERAÇÕES DO EQUILÍBRIO ÁCIDO-BASE, NO ÂMBITO DO ESTÁGIO PARCELAR DE MEDICINA INTERNA Manuel Lopes Cardoso 2014311 22
D. CERTIFICADO DE PARTICIPAÇÃO NO WORSHOP DECISÕES DE FIM DE VIDA, NO ÂMBITO DO ESTÁGIO PARCELAR DE MEDICINA INTERNA Manuel Lopes Cardoso 2014311 23