O INTÉRPRETE EDUCACIONAL E AS ESTRATÉGIAS UTILIZADAS EM SALA DE AULA REGULAR NO ENSINO DE UM ALUNO SURDO

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Transcrição:

O INTÉRPRETE EDUCACIONAL E AS ESTRATÉGIAS UTILIZADAS EM SALA DE AULA REGULAR NO ENSINO DE UM ALUNO SURDO Marialba Mauro Alcantara 1 Escola Estadual Ernesto Monte Luis Mateus da Silva Souza 2 Universidade do Sagrado Coração - USC Eixo Temático: Práticas Pedagógicas Inclusivas Palavras-chave: Intérprete Educacional; Inclusão de Surdos; LIBRAS INTRODUÇÃO A educação é direito de todos! Este princípio foi proclamado, em 1948 pela Declaração Universal dos Direitos Humanos (UNESCO, 1998). Para que a educação seja acessível a todos, em rede nacional, a Constituição Federal de 1988, no artigo 208, inciso III, compreende que às pessoas com deficiência têm garantia de atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede regular de ensino (BRASIL, 1988) e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional LDBEN de 1996, no artigo 59, inciso I, que os sistemas de ensino devem assegurar aos educandos com deficiência: currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específicos, para atender às suas necessidades. (BRASIL, 1996) Os alunos surdos inclusos nas escolas regulares necessitam de atendimento específico para que suas especificidades sejam atendidas, uma vez que, o Decreto Federal 5.626/2005 no artigo 14, inciso III, prevê que as escolas devem contar com: a) professor de Libras ou instrutor de Libras; b) tradutor e intérprete de Libras - Língua Portuguesa; c) professor para o 1 Especialista em Administração dos Serviços de Saúde pela UNAERP e Graduada em Enfermagem pela PUC/Campinas. Professora Interlocutora há 4 anos na Escola Estadual Ernesto Monte. Curso Livre de LIBRAS (120h) na Funcraf/Centrinho Bauru e no Instituto Lilian Carla de Souza. 2 Especialista em Educação Especial: ênfase em Deficiência Auditiva e Graduado em Letras Vernáculas pela Universidade do Sagrado Coração/USC. Docente do curso de Pedagogia da USC, professor efetivo da rede pública estadual de ensino atuando no Atendimento Educacional Especializado/AEE (Sala de Recursos para Surdos) e Monitor de Educação Profissional do Senac/Bauru atuando no ensino de Libras. E-mail: luis.souza@usc.br

ensino de Língua Portuguesa como segunda língua para pessoas surdas; e d) professor regente de classe com conhecimento acerca da singularidade linguística manifestada pelos alunos surdos. (BRASIL, 2005) Entre os profissionais citados, o tradutor/intérprete de Libras Língua Portuguesa, que chamaremos aqui de Intérprete Educacional - IE 3, é peça indispensável na educação dos surdos devido aos seguintes princípios: - são modelo de língua para os surdos que nasceram em lar de pais ouvintes e que estão em fase de aquisição desta língua; - são profissionais que conhecem a Libras e, geralmente, têm uma percepção mais apurada das necessidades linguísticas e educacionais do surdo; - oferecem apoio ao professor da sala regular em seu planejamento; - entre outros. Na sala de aula o Intérprete Educacional viabiliza o acesso dos alunos surdos ao conhecimento dos conteúdos curriculares e em todas as atividades didático-pedagógicas quando trabalha em parceria com o professor regente. O IE precisa fazer com que o conteúdo chegue aos alunos surdos de forma clara por meio de escolhas linguísticas que respeitam a estrutura da LIBRAS e a cultura da qual faz parte, além de atentar para as competências e habilidades que os alunos devem desenvolver em cada situação de aprendizagem. O surdo, por ter perda auditiva, desenvolve-se e interage com o mundo pela via visual, isto é, metodologias de ensino que privilegiam aulas expositivas orais, muito teóricas, comprometem o seu aprendizado. A escola inclusiva necessita de posturas, metodologias, estratégias e recursos pedagógicos que atendam as demandas dos alunos surdos, levando em conta que estes não têm domínio pleno da língua portuguesa na modalidade escrita, já que sua primeira língua é a LIBRAS. OBJETIVO Apresentar intervenções, no processo de ensino-aprendizagem de um aluno surdo, realizadas por meio do trabalho colaborativo, na escola inclusiva, entre Professores Regentes, Intérprete Educacional e Professor Especializado. 3 O profissional que faz a intermediação na comunicação entre surdos e ouvintes dentro e fora da Sala de aula, na escola pública do estado de São Paulo, é conhecido como Docente ou Professor Interlocutor, Resolução SE 8, de 29-1-2016, porém optou-se por utilizar o termo IE, pois esta é a real função que este tem em sala de aula inclusiva.

METODOLOGIA A metodologia é qualitativa. A coleta de dados ocorreu por meio de avaliação diagnóstica e contínua do aluno surdo atendido, e de material fotográfico para registro das atividades desenvolvidas. Para análise dos dados acompanhamos a evolução do aluno por meio das atividades escritas e práticas realizadas, comparando-a ao desenvolvimento das habilidades previstas no Currículo do Estado de São Paulo. DESENVOLVIMENTO Este trabalho apresenta práticas do IE na atuação, em um 7º ano do Ensino Fundamental, em uma escola pública do município de Bauru no atendimento de um aluno surdo não oralizado. O aluno em questão tem 13 anos de idade, faz uso da LIBRAS com dificuldade e como única forma de comunicação. Devido ao desenvolvimento linguístico ainda incipiente e a significativa defasagem escolar, (re)conhece poucas palavras e antes do início deste trabalho, escrevia somente em letras bastão e dificilmente identificava letras cursivas escritas na lousa, comumente cometia trocas na grafia. Para colaborar com o ensino de leitura e escrita, trabalhou-se o (re)conhecimento do alfabeto em letras cursivas. Foi confeccionado, pelo IE e professor da Sala de Recursos, um alfabeto em LIBRAS conforme mostra as Fig.1, com fotos do aluno, contendo letras bastão e cursiva, maiúscula e minúscula. Iniciou-se o uso deste alfabeto em sala de aula para (re)conhecimento das palavras escritas na lousa pelo professor regente. Fig.1 - Recorte do Alfabeto Manual produzido a partir das fotos do aluno. Em segundo momento, foi trabalhado o seguinte conteúdo de Matemática previsto no primeiro bimestre: ISSN21774013

Conteúdo: Representação fracionária e decimal; Operações com decimais e frações. Habilidades: Compreender a relação entre uma fração e a representação decimal de um número, sabendo realizar de modo significativo às operações de adição, subtração, multiplicação e divisão com decimais. Saber realizar operações de adição, subtração, multiplicação e divisão de frações, compreendendo o significado das operações realizadas. (SÃO PAULO, 2012: 59) Para isso, trabalhou-se com o aluno conceitos de fração usando um círculo de papel e fracionando-o em várias partes iguais. Primeiro em duas partes, (fração ½), depois em 4 partes ( 1/4 ), e finalmente em 8 partes ( 1/8 ). Após o manuseio destas frações o aluno fez o registro no caderno destes conceitos, usando os mesmos exemplos. Fig. 2 Círculo de papel fracionado. Fig. 3 Fração em forma de gráficos. Para o ensino do conteúdo de divisão, foi trabalhado com o material dourado, como mostra a Fig. 4. O aluno surdo que está sendo acompanhado não sabe multiplicação; então, partiu-se de um exemplo concreto de coisas que lhe são familiares, para entender o processo da divisão - mesma quantia, podendo sobrar algumas! A partir dessa distribuição, chegou-se ao resultado da divisão, como mostrado na reprodução do caderno (Fig.5). Fig. 4 - Uso de Material dourado na divisão. Fig. 5 - Reproduzindo no caderno divisão, com material dourado.

RESULTADOS, DISCUSSÃO e CONCLUSÃO A partir da atuação do IE no acompanhamento do aluno surdo R.E.S, identificou-se a necessidade de produção de alguns materiais potencialmente visuais que colaborassem para o processo de ensino-aprendizagem e com as intervenções deste e dos professores. Por meio de estratégias e recursos variados foi abordado o conteúdo visando à compreensão, ao domínio das operações matemáticas e ao desenvolvimento da escrita. Constatou-se que desta forma o aluno conseguiu aprender o conteúdo e atingir as habilidades esperadas no Currículo 4. BIBLIOGRAFIA BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988., Decreto n. 5.626, de 22 de dezembro de 2005. Regulamenta a Lei n. 10.436, de 24 de abril de 2002. Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS, e o art. 18 da Lei no 10.098, de 19 de dezembro de 2000. Diário Oficial[da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF., Lei de Diretrizes e Bases. Lei nº 9.394/96, de 20 de dezembro de 1996., Lei n. 10.436, de 24 de abril de 2002. Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais LIBRAS e dá outras providências. Diário Oficial[da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF. MEC. O tradutor e intérprete de língua brasileira de sinais e língua portuguesa. Secretaria de Educação Especial; Programa Nacional de Apoio à Educação de Surdos - Brasília: SEESP, 2004. 94 p. Disponível em: www.portal.mec.gov.br. Acesso em: 25 mar 2016. SÃO PAULO (Estado). Secretaria da Educação. Currículo do Estado de São Paulo: Matemática e suas tecnologias / Secretaria da Educação; coordenação geral, Maria Inês Fini; coordenação de área, Nilson José Machado. 1. ed. atual. São Paulo: SE, 2012. UNESCO. Declaração Universal dos Direitos Humanos. Adotada e proclamada pela resolução 217 A (III) da Assembléia Geral das Nações Unidas em 10 de dezembro de 1948. Brasília, 1998. Disponível em: www.unesdoc.unesco.org. Acesso em: 25 mar 2016. 4 Outras atividades semelhantes às apresentadas continuam sendo desenvolvidas com o aluno, na Escola Estadual Ernesto Monte, no ano corrente. Fizemos um recorte destas atividades para apresentar a prática do IE em diálogo com os professores que atendem o aluno.