Analisar o regime tributário menos oneroso para uma empresa do ramo de comércio de perfumaria



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Transcrição:

Analisar o regime tributário menos oneroso para uma empresa do ramo de comércio de perfumaria Nelinho de Jesus Vieira (Universidade Estadual do Oeste do Paraná) nelinho_jesus@hotmail.com Marinês Luiza Guerra Dotto (Universidade Estadual do Oeste do Paraná) ml.dotto@terra.com.br Resumo Na busca pela maximização dos lucros e consequentemente a redução dos custos, torna-se imprescindível o planejamento tributário, que pode ser feito parcialmente, analisando as formas de tributação. Nesse contexto o presente trabalho discorreu sobre a importância da escolha certa da forma de efetuar o pagamento dos impostos. Por meio de uma pesquisa descritiva, foi efetuado um estudo de caso e os dados coletados foi possível fazer uma comparação entre os três regimes de tributação: Lucro Real, Lucro Presumido e Simples Nacional, a fim de verificar qual deles é menos oneroso para a empresa que foi o objeto de estudo. Ao finalizar o trabalho concluiu-se que, a melhor forma de tributação para a empresa, é o regime do Lucro Presumido. Palavras-chave: Contabilidade Tributária, Planejamento, Lucro Real, Lucro Presumido e Simples Nacional. Área Temática: Contabilidade Gerencial e Controle em organizações. 1 Introdução Diante da competitividade existente no mercado globalizado, é de grande relevância para o sucesso das empresas desenvolverem estratégias para diminuir os custos e conseqüentemente maximizar os lucros. Nesse aspecto, destaca-se o planejamento tributário que é uma análise na empresa como um todo, verifica-se custos, políticas de compras e vendas, composição societária e as formas de tributação que pode tornar menos onerosa à carga tributária. O sistema tributário nacional é considerado um dos mais caros e complexos do mundo, por isso a eficácia na gestão tributaria pode significar melhores resultados. Dessa forma o trabalho pode ampliar a visão dos gestores contribuindo para a tomada de decisão com mais eficácia no que diz respeito à tributação. 1

Com a elevada carga tributária no Brasil, torna-se imprescindível planejar a fim de diminuir o custo com impostos, de acordo com Oliveira (2011, p.20), planejar é escolher, entre duas ou mais opções lícitas, a que resulte no menor tributo a pagar. A escolha certa na forma de efetuar o pagamento dos tributos pode significar a permanência da empresa no atual mercado empresarial. O sucesso de uma organização pode gerar reflexos economicamente e socialmente, pois a estabilidade de uma empresa pode resultar em maior geração de empregos, e também aumento nos investimentos. As empresas enfrentam dificuldades financeiras para permanecerem no atual mercado e buscam a redução dos custos para tornar seus produtos mais competitivos, diante disso analisar as formas de tributação, que é uma parte do planejamento tributário, é de grande relevância para diminuir os custos pagos em tributos e conseqüentemente elevar os lucros. Portanto, o problema desse estudo com destaque para empresas no ramo de atividade de comércio de perfumaria é: qual a melhor opção de regime tributário, simples nacional, lucro presumido ou lucro real para diminuir o valor entregue ao fisco em forma de tributos? Visando melhorar a eficácia na tomada de decisão na empresa de comércio de perfumaria, e a diminuição da carga tributária de forma licita, tem-se como objetivo desse estudo: Analisar os resultados obtidos entre as três formas de tributação; lucro real, lucro presumido e simples nacional, para demonstrar a forma economicamente viável, com redução de tributos e aumento da lucratividade. 2 Referencial Teórico Nesse estudo será abordado o assunto referente às formas de tributação com seus respectivos impostos e os conceitos pertinentes ao trabalho, que direcionaram para o alcance dos resultados. 2.1 Contabilidade Tributária É uma expressão utilizada para designar o conjunto de ações e procedimentos que visam à apuração dos tributos dentro das organizações, tem por objetivo aplicar na prática conceitos princípios e normas básicas da contabilidade e da legislação tributária, (FABRETTI, 2001). 2

Segundo Fabretti, (2009, p.5), é o ramo da contabilidade que tem por objetivo aplicar na prática conceitos, princípios e normas básicas da contabilidade e da legislação tributária, de forma simultânea e adequada. Destaca-se a contribuição da contabilidade tributária para aplicação da legislação em cada ramo de atividade e suas particularidades. 2.2 Planejamento Tributário e Elisao Fiscal Planejamento tributário é a elaboração de estratégias para diminuir a carga tributária das entidades de forma licita. Esse processo acarreta custos e transtornos, e por isso o papel do gestor tributário cresce rapidamente, no entanto, este profissional precisa conhecer e acompanhar as mudanças da legislação tributária nacional para executar tal função com mais eficácia, Oliveira (2011). Ainda, segundo Oliveira, (2011, p. 19), entende se por planejamento tributário uma forma lícita de reduzir a carga fiscal, o que exige alta dose de conhecimento técnico e bom senso dos responsáveis pelas decisões estratégicas no ambiente corporativo. Ressalta-se que o planejamento tributário analisa o comportamento de uma empresa de forma geral, mas pode iniciar parcialmente, sem esquecer que o enfoque principal é a redução de tributos de forma lícita. De acordo com Fabretti (2001 p. 126) a economia tributária resultante da alternativa legal menos onerosa ou de lacuna da lei denomina-se elisão fiscal. Pode-se dizer que a elisão fiscal é uma forma lícita de diminuir o valor entregue ao fisco sobre a forma de tributos. A elisão fiscal permite analisar uma situação e verificar o beneficio que a legislação tributária oferece para o contribuinte. 2.3 Tributo Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sansão por ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada, (art. 3º Código Tributário Nacional). No que se refere às espécies de tributos, o Código Tributário Nacional em seu artigo 5º diz que: Os tributos são impostos, taxas e contribuições de melhoria. Ainda segundo Marion, 3

(2011, p.96), a partir da Constituição Federal, temos mais duas espécies tributárias: Contribuições sociais e empréstimos compulsórios. Destaca-se que os tributos são apresentados sob as mais diversas formas, com suas respectivas incidências e obrigatoriedades. 2.3.1 Impostos De acordo com a Receita Federal do Brasil, o imposto exigido pela União, Estados e Municípios, independe de qualquer atividade estatal relativa aos contribuintes, quando instituído por lei poderá ser cobrado sem que haja uma contraprestação do Estado ao sujeito passivo que é o contribuinte. É um tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal especifica relativa ao contribuinte. (Artigo16º Código Tributário Nacional). 2.4 Tributos Federais De acordo com a constituição federal existe uma gama de tributos que são de competência da União, no entanto, nesse trabalho serão abordados apenas quatro, o PIS, COFINS, IRPJ e CSLL. 2.4.1 Programa de Integração Social (PIS/PASEP) É uma contribuição devida pelas pessoas jurídicas, com o objetivo de financiar o pagamento do seguro desemprego e do abono para os trabalhadores que têm renda de até dois salários mínimos. Para as pessoas jurídicas tributadas pelo lucro presumido à alíquota do PIS é de 0,65% sobre a receita auferida, e são calculados pela cumulatividade e para as pessoas jurídicas tributadas pelo lucro real à alíquota é de 1,65% sobre a receita, (Art. 51º DECRETO N 4.524, de 17 de Dezembro de 2002 e Art. 2 LEI N 10.637 de 30 de dezembro de 2002), que são calculados pela não cumulatividade, que dá direito aos créditos permitidos pela legislação e o respectivo ramo de atividade. 4

2.4.2 Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (COFINS) É uma contribuição cobrada pela União sobre o faturamento das empresas e se destina ao financiamento da seguridade social (saúde, previdência e assistência social). Para as pessoas jurídicas tributadas pelo lucro presumido a alíquota da cofins é de 3%, nesse caso também são calculados pela cumulatividade e para as pessoas jurídicas tributadas pelo lucro real a alíquota é 7,60%, ( Art. 51º DECRETO N 4.524, de 17 de Dezembro de 2002 e Art. 2º LEI N 10.833 de 29 de Dezembro de 2003), calculados de forma não cumulativa, visto que é pago o imposto na venda, mas em contra partida aproveita os créditos das compras conforme as normas da legislação. 2.4.3 Tributação Monofásica do PIS/PASEP e COFINS dos Produtos de Perfumaria A tributação monofásica do PIS e da COFINS é a cobrança antecipada dessas duas contribuições, por parte das pessoas jurídicas que procedam a industrialização ou a importação dos produtos de perfumaria, de toucador ou de higiene pessoal. Dessa forma os produtos de perfumaria, toucador ou de higiene pessoal classificados com os códigos de NCM: 33.03 a 33.07, exceto na posição 33.06, e nos códigos 3401.11.90, exceto 3401.20.10 e 96.03.21.00: a alíquota do PIS será 2,2% e da COFINS 10,3%, (Artigo 1º Lei complementar 10.147 de 21 de Dezembro de 2000). Nessa forma de tributação a indústria ou importadora paga uma alíquota mais elevada, mas a cobrança é feita em uma única fase da cadeia produtiva, não incidindo mais até o consumidor final. 2.4.4 Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ) Segundo o Regulamento do Imposto de Renda, Decreto lei 3000 de 1999, Imposto de renda de pessoas jurídicas Imposto de renda e proventos de qualquer natureza, é um imposto de competência da União. Conforme a Receita Federal do Brasil, as pessoas jurídicas e as pessoas físicas a elas equiparadas devem apurar o IRPJ com base no lucro, que pode ser real, presumido ou arbitrado. A alíquota do IRPJ é de 15% sobre o lucro apurado com adicional de 10% sobre a parcela do lucro que exceder R$ 20.000,00 por mês. Para fazer o cálculo do IRPJ a empresa deve seguir o que determina a legislação para cada forma de tributação e verificar na qual a empresa se enquadra. 5

2.4.5 Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL) Contribuição social sobre o lucro liquido é uma contribuição de competência da União. Estão sujeitas ao pagamento da CSLL as pessoas jurídicas e as pessoas físicas a elas equiparadas, domiciliadas no país. A alíquota da CSLL é de 9% para as pessoas jurídicas em geral, e de 15% no caso das pessoas jurídicas como instituições financeiras, de seguros privados e de capitalização, (lei n o 7.689, de 15 de dezembro de 1988, art. 3º). 2.5 Impostos Estadual - Imposto Sobre a Circulação de Mercadorias e Sobre Prestação de Serviços Intermunicipal e Interestadual e de Comunicação (ICMS) O ICMS é o Imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior. O ICMS é instituído pela lei n 8.933, de 26 de janeiro de 1989, com base no art. 155, inciso II, 2 e 3, da Constituição Federal e na lei complementar n 87, de 13 de setembro de 1996. Destaca-se ainda que as alíquotas do ICMS variam de acordo com cada estado, visto que é um imposto estadual. 2.5.1 Alíquotas Internas A alíquota dos impostos é um percentual que ao ser aplicado sobre a base de cálculo resulta no montante do valor a ser pago sob a forma de tributo. E sua alteração está sujeita aos princípios da legalidade, irretroatividade e da anterioridade, porém com exceção do imposto de importação, exportação, produtos industrializados, operações financeiras e ainda as contribuições sociais, (FABRETTI, 2001). Ressalta-se que as alíquotas do ICMS variam de um estado para outro, dentro de um contexto em que cada estado determina sua legislação. 2.5.2 Substituição Tributária É a antecipação do pagamento do imposto na primeira etapa da cadeia produtiva. Dessa forma a indústria e o importador ao venderem o produto já recolhem todo o valor do imposto que seria cobrado até o consumidor final. 6

Esse mecanismo de cobrança por substituição tributária é uma forma de o fisco simplificar a fiscalização, pois se torna mais simples o controle em relação ao pagamento do tributo, quando ele acontece em uma única etapa, (OLIVEIRA,2010). Entre os produtos sujeitos ao regime de substituição tributária no estado do Paraná, destacam-se os produtos de perfumaria, pois estes o estabelecimento industrial, importador ou arrematante de mercadoria importada, apreendida devem recolher o ICMS relativo às operações subseqüentes, (Artigo 93 RICMS 6.080). 2.6 Encargos Sociais e Trabalhistas São os encargos relacionados com a folha de pagamento, o INSS que é descontado dos trabalhadores o FGTS que é depositado em uma conta pelo empregador e também as contribuições confederativas de cada classe trabalhista. Os encargos sociais e trabalhistas foram criados pela legislação trabalhista para dar maior proteção aos trabalhadores, (OLIVEIRA, 2010). 2.6.1 Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) O empregador desconta do funcionário a contribuição previdenciária e repassa ao INSS, ela é responsável pelo cálculo correto e pagamento no prazo, (OLIVEIRA, 2010). O percentual descontado do funcionário para o INSS varia de acordo com a faixa salarial, estes valores são de acordo a legislação previdenciária vigente para o ano de 2015, visto que são alterados no inicio de cada ano. A contribuição patronal destinada à previdência social é 20% sobre o valor da folha de pagamento e o RAT risco de acidente de trabalho que pode ser 1%, 2% ou 3% sendo risco leve, risco médio e risco grave respectivamente, (Artigo 201 e 202, Decreto 3048 de 06 de maio de 1999). O enquadramento nos graus de risco é de acordo com a atividade econômica da empresa e pode ser reduzido em 50% ou majorado em até 100% aferido pelo FAP Fator Acidentário de prevenção, que consiste em um multiplicador que varia de (0,5000) a dois inteiros (2,0000) a ser aplicado sobre a alíquota do RAT, (Artigo 202-A Decreto 3048 de 06 de maio de 1999). Destaca-se ainda a contribuição de terceiros que é em torno de 5,8%. 7

2.6.2 Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) O fundo de garantia por tempo de serviço é um depósito compulsório e pecuniário efetuado pelo empregador em beneficio do trabalhador, todos os empregadores ficam obrigados a depositar até o sétimo dia de cada mês, em conta bancária vinculada, o valor correspondente a 8% sobre a remuneração paga ao funcionário, (Lei 8.036 de 11 de maio de 1990). Esse fundo funciona como uma poupança garantida a todos os empregados urbanos e rurais que estejam registrados em conformidade com a legislação trabalhista. 2.3 Formas de Tributação A escolha pelo regime de tributação depende do ramo de atividade da empresa e também do faturamento. 2.3.1 Lucro Real É o lucro líquido contábil do período-base de apuração ajustado pelas adições, exclusões ou compensações prescritas ou autorizadas pela legislação do imposto de renda (art. 247 de RIR/99). Nessa modalidade os contribuintes podem se creditar do imposto que pagam nas compras, desde que, essas sejam para revenda, pois, é uma forma não cumulativa de tributação. 2.3.2 Lucro Presumido Contabilmente falando, pode-se concluir que o lucro real é aquele realmente apurado pela contabilidade, com base na completa escrituração contábil fiscal, com a estrita e rigorosa observância dos princípios de contabilidade e demais normas fiscais e comerciais. De acordo com o art. 247 do RIR/1999, lucro real é o lucro líquido do período de apuração ajustado pelas adições, exclusões ou compensações prescritas ou autorizadas pela legislação fiscal. A determinação do lucro real será precedida da apuração do lucro líquido de cada período de apuração com observância das leis comerciais,, (OLIVEIRA 2011, p. 170). É uma forma de tributação simplificada, para a determinação da base de cálculo do IRPJ e CSLL das pessoas jurídicas que não estiverem obrigadas, no ano calendário, à apuração pelo lucro real. Nessa modalidade o governo federal presume o quanto a empresa terá de lucro em sua venda/receita para fins de tributação do IRPJ e CSLL. 8

O imposto de renda com base no lucro presumido é determinado por períodos de apuração trimestrais, encerrados em 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro de cada ano-calendário, (Lei n º 9.430, de 1996, arts. 1 º e 25; RIR/1999, art. 516, 5 º ). A pessoa jurídica cuja receita bruta total, no ano calendário anterior, tenha sido igual ou inferior a R$ 48.000.000,00 (quarenta e oito milhões de reais) ou R$ 4.000.000,00 (quatro milhões de reais) multiplicado pelo numero de meses de atividade do ano calendário anterior, quando inferior a 12 meses, poderá optar pelo regime de tributação com base no lucro presumido.(art. 13, lei complementar n 9718/98). Via de regra, a opção é manifestada com o pagamento da primeira quota ou quota única do imposto devido correspondente ao primeiro período de apuração, sendo considerada definitiva para todo o ano-calendário (RIR/1999, art. 516, 1 o e 4 o ). A presunção para a base de cálculo desses dois tributos, será conforme o ramo de atividade, e as alíquotas utilizadas para a determinação da base que será tributada variam de 1,6% até 32%, (Lei n º 9.430, de 1996, arts. 1 º e 25). 2.3.4 Simples Nacional Segundo a legislação é uma forma de tributação mediante um regime único de arrecadação, ou seja, a empresa que faz a apuração dos tributos pelo simples nacional terá uma única guia o DAS (Documento de Arrecadação do Simples), para efetuar o pagamento dos impostos. A lei complementar nº 123 de 14 de dezembro de 2006 define Simples Nacional: O Simples Nacional é um regime compartilhado de arrecadação, cobrança e fiscalização dos tributos aplicáveis às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, previsto na lei complementar n 123, de 14 de dezembro de 2006. Abrange a participação de todos os entes federados (União, Estados, Distrito Federal e Municípios). A lei complementar número 123 de 14 de dezembro de 2006, define em seu artigo 1º as normas relativas ao tratamento diferenciado as microempresas e as empresas de pequeno porte e cada empresa deve verificar em qual dos anexos deve enquadrar-se. 3 Metodologia Para elaboração deste trabalho foi utilizado o método descritivo e explicativo por meio de pesquisa bibliográfica. 9

Gil (1999, apud BEUREN, 2004, p. 81), a pesquisa descritiva tem como principal objetivo descrever características de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre as variáveis. Uma de suas características mais significativas está na utilização de técnicas padronizadas de coletas de dados. Neste artigo serão abordados os aspectos relacionados aos cálculos referentes as formas de tributação, com destaque para o Simples Nacional, lucro Real e o Lucro Presumido de uma empresa com o ramo de atividade de perfumaria. Com relação aos procedimentos, serão analisados documentos contábeis, fiscais e trabalhistas, dentro do contexto de que haverá comparação entre um regime e outro para uma determinada empresa, este trabalho trata-se de um estudo de caso com análise documental e pesquisa bibliográfica. Quando envolve o estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos de maneira que se permita o seu amplo e detalhado conhecimento é considerado estudo de caso, (FLEMING, 2005, P.21). O trabalho consiste em um método comparativo e quantitativo, pois visa uma analise em documentos para a elaboração dos cálculos que serão disponibilizados em planilhas para que os resultados sejam comparados. Segundo (FLEMING, 2005, P. 17) Considera-se pesquisa quantitativa tudo o que pode ser quantificável, o que significa traduzir em números opiniões e informações para classificá-la e analisá-las. O trabalho será realizado com base nos dados de uma empresa de pequeno porte que atua no ramo de comércio de perfumaria. Todos os produtos comercializados pela entidade são de substituição tributária, e não será considerado, portanto, o ICMS, outro fator que merece destaque é que aproximadamente 98,5% das vendas têm tributação monofásica de PIS/COFINS, isso quer dizer que nesse percentual de venda não terá incidência de destes tributos. Destaca-se ainda que a pesquisa leva em consideração apenas uma empresa do ramo de atividade de perfumaria, este estudo é direcionado, não serve para aplicar em outros ramos de atividades. 3.1 Coleta e Apresentação dos Dados Os dados coletados para pesquisa foram de uma empresa do ramo de atividade de perfumaria, o qual vem crescendo no mercado nacional, fazendo parte da necessidade dos consumidores que estão investindo em produtos deste gênero, os dados fornecidos para realizar o estudo foi com base no ano de 2014. 10

A seguir serão apresentados os cálculos das formas de tributação do Lucro Real, Lucro Presumido, Simples Nacional, os cálculos trabalhistas e ainda por fim, uma tabela com os totais dos tributos que seriam pagos durante o ano, pois dessa forma facilitará o comparativo. Fonte: Dados da Empresa, 2014 Tabela: 03 Lucro Real DEMOSNTRAÇÃO DO RESULTADO DE EXERCICÍO - 2014 1 Trimestre 2 Trimestre 3 Trimestre 4 Trimestre Total Receita Operacional Bruta 735.188,41 936.920,20 1.023.694,27 543.741,76 3.239.544,64 (-) Dev. Vendas 2.634,52 3.386,17 689,18 2.692,28 9.402,15 (-) PIS S/ vendas 162,55 194,79 182,10 115,74 655,18 (-) COFINS S/ vendas 748,72 897,19 838,75 533,08 3.017,74 Receita Operacional Líquida 731.642,62 932.442,05 1.021.984,24 540.400,66 3.226.469,57 Custo mercadoria vendida 405.020,83 219.057,28 479.860,17 313.478,36 1.417.416,64 Compras de Mercadorias 368.483,57 162.797,47 421.290,82 294.357,32 1.246.929,18 (-) PIS S/ Compras - 81,47-33,85-75,07-62,65-253,04 (-) COFINS S/ Compras - 375,26-155,89-345,80-288,59-1.165,54 (+)Estoque 36.993,99 56.449,55 58.990,22 19.472,28 171.906,04 Resultado op. Bruto 326.621,79 713.384,77 542.124,07 226.922,30 1.809.052,93 (-) Despesas Administrativas 124.357,08 101.930,46 111.319,57 94.970,61 432.577,72 (-) Despesas Financeiras 3.521,95 4.994,20 1.426,18 987,45 10.929,78 (+) Receitas Financeiras 3.473,67 1.929,59 5.403,26 Resultado antes do IRPJ e CSLL 202.216,43 608.389,70 429.378,32 130.964,24 1.370.948,69 Provisão para CSLL 9% 18.199,48 54.755,07 38.644,05 11.786,78 123.385,38 Provisão para IRPJ 15% 30.332,46 91.258,45 64.406,75 19.644,64 205.642,30 Adicional de IRPJ 10% 14.221,64 54.838,97 36.937,83 7.096,42 113.094,87 Lucro Líquido do Exercicío 139.462,84 407.537,20 289.389,69 92.436,40 928.826,13 Na tabela 03 estão os dados da demonstração do resultado do exercício DRE, sua apresentação é trimestral, uma ferramenta da contabilidade que demonstra as operações realizadas pela empresa em um período de tempo. Nesta deve conter todas as receitas de vendas e serviços, o custo das mercadorias ou serviços, as deduções os abatimentos, os impostos e todas as despesas ocorridas para que no final seja demonstrado o lucro ou prejuízo do exercício, (artigo 187 da lei 6.404 de 15 de dezembro de 1976). Por meio da DRE foi possível chegar ao lucro real, que é o lucro líquido contábil do período-base de apuração ajustado pelas adições, exclusões ou compensações prescritas ou autorizadas pela legislação do imposto de renda, e esse foi a base para o cálculo do imposto de renda e da contribuição social. Na tabela 04 a seguir serão apresentados os valores dos impostos no regime de tributação do lucro presumido. Para efetuar o cálculo do PIS e da COFINS utilizou-se as alíquotas 0,65% e 3% respectivamente, a base de cálculo do PIS e COFINS é menor do que o 11

valor da receita de vendas, pois conforme já foi explicado no decorrer desse trabalho, a maioria dos produtos vendidos são monofásicos para essas contribuições. Para encontrar a base de cálculo do Imposto de Renda de Pessoas Jurídicas foi aplicada a alíquota 8% sobre o faturamento e para a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido foi 12%. Encontrado a base de cálculo, esta foi multiplicada pelas alíquotas de 15% para encontrar o valor do IRPJ e 10% sobre o que excedeu 60.000,00 no trimestre e 9% para encontrar o valor da contribuição social. Tabela: 04 Lucro Presumido Impostos - LUCRO PRESUMIDO - Ano - 2014 Base cálculo Valor Valor Base cálculo Base cálculo Valor VALOR Mês Receita PIS/COFINS PIS COFINS IRPJ CSLL IRPJ CSLL Jan 189.747,39 2.542,61 16,53 76,28 Fev 268.090,80 3.592,42 23,35 107,77 Mar 277.350,22 3.716,49 24,16 111,49 58.815,07 66.166,96 8.822,26 7.940,03 Abr 304.581,25 3.837,72 24,95 115,13 Mai 339.752,92 4.280,89 27,83 128,43 Jun 292.586,03 3.686,58 23,96 110,60 74.953,62 84.322,82 12.738,40 10.118,74 Jul 343.922,84 3.714,37 24,14 111,43 Ago 357.740,78 3.863,60 25,11 115,91 Set 322.030,65 3.477,93 22,61 104,34 81.895,54 92.132,48 14.473,89 11.055,90 Out 334.685,41 4.317,44 28,06 129,52 Nov 114.565,46 1.477,89 9,61 44,34 Dez 94.490,88 1.218,93 7,92 36,57 43.499,34 48.936,76 6.524,90 5.872,41 Tot. 258,22 1.191,81 42.559,45 34.987,08 Fonte: Dados da Empresa, 2014 12

Mês Tabela: 05 Simples Nacional Acumulado Vendas Monofásico Alíq Total - 1 Vendas Alíq Total-2 Total-1 + Total-2 Últimos 12 meses Pis / Cofins % Imposto S. T - ICMS % Imposto Imposto - DAS Jan 3.264.727,19 186.107,85 5,62 10.459,26 3.639,54 7,60 276,60 10.735,87 Fev 3.158.519,22 264.422,45 5,58 14.754,77 3.668,36 7,54 276,59 15.031,37 Mar 3.185.821,60 274.840,47 5,58 15.336,10 2.509,75 7,54 189,24 15.525,33 Abr 3.186.456,11 299.863,51 5,58 16.732,38 4.717,74 7,54 355,72 17.088,10 Mai 3.259.398,21 335.840,62 5,62 18.874,24 3.912,30 7,60 297,33 19.171,58 Jun 3.320.099,46 289.400,03 5,62 16.264,28 3.186,00 7,60 242,14 16.506,42 Jul 3.375.897,33 340.798,58 5,62 19.152,88 3.124,26 7,60 237,44 19.390,32 Ago 3.461.940,58 353.738,48 5,68 20.092,35 4.002,30 7,66 306,58 20.398,92 Set 3.539.552,96 318.118,35 5,68 18.069,12 3.912,30 7,66 299,68 18.368,80 Out 3.528.948,60 330.358,55 5,68 18.764,37 4.326,87 7,66 331,44 19.095,80 Nov 3.586.336,54 113.412,56 5,68 6.441,83 1.152,90 7,66 88,31 6.530,15 Dez 3.415.502,54 92.937,39 5,62 5.223,08 1.553,49 7,60 118,07 5.341,15 Tot 183.183,81 Fonte: Dados da Empresa, 2014 Na tabela 05 estão lançados os valores dos impostos no regime do Simples Nacional, as empresas que se enquadram no sistema do Simples Nacional, pagam seus impostos sobre suas vendas em uma única guia a DAS (Documento de Arrecadação do Simples). De acordo com a legislação do Simples Nacional, as alíquotas que incidem sobre a receita, variam de acordo com o acumulado de receitas nos últimos doze meses e de acordo com os anexos do Simples Nacional. Esta empresa, por ser do ramo de comércio utiliza-se a tabela do ANEXO I Comércio (Vigência a Partir de 01.01.2012). Impostos - SIMPLES NACIONAL - Ano - 2014 Tabela: 06 Cálculos Trabalhistas Impostos - Trabalhistas -2014 Impostos - Trabalhistas - 2014 LUCRO PRESUMIDO E LUCRO REAL SIMPLES NACIONAL Mês FOLHA INSS FGTS Mês FOLHA INSS FGTS Jan 9.788,17 3.532,99 783,05 Jan 9.788,17 880,94 783,05 Fev 7.994,11 2.503,01 639,53 Fev 7.994,11 719,47 639,53 Mar 7.746,80 898,452 619,74 Mar 7.746,80 697,21 619,74 Abr 9.948,97 1.730,18 795,92 Abr 9.948,97 895,41 795,92 Mai 7.946,88 759,708 635,75 Mai 7.946,88 715,22 635,75 Jun 8.000,95 724,584 640,08 Jun 8.000,95 720,09 640,08 Jul 8.125,66 2.172,76 650,05 Jul 8.125,66 731,31 650,05 Ago 10.502,62 3.017,69 840,21 Ago 10.502,62 945,24 840,21 Set 9.505,03 2.975,71 760,40 Set 9.505,03 855,45 760,40 Out 9.618,59 3.454,97 769,49 Out 9.618,59 865,67 769,49 Nov 8.928,94 2.974,69 714,31 Nov 8.928,94 803,60 714,31 Dez 8.693,63 3.150,20 695,49 Dez 8.693,63 782,43 695,49 Tot. 106.800,35 27.894,95 8.544,03 Tot. 106.800,35 9.612,03 8.544,03 Fonte: Dados da Empresa, 2014 13

Para fins de cálculo trabalhista foram calculados os valores de INSS considerando que alguns funcionários da empresa obtém diferentes teto salarial e por isso alíquotas diferenciadas, e em alguns casos há salário família e salário maternidade. Por tanto para cada mês efetuado, os cálculos de INSS foram diferenciados. No calculo do INSS para regime presumido e lucro real considera-se 36,8%, sendo 9% de INSS descontado do funcionário, 20% de previdência (patronal), 2% RAT (seguro de acidente do trabalho), e 5,8% de terceiros. Já no simples nacional o empregador paga só o INSS descontado do funcionário. Com relação ao FGTS, o cálculo foi efetuado igualmente nas três formas de tributação, da seguinte maneira: sobre o salário de cada funcionário aplicou-se a alíquota de 8%, e neste caso não se desconta do funcionário. Tabela: 07 Quadro Comparativo Total dos tributos pagos durante o ano de 2014 Tributos Lucro Real Lucro Presumido Simples Nacional PIS R$ 655,18 R$ 258,22 COFINS R$ 3.017,74 R$ 1.191,81 CSLL R$ 113.574,26 R$ 34.987,08 R$ 183.183,81 IRPJ R$ 318.737,17 R$ 42.559,45 INSS R$ 27.894,95 R$ 27.894,95 R$ 9.612,03 FGTS R$ 8.544,03 R$ 8.544,03 R$ 8.544,03 TOTAL R$ 472.423,33 R$ 115.435,54 R$ 201.339,87 Fonte: Elaborado pelo autor, 2015 Por fim a tabela 07 apresenta os valores dos tributos que seriam pagos anualmente em cada uma da formas de tributação e dessa maneira foi possível observar que o mais vantajoso nesse caso seria o lucro presumido, pois no lucro real a carga anual dos tributos seria 472.423,33 e no simples nacional 201.339,87 e no lucro presumido pagaria 115.435,54 nesses totais estão incluso também os impostos trabalhistas conforme é possível observar na tabela 07. 4 Conclusão Considerando que as formas de tributação são parte de uma reorganização e o planejamento com relação ao pagamento dos tributos, é de grande relevância para a obtenção de melhores resultados econômicos. A contabilidade tributaria é o principal instrumento que 14

auxilia no fornecimento de informações para fazer a análise sobre a melhor forma de efetuar o pagamento dos impostos. Ao realizar o trabalho foi possível verificar que a opção pelo regime do Lucro Presumido é mais vantajosa nesse caso. Sendo assim, a análise das formas de tributação realizada para a empresa é uma ferramenta que contribui para reduzir custos. Conclui-se que, a elevada e complexa carga tributária brasileira, requer profissionais qualificados e atualizados, para que estes sejam capazes de tornar os tributos menos onerosos para as entidades, pesquisando e utilizando meios legais. Diante disso, fica evidente que por meio de um estudo, e pela escolha da melhor forma de tributação, é possível a geração de maiores lucros para a empresa, além de ser um diferencial entre permanecer ou não na atual competitividade existente entre as organizações. Referências BEUREN, Ilse Maria. Como Elaborar Trabalhos Monográficos em Contabilidade: Teoria e Prática. 2º Ed. São Paulo: Atlas, 2004. BRASIL. Decreto n 4.524, de 17 de Dezembro de 2002. Regulamenta a contribuição para o PIS/PASEP e COFINS. BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. BRASIL. Lei n 10.637 de 30 de dezembro de 2002. Dispõe sobre a não-cumulatividade na cobrança da contribuição para os Programas de Integração Social (PIS) e de Formação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep). BRASIL. Lei n 5.172 de 25 de outubro de 1966. Código Tributário Nacional. BRASIL. Lei n 10.833 de 29 de Dezembro de 2003. Da cobrança não-cumulativa da cofins. BRASIL. lei complementar n 116 de 31 de julho de 2003. Dispõe o imposto sobre serviço de qualquer natureza. BRASIL. Decreto Lei 3000 de 26 de março de 1999. Regulamento do Imposto de Renda BRASIL. Decreto Nº 3.048 de 06 de maio 1999. Regulamento da Previdência Social. BRASIL. Medida Provisória nº 670 DE 10/03/2015 Dispõe sobre a tabela mensal do imposto de renda da pessoa física. BRASIL. Decreto nº 6.080 de 29 de setembro de 2012 Regulamento de ICMS 15

BRASIL. lei 8.036 de 11 de maio de 1990. Dispõe sobre o fundo de garantia do tempo de serviço. BRASIL. lei 6.404 de 15 de Dezembro de 1976. Dispõe sobre as Sociedade por Ações. BRASIL. lei complementar n 9718/98. Dispõe o faturamento para a opção no Lucro Presumido. BRASIL. lei complementar nº 123 de 14 de dezembro de 2006. Define o regime do Simples Nacional. BRASIL. lei complementar nº 10.147 de 21 de dezembro de 2000. Dispõe sobre a incidência da contribuição para o PIS e para a COFINS nas operações de venda dos produtos que especifica. BRASIL. lei complementar nº 01 de 28 de dezembro de 2001. Institui o Sistema Tributário do Município de Cascavel PR. BRASIL. lei complementar nº 110 de 29 de junho de 2001. Institui contribuições sociais, autoriza créditos de complementos em contas vinculadas do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço FGTS e da outras providencias. FABRETTI, Láudio Camargo. Contabilidade Tributária. São Paulo: Atlas, 1997. FABRETTI, Láudio Camargo. Contabilidade Tributária. São Paulo: Atlas, 2001. FLEMING, Silvia Falleiros. Manual para Elaboração de Trabalhos Científicos. Cascavel: Coluna Saber, 2005. GIL, Antonio Carlos; Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 5º Ed. São Paulo: Atlas 2010. OLIVEIRA, Luís Martins de; CHIEREGATO, Renato; JUNIOR, José Hernandez Perez; GOMES, Marliete Bezerra. Manual de Contabilidade Tributária. 10ªEd. São Paulo: Atlas, 2011. OLIVEIRA, Luís Martins de; CHIEREGATO, Renato; JUNIOR, José Hernandez Perez; GOMES, Marliete Bezerra. Manual de Contabilidade Tributária. 10ªEd. São Paulo: Atlas, 2010. Disponível em: www.receita.fazenda.gov.br/, acesso em 15/02/2015. Disponível em: www.portaltributario.com.br/, acesso em 24/05/2015. Disponível em: WWW.previdencia.gov.br acesso em 25/09/2013. Disponível em www.previdencia.gov.br/acesso-a-informacao/institucional/inss/, acesso em 16/08/2015 16