Enem em fascículos - 2013 Ciências Humanas e suas Tecnologias

Documentos relacionados
Geopolítica da Fundação do Estado de Israel (Décadas 1940/1980)

COLÉGIO XIX DE MARÇO excelência em educação

Ordem geopolítica e econômica

CENTRO DE INFORMAÇÃO DA ONU. UNIC Rio

Fevereiro de Joe Rosenthal, Levantando a bandeira em Iwo Jima

Ciências Humanas História. Guerra Fria

GEOGRAFIA 8º ANO SEDE: EBS PROF. GABRIEL ROCHA. PERCURSO 4 Outras regionalizações do espaço mundial.

Política Externa do Brasil

Características Naturais

PLANO DE TRABALHO DO GRUPO DE REVISÃO DA IMPLEMENTAÇÃO DE CÚPULAS (GRIC) para o período entre abril de 2011 e abril de 2012

Sugestão de Atividades História 9º ano Unidade 6

Primeira Guerra Mundial [Questões]

REGIONALIZAÇÕES MUNDIAIS

Unidade IV ECONOMIA E NEGÓCIOS. Prof. Maurício Felippe Manzalli

Migrações - Mobilidade Espacial. Externas, internas, causas e consequências.

Bases fundamentais. Convenção Relativa à Luta contra a Discriminação no Campo do Ensino

V CONFERÊNCIA DOS CHEFES DE ESTADO E DE GOVERNO DA COMUNIDADE DOS PAÍSES DE LÍNGUA PORTUGUESA São Tomé, 26 e 27 de Julho de 2004

Como Ampliar a Liderança a do Brasil no Mercado Mundial de Carnes

Educação Brasileira: Desafios e Oportunidades

NOTA DE IMPRENSA. Embargado até 27/11/2007, às 10h (horário de Brasília) Brasil entra no grupo de países de Alto Desenvolvimento Humano

HISTÓRIA - 2 o ANO MÓDULO 46 DESCOLONIZAÇÃO: ANTECEDENTES

90 a sessão plenária. 182 Assembleia Geral 37 a Sessão

3a. prova Simulado 5 Dissertativo GEOGRAFIA INSTRUÇÕES PARA REALIZAÇÃO DO SIMULADO

O direito humano à água

GEOGRAFIA - 3 o ANO MÓDULO 52 MERCOSUL: UMA TENTATIVA DE INTEGRAÇÃO

TRATADO DE LISBOA EM POUCAS PALAVRAS MNE DGAE

Prof. Bosco Torres CE_16_União_Europeia 1

Este caderno, com oito páginas numeradas sequencialmente, contém cinco questões de Geografia. Não abra o caderno antes de receber autorização.

A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL COLÉGIO PEDRO II PROFESSOR: ERIC ASSIS

Desenvolvimento humano e objetivos do milênio. Disciplina: Geografia IFMG Campus Betim

Sistema de Consultas sobre Tarifas, Regras de Origem e Serviços dos Acordos Comerciais Brasileiros

Ação do Saúde da Família para o Fortalecimento do Controle Social e da Participação Comunitária no SUS

Colégio Santa Dorotéia

O surgimento da sociedade de massas. O crescimento populacional

Chamada para Multiplicadores Eurodesk Portugal

Não ã col o ilg i a g m a o m s o Es E ta t d a o d s o,, un u i n m i o m s o ho h m o e m n e s n ".. Jean Monnet

Anuário Estatístico de Turismo

São Paulo, Estado Nº 1 do Brasil

Colégio Santa Dorotéia

Apresentação. Capítulo 1. Capítulo 2. Capítulo 3. Capítulo 4. Capítulo 5. Capítulo 6. Capítulo 7

Blocos de Integração Regional

DIDÁTICOS Aula expositiva, debate, leitura de texto; Quadro e giz, livro didático, ilustrações;

GEOGRAFIA. Prof. Daniel San.

CURSO FORMAÇÃO CIDADÃ DEMOCRACIA REPRESENTATIVA. Victor Barau

GRUPO DE TRABALHO SOBRE O REGIMENTO DA ASSEMBLEIA PARLAMENTAR EURO-MEDITERRÂNICA

a promotores de uma nova sociedade

EXAME HISTÓRIA A 1ª FASE 2011 página 1/7

06/11/2005. Discurso do Presidente da República

O PERFIL DO PROFISSIONAL DE RELAÇÕES GOVERNAMENTAIS

PROVA ESCRITA DE NOÇÕES DE DIREITO E DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

O MOVIMENTO ESPORTIVO INGLÊS

O CONSELHO DA EUROPA GUARDIÃO DOS DIREITOS HUMANOS RESUMO

Sentimento nacionalista vontade que as minorias têm de conquistar independência política e territorial do Estado ao qual estão subjugadas.

GOVERNANÇA METROPOLITANA DA REGIÃO METROPOLITANA DO RIO DE JANEIRO

Educação é pauta da sociedade civil para avaliação de Conferência contra racismo Qua, 11 de Junho de :00

Organização Internacional do Trabalho. Convenção OIT 187 Convenção sobre o quadro promocional para a segurança e saúde no trabalho, 2006

A CÚPULA MUNDIAL SOBRE SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO e a ANATEL

Ano lectivo de 2009/2010 Geografia 7ºano. A União Europeia

A História do povo hebreu tem início no século XIX a.c quando Abraão, vindo da cidade de Ur, na Caldéia entra na Palestina.

Temas Diversos. Dia do MERCOSUL. Cartilha da Cidadania do MERCOSUL Comissão de Representantes Permanentes do Mercosul

Cenário internacional e desempenho da economia brasileira

Apesar de a maior parte da população africana ser constituída por diferentes povos negros, ocorre ainda, uma expressiva quantidade de brancos. A A Áfr

Com base na leitura dos textos I e II, o que se pede. A) EXPLIQUE o papel dos jovens nos dois momentos da história daquele país.

Indústria e Industrialização. Prof. Melk Souza

NOÇÕES GERAIS DIREITO INTERNACIONAL III. NOÇÕES GERAIS DIREITO INTERNACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS

PRINCÍPIOS GERAIS PRINCÍPIOS GERAIS PRINCÍPIOS GERAIS NÍVEIS DA REFORMA PRINCÍPIOS GERAIS. Funções de suporte Apoio à Governação Gestão de Recursos

Plano Integrado de Capacitação de Recursos Humanos para a Área da Assistência Social CAPACITAÇÃO CONSELHEIROS MUNICIPAIS.

QUESTÕES POLÍTICAS. Renato Santos

Geopolítica atual: um mundo em construção. Professora: Jordana Costa

Women in business: o caminho para a liderança. Grant Thornton International Business Report 2015

TESTE DE AVALIAÇÃO DE HISTÓRIA E GEOGRAFIA DE PORTUGAL

ROTEIRO DE RECUPERAÇÃO DE HISTÓRIA

Esta lista foi extraída e adaptada do Brasil República. As imagens foram extraídas do site Bandeiras, que vende bandeiras históricas brasileiras.

O FIM GUERRA FRIA MOTIVOS PARA O FIM DA BIPOLARIDADE E O SURGIMENTO DE UMA NOVA ORDEM MUNDIAL

PRÓ- REITORIA DE EXTENSÃO E CULTURA. INTERNACIONALIZAÇÃO via EXTENSÃO UNIVERSITARIA

CAP. 02 A Globalização. (2ª Série)

2.2 - Acordos Comerciais Bilaterais

Primeira Guerra Mundial

COMO ORGANIZAÇÃO SOCIAL. Caracterização e Desafios

MESOPOTÂMIA. Corresponde hoje ao Iraque.

2.1 Educação. Por que Educação? Comparação Internacional. Visão 2022

Sugestões de avaliação. Geografia o ano Unidade 1

PRINCIPAIS TIPOS DE CONFLITOS NA ACTUALIDADE: Conflitos étnicos (Ruanda, Somália) Guerras nacionalistas (Tchétchenos, bósnios, Kosovares,

Seminário sobre Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul - SisGAAz

Comércio Exterior de Mato Grosso do Sul / Desempenho Industrial Outubro 2015

prodep Surge a 1 a equipa

A Questão. UNICAMP-IE Mariana Correa Olivia Polli Thiago Tonus. Agrária

Aula 11 História 4B OS IMPERIALISMOS I

A CONTRIBUIÇÃO DO TCU PARA A GOVERNANÇA E 0 DESENVOLVIMENTO

Financiamento para descentralização produtiva com inclusão social

TÍTULO DO PROGRAMA. Palestina Parte 1 SINOPSE DO PROGRAMA

Entidades Universitárias

FACULDADE DE DIREITO DE SOROCABA FADI Tipo: Anual 5º Ano

Banco Central: Objetivos das Políticas Monetária, Creditícia e Cambial e Impacto Fiscal de suas Operações

TESTE 1 - GEO - 8º ano A- 1º trim

Dinâmica populacional. Porto Alegre 2015

Educação Matemática. Profª. Andréa Cardoso MATEMÁTICA - LICENCIATURA 2015/2

Transcrição:

Enem em fascículos - 2013 Ciências Humanas e suas Tecnologias 5 Fascículo Caro aluno Neste fascículo de Ciências Humanas e suas Tecnologias, viajaremos pela História para compreender a origem dos conflitos entre palestinos e israelenses, desde a chegada do patriarca Abraão à Terra Prometida até os conflitos após a criação do estado de Israel pela ONU. E, para encerrar, trataremos dos movimentos sociais, diversidade e políticas afirmativas. introdução Estamos novamente com vocês para apresentar a longa história do povo judeu, desde sua origem até a realidade atual, com destaque para os conflitos ocorridos no século XX com povos árabes e muçulmanos, em virtude da criação do estado de Israel, em 1948. Esperamos ajudá-los na compreensão de fatos tão relevantes para a história ocidental. OBJETO DO CONHECIMENTO A Guerra do Yom Kippur e suas Principais Repercussões A Guerra do Yom Kippur foi a quarta guerra Árabe-Israelense, ocorrida entre os dias 6 e 26 de outubro de 1973, entre Israel e uma coalizão de estados árabes liderados por Egito e Síria. O conflito teve início com um ataque surpresa a Israel, deflagrado por Egito e Síria, no feriado judaico do Yom Kippur. Os alvos prioritários de sírios e egípcios eram, respectivamente, as Colinas do Golã e o Sinai, que haviam sido capturados por Israel em 1967, durante a Guerra dos Seis Dias. Pego de surpresa, o estado judeu viu seus inimigos avançarem sobre suas áreas de dominação nos primeiros dias para reagir, especialmente após a segunda semana do conflito, e reaver suas possessões. As repercussões do conflito foram variadas, incentivando novas configurações nas relações internacionais, nas esferas econômica, política e energética, e entre os países, tanto na esfera interna, quanto na regional e global. Todavia, uma melhor compreensão do conflito e dos seus reflexos exige-nos uma análise da história e do que levou às animosidades entre judeus e palestinos, bem como dos conflitos que o antecederam na esfera regional, desde a conturbada criação do estado judeu de Israel no território da Palestina. A Palestina, ou terra de Canaã, é considerada pelos judeus como um território sagrado, que lhes foi dado por toda a eternidade por Deus, quando este chamou o patriarca Abraão e lhe concedeu esta terra como a Terra Prometida, aproximadamente dois mil anos antes de Jesus Cristo nascer. Daí em diante, foi estruturada uma relação íntima, embasada pela religião, entre os judeus e aquele território árido, banhado pelo rio Jordão. Após uma migração em massa para o Egito, onde estiveram entre os séculos XVIII e XIII a.c., os hebreus, ou judeus, retornaram à Palestina guiados pelo patriarca Moisés, no episódio conhecido por Êxodo, e tiveram que lutar pela terra, ocupada no período especialmente por cananeus, filisteus, arameus e moabitas. A luta configurou a necessidade de instituição de uma chefia militar, o que originou a implantação do juizado. Em seguida, a reconquista do território demandou a criação de um mecanismo de governo para administrá-lo, o que levou à criação do regime de monarquia, que teve como destaques os soberanos Davi e Salomão, que comandou a construção do Templo de Jerusalém. Após a morte de Salomão, em 926 a.c., ocorreu o Cisma ou divisão do reino dos hebreus em Israel e Judá. Essa divisão enfraqueceu o estado hebraico, facilitando invasões de inimigos, com destaque para o domínio dos assírios sobre o reino de Israel e os domínios de caldeus, persas, macedônios e romanos sobre Judá, que tinha como capital a cidade de Jerusalém. Durante a dominação romana, os judeus iniciaram revoltas que provocaram a sua expulsão da Palestina, entre os séculos I e II da era cristã, levando-os a vivenciarem a Diáspora, na qual os judeus passaram a viver dispersos em comunidades espalhadas pelo mundo. Nesse contexto, o Templo de Jerusalém foi destruído, restando até hoje apenas parte da parede externa, conhecida como Muro das Lamentações. Vivendo em Diáspora, ou seja, dispersos pelo mundo, os judeus mantiveram suas crenças e tradições, marcadas pela influência religiosa que serviu de base para esse povo no correr dos séculos e alimentou o desejo de voltar para a Terra Prometida. Vivendo como estrangeiros ou até mesmo integrados à sociedade em diversos países, os judeus sofreram várias perseguições, em diversos períodos, notadamente na Idade Média. No século XIX, a Palestina passou para o controle britânico. Em 1896, o jornalista judeu-austríaco Teodor Herzl publicou a obra Der Judenstaat ( O estado judaico ), considerada o marco que iniciou o movimento Sionista, que defendia o direito à autodeterminação do povo judeu e pregava a criação de uma pátria para os judeus na Palestina. O termo Sionismo deriva de Sião, nome de uma colina que cerca a cidade de Jerusalém. Além disso, em diversas passagens bíblicas o povo hebreu é chamado de Filhos de Sião. Judeus ricos de diversas regiões do planeta começaram a adquirir terras na região e incentivar a emigração de judeus de diversas regiões para esses locais.

Durante a Primeira Guerra Mundial, a Inglaterra se comprometeu a criar uma pátria judaica na Palestina, por meio da Declaração Balfour, em 1917. Em 1922, a Liga das Nações aprovou a referida declaração, o que incentivou mais migrações de judeus para a região, provocando alguns conflitos sem grandes proporções com a população árabe muçulmana local. A ascensão nazista na Alemanha e a Segunda Guerra Mundial foram marcadas por grandes perseguições aos judeus na pátria germânica e nos países sob ocupação das tropas nazistas. Ao final da Guerra, a revelação do que aconteceu com judeus nos guetos e, principalmente, nos campos de concentração comoveu a humanidade. Os judeus perderam a cidadania, pertences, propriedades, negócios e bens, bem como foram proibidos de exercer várias profissões, como médico e contador. Obrigados a ter marcada a letra J em seus documentos, os judeus deviam ainda usar uma faixa branca no braço direito, contendo a estrela de Davi. Lojas e negócios judeus foram boicotados e depredados. Enviados para guetos, os judeus tinham as suas liberdades e direitos civis totalmente cerceados. Nos campos de concentração, apesar de também estarem ciganos, poloneses, eslavos, opositores, prisioneiros, homossexuais e outras minorias étnicas, os judeus foram as vítimas mais numerosas. Nesses locais eram submetidos a experiências e trabalhos forçados, além do extermínio em massa. Segundo dados oficiais, 5.978.000 judeus foram mortos em campos de concentração nazista, na Segunda Guerra Mundial. A comoção mundial com a situação judaica serviu de incentivo para a recém-criada Organização das Nações Unidas ONU apressar a aprovação da criação de uma pátria para os judeus na Palestina. Em 1947, a Assembleia Geral da ONU aprovou o plano de partilha, que dividia o território palestino para a criação de um estado árabe muçulmano e um estado judeu. Os sionistas aceitaram o plano de partilha, mas os palestinos e os países árabes e muçulmanos da região não, o que deu início aos conflitos. Em 1948, foi criado o Estado de Israel. Insatisfeitos, Egito, Síria, Jordânia, Líbano, Irã e Arábia Saudita atacaram o recém-criado Estado Judeu, iniciando a Primeira Guerra Árabe-Israelense ou Guerra de Independência (1948-1949). Apoiado por EUA, Inglaterra e França, Israel demonstrou sua superioridade militar ao ampliar seu território. O Egito ocupou a Faixa de Gaza e a Jordânia ocupou a Cisjordânia e parte de Jerusalém. O conflito marcou ainda o início de um grande problema para a região: um imenso número de refugiados palestinos ficou sem seu território e impedido de constituir sua pátria. Em 1956, Israel atacou o Egito contando com o apoio da França e Inglaterra, ocupou a região do Sinai e passou a controlar o Golfo de Ácaba. Tal fato foi uma reação à nacionalização do Canal de Suez e ao fechamento do porto de Eilat, por ordem do presidente egípcio Gamal Abdel Nasser. Era a Segunda Guerra Árabe-Israelense ou Guerra do Suez. Todavia, EUA e URSS pressionaram e Israel recuou, devolvendo no ano seguinte o Sinai ao Egito. O fato fortaleceu politicamente o presidente Nasser, que passou a ser visto como a grande liderança regional. Ao longo da década de 1950, foi iniciada a organização da luta do povo palestino contra os inimigos judeus. Foi criada a Al Fatah e tiveram início ações armadas contra Israel. Um dos líderes da organização passou a ganhar destaque na causa palestina: Yasser Arafat. Em 1964, foi criada a Organização para a Libertação da Palestina OLP, que viria a ser reconhecida, em 1993, como legítima representante do povo palestino, após reconhecer a existência de Israel. Em 1967, reagindo aos cada vez mais frequentes ataques terroristas palestinos e a uma nova coalização de países árabes e muçulmanos que fechavam todos os acessos a Israel, este atacou seus inimigos vizinhos, ocupando a Faixa de Gaza, o Sinai, a Cisjordânia, as Colinas de Golã e Jerusalém. Era a Terceira Guerra Árabe-Israelense ou Guerra dos Seis Dias. Houve intervenção da ONU, que determinou um imediato cessar-fogo, que foi atendido. Entretanto, Israel ignorou as determinações da ONU para que deixasse os territórios ocupados. 1967 A VITÓRIA NA GUERRA DOS SEIS DIAS As conquistas da Guerra dos Seis Dias multiplicaram por três o tamanho do país Israel Mar Mediterrâneo HOJE O Sinai foi devolvido ao Egito em 1982. Israel devolveu Gaza aos palestinos em agosto de 2005 e se retirou de quatro pequenos assentamentos no norte da Cisjordânia Mar Mediterrâneo Territórios conquistados por Israel Áreas palestinas Áreas israelenses nos territórios Colônias judaicas Golfo de Suez EGITO Haifa Tel Jerusalém Aviv Oriental Gaza PENÍNSULA DO SINAI Tulkarem Nablus Qalqilya Ramallah Hebron LÍBANO I S R A E L Jenin CISJORDÂNIA FAIXA DE GAZA LÍBANO SÍRIA COLINAS DE GOLÃ CISJORDÂNIA Mar Morto JORDÂNIA ARÁBIA SAUDITA Belém SÍRIA Jericó Jerusalém JORDÂNIA <http://www.mundovestibular.com.br/articles/4378/1/a-guerra-dos-seis- DIAS/Paacutegina1.html>. Acesso em 12 de julho de 2011. A já citada Guerra do Yom Kippur foi a Quarta Guerra Árabe-Israelense, ocorrida em 1973. Apesar da intervenção da ONU, dos EUA e da URSS, não houve acordos definitivos e Israel não devolveu os territórios que havia ocupado em 1967. Diante da situação, os países árabes decidiram usar o petróleo como arma política e através da Organização dos Países Exportadores de Petróleo OPEP, reduziram a produção do produto e boicotaram seu fornecimento a países aliados de Israel, causando a Crise Mundial do Petróleo de 1973. A crise demonstrou, especialmente ao mundo ocidental, a dependência em relação ao petróleo e a importância geopolítica e estratégica do mundo árabe. No Brasil, a crise ajudou a determinar a falência do Milagre Econômico vivido no País. À época, as economias capitalistas, em geral, eram marcadas por forte intervencionismo e consequentemente os estados foram diretamente atingidos. Dali em diante, começaram a ganhar corpo as propostas econômicas de redução da intervenção do Estado na economia e começava a nascer o neoliberalismo, especialmente na Inglaterra, sob o governo da Primeira-Ministra Margareth Tatcher, e nos EUA, governados por Ronald Reagan. Na América do Sul, o Chile, governado pelo ditador Augusto Pinochet, foi o primeiro país a adotar tais práticas. 2 Ciências Humanas e suas Tecnologias

Por outro lado, a crise estimulou a busca por fontes alternativas de combustíveis e energia. Nesse contexto, merece destaque o Programa Nacional do Álcool ou Proálcool, instituído em 1975 no Brasil, que visava a substituição em larga escala dos veículos movidos a combustíveis derivados do petróleo por álcool. A crise incentivou ainda uma busca pelas grandes potências econômicas, especialmente EUA, Inglaterra e França, de uma aproximação com os países árabes. Dessa forma, empresas multinacionais passaram a investir grandes somas de capitais no mundo árabe e o Ocidente, especialmente os EUA, buscaram aproximações e acordos políticos e diplomáticos com países como Arábia Saudita, Iraque, Pérsia e Egito. Este último foi o primeiro a reconhecer Israel, com a assinatura do acordo de Camp David, em 1979, em troca da devolução do Sinai pelo Estado Judeu, que cedia às pressões norte-americanas nesse sentido. A aproximação do soberano ou Xá Reza Pahlevi com os EUA, associada à impopularidade da monarquia persa, acusada de promover uma ocidentalização do país, foram os principais motivos da Revolução Islâmica de 1979, que transformou a Pérsia na República Islâmica do Irã, país de governo fundamentalista antiamericano e antissionista comandado por líderes religiosos locais os Aiatolás, o que ampliou as tensões na região. d) na ideologia sionista, que defendia a entrada dos judeus na Palestina sob domínio inglês. e) na aceitação por parte de ambos os lados de uma divisão equitativa da cidade de Jerusalém. Comentário Após a Segunda Guerra Mundial, em 1948, a ONU determinou a divisão do território palestino entre judeus e palestinos, devendo ser criado um estado para cada uma destas nações. Foi criado o Estado judeu, mas a proposta não agradou à população palestina local e os países árabes e muçulmanos do Oriente Médio, e o Estado palestino não foi criado. É importante lembrar que a divisão do território colocou cidades palestinas sob domínio israelense e muitos muçulmanos foram expulsos de suas terras e encaminhados para novas áreas que deveriam ser do Estado palestino. Ocorreram conflitos e guerras, entre as quais a Guerra dos Seis Dias, em 1967, quando a vitória de Israel levou a uma ocupação de territórios palestinos, transformando milhares de palestinos em refugiados em seu próprio território ou em países vizinhos, com destaque para o Líbano. Resposta correta: C QUESTÃO COMENTADA Avaliar criticamente conflitos culturais, sociais, políticos, econômicos ou ambientais ao longo da história. C-3 H-15 C-3 H-15 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO Avaliar criticamente conflitos culturais, sociais, políticos, econômicos ou ambientais ao longo da história. (PUC-MG Adaptada) Leia atentamente o texto a seguir, de Moacyr Scliar. Israel representa uma mudança transcendente na multimilenar trajetória dos judeus. O Holocausto as revelações sobre o massacre de judeus deram dramática legitimidade ao movimento sionista e reivindicação de um território. A fundação de Israel deveria ser decidida pela recém-criada Organização das Nações Unidas. EUA e URSS apoiavam a partilha da Palestina e a criação de dois Estados um árabe, outro judeu. Com as superpotências coincidindo em seus pontos de vista, não foi difícil para a Assembleia Geral da ONU aprovar, em novembro de 1947, a divisão da Terra Santa. O projeto foi rejeitado pelos representantes dos países árabes. Mas os judeus, liderados por David Ben-Gurion, levaram a proposta adiante. Quase seis meses depois, 14 de maio de 1948, proclamaram a independência. Imediatamente estourou o conflito bélico, vencido pelos israelenses. Outros conflitos vieram, notadamente a Guerra dos Seis Dias. Israel consolidou-se como potência militar. Desde então, trava-se uma luta amarga e desumana entre israelenses palestinos, que, ao longo dessas décadas, acabaram por forjar uma identidade nacional. A partilha da Palestina ocorreu há mais de seis décadas e ainda é alvo de polêmicas. Acerca da partilha e seus impactos, a base para a criação do Estado de Israel foi assentada: a) na possibilidade de existência de um Estado judaico com a aprovação dos países árabes. b) na legitimação pela força, comprovada pela sequência vitoriosa em conflitos e guerras contra seus vizinhos. c) na possibilidade da existência de uma maioria judaica num território estabelecido para tal fim. 01. O Oriente Médio foi palco de conflitos internacionais de grande repercussão no mundo ao longo do século XX. A crise que envolveu a nacionalização do canal de Suez pelo Egito, em 1956, conjugou questões políticas, econômicas e militares numa escala internacional, inserida no contexto da Guerra Fria. O presidente egípcio Gamal Abdel Nasser iniciou a crise que levou ao conflito quando anunciou a nacionalização do canal de Suez, levando Israel, com o apoio de Inglaterra e França, a atacar o Egito. Qual o contexto internacional da década de 1950 permitiu a nacionalização do canal de Suez e o fracasso dos movimentos armados contra o Egito? a) No contexto da Guerra Fria, o equilíbrio entre as superpotências e os interesses internacionais levaram EUA e URSS a pressionar seus aliados, o que levou o Egito a recuar e Israel a devolver o Sinai no ano seguinte. b) A União Soviética havia iniciado em 1956 sua escalada militar no Vietnã, enquanto o bloco socialista estava fragmentado pela crescente aproximação da China à política internacional das nações capitalistas. c) O canal de Suez não tinha importância para a economia dos países capitalistas europeus e o apoio francobritânico deveu-se ao fato de o governo egípcio ser uma barreira à expansão do islamismo no Oriente Médio. d) Os países muçulmanos haviam cancelado o fornecimento de petróleo para os Estados Unidos, o que fomentou o interesse dos países capitalistas nos fatos ocorridos naquela tensa região do planeta. e) As nações europeias como a Inglaterra e a França estavam debilitadas pois, recém-saídas da Segunda Guerra Mundial, estavam militarmente enfraquecidas e lutando contra a descolonização de seus territórios contra países como Estado de Israel. Ciências Humanas e suas Tecnologias 3

C-2 H-7 Identificar os significados histórico-geográficos das relações de poder entre as nações. 02. Observe o mapa a seguir acerca da constituição do Estado de Israel, com a divisão aprovada pela ONU, e assinale a alternativa correta. pela Líbia e outros países do mundo árabe. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, afirmou: A mudança revolucionária está a varrer o mundo árabe, com reflexos que serão sentidos em toda parte e por todos. Se toda essa transformação se encaminha para a democracia, cabem outros questionamentos: qual tipo de democracia será estabelecido? Como os princípios democráticos compactuaram numa região que política e religião não se separam? Como falar em liberdade (um ponto da democracia) em países onde a mulher vive uma quase escravidão? O fato é que devemos ter alguns cuidados ao olharmos o Oriente Médio com os olhos do Ocidente... É uma outra história... introdução a) A criação dos estados judeu e palestino foi favorecida pela intervenção das Nações Unidas após a Segunda Guerra. b) A proposta não foi concretizada, em virtude de divergências religiosas, políticas, econômicas e históricas. c) A criação do Estado Judeu foi aceita pelos países vizinhos, enquanto Israel foi impedido de se estabelecer. d) A única proposta realmente concretizada foi a transformação de Jerusalém em área de interesse internacional. e) A criação do Estado Árabe não se concretizou em virtude do poder militar de Israel, apoiado pela URSS. DE OLHO NO ENEM QUAL O SENTIDO DA DEMOCRACIA? A onda revolucionária no LAVÔ, ENXUGÔ, TÁ NOVA! Oriente Médio é uma chance ímpar de presenciarmos a História acontecendo e de pensarmos no significado de democracia, assunto tão comum em nossas aulas e tão complexo em nosso dia a dia. Um governo que representa os anseios do povo é perseguido ao longo do tempo, em momentos de recuo e avanço. Na Grécia Antiga, existia uma limitação, que foi se tornando cada vez mais restrita na Idade Média e na Idade Moderna, que assistiu no romper da Idade Contemporânea uma nova possibilidade de cidadania e democracia com a Revolução Francesa. O século XX foi intenso em busca de democracia e o Brasil deu exemplos de grandes lutas por esse ideal, que no ano de 2011 ainda não se faz pleno. O projeto ficha-suja não valeu para as eleições de 2010 e cabem alguns questionamentos: o erro está na lei? O erro está na interpretação da lei? O erro está em quem elege um suposto ficha-suja? O Oriente Médio vem passando por uma grande onda revolucionária iniciada na Tunísia, que se espalhou pelo Egito, Com a nova ordem mundial, expressa pelo processo de mundialização da economia, e com o enfraquecimento dos estados nacionais que resultou no fim das fronteiras, as organizações supranacionais passaram a ter cada vez mais destaque no cenário internacional. Nesse novo cenário, organizações internacionais como o Fundo Monetário Internacional (FMI), Organização das Nações Unidas (ONU), Organização Mundial do Comércio (OMC) e, mais recentemente, os BRICS assumiram um papel de destaque na chamada política internacional. OBJETO DO CONHECIMENTO Organizações supranacionais Criadas após a Segunda Guerra Mundial, essas instituições surgem com o entendimento de que os direitos, deveres e condições socioeconômicas dos países não podem mais ser vistos como problemas isolados. Já que influenciam a ordem global, precisam de alguns mecanismos para serem regulados globalmente. Sem dúvida, as resoluções dos organismos internacionais como a OMC, ONU e FMI sempre têm um grande impacto nos governos e na formação da opinião pública internacional. Diante desse poder é forte o questionamento sobre a igualdade de vantagens e não autoridade sobre os governos como princípios das instituições internacionais. Como garantir esses pressupostos para países com realidades político-econômicas tão assimétricas quanto a dos países desenvolvidos e dos países subdesenvolvidos? Esse é um ponto polêmico, alimentado pelo fato de a maioria das instituições internacionais, que deveriam garantir a representatividade de todos os países, terem na verdade sua constituição e distribuição de poder condicionadas pela posição político-econômica dos países na comunidade internacional. No FMI, por exemplo, os votos estão relacionados com a cota de contribuição dos Estados para o Fundo. Os EUA, como maior cotista, têm a maioria dos votos. No FMI e Banco Mundial existe uma espécie de voto censitário de acordo com o poder econômico dos países. 4 Ciências Humanas e suas Tecnologias

ONU Organização das Nações Unidas (ONU), ou simplesmente N a ç õ e s U n i d a s ( N U ), é u m a organização internacional cujo objetivo declarado é facilitar a cooperação em matéria de direito internacional, segurança internacional, d e s e n v o l v i m e n t o e c o n ô m i c o, progresso social, direitos humanos e a realização da paz mundial. A ONU foi fundada em 1945, após a Segunda Guerra Mundial, para substituir a Liga das Nações. Ela contém várias organizações subsidiárias para realizar suas missões. Existem atualmente 193 estados-membros, incluindo quase todos os estados soberanos do mundo. De seus escritórios em todo o mundo, a ONU e suas agências especializadas d e c i d e m s o b r e q u e s t õ e s dessubstantivas e administrativas, em reuniões regulares, ao longo do ano. A organização está dividida em instâncias administrativas, principalmente: a Assembleia G e r a l ( a s s e m b l e i a d e l i b e r a t i v a p r i n c i p a l ) ; o Conselho de Segurança (para decidir determinadas resoluções de paz e segurança); o Conselho Econômico e Social (para auxiliar na promoção da cooperação econômica e social internacional e desenvolvimento); o Secretariado (para fornecimento de estudos, informações e facilidades necessárias para a ONU), o Tribunal Internacional de Justiça (o órgão judicial principal). Além de órgãos complementares de todas as outras agências do Sistema das Nações Unidas, como a Organização Mundial de Saúde (OMS), o Programa Alimentar Mundial (PAM) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF). A figura mais publicamente visível da ONU é o Secretário-Geral, cargo ocupado desde 2007 por Ban Ki-moon, da Coreia do Sul. A organização é financiada por contribuições voluntárias dos seus Estados-membros, e tem seis idiomas oficiais: árabe, chinês, inglês, francês, russo e espanhol. Organismos intergovernamentais, ou programas são: OIT Organização Internacional do Trabalho. FAO Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação. UNESCO Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura. OMS Organização Mundial de Saúde. Grupo do Banco Mundial (BIRD, Banco Internacional de Desenvolvimento). IDA Associação de Desenvolvimento. CFI Corporação Financeira Internacional. AGMF Agência de Garantia Multilateral de Financiamento. CIRDF Agência Internacional para a Resolução de Disputas Financeiras (CIRDF). FMI Fundo Monetário Internacional. ICAO Organização da Aviação Civil Internacional. UPU União Postal Universal. ITU União Internacional de Telecomunicações. OMM Organização Meteorológica Mundial. IMO Organização Marítima Internacional. OMPI Organização Mundial da Propriedade Intelectual. FIDA Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola. UNIDO Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial. OMT Organização Mundial do Turismo. AIEA Agência Internacional de Energia Atômica. OMC Organização Mundial do Comércio. OPAQ Organização para a Proibição de Armas Químicas. CTBTO Organização Preparatória para o Tratado de Proibição de Testes Nucleares. UNCTAD Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento. PMA Programa Mundial de Alimentos. Alguns programas são criados especificamente para determinadas regiões, como, por exemplo: PNUD Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. UNICEF Fundo das Nações Unidas para a Infância. PNUMA Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente. ACNUR Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados. UNFPA Fundo de População das Nações Unidas. UN-Habitat Programa das Nações Unidas para Assentamentos Urbanos. UNIFEM Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para Mulher. UNAIDS Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids. UNODC Escritório das Nações Unidas contra Drogas e Crime. UNRWA Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados Palestinos. FMI O Fundo Monetário Internacional (FMI) é uma organização internacional que pretende assegurar o bom funcionamento do sistema f i n a n c e i r o m u n d i a l p e l o monitoramento das taxas de câmbio e da balança de pagamentos, através de assistência técnica e financeira. Sua criação ocorreu pouco antes do final da Segunda Guerra Mundial, em julho de 1944, e sua sede é em Washington, DC, Estados Unidos. Atualmente conta com mais de 187 nações. O FMI foi criado em 1944, com 45 países representados inicialmente em Bretton Woods, New Hampshire, nos EUA. Tem como objetivo básico zelar pela estabilidade do sistema monetário internacional, através da promoção da cooperação e da consulta de assuntos monetários entre os seus 187 países-membros. Com exceção de Coreia do Norte, Cuba, Liechtenstein, Andorra, Mônaco, Tuvalu e Nauru, todos os membros da ONU fazem parte do FMI. O Fundo favorece a progressiva eliminação das restrições cambiais nos países-membros e concede recursos temporariamente para evitar ou remediar desequilíbrios no balanço de pagamentos. Além disso, o FMI planeja e monitora programas de ajustes estruturais e oferece assistência técnica e treinamento para os países-membros. Ciências Humanas e suas Tecnologias 5

Banco Mundial O Banco Mundial começou a partir da criação do Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD) nas Conferências de Bretton Woods, em 1944. Por costume, o Banco Mundial é presidido por um norte-americano. A missão inicial do Banco Mundial, até então somente o BIRD, foi de financiar a reconstrução dos países devastados pela Segunda Guerra Mundial. Com o tempo, a missão evoluiu para a de financiamento do desenvolvimento dos países mais pobres e de auxílio financeiro. O Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD) possui 187 países-membros, enquanto a Associação Internacional de Desenvolvimento (IDA) tem 168 membros. Cada Estado-membro do BIRD deve ser também um membro do Fundo Monetário Internacional (FMI) sendo que somente os membros do BIRD estão autorizados a juntar-se a outras instituições dentro do Banco. OMC Poder de voto no Banco Mundial Estado-membro Percentagem Estados Unidos 16,39% Japão 7,86% Alemanha 4,49% França 4,30% Reino Unido 4,30% Brasil 2,24% Outros 62,66% A Organização Mundial do Comércio (OMC) é uma organização internacional que trata das regras do comércio internacional. Possui sede em Genebra, Suíça, e conta com 156 membros. Suas funções são: gerenciar os acordos que compõem o sistema multilateral OMC de comércio; servir de fórum para comércio nacional (firmar acordos internacionais); supervisionar a adoção dos acordos e implementação destes acordos pelos membros da organização (verificar as políticas comerciais nacionais). O u t r a f u n ç ã o m u i t o importante na OMC é o Sistema de resolução de Controvérsias da OMC, o que a destaca entre outras instituições internacionais. Este mecanismo foi criado para solucionar os conflitos gerados pela aplicação dos acordos sobre o comércio internacional entre os membros da OMC. Além disso, a cada dois anos, a OMC deve realizar pelo menos uma Conferência Ministerial. Existe um Conselho Geral que implementa as decisões alcançadas na Conferência e é responsável pela administração diária. A Conferência Ministerial escolhe um diretor-geral com o mandato de quatro anos. Atualmente, o Diretor-geral é Pascal Lamy, que tomou posse em 8 de março de 2008. FAO Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação Emblema da FAO com o seu lema latino, Fiat Panis (Seja feito o pão) Tipo Agência especializada Acrônimo FAO Comando José Graziano Status ativa Fundação 16 de outubro de 1945 Sede Roma, Itália Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO, sigla de Food and Agriculture Organization) é uma organização das Nações Unidas cujo objetivo é aumentar a capacidade da comunidade internacional para de forma eficaz e coordenada, promover o suporte adequado e sustentável para a Segurança Alimentar e Nutrição. Para isso, realiza programas de melhoria da eficiência na produção, elaboração, comercialização e distribuição de alimentos e produtos agropecuários de granjas, bosques e pescarias. De acordo com a própria FAO, suas principais atividades são: Desenvolver assistência para países subdesenvolvidos. Informação sobre nutrição, comida, agricultura, florestamento e pesca. Aconselhamento a governos. Servir como um fórum neutro para discutir e formular políticas nos principais assuntos relacionados à agricultura e alimentação. A FAO foi fundada a 16 de outubro de 1945, em Quebeque, Canadá. Em 1951, sua sede foi transferida para Roma, por iniciativa do governo italiano, que teria investido quatro milhões de dólares na construção da nova sede. Em 2000, tinha 181 membros (180 países e a União Europeia). 6 Ciências Humanas e suas Tecnologias

OEA A Organização dos Estados Americanos é o mais antigo organismo regional do mundo. A sua origem remonta à Primeira Conferência Internacional Americana, realizada em Washington, D.C., de outubro de 1889 a abril de 1890. Esta reunião resultou na criação da União Internacional das Repúblicas Americanas, e começou a se tecer uma rede de disposições e instituições, dando início ao que ficará conhecido como Sistema Interamericano, o mais antigo sistema institucional internacional. A OEA foi fundada em 1948 com a assinatura, em Bogotá, Colômbia, da Carta da OEA que entrou em vigor em dezembro de 1951. A Organização foi criada para alcançar nos Estados-membros, como estipula o Artigo 1º da Carta, uma ordem de paz e de justiça, para promover sua solidariedade, intensificar sua colaboração e defender sua soberania, sua integridade territorial e sua independência. Hoje, a OEA congrega os 35 Estados independentes das Américas e constitui o principal fórum governamental político, jurídico e social do hemisfério. Além disso, a Organização concedeu o estatuto de observador permanente a 67 Estados e à União Europeia (EU). Para atingir seus objetivos mais importantes, a OEA baseia-se em seus principais pilares que são a democracia, os direitos humanos, a segurança e o desenvolvimento. Organização dos Estados Americanos (OEA) Organisation des États Américains Organization of American States Organización de los Estados Americanos Bandeira da Organização dos Estados Americanos Países membros da OEA. Fundação 5 de maio de 1948 Tipo Organização Internacional Sede Membros Línguas oficiais Secretário-Geral Washington D.C., Estados Unidos 35 países Inglês Francês Espanhol Português José Miguel Insulza Chile (desde 26 de maio de 2005) G8 O Grupo dos Sete e a Rússia, mais conhecido como G8, é um grupo internacional que reúne os sete países mais industrializados e d e s e n v o l v i d o s economicamente do mundo, mais a Rússia. Todos os países se dizem nações democráticas: Estados Unidos, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e o Canadá (antigo G7), mais a Rússia esta última não participando de todas as reuniões do grupo. Durante as reuniões, os dirigentes máximos de cada Estado-membro discutem questões de alcance internacional. O G8 é muito criticado por um grande número de movimentos sociais, normalmente integrados no movimento antiglobalização, que acusam o G8 de decidir uma grande parte das políticas globais, social e ecologicamente destrutivas, sem qualquer legitimidade nem transparência. Sempre que ocorrem reuniões do G8 são convidados também um grupo denominado de G5 (Brasil, India, China, México e África do Sul). Tudo indica que no futuro essas duas organizações se juntem formando o G13. G20 O Grupo dos 20 (ou G20) é um grupo formado pelos ministros de finanças e chefes dos bancos centrais das 19 maiores economias do mundo mais a União Europeia. Foi criado em 1999, após as sucessivas crises financeiras da década de 1990. Visa favorecer a negociação internacional, integrando o princípio de um diálogo ampliado, levando em conta o peso econômico crescente de alguns países, que, juntos, representam 90% do PIB mundial, 80% do comércio mundial (incluindo o comércio intra-ue) e dois terços da população mundial. O peso econômico e a representatividade do G-20 conferem-lhe significativa influência sobre a gestão do sistema financeiro e da economia global. O G-20 estuda, analisa e promove a discussão entre os países mais ricos e os emergentes sobre questões políticas relacionadas com a promoção da estabilidade financeira internacional e encaminha as questões que estão além da responsabilidade individual de qualquer organização. Com o crescimento da importância do G-20 a partir da reunião de 2008, em Washington, e diante da crise econômica mundial, os líderes participantes anunciaram, em 25 de setembro de 2009, que o G-20 seria o novo conselho internacional permanente de cooperação econômica, eclipsando o G8, constituído pelas oito economias mais ricas. Ciências Humanas e suas Tecnologias 7

Grupo dos 20 G-20 Mapa-múndi destacando os países do G-20. Países-membros do G-20 Países-membros da União Europeia que não são individualmente representados no G-20 Fundação 1999 2008 (Cúpula) Membros 20 Presidência do G-20 México (2012) Réalisation, Roberto Girmeno et Atelier de cartographie de Sciences Po. Dila, Paris, décembre 2009. L Organisation de coopération et de développement économiques en 2010 Source: Questions internationales (nº 41 janvier-février 2010) Grupo dos 77 États fondatesurs le 14 décembre 1960 Autres États membres Négociations pour l adhésion à I OCDE en cours Endagement renforcé en vue d une éventuelle adhésion Source: www.cecd.org Argentina Austrália Brasil Canadá OCDE China França Alemanha Índia Indonésia Itália Japão México Rússia Arábia Saudita África do Sul Coreia do Sul Turquia Reino Unido Estados Unidos União Europeia A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) é uma organização internacional de 34 países que aceitam os princípios da democracia representativa e da economia de livre mercado. Os membros da OCDE são economias de alta renda com um alto Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e são considerados países desenvolvidos, exceto México, Chile e Turquia. Teve origem em 1948 como a Organização para a Cooperação Econômica (OECE), liderada por Robert Marjolin da França, para ajudar a administrar o Plano Marshall para a reconstrução da Europa, após a Segunda Guerra Mundial. Posteriormente, a sua filiação foi estendida a estados não europeus. Em 1961, foi reformada para a Organização para a Cooperação Econômica e Desenvolvimento da Convenção sobre a Organização para a Cooperação Econômica e Desenvolvimento. A sede da OCDE é localizada em Paris, França. O Grupo dos 77 nas Nações Unidas é uma coalizão de nações em desenvolvimento, que visa promover os interesses econômicos coletivos de seus membros e criar uma maior capacidade de negociação conjunta na Organização das Nações Unidas. Havia 77 membros fundadores da organização, mas a organização, desde então, expandiu para 131 países-membros. Desde 2011, a Argentina detém a presidência. O grupo foi fundado em 15 de junho de 1964 pela Declaração Conjunta dos Setenta e Sete Países emitida na Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD). A primeira reunião importante foi em Argel, em 1967, quando a Carta de Argel foi adotada e a base para as estruturas institucionais permanentes foi iniciada. Há seções do Grupo dos 77, em Roma (FAO), Viena (ONUDI), Paris (UNESCO), Nairobi (UNEP) e o Grupo dos 24 em Washington, DC (FMI e Banco Mundial). BRICS 8 Ciências Humanas e suas Tecnologias

BRICS EM NÚMEROS fonte: Banco Mundial BRASIL RÚSSIA ÍNDIA CHINA ÁFRICA DO SUL ÁREA 8,5 MIL KM 2 17 MIL KM 2 3,3 MIL KM 2 9,6 MIL KM 2 1,2 MIL KM 2 POPULAÇÃO (HABITANTES) 195,4 MILHÕES 140,4 MILHÕES 1,21 BILHÕES 1,35 BILHÕES 2,51 MILHÕES PIB US$ 1,6 TRILHÕES US$ 1,2 TRILHÕES US$ 1,3 TRILHÕES US$ 5 TRILHÕES US$ 300 BILHÕES Em economia, BRICS é um acrônimo que se refere aos países-membros fundadores (Brasil, Rússia, Índia e China) e à África do Sul, que juntos formam um grupo político de cooperação. Em 14 de abril de 2011, o S foi oficialmente adicionado à sigla BRIC para formar o BRICS, após a admissão da África do Sul (em inglês: South Africa) ao grupo. Os membros fundadores e a África do Sul estão todos em um estágio similar de mercado emergente, devido ao seu desenvolvimento econômico. É geralmente traduzido como os BRICS ou países BRICS ou, alternativamente, como os Cinco Grandes. Apesar de o grupo ainda não ser um bloco econômico ou uma associação de comércio formal, como no caso da União Europeia, existem fortes indicadores de que os quatro países do BRIC têm procurado formar um clube político ou uma aliança, e assim converter seu crescente poder econômico em uma maior influência geopolítica. Desde 2009, os líderes do grupo realizam cúpulas anuais. A sigla (originalmente BRIC ) foi cunhada por Jim O Neill em um estudo de 2001 intitulado Building Better Global Economic BRICs. Desde então, a sigla passou a ser amplamente usada como um símbolo da mudança no poder econômico global, distanciando-se das economias desenvolvidas do G7 em relação ao mundo em desenvolvimento. De acordo com um artigo publicado em 2005, o México e a Coreia do Sul seriam os únicos outros países comparáveis aos BRICS, mas suas economias foram inicialmente excluídas por serem consideradas mais desenvolvidas, uma vez que já eram membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico. O G-20 tem uma vasta e equilibrada representação geográfica, sendo atualmente integrado por 23 membros: 5 da África (África do Sul, Egito, Nigéria, Tanzânia e Zimbábue), 6 da Ásia (China, Filipinas, Índia, Indonésia, Paquistão e Tailândia) e 12 da América Latina (Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Cuba, Equador, Guatemala, México, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela). O Grupo nasceu com o objetivo de tentar, como de fato o fez, impedir um resultado predeterminado em Cancun e de abrir espaço para as negociações em agricultura. Naquela ocasião, o principal objetivo do Grupo foi defender resultados nas negociações agrícolas que refletissem o nível de ambição do mandato de Doha e os interesses dos países em desenvolvimento. Para tanto, o Grupo adotou uma posição comum, circulada como documento oficial da OMC, antes e durante Cancun (WT/MIN(03)/W/6). Essa posição permanece como a plataforma central do Grupo. O G-20 consolidou-se como interlocutor essencial e reconhecido nas negociações agrícolas. A legitimidade do Grupo deve-se às seguintes razões: importância dos seus membros na produção e comércio agrícolas, representando quase 60% da população mundial, 70% da população rural em todo o mundo e 26% das exportações agrícolas mundiais; sua capacidade de traduzir os interesses dos países em desenvolvimento em propostas concretas e consistentes; sua habilidade em coordenar seus membros e interagir com outros grupos na OMC. G15 O Grupo dos 15, ou G15, foi estabelecido na nona reunião de cúpula do movimento dos Não Alinhados em Belgrado, Iugoslávia em setembro de 1989. Foi proposta a cooperação e a entrada para outros grupos internacionais, tais como a Organização Mundial de Comércio (OMC) e o grupo das oito nações ricas e industrializadas (G8). É composto dos países da América do Norte, da América do Sul, da África, e da Ásia com um objetivo em comum, o crescimento e a prosperidade. O G15 focaliza na cooperação entre países nas áreas de investimento, de comércio, e de tecnologia. A sociedade do G15 expandiu a 18 países, mas o nome permaneceu o mesmo. Os países do acordo são: Argélia, Argentina, Brasil, Chile, Egito, Índia, Indonésia, Irã, Jamaica, Quênia, Nigéria, Malásia, México, Peru, Senegal, Sri Lanka, Venezuela e Zimbábue. O Irã entrou para o G15 na reunião de cúpula dos Não Alinhados de 2006, em Havana.?? O G-20 Agrícola é um grupo de países em desenvolvimento criado em 20 de agosto de 2003, na fase final da preparação para a V Conferência Ministerial da OMC, realizada em Cancun, entre 10 e 14 de setembro de 2003. O Grupo concentra sua atuação em agricultura, o tema central da Agenda de Desenvolvimento de Doha. G4 O G4 é uma aliança entre Alemanha, Brasil, Índia e Japão com o objetivo de apoiar as propostas uns dos outros para ingressar em lugares permanentes no Conselho de Segurança das Nações Unidas. Diferentemente de outras alianças similares como o G7 e o G8, onde o denominador comum é a economia ou motivos políticos a longo termo, o objetivo é apenas buscar um lugar permanente no Conselho. Ciências Humanas e suas Tecnologias 9

A ONU possui atualmente cinco membros permanentes com poder de veto no Conselho de Segurança: China, Estados Unidos, França, Reino Unido e Rússia. Enquanto quase todas as nações concordam com o princípio que a ONU precisa de uma reforma que inclui expansão, poucos países desejam negociar quando a reorganização deve acontecer. Também há descontentamento entre os membros permanentes atuais quanto à inclusão de nações controversas ou países não apoiados por eles. Por exemplo, a República Popular da China é contra a entrada do Japão e a Alemanha não recebe apoio dos EUA. A França e o Reino Unido anunciaram que apoiam as reivindicações do G4, principalmente o ingresso da Alemanha e do Brasil. Uma questão importante são os países vizinhos (com chances menores de ingressar) aos que propõem a entrada que frequentemente são contra os esforços do G4: o Paquistão é contra a entrada da Índia; a Coreia do Sul e a China são contra o Japão; a Argentina e o México são contra o Brasil e a Itália é contra a Alemanha; formando um grupo que ficou conhecido como Coffee Club, contra a expansão do Conselho por aqueles que a propõem. a) o presidente dos EUA teve, ao invadir o Iraque em 2003, uma postura autoritária ao não considerar os acordos multilaterais de paz, proporcionados pela ONU desde o fim da Segunda Guerra Mundial. b) a ONU sempre foi uma instituição inoperante, o que provocou a invasão do Iraque pelo presidente norteamericano. Tal instituição nada fez para por fim às hostilidades entre árabes e israelenses, proporcionando a invasão estadunidense. c) a ocupação do Iraque pelas forças militares norteamericanas, desde 2003, não pode mais ser suportada pelos Estados Unidos. Este país tenta restabelecer a democracia no Iraque, e a ONU é incapaz de ouvir os clamores dessa liderança política para por fim à guerra. d) o governo dos EUA tentou evitar, junto à ONU e a todo custo, o conflito armado com o Iraque, e a ocupação do país árabe pela maior potência militar do planeta vem causando a crise imobiliária que afeta a economia global. e) o secretário geral da ONU é um árabe radical, o que impede que a instituição tome atitudes de contenção da guerra entre EUA e Iraque, aumentando o terrorismo internacional dos fundamentalistas islâmicos. Comentário Com o final da Guerra Fria, a ONU se tornou a mais importante organização supranacional, contudo, a invasão do Iraque, sem o aval dessa organização, colocou em xeque o poder da ONU diante da ingerência das potências globais. Resposta correta: A EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO QUESTÃO COMENTADA Identificar os significados histórico-geográficos das relações de poder entre as nações. C-2 H-7 C-2 H-9 Compreendendos a Habilidade Comparar o significado histórico-geográfico das organizações políticas e socioeconômicas em escala local, regional ou mundial. UNnecessary ( Desnecessário ), completa o expresidente norte-americano George W. Bush, com um lápis, no símbolo internacional da ONU (United Nations). Em relação ao tema, podemos afirmar que: 03. Para alguns autores, a globalização é a fase mais recente da expansão capitalista. Nesta etapa alguns chefes de Estado têm feito conferências e decidido sobre as maiores operações industriais e financeiras do mundo. As ações deste grupo privilegiado, também conhecido como G-8, são decisivas para a economia mundial. Assinale a alternativa que contém os países que compõem o G-8. a) Estados Unidos, Japão, Alemanha, França, Canadá, Itália, Reino Unido e Rússia. b) Israel, França, Holanda, Dinamarca, China, Taiwan, Suíça e Reino Unido. c) Alemanha, França, Reino Unido, Espanha, Japão, China, Rússia e Canadá. d) Japão, China, Estados Unidos, Itália, Bélgica, Holanda, Luxemburgo e Suíça. e) Alemanha, Itália, Israel, Polônia, Rússia, Canadá, Dinamarca e Grécia. 10 Ciências Humanas e suas Tecnologias

C-2 H-9 Comparar o significado histórico-geográfico das organizações políticas e socioeconômicas em escala local, regional ou mundial. 04. Leia os textos e responda. Sob rígidas sanções da ONU por conta de seu programa nuclear, o governo do país anunciou que atingiu 3000 centrífugas para enriquecimento de urânio. O país afirma que seu programa visa produzir energia, mas EUA e União Europeia temem que o país busque a bomba atômica. Relatório emitido pela AIEA, a Agência Nuclear da ONU menciona que o país tem 2000 centrífugas e outras 650 em fase de teste. Mergulhado numa grave crise econômica o país aceitou desativar todo o seu programa nuclear até o fim deste ano, informou o principal negociador nuclear dos EUA e secretário assistente de Estado, Christopher Hill, após negociações em Genebra. Em troca o país receberá compensação política e econômica. Folha de S. Paulo, 03/09/2007. Os textos referem-se respectivamente a dois países cujos programas nucleares preocupam a comunidade internacional. Os países são: a) Irã e Paquistão. b) Irã e Coreia do Norte. c) Coreia do Norte e Paquistão. d) Coreia do Norte e Turquia. e) Paquistão e Síria. Conhecido pela enorme influência tanto no Departamento de Estado como na Casa Branca, o CFR busca, através desse estudo, fortalecer a importância do Brasil dentro do governo americano. Contendo algumas críticas tanto ao presidente Barack Obama como à secretária de Estado, Hillary Clinton, o estudo teve a participação de figuras ligadas aos Partidos Republicano e Democrata. A força-tarefa recomenda que a administração Obama apoie o Brasil como membro do Conselho de Segurança. Acreditamos que o Brasil, com esta cadeira, teria uma maior responsabilidade diante dos principais temas internacionais, afirma o estudo divulgado na terça-feira, 12, pelo CFR. Ao visitar o Brasil, em março passado, o presidente americano não apoiou a iniciativa brasileira, apesar de ter dado esse apoio, meses antes, à Índia, que também ambiciona integrar o órgão máximo das Nações Unidas. Segundo o estudo, um apoio formal dos Estados Unidos ao Brasil reduziria a suspeita dentro do governo brasileiro de que o compromisso americano de uma relação madura e entre iguais não passa de retórica. Há pouco a perder e muito a ganhar com um apoio ao Brasil no CS neste momento, diz o texto. Abstenções. No estudo, a força-tarefa empenha-se até mesmo em justificar o histórico de abstenções do Brasil nas votações da ONU ou mesmo posições contrárias aos EUA, como nas resoluções que propunham sanções ao Irã, em 2010, ou que aprovavam a criação de uma zona de exclusão aérea na Líbia, há alguns meses. Os brasileiros usam a abstenção como forma de expressar frustração diante da comunidade internacional ao censurar o Irã, mas não a Arábia Saudita, diz o texto. DE OLHO NO ENEM Lenin Nolly/EFE Os Estados Unidos devem apoiar a inclusão do Brasil como membro permanente no Conselho de Segurança da ONU, eliminar a tarifa à importação do etanol brasileiro, suspender a obrigatoriedade do visto e tratar o País como uma potência global, e não apenas regional. A avaliação é de um amplo estudo com o título EUA devem desenvolver uma parceria madura e forte com o Brasil, realizado por uma força-tarefa de 30 especialistas americanos em diferentes áreas reunidos pelo Council on Foreign Relations (CFR), um dos mais importantes centros de estudos de política externa do mundo, com base em Nova York. Para o CFR, o Departamento de Estado deveria criar um escritório apenas para assuntos brasileiros. Atualmente, o País está incluído na Subsecretaria do Hemisfério Ocidental, que inclui a América Latina e o Canadá. O Conselho de Segurança Nacional também deveria ter um diretor para coordenar questões estratégicas com o governo brasileiro. É do interesse dos EUA reconhecer o Brasil como um ator internacional, com uma influência global que deve continuar crescendo, acrescentam os formuladores da proposta. O estudo chega até mesmo a pedir uma revisão das exigências para que o Brasil possa ser incluído no Visa Waiver Program. Este programa permite que cidadãos de 36 países entrem nos Estados Unidos por até 90 dias para negócios e turismo sem a necessidade de obter o visto em consulados. A maioria deles é europeia, além de algumas nações asiáticas e da Oceania, como o Japão e a Austrália. Nenhum país da América Latina está incluído. Isso facilitaria o comércio entre os dois países e o Brasil, como medida de reciprocidade, deveria aplicar o mesmo aos americanos, afirmam. Para completar, em um claro elogio ao Brasil, eles afirmam que o crescimento resultou em uma significante redução da desigualdade, expansão da classe média e uma vibrante economia. Tudo dentro do contexto democrático, diz o texto. Gustavo Chacra, correspondente de O Estado de S.Paulo. Ciências Humanas e suas Tecnologias 11