O Exmº. Sr. Desembargador Federal CESAR ARTHUR CAVALCANTI DE CARVALHO (Relator):



Documentos relacionados
RELATÓRIO. O EXMO. DESEMBARGADOR FEDERAL IVAN LIRA DE CARVALHO (Relator Convocado):

Tribunal Regional Federal da 5ª Região. Gabinete do Desembargador Federal Vladimir Souza Carvalho APELAÇÃO

RELATÓRIO. O Sr. Des. Fed. RUBENS DE MENDONÇA CANUTO (Relator Convocado):

Tribunal Regional Federal da 5ª Região. Gabinete do Desembargador Federal Vladimir Souza Carvalho. PJe-APELREEX

RELATOR(A): DESEMBARGADOR(A) FEDERAL MANOEL DE OLIVEIRA ERHARDT - 1º TURMA

Superior Tribunal de Justiça

o INSS indeferiu o pedido de aposentadoria, vez que computou tempo de contribuição de apenas 22 anos e O 1 dia, cf. documento de fls. 17.

RELATOR(A): DESEMBARGADOR(A) FEDERAL PAULO ROBERTO DE OLIVEIRA LIMA - 2ª TURMA RELATÓRIO

Superior Tribunal de Justiça

RELATÓRIO. 3. Foram apresentadas as contrarrazões.

Superior Tribunal de Justiça

PROCESSO: RO

RELATÓRIO. 3. Sem contrarrazões. 4. É o relatório.

Poder Judiciário JUSTIÇA FEDERAL Seção Judiciária do Paraná 1ª TURMA RECURSAL JUÍZO B

Supremo Tribunal Federal

APELAÇÃO/REEXAME NECESSÁRIO Nº /RS

Superior Tribunal de Justiça

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5.ª REGIÃO Gabinete da Desembargadora Federal Margarida Cantarelli

ACÓRDÃO. Vistos, relatados e discutidos estes autos do Apelação nº , da Comarca de São José dos Campos, em que é

Superior Tribunal de Justiça

Foram apresentadas contrarrazões tempestivamente. É o relatório.

RELATORA : Des. Federal MARIA DE FÁTIMA FREITAS LABARRÈRE APELANTE : UNIÃO - FAZENDA NACIONAL APELADO : GABRIEL KNIJNIK EMENTA ACÓRDÃO

Superior Tribunal de Justiça

RELATÓRIO. O Sr. Des. Fed. RUBENS CANUTO (Relator Convocado):

Segue Acórdão do E. TRT da 4ª Região (RS), sobre a contratação de deficientes físicos.

APELADO: FAZENDA NACIONAL RELATOR(A): DESEMBARGADOR(A) FEDERAL MANOEL DE OLIVEIRA ERHARDT - 1º TURMA

Superior Tribunal de Justiça

O Exmº. Sr. Desembargador Federal EDILSON PEREIRA NOBRE JÚNIOR (Relator):

4. Sentença sujeita ao duplo grau de jurisdição obrigatório.

A Fazenda Nacional opôs embargos de declaração ante acórdão assim ementado (Identificador: ):

Ministério da Previdência Social Conselho de Recursos da Previdência Social 23ª Junta de Recursos

PODER JUDICIÁRIO FEDERAL JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 1ª REGIÃO

Supremo Tribunal Federal

PROCESSO Nº: APELAÇÃO / REEXAME NECESSÁRIO APELANTE: FAZENDA NACIONAL APELADO: EDIFICIO BARCELONA

APELO DESPROVIDO. Nº COMARCA DE CAXIAS DO SUL RIO GRANDE ENERGIA S A A C Ó R D Ã O

PROCESSO: RTOrd. Acórdão 6a Turma

Superior Tribunal de Justiça

ESTADO DO RIO DE JANEIRO PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 7ª CÂMARA CRIMINAL

Poder Judiciário JUSTIÇA FEDERAL Seção Judiciária do Paraná 1ª TURMA RECURSAL JUÍZO C

TRT-RO

Foram apresentadas as contrarrazões pela UFCG agravada dentro do prazo legal. É o relatório.

RELATÓRIO. 4. É o que havia de relevante para relatar. VOTO

Ministério da Previdência Social Conselho de Recursos da Previdência Social 2ª Composição Adjunta da 27ª Junta de Recursos

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Poder Judiciário JUSTIÇA FEDERAL Seção Judiciária do Paraná 2ª TURMA RECURSAL JUÍZO C

Superior Tribunal de Justiça

VISTOS, relatados e discutidos estes autos.

Superior Tribunal de Justiça

Agravo de Instrumento N C

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO GABINETE DO DESEMBARGADOR FEDERAL UBALDO CAVALCANTE

PONTO 1: Aposentadoria 1. APOSENTADORIA. Art. 201, 7º da CF (EC nº. 20). Condições:

Nº COMARCA DE PORTO ALEGRE A C Ó R D Ã O

PROCESSO: ET. Acórdão 10a Turma

PODER JUDICIÁRIO FEDERAL JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 1ª REGIÃO

RECURSO Nº ACÓRDÃO Nº

Superior Tribunal de Justiça

RELATÓRIO V O T O. Contrarrazões apresentadas. É o relatório.

APELAÇÃO/REEXAME NECESSÁRIO Nº /RS RELATOR : CÂNDIDO ALFREDO SILVA LEAL JUNIOR APELANTE :

24/06/2014 SEGUNDA TURMA

Superior Tribunal de Justiça

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 2 a REGIÃO

V I S T O S, relatados e discutidos estes autos de I. RELATÓRIO

GERÊNCIA EXECUTIVA DO INSS EM JUNDIAÍ APOSENTADORIAS X ALTERAÇÕES

Rio de Janeiro, 15 DE MAIO de JDS MÁRCIA CUNHA SILVA ARAÚJO DE CARVALHO Relatora

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

RELATÓRIO. O Excelentíssimo Senhor Desembargador Federal CÉSAR ARTHUR CAVALCANTI DE CARVALHO (Relator Convocado):

MANDADO DE SEGURANÇA Nº /PR

Superior Tribunal de Justiça

Poder Judiciário JUSTIÇA FEDERAL Seção Judiciária do Paraná 1ª TURMA RECURSAL JUÍZO A

PODER JUDICIÁRIO FEDERAL JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 1ª REGIÃO

Poder Judiciário Tribunal Regional Federal da 5ª Região Gabinete do Desembargador Federal Vladimir Souza Carvalho

PODER JUDICIÁRIO FEDERAL JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 1ª REGIÃO

VISTOS, relatados e discutidos os autos da Apelação Cível, acima descrita: RELATÓRIO

Supremo Tribunal Federal

ESTADO DA PARAÍBA PODER JUDICIÁRIO GABINETE DO DES. SAULO HENRIQUES DE SÁ E BENEVIDES

BOLETIM DE SERVIÇO FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ DIRETORIA DE RECURSOS HUMANOS NORMA OPERACIONAL Nº 001-DIREH, DE 08 DE JUNHO DE 2005.

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO. Apelação Cível n.º AC PE

Poder Judiciário JUSTIÇA FEDERAL Seção Judiciária do Paraná 1ª TURMA RECURSAL JUÍZO C

3. Efeito suspensivo indeferido, tendo sido apresentado agravo

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO

PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO CONSELHO SUPERIOR DA JUSTIÇA DO TRABALHO

PROCESSO: RTOrd

PROCESSO TRT/SP nº ª Turma ORIGEM : 03ª. Vara do Trabalho de Diadema

Ministério da Previdência Social Conselho de Recursos da Previdência Social 1ª Composição Adjunta da 5ª Junta de Recursos

Tribunal de Justiça de Minas Gerais

Ministério da Previdência Social Conselho de Recursos da Previdência Social 04ª Junta de Recursos

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DÉCIMA SÉTIMA CÂMARA CÍVEL DECISÃO DO RELATOR

PODER JUDICIÁRIO FEDERAL JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 1ª REGIÃO

Na sentença proferida no Juizado de origem se entendeu que:

TABELAS EXPLICATIVAS DAS DIFERENTES NORMAS E POSSIBILIDADES DE APOSENTADORIA DOS SERVIDORES PÚBLICOS REGIME PRÓPRIO DE PREVIDÊNCIA SOCIAL RPPS

Peça 1 EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA... REGIÃO

V I S T O S, relatados e discutidos estes autos de

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO COMARCA DE SÃO PAULO FORO CENTRAL - FAZENDA PÚBLICA/ACIDENTES 6ª VARA DE FAZENDA PÚBLICA SENTENÇA

Superior Tribunal de Justiça

Adendo ao livro MANUAL DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO Autor: Hugo Medeiros de Goes

Superior Tribunal de Justiça

MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROCURADORIA-GERAL DA REPÚBLICA

Transcrição:

PROCESSO Nº: 0802297-88.2014.4.05.8500 - APELAÇÃO RELATOR(A): DESEMBARGADOR(A) FEDERAL CESAR ARTHUR CAVALCANTI DE RELATÓRIO O Exmº. Sr. Desembargador Federal CESAR ARTHUR CAVALCANTI DE CARVALHO (Relator): Trata-se de apelação interposta por FRANCISCO ELIAS RIBEIRO em face de sentença que julgou improcedente o seu pleito de concessão de aposentadoria por tempo de contribuição, condenando-o ao pagamento de custas e honorários advocatícios, estes suspensos pelo prazo de 05 (cinco) anos. Alega a apelante que efetivamente trabalhou na Fundação Cultural do Piauí, no período de 15/08/1978 a 30/07/1987, conforme restou comprovado com as anotações na CTPS, por força da v. sentença proferida nos autos da Reclamação Trabalhista nº 0000824-81.2011.5.20.004, e através do Extrato Previdenciário - CNIS. Insurge-se, ainda, contra a condenação em custas e honorários advocatícios. Requer, seja reconhecido como tempo de serviço, todo o período trabalhado junto à Fundação Cultural do Piauí, qual seja, de 15/08/1978 a 30/07/1987, para fins de contagem de tempo de serviço para a obtenção da aposentadoria por tempo de contribuição requerida. Contrarrazões apresentadas (identificador 4058500.348696). É o relatório. PROCESSO Nº: 0802297-88.2014.4.05.8500 - APELAÇÃO RELATOR(A): DESEMBARGADOR(A) FEDERAL CÉSAR ARTHUR CAVALCANTI DE VOTO O Exmº. Sr. Desembargador Federal CESAR ARTHUR CAVALCANTI DE CARVALHO (Relator): Objetiva o demandante o cômputo de tempo de serviço reconhecido na Justiça do Trabalho, no período entre 15/08/1978 e 30/07/1987, para fins de concessão de aposentadoria

por tempo de contribuição, ou aposentadoria proporcional. A aposentadoria por tempo de contribuição, consoante os termos da nova determinação contida no artigo 9º da Emenda Constitucional nº 20/98, é devida ao segurado que se tenha filiado ao regime até 16/12/1998, desde que atenda, cumulativamente, aos seguintes requisitos ( verbis): Art. 9º Observado o disposto no art. 4º desta Emenda e ressalvado o direito de opção a aposentadoria pelas normas por ela estabelecidas para o regime geral de previdência social, é assegurado o direito à aposentadoria ao segurado que se tenha filiado ao regime geral de previdência social, até a data de publicação desta Emenda, quando, cumulativamente, atender aos seguintes requisitos: I. Contar com 53 (cinqüenta e três) anos de idade, se homem, e 48 (quarenta e oito) anos, se mulher; II. Contar tempo de contribuição igual, no mínimo, à soma de: a) Trinta e cinco anos, se homem, e trinta anos, se mulher, e b) Um período adicional de contribuição equivalente a vinte por cento do tempo que, na data da publicação desta Emenda, faltaria para atingir o limite de tempo constante da alínea anterior. Registro que, no presente caso, foram feitas anotações na CTPS por força de sentença trabalhista proferida à revelia do réu, sem que tivesse havido produção de prova material, o que, por si só, não seria suficiente para comprovar o efetivo exercício da atividade, no período entre 15/08/1978 e 30/07/1987. Nada obstante, o tempo de serviço reconhecido na Justiça do Trabalho pode ser admitido como início de prova material para fins previdenciários, desde que corroborado por outras provas. Confira-se precedente desta Corte: PREVIDENCIÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. AUTOS QUE RETORNARAM DO STJ PARA A ANÁLISE DA QUESTÃO RELATIVA À UTILIZAÇÃO DE SENTENÇA TRABALHISTA COMO INÍCIO DE PROVA MATERIAL PARA A CONCESSÃO DE BENEFÍCIO. OMISSÃO SUPRIDA. 1. Autos que retornaram do Egrégio Superior Tribunal de Justiça-STJ, em face do provimento dado ao Recurso Especial manejado pelo Instituto Nacional do Seguro Social INSS, ordenando que o julgador "a quo" manifeste-se a respeito da utilização de acordo em reclamação trabalhista homologado como início de prova para a concessão de benefício, se inexistentes outras provas, a qual não teria sido examinada no Acórdão. 2. Sustenta o INSS/ Embargante que a sentença trabalhista reconhecida como prova material não teria se baseado em documento comprobatório de efetivo tempo de serviço alegado, eis que teria apenas se baseado na revelia do reclamado. Destaca, outrossim, ante a exigência de prova material do art. 55, parágrafo 3º, da Lei 8.213/91, que o arresto embargado teria se eximido de analisar tal dispositivo legal com a chancela do Poder Judiciário Trabalhista, sendo salutar que este E. Tribunal se manifeste sobre a questão omissa. 3. Hipótese em que a Sentença Trabalhista não está dissociada de outra prova material para fins de cumprimento das contribuições necessárias à fruição do benefício pretendido. A Autora contribuiu para a Previdência Social por mais de 30 (trinta) anos, sendo no período de 01/10/1975 a 30/08/1997, como

funcionária da empresa Irmãos Silva Ltda, e, no período de julho/1996 a outubro/2005, como contribuinte individual, restringindo-se a sentença obreira tão somente ao vínculo com a empresa Irmão Silva Ltda. 4. O fato de o reclamado ser revel não lhe retirou o direito de participar da instrução probatória através do interrogatório e, mesmo assim, se reconheceu como tendo vigorado o contrato de trabalho entre os postulantes no período de 01/10/1975 a 30/08/1997, entendimento este que goza de fé pública e faz presumir-se verdadeiro o fato. 5. O tempo de serviço reconhecido por decisão do juízo trabalhista deve ser admitido para fins previdenciários, não como efeito de coisa julgada, que se limita aos litigantes da reclamação trabalhista, mas como início de prova material, corroborado com os outros documentos trazidos aos autos (fls. 29/152). Embargos de Declaração providos, sem a atribuição de efeitos infringentes. (TRF5, Terceira Turma, APELREEX9587/01/SE, REL.: DES. FEDERAL ÉLIO WANDERLEY DE SIQUEIRA FILHO (CONVOCADO), JULG.: 11/06/2015, PUB.: DJE 25/06/2015 - Pág. 140) No presente caso, observa-se a existência de documento que corrobora parte do tempo reconhecido na Justiça Obreira. Com efeito, o extrato previdenciário - CNIS (identificador 4058500.193922) atesta que o postulante, de fato, trabalhou na Fundação Estadual de Cultura e do Desporto do Piauí, no interstício de 15/08/1978 a 09/1982. Assim, referido lapso deve ser computado como efetivo tempo de serviço. Registre-se que o fato de no extrato do CNIS constar recolhimento apenas no período de 01/1982 a 09/1982, não obsta o reconhecimento do tempo de serviço, haja vista o recolhimento da contribuição previdenciária ser obrigação do empregador. Considerando o somatório dos períodos trabalhados pelo demandante, de 15/08/1978 a 09/1982 e de 03/08/1987 a 12/2013, tem-se que o apelante não possui os 35 anos de contribuição, que seriam necessários para a concessão de aposentadoria por tempo de contribuição. Da mesma forma, não reúne as condições necessárias para a concessão de aposentadoria proporcional[1], pois esta pressupõe 30 anos de contribuição, mais um período adicional equivalente a 40% do tempo que, na data da publicação da EC nº 20/98 (16/12/1998), faltaria para atingir o limite destes 30 anos. Reconhece-se, porém, os tempos de serviço de 15/08/1978 a 09/1982 e de 03/08/1987 a 12/2013, que devem ser averbados para fins de aposentadoria futura. Sem honorários, tendo em vista a sucumbência recíproca, posto que apenas parte do período trabalhado na Fundação Cultural do Piauí foi reconhecido. Diante destas razões, dou parcial provimento à apelação, para reconhecer como tempo de serviço os períodos de 15/08/1978 a 09/1982 e de 03/08/1987 a 12/2013, para fins de aposentadoria futura. É como voto.

[1] Art. 9º, 1º, I, a e b, da Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/1998 PROCESSO Nº: 0802297-88.2014.4.05.8500 - APELAÇÃO RELATOR(A): DESEMBARGADOR FEDERAL CESAR ARTHUR CAVALCANTI DE EMENTA PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO. TEMPO DE SERVIÇO RECONHECIDO EM SENTENÇA TRABALHISTA À REVELIA DO EMPREGADOR. COMPROVAÇÃO PARCIAL. CNIS. TEMPO DE SERVIÇO INSUFICIENTE PARA CONCESSÃO DE APOSENTADORIA. PROCEDÊNCIA EM PARTE DA APELAÇÃO. 1. Pretende o apelante o cômputo de tempo de serviço reconhecido na Justiça do Trabalho, no período entre 15/08/1978 e 30/07/1987, para fins de concessão de aposentadoria por tempo de contribuição, ou aposentadoria proporcional. 2. O tempo de serviço reconhecido na Justiça do Trabalho, mesmo à revelia do réu, pode ser admitido como início de prova material para fins previdenciários, desde que corroborado por outras provas. Precedente desta Corte. 3. No presente caso, observa-se a existência de documento que corrobora parte do tempo reconhecido na Justiça Obreira, qual seja, extrato previdenciário - CNIS, atestando que o postulante, de fato, trabalhou na Fundação Estadual de Cultura e do Desporto do Piauí, no interstício de 15/08/1978 a 09/1982, devendo referido lapso ser computado como efetivo tempo de serviço. 4. Considerando o somatório dos períodos trabalhados pelo demandante, de 15/08/1978 a 09/1982 e de 03/08/1987 a 12/2013, tem-se que o apelante não possui os 35 anos de contribuição, que seriam necessários para a concessão de aposentadoria por tempo de contribuição. 5. Da mesma forma, não reúne as condições necessárias para a concessão de aposentadoria proporcional, pois esta pressupõe 30 anos de contribuição, mais um período adicional equivalente a 40% do tempo que, na data da publicação da EC nº 20/98 (16/12/1998), faltaria para atingir o limite destes 30 anos. 6. Reconhece-se, porém, os tempos de serviço de 15/08/1978 a 09/1982, de 01/07/1987 a 01/08/1987 e de 03/08/1987 a 12/2013, que devem ser averbados para fins de aposentadoria futura. 7. Apelação parcialmente provida.

ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos os autos do processo tombado sob o número em epígrafe, em que são partes as acima identificadas, acordam os Desembargadores Federais da Quarta Turma do Tribunal Regional Federal da 5ª Região, em sessão realizada nesta data, na conformidade dos votos e das notas taquigráficas que integram o presente, por unanimidade, DAR PARCIAL PROVIMENTO À APELAÇÃO. Recife, 14 de julho de 2015 (data do julgamento). eml