OUTSOURCING ESTE SUPLEMENTO FAZ PARTE INTEGRANTE DA VIDA ECONÓMICA Nº 1444, DE 11 MAIO DE 2012, E NÃO PODE SER VENDIDO SEPARADAMENTE



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Perguntas mais frequentes

Transcrição:

OUTSOURCING ESTE SUPLEMENTO FAZ PARTE INTEGRANTE DA VIDA ECONÓMICA Nº 1444, DE 11 MAIO DE 2012, E NÃO PODE SER VENDIDO SEPARADAMENTE

II ciente essa força laboral para o outsourcing. Isto é um travão ao processo. Já as empresas que têm uma forte vocação exportadora têm acelerado, segundo Nuno Homem, a adoção dos modelos de externalização como forma de flexibilizar o seu modelo de custos. Mas há ainda outra questão. Para Romeu Lourenço, da HP, e se considerarmos o outsourcing mais tradicional ou seja, Sistemas de Informação, quer aplicações, quer infraessexta-feira, 11 de Maio de 2012 OUTSOURCING ACCENTURE, HP, IBM, LOGICA, MAINROAD E NOVABASE ADMITEM Portugal tem talento imenso para expor Accenture, HP, IBM, Logica, Mainroad e Novabase responderam ao desafio da Vida Económica e sentaram-se à mesma mesa para debateram o outsourcing em Portugal. Falou-se de tudo um pouco. De como está o mercado, de como estão as empresas a lidar com a atual conjuntura económica, de como os clientes estão a reagir, falou-se de grandes contratos mas também das PME. E falou-se de talento. Um talento que tem permitido aos players com presença lusa exportarem alguns dos seus serviços. Especialização parece ser a palavra de ordem. Por último, o nearshore. Que, afinal, parece não ser tão near quanto isso. Há quem já esteja de olho nas Américas. SUSANA MARVÃO s.marvao@vidaeconomica.pt A atual conjuntura económica, com as dificuldades e incertezas a marcarem espaço nas empresas, é um potenciador dos serviços de outsourcing. Isso parece ser claro para os players que responderam ao desafio da Vida Económica e sentaram-se à mesma mesa para debateram o outsourcing em Portugal. Accenture, HP, IBM, Logica, Mainroad e Novabase parecem concordar que as empresas cada vez são mais pressionadas a reduzir custos, pelo que ficam com apenas duas opções. Ou param de investir, de lançar os seus projetos e procurar novas áreas, ou tentam arranjar alguma margem financeira para conseguirem poupar onde ainda é possível fazê-lo, para depois, com essa folga, poderem continuar a investir. Mesmo as organizações que já estão em outsourcing têm usado a flexibilidade deste modelo para conseguir otimizar os custos em determinadas áreas e investir e adaptar as necessidades da organização, começou por avançar João Gonçalves, da IBM. Das organizações que não estão em outsourcing, temos verificado que há de facto uma maior procura. O que não significa que tenha havido muitas decisões. A expectativa de crescimento era maior, mas penso que o facto de as organizações não darem o salto tem muito a ver com a incerteza que existe atualmente, admite o responsável da IBM. José Carlos Gonçalves, da Logica, corrobora esta opinião e acrescenta que há vertentes do outsourcing que já têm maturidade por vários anos de trabalho no mercado, nomeadamente a área das infraestruturas. Os clientes já colheram muitos dos benefícios ao longo dos tempos. Contudo, também admite haver áreas onde o mercado português está longe de ter maturidade, concretamente no Business Process Outsourcing. José Carlos Gonçalves diz que nos últimos meses os clientes se têm focado muito em soluções de curto prazo, ou seja, por um lado, outsourcing de aplicações, por outro lado, de infraestruturas. Coisas que rapidamente se colocam a funcionar com três/quatro meses de trabalho, mas o verdadeiro potencial está no BPO, que realmente necessita de algum investimento. Por parte da Mainroad, Nuno Homem é da opinião de que, com a atual crise, não se criou um movimento em massa no sentido Romeu Lourenço (HP), José Carlos Gonçalves (Logica), Vítor Prisca (Novabase), João Gonçalves (IBM), de adotar o outsourcing. Para o diretor-geral da Mainroad, é notório que nos clientes que têm uma atividade essencialmente para o mercado nacional há uma contenção de custos, não havendo um grande incentivo à decisão. Depois, temos as questões laborais. O nosso mercado não é flexível o suficiente para que uma empresa possa prescindir de todo um conjunto de colaboradores e passar para outsourcing ou transferir de uma forma efi- INTERVENIENTES Romeu Lourenço HP Já não temos contratos de cinco, seis, sete anos são mais curtos, além de que os montantes de contrato são cada vez mais pequenos. O que temos é uma multiplicidade de contratos. Modelos reais de flexibilidade poderiam ajudar. José Carlos Gonçalves Logica Existem equipas técnicas na AP pulverizadas em n datacenters. Juntas poderiam ter mais produtividade. Esbarramos na questão da liderança e em haver alguém capaz de fazer influir grupos de ministérios no mesmo sentido. Vítor Prisca Novabase Outras associações semelhantes ao Portugal Outsourcing são apoiadas por estruturas semelhantes ao IPAMEI. Nós não temos apoio, não estamos de forma organizada nos eventos, com escritórios, com delegações. João Gonçalves IBM Existem centros na Europa onde são feitos serviços para Portugal mas também acontece ao contrário. Hoje, estamos a prestar serviços para Espanha e países do Leste porque conseguimos desenvolver competências. Nuno Homem Mainroad No que toca às empresas de origem nacional, sofremos o mesmo fenómeno dos mercados dos vinhos: temos um excelente produto mas temos produtores tão pequenos que a nível internacional não conseguem ganhar escala. Pedro Lopes Accenture Tivemos de adaptar a nossa oferta à realidade do mercado até porque de facto existe uma grande pressão para reduzir custos. O que temos feito é associar à nossa oferta uma componente de transformação.

OUTSOURCING III tar serviços de outsourcing Nuno Homem (Mainroad) e Pedro Lopes (Accenture). truturas, os modelos de flexibilização que estão em prática ainda não são exatamente o que os clientes precisam. Numa altura de incerteza é muito importante flexibilizar para que o cliente tome uma decisão. Já não temos obviamente contratos de cinco, seis, sete anos são muito mais curtos, além de que os montantes totais de contrato são cada vez mais pequenos. O que temos é uma multiplicidade de contratos. Modelos reais de flexibilidade poderiam, em muito, ajudar. Ou seja, Romeu Lourenço defende que a baseline deveria ser variável para baixo, algo que de alguma forma não está muito trabalhado e que os clientes anseiam. Assim, os clientes mais pequenos poderiam aderir ao outsourcing. Pedro Lopes, da Accenture, partilhou que nos últimos anos tem realmente havido uma maior recetividade ao tema do outsourcing. A provar está o facto de a atividade da Accenture há quatro anos, na área da tecnologia, seria um terço do outsourcing, sendo que hoje esse valor ascende a dois terços. Claro que tivemos de adaptar a nossa oferta à realidade do mercado, até porque de facto existe uma grande pressão para reduzir custos. O que temos feito é associar à nossa oferta uma componente de transformação. Ou seja, dizer aos clientes que tomamos conta da sua arquitetura por determinado período de tempo e no final entregamos uma outra arquitetura associada. É este processo de transformação que temos tentado incutir e com algum sucesso. Diria que o outsourcing tem sido a área de maior crescimento na Accenture. Vítor Prisca, da Novabase, corrobora basicamente todas as opiniões dos players presentes. Mas, com um discurso mais acutilante, enfatiza que as empresas prestadoras deste serviço estão numa encruzilhada complicada. E explica: Houve más experiências ligadas a funções que foram externalizadas. Por exemplo, os call centers. Lembra logo baixos salários a pessoas qualificadas, precariedade Neste momento, temos uma encruzilhada do lado dos clientes, que precisam compreender melhor como tirar partido inteligente do outsourcing. Hoje, a tendência, segundo Vítor Prisca, é para os clientes comprarem contratos de duração muito inferior à que era a média do setor e, por outro lado, escolherem mais do que um parceiro de outsourcing, tirando partido da especialização de cada um. Este tipo de modelo, tipicamente nos clientes mais maduros, tem de ser efetivo na gestão da relação e no relacionamento entre os vários players. O risco de cobrança numa PME é grande Outra questão pertinente é tudo o que avança a esfera do privado, sendo evidente que as taxas de outsourcing na Administração Pública nacional são muito inferiores às dos restantes países europeus. José Carlos Gonçalves, da Logica, tal como João Gonçalves, da IBM, admitem que a AP tem de facto um potencial enorme, mas com um pequeno problema: não é um cliente. São muitos. Dificilmente poderá ser mudada alguma coisa na Administração Pública enquanto não houver uma liderança de topo sobre todas estas situações, explicou José Carlos Gonçalves. Nomeadamente na área das infraestruturas, estamos a falar de produtividade e a verdade é que existem equipas técnicas na AP pulverizadas em n datacenters diferentes. Todas juntas poderiam ter uma maior produtividade. Esbarramos na questão da liderança e em haver alguém capaz de fazer influir grupos de ministérios no mesmo sentido, com uma única liderança e sistema de partilha de serviços. Dito assim, não parece nada de especial, mas há anos que se fala disto, disse o CEO da Logica Iberia. E uma vez Portugal ser um mercado em que o número de empresas robustas é bastante escasso, a questão do nearshore pode tornar-se bastante relevante. Romeu Lourenço, da HP, admite que Portugal poderia de facto ser uma plataforma interessante para os mercados de proximidade, já que o número de grandes clientes é pequeno e as PME ainda não terão acordado para as virtudes do outsourcing. Mas José Carlos Gonçalves vai mais longe. E diz mesmo que a questão das PME é bastante mais profunda. Se pensarmos numa lógica de risco, há muita PME onde nós simplesmente não queremos estar presentes, pois há uma efetiva probabilidade de os serviços não serem cobrados. Todos os players presentes corroboraram esta opinião com um aceno positivo de cabeça. Há um risco grande de cobrança, garantiu Nuno Homem, da Mainroad. O outsourcing é mais ou menos como um casamento tradicional. A imagem parece perfeita. Há a fase do namoro na qual (para além de experimentarmos várias coisas, ilustrou o CEO da Logica) vamos ter a certeza de que temos os mesmos objetivos. E é difícil se um dos intervenientes quer ter cinco descendentes e a outra pessoa omitir que não pode ter filhos. Isso vai inevitavelmente dar problemas mais tarde. Uma analogia perfeita ao que se passa no mercado. Se enveredarmos em grandes investimentos, que por vezes são precisos, e passados dois anos, o cliente nos diz que tem problemas económicos e que não pode pagar, alguém ficou com o prejuízo. Falta marketing ao outsourcing luso Falta promover Portugal enquanto destino de outsourcing. Isto apesar de a Gartner ter classificado Portugal como um dos onze principais países desenvolvidos escolhidos para serviços offshore de Tecnologia de Informação e Business Process Outsourcing. Temos recursos qualificados a baixo custo. Podemos ser uma excelente escolha para o mercado do Norte da Europa. Temos uma posição geoestratégica boa. Estamos bem posicionados para prestar serviços a um vasto leque de países. E isto tem de ser potenciado, enfatizou Romeu Lourenço, da HP. Por parte da Accenture, isto já é uma realidade. A empresa abriu em Janeiro um centro no nosso país cujo objetivo é precisamente exportar serviços. Fomos um dos poucos países da Europa a considerarmos cost-effective e por isso fazemos parte de uma rede de centros da Accenture que neste momento está a trabalhar para fora. Ao mesmo tempo, crescemos cá dentro. Nomeadamente em áreas de SAP e em soluções específicas na qual temos skills muito interessantes, especificou Pedro Lopes. Os nossos técnicos são excelentes, especialmente se os compararmos com outro tipo de forças de trabalho de outros países como por exemplo a Índia. Do ponto de vista técnico, somos superiores, do ponto de vista da produtividade, somos exatamente a mesma coisa Aliás, temos alguma dificuldade em utilizar offshore com a Índia porque realmente os nossos técnicos são altamente produtivos e com um custo muito interessante. Vítor Prisca, da Novabase, admite que as multinacionais presentes em Portugal têm procurado os nossos fatores diferenciadores para tentarem captar para aqui serviços e a verdade é que os resultados são positivos. Portugal pode ser um destino de nearshore, nomeadamente para BPO. Mas, no entender de Vítor Prisca, podíamos fazer mais enquanto bandeira. E refere que, se olharmos outras associações semelhantes ao Portugal Outsourcing, são apoiadas e suportados por estruturas semelhantes ao nosso IPAMEI. Nós não temos apoio, não estamos de forma organizada nos eventos, com escritórios, com delegações. Nuno Homem, da Mainroad, dá mais uma achega: No que toca às empresas de origem nacional das TI, sofremos o mesmo fenómeno dos mercados dos vinhos: temos um excelente produto, mas temos produtores tão pequenos que a nível internacional não conseguem ganhar escala, não conseguem ganhar um peso relativo no mercado externo que seja significativo. E enquanto não houver uma reorganização vai ser difícil. Na opinião de João Gonçalves, a oportunidade de funcionar como nearshore terá diretamente a ver com a especialização. A IBM, por exemplo, tem esta visão e atua em conformidade. Em Portugal, mais concretamente em Braga, a empresa tem um centro de outsourcing onde mais de 400 pessoas trabalham partes de determinado processo. Significa que conseguimos justificar que Portugal é o melhor sítio para fazer aquela parte específica do processo. Depois, mesmo na área das TI, acontece um pouco o mesmo. Se é verdade que existem determinados centros na Europa onde são feitos alguns serviços para Portugal, também é verdade que acontece ao contrário. Hoje, aqui, estamos a prestar serviços para Espanha e países do Leste na área aplicacional porque conseguimos aqui desenvolver determinadas competências. E João Gonçalves enfatiza que o que está em causa é a competitividade e não o recurso a salários mais baixos ou duvidosas condições de empregabilidade: Não estamos a concorrer contra a Índia. O mercado de nearshore é Portugal dentro de um espaço europeu alargado a prestar determinados serviços dentro desta área. Ou seja, basicamente todos os presentes neste encontro garantem haver claros exemplos das capacidades de Portugal em trazer serviços para o nosso país. Carecem, isso sim, de apoios adicionais na promoção de Portugal enquanto destino de outsourcing. A fechar tudo isto, o facto de todas estas boas práticas terem um denominador comum: as pessoas. A base de talento nacional é muito boa, diz Vítor Prisca. José Carlos Gonçalves, da Logica, corrobora esta opinião, acrescentando ser preciso desmistificar o facto de Portugal ser um país de call centers. Creio que o nearshore neste momento tem um potencial grande. Mas também não podemos deixar de ter a consciência de que toda a Europa está em crise. E por isso, pessoalmente, acho que o nosso mercado-alvo não é a Europa. Mas sim as América Central e do Sul. Ou seja, parece claro que, afinal, o nearshore, sendo uma solução, não será tão near como parece.

IV OUTSOURCING SEGUNDO RELATÓRIO DA CAPGEMINI Cloud e outsourcing são essenciais para a criação de valor nos serviços financeiros Segundo o Financial Services World Quality Report relatório da Capgemini que apresenta os desafios que as organizações de serviços financeiros enfrentam e que influenciam os departamentos de TI para se focarem na compliance, no crescimento do negócio e na otimização de custos, as organizações de Quality Assurance (QA) tentam criar valor para o negócio através do potencial dos serviços de cloud e dos serviços de Software as a Service (SaaS), da expansão do outsourcing, da criação de Centros de Excelência de Testes (CoE) e preparam-se para os serviços móveis. O relatório destaca que, enquanto os orçamentos continuam reduzidos, com dois terços das empresas a alegar os orçamentos como um desafio tangível, o número e a complexidade de aplicações está a aumentar. Como consequência, as organizações de Quality Assurance direcionam as suas estratégias de criação de valor para basicamente a utilização de modelos de cloud e de Software as a Service (SaaS), já que estes permitem modernizar as infraestruturas e os serviços de TI, reduzir a complexidade e os custos operacionais, bem como aumentar a agilidade e o speed to market. Das diversas empresas de serviços financeiros questionadas, apenas 15% indicaram que não tinham planos para migrar as aplicações ou proceder ao armazenamento em cloud no próximo ano, enquanto 73% indicou que planeia migrar entre 1 e 50% das suas aplicações para a cloud, lê-se no relatório. Isto apesar de a cloud não deixar de apresentar riscos, principalmente relativos a segurança afirmou em comunicado Govindarajan Muthukrishnan, Test Practice e Righshore Leader, Capgemini Global Financial Services: No entanto, a cloud apresenta-se, frequentemente, como uma forma mais fácil, mais rápida e com um melhor custo-benefício para a realização de testes, até mesmo da própria cloud, sobretudo porque a cloud pode ser usada como um ambiente de testes isolado ou como um modelo pay-per-use. Outsourcing da uma ajuda O outsourcing é visto como uma forma de ajudar as empresas de Serviços Financeiros a reforçar as suas capacidades e o Market reports sobre Angola RESERVE JÁ O SEU EXEMPLAR O mercado angolano é uma fonte de oportunidades de exportação e de investimento, mas exige informação adequada. Através dos nossos Market Reports sobre Angola ficará a conhecer a situação concreta do país e do setor que lhe interessa de forma a abordar o mercado com mais eficácia e menos riscos. PUB seu valor. O estudo indica que 70% destas empresas contrataram recursos de testes ou fizeram outsourcing de testes a fornecedores externos, mas apenas 6% efetuaram entre 76% e 100% de outsourcing de testes. Adicionalmente, apenas 3% efectuaram o outsourcing completo dos testes. Estes números sugerem que existe um potencial enorme nas empresas de Serviços Financeiros para a expansão da utilização abrangente do outsourcing afirma no mesmo documento Anurag Gupta, Índia Testing Leader, Capgemini Financial Services. Com uma estratégia de outsourcing mais abrangente, as empresas podem criar valor através da transformação de processos empresariais, da melhoria do time-to-market, da captura de eficiências operacionais e da optimização adicional de custos declara Anurag. O estudo aponta ainda a tendência dos inquiridos para considerarem a utilização de um Centro de Excelência de Testes (CoE). Os CoE requerem uma quantidade de tempo substancial (frequentemente, entre 6 e 24 meses) para iniciarem operação. Este facto ajuda a explicar porque é que apenas 1% das empresas afirmam que já DEPOIS DE MADRID A Vilt abriu um escritório em São Paulo, no Brasil, para garantir uma maior proximidade junto das organizações locais, públicas e privadas. A empresa multinacional de origem portuguesa especializada na conceção e desenvolvimento de soluções ECM (Enterprise Content Management) pretende crescer no mercado brasileiro nos próximos anos. Esta aposta representa, segundo a empresa, mais um passo claro no processo de internacionalização da Vilt, que dispõe já de uma equipa de 30 pessoas no escritório de Madrid. O mercado internacional continua a representar a principal fonte de receita da empresa, com cerca de 67% da faturação global da companhia, tendo a Vilt desenvolvido diversos projetos em países como Espanha, França, Reino Unido, Alemanha, Áustria, Bélgica, Holanda, Itália, Emiratos Árabes Unidos e Estados possuem um CoE completamente operacional. No entanto, 55% dos inquiridos dizem já terem começado, recentemente, a criar um CoE ou planeiam fazê-lo no futuro. Os CoE podem ajudar a uniformizar as práticas e as métricas dos testes de QA, em todos os projectos de testes, a reduzir os custos e a alcançar uma relação mais directa entre a QA e o negócio afirma Govindarajan. Os resultados do estudo também comprovam o New Normal para o sector de serviços financeiros, evidenciando paradigmas de modelos de negócio, gestão de risco e regulatórios que existiam antes da crise financeira global, onde as capacidades de QA são, cada vez mais, um fator crítico para o sucesso do negócio. Por exemplo, as aplicações móveis devem facilitar as interações entre os diferentes aparelhos e os sistemas operativos tecnologias que estão, elas próprias, a evoluir rapidamente. A QA necessita de adquirir novas competências e ferramentas para assegurar que as aplicações permanecem seguras, compatíveis e relevantes para as necessidades dos clientes. Vilt abre escritório em São Paulo Unidos. Segundo Tiago Gavinhos, co-fundador e diretor executivo da empresa portuguesa que agora ficará a liderar o escritório de São Paulo, este é um passo natural na estratégia da Vilt que está em linha com o rápido crescimento sustentado da empresa que opera no mercado global. Após o sucesso da nossa operação em Espanha, acreditamos que o mercado latino-americano representa uma excelente oportunidade para a Vilt desenvolver projetos locais. Fundada em 2002, a Vilt é, desde a sua génese, uma empresa com grande vocação internacional. Com escritórios em Lisboa, Madrid e São Paulo, a empresa conta com a experiência acumulada de mais de 50 projetos em grandes organizações públicas e privadas nos mais variados setores de atividade, como Banca, Seguros, Telecomunicações, Transportes, Indústria e TI.

OUTSOURCING V MIGUEL MOREIRA, ADMINISTRADOR DELEGADO DA PT SI, RECENTEMENTE EMPOSSADO PRESIDENTE DA PORTUGAL OUTSOURCING Administração Pública precisa do setor do outsourcing Racionalização de recursos, redução de custos, melhoria de produtividade e eficiência dos processos e serviços públicos. Estes podiam muito bem ser os benefícios que a Administração Pública obteria caso utilizasse de forma mais recorrente o outsourcing. Pelo menos é o que defende a Portugal Outsourcing (APO), que recentemente empossou Miguel Moreira, administrador delegado da PT SI, como presidente. Uma das barreiras que impedem a AP de utilizar o outsourcing é, para Miguel Moreira, o tema dos recursos humanos: não havendo ainda modelos ágeis de flexibilidade e mobilidade de recursos entre a Administração Pública e os prestadores de serviços do setor, e mantendo o Estado os seus recursos humanos como parte das suas despesas fixas, não faz portanto sentido, e pensando numa ótica meramente de racionalização de recursos e redução de custos, uma duplicação de gastos com salários e a contratação de serviços externalizados. SUSANA MARVÃO s.marvao@vidaeconomica.pt Vida Económica Até que ponto o plano global estratégico de racionalização e redução de custos nas TIC na Administração Pública recentemente apresentado pelo Governo pode vir a ser marcante na dinamização do mercado nacional de Outsourcing? Miguel Moreira A leitura que a Portugal Outsourcing faz do documento é a de que uma eficiente e eficaz implementação deste plano de racionalização e redução de custos nas TIC da Administração Pública carecerá, necessariamente, do setor do outsourcing, enquanto parceiro de referência na mesma. Na perspetiva da associação, o outsourcing, se utilizado de forma concreta e consistente, poderá contribuir e acelerar o cumprimento de algumas das medidas estruturantes que se impõem em Portugal neste domínio, passando o sucesso das reformas a realizar pela Administração Pública portuguesa, que consideramos serem inadiáveis, justamente pela proposta de valor do nosso setor: racionalização de recursos, redução de custos, melhoria de produtividade e eficiência dos processos e serviços públicos. VE Portugal está abaixo da média europeia no recurso ao outsourcing por parte da Administração Pública. O que tem dificultado essa opção? Quais as principais barreiras? MM As principais barreiras são bem conhecidas e Portugal encontra-se efetivamente abaixo da média europeia no recurso ao outsourcing por parte da Administração Pública devido ao facto de não terem ainda sido realizadas reformas estruturais que permitam derrubá-las, possibilitando o desenvolvimento do outsourcing com as decorrentes maisvalias anteriormente referidas para o nosso país. O tema dos recursos humanos é uma das principais barreiras à adoção do outsourcing: não havendo ainda modelos ágeis de flexibilidade e mobilidade de recursos entre a Administração Pública e os prestadores de serviços do setor, e mantendo o Estado os seus recursos humanos como parte das suas despesas fixas, não faz portanto sentido, e pensando numa ótica meramente de racionalização de recursos e redução de custos, uma duplicação de gastos com salários e a contratação de serviços externalizados. Outra das principais barreiras é a cultural, barreira cujo derrubar terá de passar por um processo de demonstração evidente de modelos de redução de custos, com garantia de níveis de serviço contratualizados e de cumprimento monitorizável, precisando porém o setor da abertura do Estado a projetos-piloto neste sentido. Finalmente, existem ainda barreiras de cariz fiscal e jurídica que decorrem da carga fiscal inerentes à sua atividade e da vinculação de funcionários públicos ao Estado. VE Basicamente, que tipo de ganhos poderia obter a AP ao adotar o Outsourcing? MM Os ganhos, uma vez mais, seriam evidentes no entender da Portugal Outsourcing: serviços públicos de maior qualidade e consumidores de menos recursos do Estado. VE A Gartner classificou Portugal como um dos onze principais países desenvolvidos escolhidos para serviços offshore de Tecnologia de Informação (TI) e Business Process Outsourcing (BPO). Que tipo de benefícios têm, ou podem vir a ter, as empresas nacionais com este tipo de distinção? MM A recente distinção de Portugal feita pela Gartner é demonstrativa do conjunto de fatores competitivos que Portugal e as empresas que operam no nosso país na prestação de serviços de outsourcing de base tecnológica (ITO e BPO) têm face a destinos concorrentes numa perspetiva de nearshore. Neste sentido, os benefícios para os players nacionais do setor consistem no alavancar da sua exposição no panorama internacional, o que potencia a exportação de serviços e facilita o processo de internacionalização das empresas. Modelo está em fase de maturidade VE Como tem evoluído o recurso ao Outsourcing de TI em Portugal por parte das empresas? MM As grandes empresas, de diversos setores de atividade, compreenderam já as vantagens e benefícios do outsourcing, pelo que adesão a este modelo encontra-se numa fase de alguma maturidade. Ainda assim, entendemos haver necessidade de uma constante pedagogia junto do mercado, por forma a garantir a clarificação das diferenças existentes entre um contrato de outsourcing de valor acrescentado e outros modelos alternativos que não contemplam níveis de serviço. VE Até que ponto os atuais constrangimentos económicos, que resultam em fenómenos como o aparecimento de prestadores de serviços de muito baixo custo, preocupam a APO? MM Esta é uma questão que muito preocupa a Portugal Outsourcing e em relação à qual temos tido algumas iniciativas em torno, justamente, da clarificação referida anteriormente. Serviços de muito baixo custo, na realidade, são apenas cedência de mão-de-obra a baixo custo, sem nenhum compromisso sobre a qualidade ou produtividade do trabalho efetuado, não devendo ser confundidos com outsourcing de valor acrescentado, com níveis de serviço, correndo as empresas que preferirem essa aposta riscos significativos de resultados globais inferiores às suas expectativas. Esta pedagogia junto do mercado é, assim, fundamental para que se evite a confusão entre estas duas práticas, (outsourcing vs cedência de mão de obra temporária), assim como o potencial impacto negativo nos clientes e na sustentabilidade do próprio setor. VE A APO espera que o setor atinja os 1,3 milhões de euros em exportações em 2015. Continuam com essa expectativa, apesar do atual período económico? MM Embora não existam estudos recentes que nos permitam dados mais concretos quanto a esta questão, a expectativa atual, ainda que se considerando as enormes dificuldades do período económico que atravessamos, é a de que as exportações do setor continuem a crescer nos próximos anos. Esta expectativa fundamenta-se, por um lado, no fenómeno de captação de investimento estrangeiro em Portugal, que temos vindo a observar ao longo dos últimos anos, sendo de realçar alguns recentes anúncios públicos de reforços significativos de investimentos por parte de algumas multinacionais de referência já instaladas em Portugal e a criação de novos centros de competência, por outros, bem como no potenciamento da atratividade das empresas portuguesas no panorama internacional, levando ao crescimento das exportações do setor. Outsourcing como proposta de valor VE Quais os principais desafios para os próximos dois anos? MM Os principais desafios da Portugal Outsourcing são claros: impulsionar o setor na exportação de serviços, quer sejam prestados fora de Portugal ou como operações nearshore, por empresas portuguesas ou internacionais que queiram instalar-se no nosso país. Ganhar a aposta que o setor está atualmente a fazer junto da Administração Pública portuguesa, demonstrando que o outsourcing pode ser parte da solução de melhoria da eficiência e eficácia dos organismos estatais, contribuindo para a melhoria das finanças públicas, e constituindo massa crítica para que o setor possa reforçar a imagem internacional de Portugal enquanto destino de referência, captando a atenção de grandes clientes e investidores. VE O que gostaria de particularmente ver realizado no seu mandato? MM Seria gratificante poder observar uma mobilização do setor com vista a uma iniciativa forte de projeção dos serviços para a exportação e a Administração Pública portuguesa a apoiar este projeto promovendo o empreendedorismo, e dando o exemplo adotando de forma convicta o outsourcing, ainda que começando de forma gradual através da implementação de projetos transformacionais, de risco partilhado, que permitam ao setor do outsourcing uma demonstração clara da sua proposta de valor.

VI OUTSOURCING PEDRO CANAS FERREIRA, RESPONSÁVEL PELA ÁREA DE INOVAÇÃO DA HP Cloud computing não deixa de ser Muitas vezes a indústria tem novos nomes para as mesmas soluções. E nos conceitos outsourcing e cloud computing há quem defenda que a computação em nuvem não é mais do que mais uma forma de externalização. Pedro Canas Ferreira, responsável pela área de inovação da HP, concorda em grande parte com esta afirmação. À Vida Económica justificou que um modelo de externalização, utilizado adequadamente, permite um maior controlo e transparência de custos, estandardização e deixa as organizações mais ágeis e focadas no seu core business. Nome Morada C. Postal E-mail SUSANA MARVÃO s.marvao@vidaeconomica.pt O SEU GUIA PARA O SUCESSO! Autora: Páginas: P.V.P.: 15 O cloud computing já alterou profundamente a vida das pessoas e das empresas sem nos termos apercebido verdadeiramente da dimensão dessa mudança. Tanto no aspeto pessoal como no profissional, a computação em nuvem está por detrás de muitas aplicações que utilizamos diariamente nos nossos smartphones, seja o mail, as redes sociais, notícias, música, etc. Pedro Canas Ferreira, responsável pela área de inovação da HP, diz mesmo que este aumento explosivo de aplicações inovadoras foi possível graças à separação clara entre o hardware e de software, uma separação muito promovida pelo aparecimento dos modelos cloud. Para as empresas, particularmente as novas empresas de base tecnológica, isto significa que podem concentrar-se no desenvolvimento da sua proposta de valor diferenciadora deixando a gestão da infraestrutura tecnológica de que necessitam para um fornecedor especializado. Passa-se exatamente o mesmo no interior das empresas de maior dimensão: as áreas de negócio poderão ser inovadoras e concentrar-se nos seus objetivos de negócio se o seu fornecedor de TI interno tiver a agilidade de lhes Uma obra que identifica os benefícios que as empresas esperam obter com a utilização desta ferramenta de gestão, explicita os factores críticos de sucesso que devem ser salvaguardados para evitar cair em erros já cometidos por empresas que recorreram a este instrumento. http://livraria.vidaeconomica.pt Nº Contribuinte Solicito o envio de exemplar(es) do livro Outsorcing no sector bancário, com o PVP unitário de 15. Para o efeito envio cheque/vale nº, s/ o, no valor de, Solicito o envio à cobrança. (Acrescem 4 para despesas de envio e cobrança). ASSINATURA (recortar ou fotocopiar) PUB fornecer, através de um modelo cloud, os recursos necessários para implementar os seus projetos de forma rápida, transparente, segura e com um custo adequado. É verdade que, muitas vezes, a indústria tem novos nomes para as mesmas soluções. E nos conceitos outsourcing e cloud computing há quem defenda que a computação em nuvem não é mais do que mais uma forma de externalização. Pedro Canas Ferreira concordou em grande parte com esta afirmação, justificando que um modelo de externalização, utilizado adequadamente, permite um maior controlo e transparência de custos, estandardização e deixa as organizações mais ágeis e focadas no seu core business. Infelizmente, diz, muitas organizações ignoram os custos organizacionais de estarem dispersas na realização de atividades não core. Modelo cloud na agenda dos clientes O modelo cloud está claramente na agenda dos clientes, tanto em Portugal como em Espanha, diz o responsável, se bem que o investimento não tenha acompanhado o interesse demonstrado, ao contrário do que está a acontecer em mercados mais maduros. Este comportamento é normal em modelos emergentes, mas em ambos os casos está a ser muito agravado pelo enquadramento económico difícil, com as empresas a atrasar os seus investimentos em modernização e transformação das suas infraestruturas. Para este responsável, o contrassenso é que este comportamento, apesar de compreensível, é exatamente o inverso do que deve ser feito. É exatamente nesta situação, em que a trajetória atual é insustentável (por exemplo com a utilização de um modelo de TI tradicional em que 80% dos custos estão concentrados em manutenção), que surge a oportunidade para testar modelos disruptivos e com potencial para alterar as regras do jogo. Para Pedro Canas Ferreira, o verdadeiro potencial do cloud computing reside em potenciar a inovação, tornando as organizações mais competitivas. Esta é a resposta mais objetiva, diz. No entanto, assume ser importante elaborar como se chega até lá. De uma maneira geral, o cloud computing traz quatro grandes benefícios às organizações que o utilizam de uma forma adequada. Em primeiro lugar, explica o responsável, um novo modelo de consumo de sistemas de informação, baseado em Custos Operacionais (OPEX) em vez do modelo tradicional baseado em Investimento (CA- PEX). Esta mudança possibilita modelos flexíveis de faturação (pay-as-you-go) e permite que as organizações possam canalizar os seus investimentos para áreas de maior valor estratégico tais como a Inovação ou o crescimento. Adicionalmente, os custos e preocupações em atualizar infraestrutura e realizar novos investimentos passam a estar embebidas no custo operacional. Em segundo lugar, Pedro Canas Ferreira salienta a redução de custos proveniente de uma utilização mais eficiente da tecnologia. Os modelos cloud minimizam o desperdício, pois aumentam o nível de utilização médio dos recursos tecnológicos e eliminam muitas atividades manuais extraindo assim maior valor dos investimentos. O cloud computing, para este responsável, tem ainda potencial para reduzir o custo total de posse (TCO) dos sistemas de informação em determinados cenários (exemplo nos sistemas de informação com grande variabilidade de utilização). Por outro lado, no caso dos operadores ou fornecedores de serviços cloud, a escala e especialização significa que estes podem gerir a complexidade da infraestrutura que suporta as aplicações com um custo inferior ao dos seus clientes. Em terceiro lugar, para a HP existe uma maior orientação ao serviço que é imposta pela grande transparência na medição do fornecimento e uso dos recursos e pela flexibilidade com que estes se podem ajustar de acordo com as necessidades. Pedro Canas Ferreira salienta que, na perspectiva das áreas de negócio, o modelo cloud permite esconder a complexidade e os detalhes tecnológicos e torna simples monitorizar a qualidade do serviço prestado e dos recursos utilizados. Ora, esta visibilidade permite responsabilizar não apenas as áreas ou fornecedores que prestam esses serviços mas também as que os consomem o que promove um comportamento mais responsável e torna as decisões de negócio mais transparentes. Para o responsável pela inovação, esta flexibilidade permite garantir que esses recursos estão sempre disponíveis quando necessários (dentro de parâmetros razoáveis), podendo ser ajustados, para cima ou para baixo, de acordo com as necessidades. Por último, Pedro Canas Ferreira enunciou a possibilidade de as empresas acederem facilmente a recursos tecnológicos de terceiros de forma transparente e a uma escala nunca antes vista permite-lhes olhar para os modelos de negócio e para a organização das empresas de modo inovador. Resumindo, se juntarmos estes benefícios, (1) um novo modelo de consumo que liberta recursos financeiros, (2) uma melhor utilização de recursos tecnológicos que se

OUTSOURCING VII uma forma de outsourcing traduz em custos mais reduzidos, (3) uma orientação de serviço e flexibilidade e por último (4) a facilidade em inovar ao nível dos modelos de negócio, vemos que se abrem novas perspectivas de crescimento e inovação das empresas. Potencial não foi ainda explorado Aliás, para este responsável, claramente o potencial do cloud computing não foi explorado. Mudar ou incluir um novo paradigma numa organização cria sempre tensão que obriga a um processo de gestão de mudança, disse à Vida Económica. E explicou que a prática mostra que a resistência será tanto maior quanto maior Como ir (seguro) para cloud Os passos para avançar para a nuvem parecem simples: (1º) avaliar o potencial do modelo cloud, (2º) testar esse potencial e por fim (3) implementar e afinar continuamente esse modelo. Em primeiro lugar, há que avaliar com sinceridade se a tecnologia representa para a empresa uma vantagem competitiva que justifique um controlo elevado sobre a mesma ou se é apenas mais um custo de fazer negócio. Na esmagadora maioria dos casos, a tecnologia não é diferenciadora, diz Pedro Canas Ferreira. Mesmo nos casos em que pensamos que a tecnologia é diferenciadora, nem sempre é isso que se passa. Dois exemplos de empresas de diferentes dimensões: as empresas Netflix (streaming de filmes através da Internet) e Dropbox (armazenamento de ficheiros na Internet) são duas empresas de base tecnológica de enorme sucesso e nenhuma delas tem infraestrutura tecnológica própria. São ambas totalmente baseadas em modelos Cloud e focam-se apenas nos fatores diferenciadores do seu negócio. Em segundo lugar, planear e realizar um piloto com uma área onde se possa demonstrar o valor da solução. Áreas de grande variabilidade de utilização (ex. desenvolvimento e testes, processamentos mensais/anuais) são boas candidatas para provar redução de custos de infraestrutura. Áreas de colaboração e produtividade (ex.mail, CRM) são boas candidatas para provar redução de custos de gestão, particularmente no caso de empresas pequenas. Agilidade na resposta e transparência nos custos de consumo são benefícios base de qualquer solução cloud. Por ultimo, avaliar os resultados e escalar (ou não) o modelo cloud a outras áreas. A cloud não é certamente a solução para todos os casos mas sim mais um modelo que utilizado nos contextos adequados e que deverá ser integrado com modelos de TI tradicionais, naquilo que normalmente designamos por modelos convergentes ou híbridos. for a herança tecnológica ( legacy ) que possuem. Para as organizações que já possuem elevada maturidade nos seus processos de gestão de TI (por exemplo que utilizam processos ITIL), a mudança não será complicada e deve-se integrar naturalmente com as práticas existentes. No entanto, são poucas as organizações que estão neste estágio de maturidade, o que implica da parte dos fornecedores com experiência neste modelo um trabalho significativo de formação e acompanhamento dos seus clientes. As tecnologias associadas ao cloud computing promovem uma utilização mais eficiente da tecnologia a vários níveis. A indústria parece concordar com esta afirmação. O responsável pela inovação da HP justifica que, em primeiro lugar, porque aumentam o nível de utilização médio dos recursos tecnológicos e reduzem drasticamente os gastos energéticos (através da virtualização e consolidação). Por exemplo, em vez de 10 servidores com um nível de ocupação de 20%, podemos ter 1 servidor, mais potente, com uma utilização de 80% e menores gastos energéticos. Um paralelo semelhante acontece com a utilização de veículos individuais e os transportes públicos. 50 carros individuais gastarão bem mais do que 1 transporte público em plena capacidade, se o objetivo é deslocarmo-nos do ponto A ao ponto B. Em segundo lugar, a elevada automatização elimina muitas atividades manuais extraindo assim maior valor dos investimentos. Configurar recursos tecnológicos em grande escala (exemplo milhares de servidores) só é possível como elevados níveis de automatização. Em terceiro lugar, no caso dos operadores ou fornecedores de serviços cloud, a escala e especialização significa que estes podem gerir a complexidade da infraestrutura que suporta as aplicações com um custo inferior ao dos seus clientes. Por último, Pedro Canas Ferreira salientou o facto de a computação em nuvem ter ainda potencial adicional para reduzir o custo total de posse (TCO) dos sistemas de informação em determinados cenários, por exemplo nos sistemas de informação com grande variabilidade de utilização. Mais espaço na nuvem A grande maioria dos estudos mostra que os níveis de procura e utilização do modelo cloud estão a aumentar de uma maneira bastante previsível. Por isso, Pedro Canas Ferreira não tem dúvidas de que este irá ganhar o seu espaço. O que é difícil prever, diz, é como é que o lado da oferta se irá reorganizar em função desta evolução. Numa fase emergente, os principais fornecedores têm sido os inovadores disruptivos sem nada a perder. Isso não significa que os players tradicionais (neste caso fabricantes de equipamentos e telcos) estejam a dormir e na altura certa farão as suas aquisições e apresentarão as suas inovações, canibalizando o seu próprio mercado. A experiência e oferta da HP nesta área vem já de longa data. A empresa oferece soluções de Utility Computing e Grid Computing desde há vários anos para nichos de mercado com necessidades computacionais muito específicas como farmacêuticas, universidades, media, simulação financeira, etc. O modelo cloud assenta sobre muitos dos mesmos princípios, mas pressupõe massificação. Assim, a HP tem complementado essa experiência e o trabalho que desenvolve nos seus laboratórios desde há vários anos com aquisições importantes num ecossistema global de cloud: infraestrutura convergente, automatização, mean-based-computing, big-data, sustentabilidade, etc. Um dos diferenciadores da oferta tecnológica HP Converged Cloud é, segundo este responsável, a consistência de uma arquitetura e camada de gestão únicas para clouds privadas, públicas e TI tradicional e que permite movimentar cargas entre os modelos de modo totalmente transparente. Por exemplo, uma organização que tenha o seu mail num modelo de cloud privada e o queira colocar numa cloud pública poderá fazê-lo rapidamente e sem qualquer limitação. AppLabs reconhecida como uma das principais fornecedoras de outsourcing A AppLabs, uma empresa da CSC, foi recentemente nomeada para o Global Outsourcing 100 pela Associação Internacional de Profissionais de Outsourcing (IAOP) como um dos melhores fornecedores de serviços de outsourcing em 2012 na categoria Líderes. O Global Outsourcing 100 para 2012 reconhece os melhores fornecedores mundiais de serviços de outsourcing e os rankings são baseados nas candidaturas recebidas e avaliadas por um júri independente organizado pela IAOP. A inclusão da AppLabs na lista, pela segunda vez, demonstra o seu papel de liderança. A empresa foi já reconhecida em 2009, revelaram em comunicado. O presidente da IAOP, Michael Corbett, explicou que na economia atual é mais importante do que nunca, para os utilizadores finais de outsourcing, serem capazes de identificar e selecionar facilmente a empresa certa para as suas necessidades. Os rankings do Global Outsourcing 100 e World s Best Outsourcing Advisors são essenciais para as empresas que procuram líderes comprovados e organizações em ascensão na indústria do outsourcing. O Global Outsourcing 100 é um ranking independente avaliado de forma rigorosa que constitui uma referência para analisar a força da indústria como um todo e os respetivos fornecedores de serviços. Para constarem da lista, as empresas devem demonstrar excelência em categorias como dimensão e crescimento, experiência do cliente, profundidade e amplitude de competências e capacidades de gestão. Ricoh Portugal lança nova unidade de negócio A Ricoh Portugal anunciou o lançamento de uma nova unidade de negócio de serviços de TI. Integrando soluções informáticas de fabricantes como a APC, Cisco, Dell, Lenovo, Microsoft e Symentec, a Ricoh irá também disponibilizar serviços de assistência, instalação e integração com suporte multimarca. Usando uma plataforma de suporte remoto unificada em todo o grupo Ricoh na Europa, e que conta já com milhares de clientes, a Ricoh Portugal disponibiliza agora um novo serviço que se pode classificar de classe enterprise, mas que está disponível a todas as PME por preços que a empresa, em comunicado, apelidou de muito acessíveis. Estes serviços permitem uma redução efectiva dos custos operacionais das empresas e melhorar os indicadores de disponibilidade dos sistemas informáticos. Englobando todos os aspectos de suporte aos utilizadores finais e à infraestrutura de servidores ou redes, os IT Services da Ricoh são baseados em preços claros e definidos, explicam no document enviado à imprensa. Além disso, permitem às empresas ter um único prestador de tecnologia e serviços, garantindo uma rápida resolução de incidentes relacionados com TI, bem como a contínua optimização das infraestruturas informáticas através da implementação de tecnologia dos melhores fabricantes do mercado.

VIII OUTSOURCING JOSÉ MANUEL DESCO, DIRETOR-GERAL DA T-SYSTEMS IBERIA Precisamos de compreender e adaptar o serviço às necessidades dos clientes Hoje não há outra forma de atuar. É preciso compreender e adaptar o serviço às necessidades dos clientes para poder prestar- -lhes um melhor serviço, com a máxima poupança de custos. José Manuel Desco, diretor-geral da T-Systems Iberia, salientou à Vida Económica o facto de players e clientes terem de falar o mesmo idioma, o que significa que os serviços tecnológicos têm que se ajustar unanimemente ao core business da empresa. SUSANA MARVÃO s.marvao@vidaeconomica.pt ENTRADA GRATUITA O outsourcing é uma realidade presente no nosso país. E a sua intensidade e utilização está em crescimento dentro do contexto global das TIC nas organizações. E, na verdade, no âmbito empresarial, as TIC têm sido essenciais e têm ajudado no progresso da sociedade, na poupança de tempo e dinheiro e na melhoria dos processos. No meio de tudo isto, aparece o cloud computing, visto como um destes serviços TIC, explicou à Vida Económica José Manuel Desco, diretor-geral da T-Systems Iberia. Aliás, na T-Systems, preferem ver o cloud computing como uma parceria, pois precisamos de compreender a complexidade dos sistemas das empresas e de nos adaptarmos a essa complexidade, bem como prestar muita atenção aos problemas funcionais. Por outro lado, disse José Manuel Desco, também precisamos de compreender e adaptar o serviço às necessidades dos clientes para podermos prestar-lhes um melhor serviço, com a máxima poupança de custos. Por último, o responsável salientou o facto de terem de falar o mesmo idioma, o que significa que os serviços tecnológicos têm que se ajustar unanimemente ao core business da empresa. Assim, temos que trabalhar em parceria para lhes oferecer serviços à medida que sejam flexíveis e para que nos vejam como PUB uma entidade de confiança e especializada que faz a gestão efetiva dos seus serviços de informação e telecomunicações e que, para além disto, também melhora os seus processos e os ajuda a rentabilizar o negócio da sua empresa. Há que definir estratégia de mobilidade Na realidade, com este tipo de solução, como o cloud computing, as empresas obtêm vantagens competitivas que podem marcar a diferença: poupar tempo até à comercialização dos produtos, serviços cuja capacidade se pode ampliar e reduzir rapidamente para além do investimento inicial reduzido em Tecnologias de Informação. Qualquer que seja o tamanho da empresa, José Manuel Desco diz que o melhor para avançar em cloud será, em primeiro lugar, definir a sua estratégia de mobilidade. Precisam de ser respondidas as perguntas-chave sobre os objetivos, conteúdos e serviços oferecidos assim como a sua preparação e transporte: que aplicações se têm que mobilizar primeiro? Quais os departamentos afetados? Deveriam os utilizadores usar os seus próprios dispositivos ou deverá a empresa fornecer os terminais móveis? Que protocolo de segurança deverá ser utilizado e aplicado como referência? O que precisa de ser feito para organizar cada processo? Que software controla os sistemas centrais de ERP e conecta com as aplicações? Em segundo lugar, há que ponderar a questão da segurança móvel. Os terminais e os seus sistemas de controlo estão entre os maiores desafios. O amplo espetro de dispositivos utilizados significa que a segurança tem uma maior prioridade. Tanto com os dados pessoais, tais como fotos e vídeos ou aplicações SAP críticas: no futuro será possível aceder aos mesmos dados a partir de muitos dispositivos. Na nuvem privada os dados deverão ser guardados com um nível de segurança especialmente alto e devem estar disponíveis de forma fiável em qualquer lugar, em qualquer momento e tão rápido quanto possível. Tudo isto, diz José Manuel Desco, se aplica a toda a panóplia de terminais disponíveis. Em comparação com a monocultura do PC, os smartphones e os tablets necessitam uma gestão de segurança significativamente maior. O desafio encontra-se em integrar perfeitamente qualquer tipo de terminal com o sistema informativo da empresa, independentemente do fabricante ou do sistema operativo. Por último, o responsável diz ser necessário considerar o empregado móvel. Este é um ponto que é subestimado com frequência. Somente conseguiremos que o empregado utilizar o seu tempo de trabalho com maior efetividade e incrementar a produtividade se as aplicações móveis conseguirem que o trabalho do empregado seja mais fácil e, assim, o empregado sentir uma melhoria. Cloud já está nas empresas A verdade é que, em Portugal, os serviços de cloud computing já fazem parte da estratégia das empresas para as Tecnologias da Informação, mas ainda não com tanta força como em Espanha. 38% das empresas portuguesas, segundo um estudo de IDC, estão a contemplar esta solução e 10% já a utilizam. Com cada vez mais empresas portuguesas na nuvem, vão surgindo muitos casos de sucesso pelo que acredito que, até 2015, este número irá aumentar. Também para Portugal, IDC aponta vários segmentos nos quais o investimento poderá vir a crescer sendo que o Cloud Computing ocupa uma posição de topo. José Manuel Desco salienta que o contexto de mudança constante que estamos a viver leva-nos a precisar e a procurar serviços que sejam orientados para a virtualização e mobilização dos postos de trabalho das empresas. Cada vez viajamos mais e trabalhamos em ambientes mais globalizados, um fator que devido à nuvem podemos solucionar uma vez que nos permite ocupar-nos das nossas atividades desde qualquer lugar, qualquer dispositivo e em qualquer momento. Ou seja, a nuvem conseguiu levar a inovação a todas as empresas sem que estas precisem de fazer um investimento sacrificado. Mas, para José Manuel Desco, ainda existe muito potencial por explorar. O seu carácter móvel, dinâmico, colaborativo, seguro e responsável convertem-na numa das tendências mais fortes do momento e que pouco a pouco vai assentando tanto no nosso país como no resto da Europa. No entanto, defende a necessidade de pensar o cloud computing enquanto serviço dinâmico e flexível cada empresa adapta-o às suas necessidades e explora o seu potencial à sua própria medida.