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Transcrição:

P A R E C E R Referência: 37400.009936/2013-26 Assunto: Restrição de acesso: Recurso contra decisão denegatória ao pedido de acesso à informação. Sem restrição. Ementa: Certidão / interesse público solicitação contra dispositivo expresso da LAI não conhecimento recurso impróprio. Órgão ou entidade recorrido (a): Recorrente: Instituto Nacional do Seguro Social INSS Senhor Ouvidor-Geral da União, 1. Trata o presente Parecer de recurso em sede de solicitação de acesso à informação pública, com base na Lei nº 12.527/2011, formulado por cidadão em 15/07/2013, em face de decisão denegatória de acesso, nos termos que seguem: Venho por meio deste recorrer à CGU de decisão emanada pelo Instituto Nacional do Seguro Social INSS referente a uma solicitação feita ao amparo da Lei de Acesso à Informação - LAI (Lei nº 12.527/2011). Passo então a relatar os fatos. Em 7 de julho de 2011, portanto, há mais de 2 anos, dei entrada em um pedido de Certidão de Tempo de Contribuição (CTC), a fim de que eu pudesse averbar no setor público o período que trabalhei na iniciativa privada e contribuí para o Regime Geral de Previdência Social RPPS. Dei entrada nesse pedido na Agência da Previdência Social em Taguatinga-DF (APS Taguatinga) e, ao longo de 2 anos, estive várias vezes na agência, obtendo sempre a mesma resposta: o processo está em análise. Ora, em primeiro lugar, cabe destacar que foge à razoabilidade um órgão público levar mais de 2 anos para emitir uma certidão. Tal demora, aliás, constitui flagrante desrespeito à própria Constituição Federal, que em seu art. 5º, inciso LXXVIII diz que a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação. Diante da demora em obter a certidão, protocolei em fevereiro de 2013 reclamação na Ouvidoria do INSS. Em fins de abril de 2013, recebi um 21 / 7

contato da APS Taguatinga informando que a certidão estava pronta e que eu poderia buscá-la. Dirigi-me até à APS Taguatinga em 20 de maio de 2013 e, ao ser atendido na agência, constatei que a certidão havia sido emitida com informações que não correspondiam ao meu tempo de contribuição, tendo então de imediato solicitado a correção dos dados. Fui então informado que o processo precisaria passar por uma reanálise para emissão de uma nova certidão. Desde então já se passaram mais 2 meses, sem que eu tenha tido qualquer retorno quanto à emissão da certidão. Devido à dificuldade de obter a certidão por vias normais, protocolei nova reclamação junto à Ouvidoria do INSS (ainda sem resposta) e, por considerar que a demora de mais de 2 anos na obtenção dessa certidão configura verdadeiro cerceamento de meu direito à informação, fiz uma solicitação ao amparo da LAI, na expectativa de que por essa via o INSS fosse obrigado a me fornecer a informação solicitada (o meu tempo de contribuição) nos prazos estabelecidos pela LAI. Fiz essa solicitação de obtenção da certidão com fulcro no art. 1º da LAI, que é explícito ao incluir no escopo da lei as informações de caráter particular, como é o caso, por se tratar do meu tempo de contribuição para o RGPS. Vale lembrar que o art. 1º da LAI é explícito ao dizer que a lei busca assegurar o acesso a informações previsto no inciso XXXIII do art. 5º, que por sua vez assegura que todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado. É evidente, a meu ver, que estão inseridas no escopo da LAI as informações de interesse particular. Esse entendimento é reforçado pelo próprio art. 7º da LAI, que diz em seu inciso II: Art. 7º O acesso à informação de que trata esta Lei compreende, entre outros, os direitos de obter: (...) II - informação contida em registros ou documentos, produzidos ou acumulados por seus órgãos ou entidades, recolhidos ou não a arquivos públicos. Ora, a certidão de tempo de contribuição nada mais é do que a materialização de uma informação (o meu tempo de contribuição) contida em registros (o banco de dados) produzidos por um órgão público (o INSS). Para minha surpresa, o INSS alega que a minha solicitação não está amparada pela LAI, por se tratar de informação de caráter particular. Tal entendimento me parece por demais descabido, pois basta uma simples leitura do caput do art. 1º e de sua referência ao inciso XXXIII da CF para perceber que as informações particulares devem sim ser fornecidas ao amparo da LAI, nos prazos da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado. Definitivamente, tal ressalva (segurança da sociedade e do Estado) não se aplica ao meu tempo de contribuição para o INSS, motivo pelo qual o INSS não apenas tem a obrigação de me fornecer essa informação (que se materializa na emissão da certidão) como também é obrigado a seguir os prazos da LAI a partir do momento em que eu tenha solicitado essa informação por esse canal. 22 / 7

Não pode, a meu ver, ser outro o entendimento, sob pena de diminuir o alcance da LAI, ferramenta ímpar à disposição do cidadão para fazer valer o seu direito à informação em prazo razoável, dando portanto amplo cumprimento ao que dispõe a Carta Magna nos seus incisos XXXIII e LXXVIII do art. 5º. É bem verdade que, para obtenção dessa certidão, não bastaria utilizar o canal de informações da LAI. É necessário dar entrada em um processo, apresentar documentos que comprovem o tempo de contribuição etc. Pois bem. Tudo isso já foi feito há mais de 2 anos atrás, quando protocolei o pedido de certidão. Agora, já dispondo o INSS de todos os elementos para me fornecer essa informação, entendo ser a LAI uma forma efetiva de cobrar eficiência do INSS, para que me forneça a informação solicitada nos prazos da LAI, sob pena de responsabilidade. Alega também o INSS que, por ser uma informação de caráter particular, esta não poderia ser enviada por meio eletrônico. Também aqui me parece uma alegação descabida, uma vez que eu não estou solicitando o recebimento da certidão por meio eletrônico. Meu pedido é para que o INSS determine à APS Taguatinga que ultime os procedimentos necessários para a emissão da certidão de tempo de contribuição, estando plenamente ciente que terei que me deslocar até à APS Taguatinga para retirar a certidão. Aliás, já o fiz várias vezes ao longo de 2 anos, porém sem sucesso. Alegou também o INSS que minha solicitação não poderia ser feita via LAI pois eu deveria recorrer por meio de recurso administrativo previdenciário, previsto em uma instrução normativa do INSS. Também me parece por demais desarrazoado supor que uma instrução normativa do INSS se superpõe à LAI, afastando a aplicação desta última. Ademais, o recurso mencionado na resposta do INSS parece relacionado à revisão da concessão de benefícios e não soluciona o meu problema, que não é tanto a correção de informações, mas sim a emissão da certidão, que já demora mais de 2 anos. Ressalto, por fim, que necessito com urgência dessa Certidão de Tempo de Contribuição para que eu possa averbar o tempo de serviço e fazer a migração para o novo FUNPRESP. Nesse sentido, solicito a análise da CGU, pedindo que, se julgar procedente o meu apelo, determine ao INSS que, no prazo estipulado pela LAI, ultime os atos necessários à emissão da referida certidão, em estrita obediência à lei. 2. É o relatório. Análise 3. Registre-se que o Recurso foi apresentado perante a CGU de forma tempestiva e recebido na esteira do disposto no caput e 1º do art. 16 da Lei nº 12.527/2012, bem como em respeito ao prazo de 10 (dez) dias previsto no art. 23 do Decreto nº 7724/2012, verbis: 23 / 7

Lei nº 12.527/2012 Art. 16. Negado o acesso a informação pelos órgãos ou entidades do Poder Executivo Federal, o requerente poderá recorrer à Controladoria-Geral da União, que deliberará no prazo de 5 (cinco) dias se: (...) 1o O recurso previsto neste artigo somente poderá ser dirigido à Controladoria Geral da União depois de submetido à apreciação de pelo menos uma autoridade hierarquicamente superior àquela que exarou a decisão impugnada, que deliberará no prazo de 5 (cinco) dias. Decreto nº 7724/2012 Art. 23. Desprovido o recurso de que trata o parágrafo único do art. 21 ou infrutífera a reclamação de que trata o art. 22, poderá o requerente apresentar recurso no prazo de dez dias, contado da ciência da decisão, à Controladoria-Geral da União, que deverá se manifestar no prazo de cinco dias, contado do recebimento do recurso. 4. Quanto ao cumprimento do art. 21 do Decreto n.º 7.724/2012, observa-se que consta da resposta que a autoridade que proferiu a decisão, em primeira instância, era a hierarquicamente superior à que adotou a decisão recorrida; a mesma situação se apresenta em relação à decisão do recurso de segunda instância. 5. Em relação à análise de mérito, é indispensável delimitar desde já o âmbito de aplicação da Lei 12.527/11, base do presente procedimento administrativo e que regulamenta o inciso XXXIII do art. 5 o da Constituição da República com o objetivo de garantir o acesso à informação. A própria Lei de Acesso à Informação fixa os limites de seu escopo: informação: dados, processados ou não, que podem ser utilizados para produção e transmissão de conhecimento, contidos em qualquer meio, suporte ou formato, nos termos do inciso I do art. 4. 6. Ademais, visando exemplificar o direito de acesso à informação legalmente protegido, o art. 7 o da Lei de Acesso à Informação estabelece que: Art. 7 o O acesso à informação de que trata esta Lei compreende, entre outros, os direitos de obter: I - orientação sobre os procedimentos para a consecução de acesso, bem como sobre o local onde poderá ser encontrada ou obtida a informação almejada; II - informação contida em registros ou documentos, produzidos ou acumulados por seus órgãos ou entidades, recolhidos ou não a arquivos públicos; 24 / 7

III - informação produzida ou custodiada por pessoa física ou entidade privada decorrente de qualquer vínculo com seus órgãos ou entidades, mesmo que esse vínculo já tenha cessado; IV - informação primária, íntegra, autêntica e atualizada; V - informação sobre atividades exercidas pelos órgãos e entidades, inclusive as relativas à sua política, organização e serviços; VI - informação pertinente à administração do patrimônio público, utilização de recursos públicos, licitação, contratos administrativos; e VII - informação relativa: a) à implementação, acompanhamento e resultados dos programas, projetos e ações dos órgãos e entidades públicas, bem como metas e indicadores propostos; b) ao resultado de inspeções, auditorias, prestações e tomadas de contas realizadas pelos órgãos de controle interno e externo, incluindo prestações de contas relativas a exercícios anteriores. 7. Dessa forma, fica evidente que a Lei de Acesso à Informação não ampara, por exemplo, a formulação de consultas, reclamações e denúncias; pedidos de providências para a Administração Pública Federal, discussão acerca de temas de fundo das respostas prestadas ou solicitações de indenizações, devendo tal expediente ser utilizado tão-somente para pleitear acesso a informações existentes. A exceção a esta regra geral, que legitimaria o uso dos procedimentos da Lei 12.527/2011 para fins de produção de dado ou informação, qual seja, quando a produção em tempo pretérito haja sido prescrita por Lei ou quando seja necessária à tutela de direitos humanos, como o direito à verdade, não se averigua no caso presente. 8. Isto posto, verifica-se que o recorrente não solicita acesso a informações, de modo que o seu pedido não encontra amparo na Lei de Acesso à Informação, sendo o e-sic canal inadequado para tratamento do mesmo. Conclusão 9. De todo o exposto, opina-se pelo não conhecimento do recurso, visto que o objeto da demanda foge ao escopo da Lei 12.527/2011. TIAGO ZICA DE CARVALHO Apoio Administrativo 25 / 7

MARCOS GERHARDT LINDENMAYER Analista de Finanças e Controle 26 / 7

D E C I S Ã O No exercício das atribuições a mim conferidas pela Portaria n. 1.567 da Controladoria-Geral da União, de 22 de agosto de 2013, adoto, como fundamento deste ato, o parecer acima, para decidir pelo não conhecimento do recurso interposto, nos termos do art. 23 do referido Decreto, no âmbito do pedido de informação nº 37400.009936/2013-26, direcionado ao Instituto Nacional do Seguro Social INSS. JOSÉ EDUARDO ROMÃO Ouvidor-Geral da União 27 / 7

PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA Controladoria-Geral da União Folha de Assinaturas Documento: PARECER nº 424 de 20/02/2014 Referência: PROCESSO nº 37400.009936/2013-26 Assunto: Recurso à CGU contra decisão denegatória de acesso à informação Signatário(s): JOSE EDUARDO ELIAS ROMAO Ouvidor Assinado Digitalmente em 20/02/2014 Relação de Despachos: À superior consideração. MARCOS GERHARDT LINDENMAYER ANALISTA DE FINANCAS E CONTROLE Assinado Digitalmente em 07/02/2014 Este despacho foi expedido eletronicamente pelo SGI. O código para verificação da autenticidade deste documento é: 6a72947e_8d0fc48103fb167