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Transcrição:

PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DA PARAÍBA TRIBUNAL DE JUSTIÇA GAB. DES. ROMERO MARCELO DA FONSECA OLIVEIRA ACÓRDÃO APELAÇÃO N 200.2011.018704-0/001 ORIGEM : 16 Vara Cível da Comarca da Capital. RELATOR : Des. Romero Marcelo da Fonseca Oliveira. APELANTE : Banco GMAC S/A. ADVOGADO : Milton Gomes Soares Junior e outros. APELADO : G ilvan Pereira Rolim. ADVOGADO : Camilo Macedo e outros. EMENTA: APELAÇÃO. AÇÃO REVISIONAL DE CONTRATO. CÉDULA DE CRÉDITO BANCÁRIO. FINANCIAMENTO DE VEÍCULO. PRELIMINAR. NULIDADE DE SENTENÇA. ERROR IN JUDICANDO. REJEIÇÃO. MÉRITO. CAPITALIZAÇÃO DE JUROS. POSSIBILIDADE. PREVISÃO LEGAL E PACTUAÇÃO EXPRESSA. AFASTAMENTO DA REPETIÇÃO DO INDÉBITO EM DOBRO APENAS DOS VALORES CORRESPONDENTES À CAPITALIZAÇÃO DE JUROS. INVERSÃO DO ÔNUS DA SUCUMBÊNCIA. DESCABIMENTO. PROVIMENTO PARCIAL DO RECURSO. 1. Quando o equívoco sentenciai se constituir em error in judicando, não há falar em nulidade da sentença, sendo esta passível de reforma pelo órgão colegiado. 2. É cabível a capitalização de juros nos contratos celebrados a partir de março de 2000, conforme a Medida Provisória n 2.170-36/2001, desde que expressamente pactuada. 3. Sendo o consumidor cobrado em quantia indevida, porquanto não pactuada, cabível a devolução em dobro dos valores pagos, em conformidade com o art. 42, parágrafo único, do CDC. 4. Incabível a inversão do ônus de sucumbência quando ambas as partes são ao mesmo tempo vencido e vencedor. VISTO, relatado e discutido o presente procedimento referente à Apelação n 200.2011.018704-0/001, em que figuram como partes Gilvan Pereira Rolim e Banco GMAC S/A. ACORDAM os eminentes Desembargadores integrantes da Egrégia Quarta Câmara Cível do Tribunal de Justiça da Paraíba, à unanimidade, acompanhando o Relator, conhecer do Recurso, rejeitar as preliminares e, no mérito, dar-lhe provimento parcial pari, reformando a Sentelkça, manter a capitalização dos juros, porquanto pactuada e por expressa previsão legal, devendo, por consequência, ser afa da devolução em dobro dos referidos valores, mantendoa nos seus demais terkns Bei Rome tce!o da Fonseca OtIveli Desembargador

VOTO. Gilvan Pereira Rolim intentou, perante o Juízo da 16' Vara Cível da Comarca desta Capital, Ação de Revisão Contratual c/c Repetição de Indébito c/c Danos Morais, processo no 200.2011.018704-0, em face do Banco GRIAC S/A. Alegou que (1) firmou com o Réu contrato de financiamento para aquisição de um veículo Prisma Joy 1.4 Econofiex, no valor de R$ 34.310,00, com R$ 20.425,00 dc entrada, 48 parcelas de R$ 466,92; (2) o valor cobrado estaria incorreto, pois foi utilizado no financiamento a Tabela Price, quando o correto seria a Tabela SAC, que calcula juros simples; (3) a comissão de permancmcia foi cumulada com encargos moratórias; (4) seria ilegal a incidência de juros compostos, a capitalização mensal, a taxa pela emissão de boleto e a taxa de abertura de crédito; (5) o CDC seria aplicável às instituições financeiras; (6) o art. 51, IV, do CDC, determina que são nulas as cláusulas contratuais abusivas ou que coloquem o consumidor em desvantagem exagerada; e, (7) deveria ser declarada incidentalmente a inconstitucionalidade do art. 5 da MP n 2170-36/2001. Requereu a procedência do pedido para vedar e excluir a capitalização mensal dos juros contratuais e a exclusão do anatocismo; declarar nula a cláusula que prevê a cumulação da comissão de permanência com encarcos moratórios; condenar o Réu à devolução do indébito em dobro, abatendo-se do saldo devedor o valor que foi pago a maior nas parcelas antecedentes; declarar incidentalmente a inconstitucionalidade do art. 5 0, da MP n 2.170-36/2011; a inversão do ônus da prova, no sentido de determinar que o Réu apresentasse o contrato celebrado; e, ainda, indenização por danos morais. Em Decisão de f. 31, o Juízo deferiu o pedido de tutela antecipada, no sentido de determinar que o Réu apresentasse o contrato firmado entre as partes e a planilha de Custo Efetivo Total do financiamento - CET, no prazo de defesa, sob as penas do art. 359 do CPC. O Réu ofereceu Contestação, f. 35/54, alegando que (1) o contrato em questão já foi quitado, e conforme planilha de pagamento apresentada, o Autor atrasou o pagamento de apenas urna parcela, onde lhe foram cobrados encargos de mora no valor de R$ 23,72, sendo a única situação que incidiu comissão de permanência; (2) o Juízo determinou a exibição do contrato, quando, na realidade, este já teria sido apresentado pelo próprio Autor com a petição inicial, e que a determinação para que apresentasse a planilha de CET, além de inexistir pedido do Autor nesse sentido, informou que à época da contratação, inexistia qualquer determinação nesse sentido; (3) seria permitida a capitalização de juros desde que previamente pactuada, e a Cédula de Crédito Bancário possui legislação específica, Lei n 10.931/2004, que autoriza a capitalização de juros; (4) inexistiria ilegalidade na utilização da tabela PRICE; (5) não haveria ilicitude na incidência de comissão de permanência quando do inadimplemento da obrigação, desde que não estivesse cumulada com juros de ora; e, (7) seria descabida a devolução em dobro dos valores indevidos, prevista no ar4 42, único, do CPC, ante ausência de máfé, tendo em vista que todos os valores cobr dos possuiriam previsão contratual. Requereu a improcedência do pedi Pd. Romeç, Ma ç d Fonsn3 Ovein ad -

Sentenciando, f. 92/98, o Juízo julgou parcialmente procedentes os pedidos iniciais, para excluir do contrato, por ausência de expressa previsão, a cobrança do anatocismo e da comissão de permanência, permanecendo nos demais termos o contrato celebrado entre as partes, deixou de condenar o Réu ao pagamento de indenização por danos morais, por inexistência de prova de constrangimentos suportados pelo Autor, e condenou-o à devolução em dobro dos encargos excluídos do referido contrato, devidamente corrigidos pelos índices oficiais a partir de cada mês em que se efetuou o pagamento indevido e juros de mora de 1% ao mês a partir da citação, e, ao final, condenou as partes reciprocamente nas custas e em honorários fixados em R$ 1.000,00, devendo ser observado em relação ao Autor o disposto no art. 12, da Lei 1.060/50. O Réu interpôs Apelação, f. 100/110, arguindo, preliminarmente, a nulidade da Sentença por error in judicando, tendo em vista que o Juízo afastou a capitalização de juros, ao argumento de que ínexistia pactuação expressa, apesar de constar na cláusula 8.1 do contrato previsão nesse sentido; e, no mérito, alegou que (2) o presente contrato tratava-se de Cédula de Crédito Bancário, sendo re,gido por legislação específica, qual seja, a Lei 10.931/04, que permitiria a capitalização de juros, e que no presente caso, além do permissivo legal, restou expressamente pactuada; (3) inexistiria má-fé nas cobranças realizadas, porquanto expressamente pactuadas, sendo descabida a devolução em dobro dos valores, sob pena de enriquecimento sem causa do consumidor. Pugnou pelo provimento do Recurso para acolher a preliminar de nulidade da sentença, e subsidiariamente, sua reforma no ponto que afasta a capitalização de juros, e que determina a devolução em dobro das quantias consideradas indevidas, devendo, ainda, ser invertido o ônus de sucumbência. Nas Contrarrazões, f. 118/129, o Apelado arguiu, preliminarmente, a intempestividade da peça contestatória, tendo em vista que o Réu foi citado em 27/05/2011, f. 33, entretanto só apresentou defesa cm 14/06/2011, f. 35, e, no mérito, repisou os argumentos de sua peça de ingresso, requerendo, ao final, o desprovimento do Recurso. Desnecessária a intervenção Ministerial, por não se tratar de matéria prevista no art. 82, I a III, do Código de Processo Civil. É o Relatório. Conheço do Recurso, porquanto presentes os requisitos de admissibilidade. O Apelante arguiu, preliminarmente, a nulidade da Sentença por error hl judicando, tendo em vista que o Juízo afastou a capitalização de juros, ao argumento de que inexistia pactuação expressa, apesar de constar na cláusula 8.1 do contrato previsão nesse sentido, julgando de forma contrária às provas acosta as aos autos. Entretanto, quando o equívoco da Sentença se con tituir em error in judicando, não há falar em nulidade, sendo aquela passível s opte \ de reforma pelo órgão colegiado, conforme entendimentos que passo a transcr FonstuOtinin gador

APELAÇÃO CÍVEL. RESPONSABILIDADIr CIVIL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. AUSÊNCIA DE ATO ILÍCITO. ERROR IN JUDICANDO. NULIDADE DA SENTENÇA. INOCORIZISCIA. Ocorrendo eventual error in judicando não há falar em nulidade da sentença, sendo a mesma passível apenas de reforma. Precedentes desta Corte. DANOS MORAIS. INOCORRÊNCIA. Ausente a prova da conduta ilícita por parte da ré, a improcedência do pedido indenizatório é medida que se impõe. Hipótese em que a conduta do banco réu, em negociar diretamente com o cliente do autor, não configura ilicitudc. Improcedência do pleito indenizatório. HIPÓTESE EM QUE SE NEGA SEGUIMENTO AO APELO. (Apelação Cível N 70049079239, Décima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Paulo Roberto Lessa Franz, Julgado em 25/05/2012) APELAÇÃO CÍVEL. RESPONSABILIDADI. CIVIL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. AUSÊNCIA DE ATO ILÍCITO. ERROR IN JUDICANDO. NULIDADE DA SENTENÇA. INOCORR 1 -::NCIA. Ocorrendo eventual error in judicando não há falar em nulidade da sentença, sendo a mesma passível apenas de reforma. Precedentes desta Corte. DANOS "MORAIS. INOCORRÊNCIA. Ausente a prova da conduta ilícita por parte da ré, a improcedência do pedido indenizatório é medida que se impõe. Hipótese em que a conduta do banco réu, em negociar diretamente com o cliente do autor, não configura ilicitucle. Improcedência do pleito indenizatório. HIPÓTESE EM QUE SE NEGA SEGUIMENTO AO APELO. (Apelação Cível N 70047982566, Décima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Paulo Roberto Lessa Franz, Julgado em 27/03/2012) Razão pela qual, rejeito referida preliminar. O Autor/Apelado alegou nas Contrarrazões que a Contestação apresentada pelo Réu/Apelante seria intempestiva, e que referido Cato foi desconsiderado pelo Juizo quando do julgamento da causa. Conforme se observa o Réu/Apelante foi citado por Carta com AR, iniciando-se o prazo para resposta na data de sua juntada aos autos, conforme se observa do entendimento transcrito: PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE PRESTAÇÃO DE CONTAS. CITAÇÃO VIA POSTAL. TERMO INICIAL. JUNTADA AOS AUTOS DO AVISO DE RECEBIMENTO, "AR". CPC, ART. 241,1. I. No caso de citação pelo correio, o prazo de contestação se inicia com a juntada aos autos do aviso de recebimento da carta pelo rdu, nos termos do art. 241, I, da lei adjetiva civil. II. Recurso especial conhecido e provido, para considerar tempestiva a contestação. (REsp I 82.378/SP, Rel, Ministro ALDIR PASSARINHO JUNIOR, QUARTA TURMA, julgado em 11/09/2001, DJ 04/02/2002, p. 367) No caso, o AR foi juntado aos autos no dia 07/06/2011, conforme Certidão de f. 32v, tendo o Réu/Apelante protocolado a Contetação no dia 14/06/2011, dentro, portanto do prazo de quinze dias, previsto no art. 297 do CPC, inocorrendo a intempestividade alegada. No mérito, o Apelante se insurge apena contra o entendimento do Juízo de afastar a capitalização de juros, ao argumento de ir inexistia pactuação nesse sentido. Superior Tribunal de Justiça pacificou o Feitas estas considerações, tem-se qu 1, - Bel. Rornso Matcdti FOP,SetnOlivein

entendimento no sentido de que a capitalização dos juros é admitida nos contratos bancários celebrados a partir da edição da Medida Provisória n 1.963-17/2000, reeditada sob o n 2.170-36/2001, conforme jurisprudência abaixo colacionada: AGRAVO REGIMENTAL. REVISÃO CONTRATUAL. NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL NÃO CONFIGURADA. CAPITALIZAÇÃO MENSAL. EXPRESSA PACTUAÇÃO. POSSIBILIDADE. SÚMULA 8.3/STJ. MULTA MANTIDA. 1.- A jurisprudência desta Casa é pacifica ao proclamar que, se os fundamentos adotados bastam para justificar o concluído na decisão, o.julgador não está obrigado a rebater, um a um, os argumentos utilizados pela parte. 2.- A capitalização dos juros é admissivel quando pactuada e desde que haja legislação especifica que a autorize. Assim, permite-se sua cobrança na periodicidade mensal nas cédulas de crédito rural, comercial e industrial (Decreto-lei n. 167/67 e Decreto-lei n. 413/69), bem como nas demais operações realizadas pelas instituições financeiras integrantes do Sistema Financeiro Nacional, desde que celebradas a partir da publicação da Medida Provisória n. 1.963-17 (31.3.00). Nesse sentido, o REsp 602.068/RS, Rel. MIN. ANTÔNIO DE PÁDUA RIBEIRO, RI 21.3.05, da colenda Segunda Seção. Ressalte-se, ainda, que esta Corte, no julgamento do REsp 890.460/RS, Rel. Min. ALDIR PASSARINHO JUNIOR, DJ 18.2.08, pronunciou-se no sentido de que a referida Medida Provisória prevalece frente ao artigo 591 do Código Civil, face à sua especialidade. Correta, assim a decisão que admitiu a capitalização mensal dos juros no presente caso. Precedentes. 3.- No caso, também subsiste a multa, aplicada na origem aos Embargos de Declaração tidos por protelatórios (CPC, art. 538, park:rafo único). O Acórdão embargado no Tribunal de origem era perfeitamente ajustado à orientação pacifica deste Tribunal, de modo que, não havendo, a rigor, nenhuma possibilidade de sucesso de recurso nesta Corte, não havia como imaginar "notório propósito de prequestionamento" (Súmula STJ n. 98) para recurso manifestamente inviável para esta Corte. Em verdade, o sistemático cancelamento da multa em casos como o presente, à invocação da Súmula STJ n. 98, frustra o elevado propósito de desincentivar a rccorribilidade inviável, seja no Tribunal de origem, seja neste Tribunal. 4.- Agravo Regimental a que se nega provimento. (AgRg no AREsp I38.553/SC, Rel. Ministro SIDNEI BENETI, TERCEIRA TURMA, julgado em 19/06/2012, DJe 27/06/2012) Da simples análise do Contrato em discussão, f. 24/26, constata-se a existência de pactuação nesse sentido, conforme se observa dá leitura da Cláusula 8.1, que assim dispõe: "O valor total da soma das prestações referidas no item 8 corresponde ao valor total financiado, acrescido dos juros capitalizados mensalmente, calculados à taxa do subitem 4.9". Acrescente-se, ainda, que o Contrato em discussão trata-se de Cédula de Crédito Bancário, regulada pela Lei n 10.931/04, que em seu art. 28, 1, 1, permite a capitalização de juros. Desta forma, há de ser reformada a Scntença nesse ponto, porquanto a capitalização de juros, no presente caso, tem previsão legal e foi expressamente pactuada entre as partes, devendo, por consequênc ser afastada a devolução em dobro especificamente sobre estes valores. Quanto ao pedido para afastamento a r.cpefição do indébito em dobro dos / Bei. RcrertMatçth d a sec Oesembarwidor Meirí

demais valores, entendo pela manutenção da Sentença nesse ponto, tendo em vista que sendo o consumidor cobrado em quantia indevida, porquanto não pactuada, cabível a devolução em dobro dos valores pagos, em confermidade com o art. 42, parágrafo único, do CDC. No que se refere à inversão dos ônus de sucutnbência, entendo que a Sentença também deve ser confirmada neste ponto, porquanto. apesar de sua reforma ambas as partes permaneceram sucumbentes. Posto isso, conhecido o Recurso e rejeitadas as preliminares, no mérito, doulhe provimento parcial para reformar a Sentença para manter a capitalização dos juros, porquanto pactuada e por expressa previsão legal, devendo, por consequência, ser afastada a devolução em dobro dos referidos valores, mantendoa nos seus demais termos. É o voto. Presidiu o julgamento, realizado na Sessão Ordinária desta Quarta Câmara Cível do Tribunal de Justiça da Paraíba, no dia 09 de outubro de 2012, conforme Certidão de Julgamento, o Exmo. Des, Frederico Martinho da Nóbrega Coutinho, com voto, dele participando, além deste Relator, a Exma. Desa. Maria das Graças Morais Guedes. Presente à sessão o Exmo. Sr. Dr. José Raimundo de Lima, Procurador de Justiça. G inete n em João Pessoa 1.6.-d o (til) de 2012. Des. Romero Marcelo da Fonseca Oliveira. Relator

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