SNPTEE SEMINÁRIO NACIONAL DE PRODUÇÃO E TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA



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Transcrição:

SNPTEE SEMINÁRIO NACIONAL DE PRODUÇÃO E TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA GIA 01 14 a 17 Outubro de 2007 Rio de Janeiro - RJ GRUPO XI GRUPO DE ESTUDO DE IMPACTOS AMBIENTAIS CONDICIONANTES SOCIOAMBIENTAIS E COMPARAÇÃO DE FONTES PARA GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA NO PLANEJAMENTO NACIONAL DE LONGO PRAZO Mírian Regini Nuti (*) Ana Paula Athanazio Coelho Erika Borba Breyer Flavia Pompeu Serran Hermani de Moraes Vieira Paulo do Nascimento Teixeira Ricardo Cavalcanti Furtado EPE EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA RESUMO Este Informe Técnico apresenta uma síntese dos aspectos socioambientais no Plano Nacional de Energia (PNE). São descritas as diretrizes e o marco geral das políticas públicas e compromissos internacionais, propostos condicionantes socioambientais (legais, internacionais, de viabilização de projetos) e apresentada uma síntese dos aspectos socioambientais dos diversos recursos naturais e fontes de geração utilizadas na composição da estratégia de expansão do PNE, referentes a: impactos socioambientais, benefícios, custos ambientais e condicionantes legais. Para a geração hidrelétrica, foi incluída a proposição dos critérios para a composição do conjunto de projetos da alternativa de referência do plano. PALAVRAS-CHAVE Planejamento de Longo Prazo, Energia Elétrica, Condicionantes Socioambientais. 1.0 - INTRODUÇÃO A recente reestruturação do setor elétrico brasileiro teve como um dos objetivos principais a retomada do processo de planejamento, de modo estruturado e coordenado, fornecendo indicações claras e com o menor grau de incerteza possível em relação aos aspectos estruturais, operacionais e socioambientais das ações previstas. A integração da dimensão socioambiental passou a ser um dos requisitos do novo modelo setorial. O Plano Nacional de Energia (PNE) de Longo Prazo, elaborado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) é composto por uma série de estudos que buscam fornecer subsídios para a formulação de políticas energéticas segundo uma perspectiva integrada dos recursos disponíveis. Este Plano é um instrumento fundamental para o planejamento de longo prazo do setor energético do país, orientando tendências e balizando as alternativas de expansão do sistema nas próximas décadas, por meio de uma estratégia da expansão. Como linha geral, considera-se que o planejamento do setor elétrico deve, em todas as suas etapas, considerar os princípios do desenvolvimento sustentado, tanto como referência ou condicionante, como uma meta a ser atingida, visto que tal princípio, além de condicionante global, é compromisso nacional, ratificado em diferentes acordos internacionais e internalizado como princípio das políticas públicas do país. Este Informe Técnico tem como objetivo geral apresentar uma análise dos aspectos socioambientais considerados no planejamento de longo prazo do setor elétrico. 2.0 - ASPECTOS SOCIOAMBIENTAIS NO PLANEJAMENTO DE LONGO PRAZO 2.1 Matriz Energética A Matriz Energética pode ser compreendida como um instrumento técnico que permite a verificação da coerência entre as políticas e estratégias setoriais e as ações por elas desencadeadas, sendo a expressão das respostas do (*) Avenida Rio Branco, 1 11º andar CEP 20090-003 - Rio de Janeiro, RJ Brasil Tel: (+55 21) 3512-3132 Fax: (+55 21) 3512-3199 Email: mirian.nuti@epe.gov.br

2 mercado e da sociedade às opções estabelecidas. Pode-se também entendê-la como um instrumento de acompanhamento e avaliação que realimenta o processo de planejamento do setor energético, permitindo o ajuste dos parâmetros de oferta e demanda e contribuindo para que as matrizes futuras reflitam com melhor fidelidade as políticas e estratégias desejadas. Aceito o entendimento da utilização da matriz energética como um instrumento de planejamento, pode-se admitir que os aspectos socioambientais a ela incorporados participam da dinâmica do processo contínuo de retroalimentação-avaliação-revisão, se configurando, portanto, como uma nova dimensão de análise que influencia as decisões resultantes desse processo, da mesma forma como as demais dimensões já consideradas na Matriz. Reconhece-se que o setor energético apresenta impactos socioeconômicos e ambientais em todas as etapas de seu ciclo de vida, tanto nas etapas de exploração e produção caso do setor de petróleo e gás, como nas etapas de implantação e geração caso da geração de energia elétrica, onde são utilizados insumos de várias cadeias produtivas, incluindo os recursos naturais. Os efeitos sobre a atividade econômica e os impactos sobre os meios social e natural são variados, conforme o tipo de aproveitamento, a tecnologia utilizada e a gestão dos efeitos e impactos ocasionados. Por isso, é de grande importância a avaliação e o monitoramento da evolução do setor energético do ponto de vista da dimensão socioambiental, para permitir ajustes e ações mitigadoras ou proativas em busca de balizamentos para aperfeiçoamentos nas políticas, estratégias, planos e programas para a expansão da oferta de energia. Mediante esse entendimento, são apresentados os aspectos relevantes, que sintetizados ou traduzidos por meio de indicadores, permitirão o acompanhamento necessário para a avaliação de desempenho do setor energético do ponto de vista de sua sustentabilidade. Cumpre esclarecer que os indicadores ora apresentados constituem resultado de trabalho desenvolvido em 2005, no âmbito dos estudos socioambientais da Matriz Energética, coordenados pelo MME. Esses estudos contaram com a participação do MME, da EPE, do CEPEL, da Petrobras e do CENPES e se restringiram, num primeiro momento, a elaboração de uma proposta, não tendo sido, até o momento, efetivamente aplicados. Os indicadores sugeridos foram divididos segundo os meios natural e socioeconômico, tendo sido agrupados por temas, conforme observado na Tabela 1. TABELA 1 - Indicadores de Desempenho Ambiental e Social Sistemas Temas Indicadores Mudança Climática Emissões de gases de efeito estufa Emissões de CO 2 Quantidade de Água Volume total de água retirado pelo sistema energético Meio natural Modificação de Ambientes Extensão total de ambientes alterados de lótico para Aquáticos lêntico Mudança do Uso do Solo Parcela da área utilizada para a produção de energia Resíduo Rejeitos Radioativos Resíduos Sólidos Taxa de universalização Acessibilidade Física e Econômica Gastos com eletricidade e combustíveis na média e para os 20% de renda mais baixa Meio sócioeconômico Eqüidade e desenvolvimento social Fração da renda familiar gasta com energia Consumo de energia per capita Índice de Gini energético Consumo de energia per capita oferta interna 2.2 Sustentabilidade e Planejamento O conceito de desenvolvimento sustentável provém de um processo de reavaliação crítica da relação existente entre a sociedade e seu meio natural. Por se tratar de um processo contínuo e complexo, observa-se hoje que existe uma variedade de abordagens que procuram explicar este conceito. O termo desenvolvimento sustentável foi primeiramente discutido pela World Conservation Union no documento intitulado World s Conservation Strategy (1). Ele afirma que para o desenvolvimento sustentável devem ser considerados aspectos referentes às dimensões social e ecológica, bem como fatores econômicos, dos recursos e as vantagens de curto e longo prazos de ações alternativas. O foco deste conceito era a integridade ambiental. Nos últimos anos, a busca pelo desenvolvimento sustentável tem avançado consideravelmente em todo o mundo. A partir da Conferência Internacional da Organização das Nações Unidades sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Rio-92, e da definição da Agenda 21, têm sido estabelecidas estratégias de ações para operacionalizar o conceito de desenvolvimento sustentável, com o objetivo de transformá-lo em uma meta global. Nesse sentido, foi criada a Comissão de Desenvolvimento Sustentável (Commission on Sustainable Development - CSD), com a atribuição de monitorar or progressos na direção do desenvolvimento sustentável.

3 Os princípios básicos que orientam o desenvolvimento sustentável estão relacionados com a eqüdade intragerações, considerada como condição necessária para o desenvolvimento, e que se reporta à eqüidade no desenvolvimento visando atender às necessidades das gerações atuais, e com a eqüidade inter-gerações, condição necessária para a sustentabilidade, e que envolve a conservação do meio ambiente, tendo em vista que as futuras gerações possam ter acesso à base de recursos naturais. O conceito de desenvolvimento sustentável engloba e integra as dimensões social, econômica e ambiental, podendo este conceito ser resumido em ambientalmente equilibrado, socialmente justo e economicamente viável. Para que seja possível medir, quantificar o grau de atendimento ao princípio do desenvolvimento sustentável recorre-se, em geral, a um atributo deste conceito, denominado de sustentabilidade. O grau de sustentabilidade é relativo, dá-se em função da valoração com relação aos objetivos em que cada ator se coloca frente às dimensões consideradas no desenvolvimento sustentável. Elaborar um planejamento de longo prazo baseado no conceito de desenvolvimento sustentável com ferramental que possibilite aferir sustentabilidade ao Plano, significa tratar os aspectos socioambientais como variáveis intrínsecas ao processo de decisão, bem como compatibilizar a utilização da base de recursos naturais para a geração, transmissão e conservação de energia com os objetivos do desenvolvimento sustentável. 2.3 Diretrizes para o Planejamento de Longo Prazo Para que se alcance a efetiva incorporação da dimensão socioambiental ao processo de planejamento, foram elaboradas dois conjuntos de diretrizes gerais (2): o primeiro conjunto relacionado à concepção do modelo de planejamento e o segundo à avaliação socioambiental. Do primeiro conjunto, destacam-se os seguintes aspectos principais: possibilitar a interação entre políticas públicas, como por exemplo, as implicações das diretrizes do Plano Nacional de Energia Elétrica com a Política Nacional de Recursos Hídricos, a Política Nacional de Meio Ambiente, a Agenda 21 e o atendimento aos acordos e convenções internacionais; antecipar a incorporação da dimensão socioambiental para as etapas iniciais do processo de planejamento, de modo a propiciar a interação sistemática dos condicionantes socioambientais com as diferentes alternativas de utilização das fontes de geração e das tecnologias de transmissão, guardando a coerência com os horizontes temporais, as estratégias espaciais e as decisões envolvidas; examinar a disponibilidade e as condições para a utilização de recursos para geração de energia sob o ponto de vista dos condicionantes socioambientais. A predominância da hidroeletricidade na composição da expansão da oferta de energia elétrica do país implica na análise da utilização dos recursos hídricos nas diversas bacias hidrográficas e na necessidade de definição de bacias prioritárias para a realização de estudos de inventário; as fontes de geração, as alternativas de transmissão e as alternativas tecnológicas devem ser formuladas e avaliadas, levando em conta soluções que minimizem o potencial de impactos socioambientais e ao mesmo tempo contribuam para o desenvolvimento regional, atentando para a maximização dos efeitos sinérgicos resultantes da compatibilização entre os investimentos setoriais e os investimentos previstos em outros setores da economia, em especial, da infra-estrutura nacional; o esgotamento dos potenciais hidrelétricos mais atraentes nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste do país, onde se localizam os grandes centros de carga, sinaliza para a exploração dos potenciais existentes na região Amazônica, onde se estima um potencial a ser explorado de cerca de 120 GW. O bioma amazônico, que ocupa cerca de 43% do território nacional, caracteriza-se pela existência de diversas áreas protegidas pela legislação, tais com unidades de conservação (13% da área) e terras indígenas (25% da área). Essas áreas configuram-se como restrição à implantação de empreendimentos hidrelétricos e à passagem dos sistemas de transmissão associados. Nos estudos de longo prazo, esses condicionantes devem ser levados em conta, na comparação entre as diversas fontes para geração e na definição dos corredores de transmissão; tomando como referência a comparação de fontes e alternativas de expansão, outro aspecto a ser destacado nos estudos de longo prazo, são as emissões de gases de efeito estufa. A base de geração predominantemente hídrica do setor elétrico brasileiro contribui para a ocorrência de baixos níveis de emissões de gases de efeito estufa. As interligações regionais, proporcionando o melhor aproveitamento da diversidade hidrológica, permitem a substituição de geração térmica por geração hídrica, mesmo em locais distantes de potenciais hidráulicos, contribuindo também para a redução das emissões; finalmente, para os estudos de longo prazo, deverão ser definidos indicadores de sustentabilidade para a comparação das alternativas. Aspectos relacionados às mudanças no uso do solo, segundo a área utilizada para produção de energia elétrica e para outros fins, bem como aqueles relacionados à geração de emprego e aos benefícios regionais também deverão ser considerados nas análises.

3.0 - CONDICIONANTES SOCIOAMBIENTAIS NO PNE 4 Nesse item são apresentados os condicionantes internacionais e globais, os condicionantes legais e outros aspectos verificados como de importância para a efetiva implementação dos aproveitamentos de recursos energéticos (2). 3.1 Internacionais/Globais São apresentados como condicionantes globais os compromissos decorrentes dos acordos internacionais assinados pelo país e que acarretam restrição ou promoção de uma determinada fonte de recurso para geração de energia ou ainda de proteção de aspectos da biodiversidade, de patrimônio cultural ou étnico, bem como algumas diretrizes existentes em instituições internacionais de financiamento. Dentre os Acordos Internacionais dos quais o Brasil é signatário, os seguintes documentos legais devem ser considerados quando da elaboração do planejamento do setor elétrico brasileiro: Convenção sobre a Diversidade Biológica CDB: preconiza a conservação da biodiversidade e a utilização sustentável de seus componentes, ressaltando a necessidade da repartição justa e equitativa dos benefícios derivados dos usos diversos dos recursos energéticos; Protocolo de Quioto:é um tratado que prevê a redução das emissões de gases causadores do efeito estufa em 5%, na média, no período de 2008 a 2012; Agenda 21: é o resultado de uma associação mundial e da aceitação da necessidade de se adotar uma abordagem equilibrada e integrada das questões relativas a meio ambiente e desenvolvimento. 3.2 Legais Os condicionantes legais são todos os requisitos da legislação vigente no país que associam exploração energética e aspectos socioambientais. Considera-se que a legislação seja condicionante para a expansão energética do país nos seguintes eixos de análise: condicionantes referentes à institucionalização ou implantação de políticas públicas e suas prioridades; condicionantes que incidem sobre a autorização para a exploração de determinado recurso energético e para a implantação de determinado empreendimento de geração; condicionantes que estabelecem obrigações em decorrência dos efeitos socioambientais da implantação dos aproveitamentos (mitigação e compensação de impactos socioambientais e proteção ao meio ambiente na área de influência dos empreendimentos). 3.3 Regulação Além dos requisitos legais, são considerados condicionantes para a viabilização dos empreendimentos outros aspectos verificados como de importância para a efetiva implementação dos aproveitamentos de recursos energéticos. Esses aspectos são agrupados como se segue: condicionantes de caráter de políticas governamentais: as políticas públicas e os programas governamentais geram diretrizes, planos e projetos com caracterísitcas de prioridade nacional. Em geral são diretrizes que, em conjunto, deveriam expressar os objetivos de desenvolvimento nacional a serem conduzidos pela estrutura do Estado. Como exemplos, podem ser citados o Plano Nacional de Recursos Hídricos, a Política Nacional de Meio Ambiente (legislação, planos regionais de sustentabilidade, zoneamentos ecológico-econômicos, internalização e atualização da Agenda 21, etc), Planos Plurianuais de Investimento (PPA), Política de Desenvolvimento Industrial e Política de Desenvolvimento Tecnológico; regulamentação de condicionantes legais e institucionalização do novo modelo: ainda que exista um arcabouço legal significativo para os aspectos socioambientais, alguns instrumentos legais não são devidamente aplicados pela ausência de regulamentação legal específica. Além disso, internamente ao setor de energia e na articulação com outros setores, existem aspectos de normatização que podem ser considerados como fatores condicionantes à expansão do sistema planejado. Como exemplos, podem ser citados a regulamentação do artigo 231 da Constituição Federal, a presença de lacunas na regulamentação setorial e normalização de manuais e diretrizes que orientem a elaboração de estudos e projetos; atendimento a condicionantes para obtenção de financiamento internacional: o Banco Mundial (BIRD), o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), a Corporación Andina de Fomento (CAF) financiam importantes projetos na área de geração, transmissão e distribuição de energia, saneamento, despoluição e preservação ambiental propriamente dita. Para a liberação destes financiamentos, é

5 exigido o atendimento a uma série de aspectos socioambientais incluindo o desenvolvimento e implantação de sistemas de gestão ambiental, a adoção de procedimentos específicos para situações de reassentamento involuntário de populações e de disponibilização de informações e participação das comunidades e, em alguns casos, a obtenção de certificação com base na série de normas ISO 14000. Estes condicionantes foram agrupados e analisados de forma a especificar o rebatimento de sua consideração na elaboração do PNE com relação à eventual mudança de atitude e ao efeito resultante da consideração de determinado condicionate (na sequência: condicionante, filtro, ação e efeito). Foram elaborados quadros para os trê tipos de condicionantes. A Tabela 2 apresenta um exemplo para os condicionantes de viabilização de empreendimentos (2). TABELA 2 Condicionantes para Viabilização de Empreendimentos Ações necessárias Condicionantes Filtros Ação Efeito Política energética Regulamentação setorial Requisitos legais Melhores práticas socioambientais Elaboração de planejamento setorial integrado com demais políticas públicas e programas governamentais Normatização de manuais e diretrizes Interferência com populações indígenas Remanejamento de população Licenciamento ambiental 4.0 - ESTUDOS SOCIOAMBIENTAIS NO PNE Articulação institucional para discussão e legitimação da política energética (CNPE) Atualização e regulamentação da adoção dos manuais e outros documentos normativos do setor energético Regulamentação do artigo 231 da Constituição Federal Institucionalização do processo por meio de regulamentação Atualização e consolidação de resoluções que regem o licenciamento em documento de hierarquia legal superior Desenvolvimento e internalização de práticas sustentáveis e sistemas de gestão ambiental (indicadores de desempenho ambiental) Redução de possibilidades de conflitos entre diferentes prioridades de políticas públicas e programas governamentais Maior padronização da qualidade técnica dos estudos contribuindo para menores prazos de viabilização dos projetos e de atendimento às necessidades do planejamento setorial Redução de questionamentos, especialmente sobre conceitos (interesse nacional, impacto, interferência e compensação) e sobre o momento e forma de consulta às comunidades indígenas Redução de questionamentos sobre conceitos (por.ex. atingidos ), reconhecimento de Acordos Sociais e redução de conflitos Evita a superposição ou contraposição de poderes setoriais, otimizando o processo de licenciamento. Otimização dos processos, minimização de impactos e diminuição de prazos. Foram realizados estudos socioambientais abrangendo as seguintes fontes: hidreletricidade, derivados de petróleo, gás natural, carvão, nuclear, biomassa e outras fontes alternativas (eólica, solar, do mar e hidrogênio). Os seguntes pontos foram abordados na Nota Técnica sobre hidreletricidade (3): perspectivas de uso da fone no horizonte de estudo, condicionantes socioambientais, impactos potenciais, benefícios socioambientais associados, sustentabilidade da produção de energia, custos socioambientais, desenvolvimento tecnológico em médio prazo, potencialidades para utilização de benefícios do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) e indicação dos conjunto de empreendimentos no longo prazo. Para as demais fontes (4, 5, 6, 7, 8, 9), os seguintes pontos foram abordados: impactos potenciais, impactos causados pela cadeia de produção energética, benefícios socioambientais, sustentabilidade da produção de energia, custos socioambientais, desenvolvimento tecnológico em médio prazo e potencialidades para utilização de benefícios do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL). Para a geração termonuclear, ainda foram abordados a segurança das usinas nucleares, a aversão ao risco de acidentes e o gerenciamento dos rejeitos da

6 produção de energia elétrica. A Tabela 3 apresenta um exemplo resumido das matrizes de impactos socioambientais que foram elaboradas para as fontes incluídas no PNE. TABELA 3 Exemplo das matrizes de impactos socioambientais elaboradas Aspectos Impactos TO Distorção estética Poluição visual C/O Produção de emissões aéreas de dióxido de carbono (CO 2 ) Contribuições para o efeito estufa TO - Tempo de Ocorrência; C - Construção; O Operação. O Medidas mitigadoras ou compensatórias / Projetos / Programas Projetos paisagísticos e arquitetônicos para redução do impacto visual. Implantação e manejo de florestas na região para fixação do carbono; Utilização de tecnologias modernas de combustão com maior eficiência (leito fluidizado, ciclo combinado e cogeração). 5.0 - SUGESTÃO DE CRITÉRIOS SOCIOAMBIENTAIS PARA A DEFINIÇÃO DO CONJUNTO DE APROVEITAMENTOS HIDRELÉTRICOS Em razão dos propósitos do estudo e da natureza agregada da análise realizada para um plano de longo prazo os aspectos socioambientais foram considerados a partir de um caráter genérico, porém, em termos objetivos, uma vez que estabelecem limites à potência hidrelétrica a ser desenvolvida. Nessas condições, sugeriu-se a composição do conjunto de hidrelétricas da seguinte forma: a priorização dos aproveitamento hidrelétricos constantes do Plano Decenal de Energia 2007-2016, em elaboração; a priorização conferida ao desenvolvimento do potencial hidrelétrico das bacias hidrográficas indicadas pelo MME, com apoio do MMA, como objeto de estudos de Avaliação Ambiental Integrada - AAI e, ainda, aquelas indicadas pelo MME como objeto de estudos de Inventário (no momento, estão em andamento seis estudos) e de Viabilidade. Considerou-se que tais indicações revelam a intenção de priorização das bacias onde estes estudos estão sendo desenvolvidos como aquelas a serem exploradas nos próximos 25 anos. A Figura 1 apresenta o conjunto de bacias com estudos de AAI e com estudos de inventário aprovados. Com base nas informações disponíveis para compor a carteira complementar aos projetos citados anteriormente, para o potencial hidrelétrico a ser considerado na estratégia de expansão da oferta de energia elétrica, foram considerados os seguintes critérios (10) para a composição do conjunto de projetos a serem contemplados no programa MELP: Terras Indígenas - interferência do projeto (usina e seu reservatório) em terras indígenas, independente do estágio do processo de demarcação; - identificação da proximidade (até 10 km) do projeto da usina com terras indígenas, de forma a trabalhar-se com uma tolerância para o caso de eventuais interferências do reservatório e não apenas do ponto geográfico da usina, em face da precariedade de informações em alguns casos. Unidades de Conservação: - interferência do projeto (usina e seu reservatório) com unidades de conservação de proteção integral (Parques Nacionais, Reservas Biológicas, Estação Ecológica, Reserva Biológica, Reserva da Vida Silvestre e Reserva Ecológica); - interferência do projeto (usina e seu reservatório) com unidades de conservação de uso sustentável (Floresta Nacional, Área de Proteção Ambiental, Área de Relevante Interesse Ecológico e Reserva Extrativista). Considerando esses parâmetros, o potencial hidrelétrico brasileiro a aproveitar foi classificado em cinco categorias e, de acordo, com essa classificação foi ordenado temporalmente, tomando-se, como princípio geral, retardar o aproveitamento avaliado como de maior complexidade ambiental. As cinco classificações, em ordem decrescente de prioridade, são resumidas na tabela 4.

7 FIGURA 1 Conjunto de bacias com estudos de inventário e com estudos de AAI aprovados. TABELA 4 - Classificação Socioambiental do Potencial Hidrelétrico Classe Descrição Data mais Potência cedo GW % Potencial hidrelétrico aproveitado 66,1 26,3 Potencial de pequenas centrais hidrelétricas 17,5 7,0 Potencial hidrelétrico a aproveitar C1 Aproveitamentos incluídos no Plano Decenal 2005 30,9 12,3 C2 Aproveitamentos localizados em bacias hidrográficas consideradas prioritárias 1, sem 2015 19,8 7,9 interferência direta com TI ou UC C3 Aproveitamentos localizados em bacias hidrográficas não consideradas prioritárias ou 2020 23,5 9,3 próximos a TI ou UC C4 Aproveitamentos com interferência com TI ou UC, 2 com grande economicidade 2025 18,0 7,2 C5 Aproveitamentos considerados, hoje, de grande complexidade socioambiental ou com baixíssimo 2030 75,7 30,0 nível de conhecimento ou investigação TOTAL 251,5 100,0 TI: Terras indígenas; UC: Unidades de Conservação 1. Para as bacias prioritárias em que os estudos de inventário ainda não foram realizados, considerou-se as seguintes frações do potencial estimado como apresentando interferências com TI ou UC: Bacia Hidrográfica do rio Aripuanã, 30%, principalmente em razão da existência de TI em 25% da área da bacia; Bacia Hidrográfica do rio Sucundurí, 15%, devido à existência de UC de uso sustentável na porção mais alta da bacia e de TI na porção mais baixa. 2. a classificação C4 admite que os condicionantes atuais para viabilização de empreendimentos com interferência em TI ou UC de uso sustentável, principalmente os referentes à regulamentação do art. 231 da Constituição Federal e à regulamentação da normatização ambiental, estejam equacionados até 2025.

8 A priori, considerou-se excluído do horizonte do estudo cerca de 30% do potencial hidrelétrico nacional. Excluir, liminarmente, esse potencial significa definir, desde logo, que uma parcela importante da demanda por energia elétrica no ano horizonte será atendida por outras fontes, não necessariamente mais competitivas. Ademais, é sabido que o conhecimento do potencial hidrelétrico carece de estudos mais detalhados. Não raro, tem ocorrido de se evoluir nas concepções de projetos com redução significativa das interferências ambientais sem, no entanto, redução expressiva de seu valor energético. 6.0 - CONCLUSÕES A experiência de elaboração de estudos socioambientais para o PNE permitiu avançar na consolidação de conhecimento sobre os impactos socioambientais dos diferentes recursos utilizados como fontes de geração, na sugestão de indicadores de comparação entre as fontes e na proposição de critérios para a composição do potencial energético a ser considerado como oferta no horizonte enfocado. Entretanto, outros desenvolvimentos seriam pertinentes e alguns já detectados são a seguir indicados no intuito de dar continuidade ao processo ora iniciado bem como contribuir para a melhoria da elaboração dos instrumentos de planejamento. A aplicação de indicadores de sustentabilidade na matriz e para cada fonte de geração permite a comparação de indicadores para cada fonte, contribuindo para que seja realizada uma análise prévia à composição dos percentuais de fontes do Plano. Este movimento não foi realizado neste ciclo, mas uma vez que os indicadores estão selecionados e os impactos identificados para cada fonte, a comparação ficará facilitada. Registra-se, contudo, a dificuldade de obtenção de informações para a aplicação deste conjunto mínimo de indicadores. A valoração das externalidades até hoje recebeu pouca atenção no Brasil, principalmente no que diz respeito à energia. Esse fato deve-se à grande dificuldade metodológica de contabilizar esses custos. É fundamental que as externalidades sejam consideradas nos processos de tomada de decisão e de formulação de políticas referentes à energia, para que sejam reduzidos os impactos negativos e sejam estimuladas formas mais sustentáveis de fornecimento e uso de energia. Finalmente, ressalta-se que a aplicação de condicionantes na formulação da estratégia de um plano de longo prazo (compatibilização de políticas, condicionantes legais, etc.), a aplicação de indicadores de sustentabilidade para a comparação das fontes (incluindo benefícios associados) e a consideração de todos os custos envolvidos contribuem para atingir o objetivo do planejamento de longo prazo sob o marco conceitual do desenvolvimento sustentável. 7.0 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS (1) EPE Empresa de Pesquisa Energética. Aspectos Relevantes para a Sustentabilidade do Setor Energético. Maio de 2006. (2) EPE Empresa de Pesquisa Energética. Plano Nacional de Energia de Longo Prazo (Horizonte 2030) Síntese da Matriz Energética Condicionantes Socioambientais da Energia no Brasil. Setembro de 2006. (3) EPE Empresa de Pesquisa Energética. Plano Nacional de Energia de Longo Prazo (Horizonte 2030) Avaliações dos Impactos Socioambientais das Tecnologias de Geração Hidrelétrica. Outubro de 2006. (4) EPE Empresa de Pesquisa Energética. Plano Nacional de Energia de Longo Prazo (Horizonte 2030) Geração Termelétrica a Partir de Petróleo e Derivados Avaliação dos Impactos Socioambientais. Novembro de 2006. (5) EPE Empresa de Pesquisa Energética. Plano Nacional de Energia de Longo Prazo (Horizonte 2030) Geração Termelétrica a Partir do Gás Natural Avaliação dos Impactos Socioambientais. Novembro de 2006. (6) EPE Empresa de Pesquisa Energética. Plano Nacional de Energia de Longo Prazo (Horizonte 2030) Geração Termelétrica a Partir do Carvão Avaliação dos Impactos Socioambientais. Novembro de 2006. (7) EPE Empresa de Pesquisa Energética. Plano Nacional de Energia de Longo Prazo (Horizonte 2030) Geração Termonuclear Avaliação dos Impactos Socioambientais. Novembro de 2006. (8) EPE Empresa de Pesquisa Energética. Plano Nacional de Energia de Longo Prazo (Horizonte 2030) Geração Termelétrica a Partir da Biomassa Avaliação dos Impactos Socioambientais. Dezembro de 2006. (9) EPE Empresa de Pesquisa Energética. Plano Nacional de Energia de Longo Prazo (Horizonte 2030) Geração a Partir de Outras Fontes Avaliação dos Impactos Socioambientais. Novembro de 2006. (10) EPE Empresa de Pesquisa Energética. Proposta de Plano Estratégico da Expansão. Fevereiro de 2007.