Direito Civil Dr. Márcio André Lopes Cavalcante Juiz Federal



Documentos relacionados
Direito Civil III Contratos

DA EVICÇÃO Rosinete Cavalcante da costa

A previsibilidade legal da evicção consiste numa garantia de segurança do adquirente.

Em regra, todos os créditos podem ser cedidos (art. 286 CC) a) Créditos de natureza personalíssima;

EXERCÍCIO 1. EXERCÍCIO 1 Continuação

PROVA ORAL PONTO II DISCIPLINA: DIREITO CIVIL QUESTÃO 1

Art Considera-se doação o contrato em que uma pessoa, por liberalidade, transfere do seu patrimônio bens ou vantagens para o de outra.

Murillo Lo Visco 1 Editora Ferreira

DA DOAÇÃO. É o contrato em que uma pessoa, por liberalidade, transfere do seu patrimônio bens e vantagens para o de outra

PRÁTICA CIVIL E PROCESSUAL LEGALE

2ª Fase Direito Civil

- Cessão de Crédito, - Cessão de Débito, - Cessão de Contrato, ou Cessão de Posição Contratual.

SENTENÇA. Maxcasa Xii Empreendimentos Imobiliários Ltda

Superior Tribunal de Justiça

1) (OAB137) José alienou a Antônio um veículo anteriormente adquirido de Francisco. Logo depois, Antônio foi citado em ação proposta por Petrônio, na

Prova de Direito Civil Comentada Banca FUNDATEC

DIREITO CIVIL Espécies de Contratos

RECURSOS IMPROVIDOS.

RESPONSABILIDADE CIVIL DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

OS DIREITOS DOS ADQUIRENTES DE IMÓVEIS NA PLANTA

Novély Vilanova da Silva Reis. Juiz Federal em Brasília.

OAB 1ª Fase Direito Civil Responsabilidade Civil Duarte Júnior

Configuração de grupo econômico e responsabilidade tributária. Fabiana Del Padre Tomé Doutora e professora PUC/SP

Lição 5. Formação dos Contratos

ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL IX EXAME DE ORDEM UNIFICADO

NEGÓCIO JURÍDICO Conceito MANIFESTAÇÃO DE VONTADE + FINALIDADE NEGOCIAL (aquisição, conservação, modificação e extinção de direitos)

Rio de Janeiro, 26 de julho de 2011.

PEÇA PRÁTICO PROFISSIONAL

Conceito. Responsabilidade Civil do Estado. Teorias. Risco Integral. Risco Integral. Responsabilidade Objetiva do Estado

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO

Felipe Galesco São Paulo:

Repercussões do novo CPC para o Direito Contratual

ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL X EXAME DE ORDEM UNIFICADO

CONTRATO DE LOCAÇÃO NÃO RESIDENCIAL

Revisão de Informativos Dr. Márcio André Lopes Cavalcante Juiz Federal

INICIAÇÃO A ADVOCACIA CIVEL

Responsabilidade Civil de Provedores

Art rol de legitimados. Partilha Provisória dos bens do ausente. Com procurador - 3 anos contados do desaparecimento

ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL XV EXAME DE ORDEM UNIFICADO

Direito Processual Civil III

Universidade de São Paulo

Tribunal de Justiça de Minas Gerais

ROTEIRO DE ESTUDOS DIREITO DO TRABALHO SUJEITOS DA RELAÇÃO DE EMPREGO

- Espécies. Há três espécies de novação:

1. REGISTRO RESTRIÇÕES PARA ATUAR COMO EMPRESÁRIO INDIVIDUAL. Falido:... Estrangeiro:... Médico:... Advogado:... Membros do legislativo:...

OS FATOS JURÍDICOS EM EXEMPLOS PRÁTICOS. Sumário. Questões discursivas Respostas para as questões discursivas... 93

DIREITO ADMINISTRATIVO

Direito das Obrigações I 2.º ano A 6 de Janeiro de horas (Correção)

Prof a.: Helisia Góes Disciplina: DIREITO CIVIL III CONTRATOS Turmas: 5º DIV e 5º DIN Data: 24/09/10. Aula 09

11/11/2010 (Direito Empresarial) Sociedades não-personificadas. Da sociedade em comum

ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL XVII EXAME DE ORDEM UNIFICADO

RECURSO ESPECIAL Nº SP (2013/ )

DIREITO EMPRESARIAL PEÇA PROFISSIONAL. 1 Exame de Ordem Prova Prático-Profissional Direito Empresarial. UnB/CESPE OAB

CURSO DE ATUALIZAÇÃO JURÍDICA Disciplina: Direito Comercial Tema: Contratos Mercantis Prof.: Alexandre Gialluca Data: 19/04/2007 RESUMO

O dispositivo em questão dispõe que a incorporação imobiliária poderá ser submetida ao regime de afetação, a critério do incorporador, nestes termos:

DEFENSORIA PÚBLICA E PROCURADORIAS NOTURNO Direito Civil Professor Murilo Sechieri Data: 02/10/2012 Aula 07 RESUMO. SUMÁRIO (continuação)

Suspensão da Exigibilidade do Crédito Tributário

Desse modo, esse adquirente

Peça prático-profissional

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

UARDO SA PIUIS =gsndevrl Relator

A proteção do adquirente na incorporação e no loteamento

SIMULADO PFN I (Tributário e Processo Tributário) Prof. Mauro Luís Rocha Lopes Dezembro de 2015

Contrato Unilateral - gera obrigações para apenas uma das partes. Contrato Bilateral - gera obrigações para ambas as partes.

Relato de Casos: Comissão Técnica Riscos Pessoais

Breves Considerações sobre o Superendividamento

CONDIÇÕES GERAIS SEGURO GARANTIA CIRCULAR SUSEP 232/03. Processo SUSEP nº /01-08

PROVA PRÁTICO-PROFISSIONAL P 2

PARCELAMENTO TRIBUTÁRIO

Efeitos da sucessão no Direito Tributário. Os efeitos da sucessão estão regulados no art. 133 do CTN nos seguintes termos:

NOVAÇÃO. Ana Lúcia Boneto Ciappina Laffranchi

TURMA RECURSAL ÚNICA J. S. Fagundes Cunha Presidente Relator

Contrato de Prestação de Serviços. Profª. MSc. Maria Bernadete Miranda

Resumo. Sentença Declaratória pode ser executada quando houver o reconhecimento de uma obrigação.

Aluguel O que é preciso saber sobre aluguel Residencial

Relator: Desembargador CELSO LUIZ DE MATOS PERES

1. Direito das coisas 2. Posse 3. Classificação da Posse 4. Ações ou Interdito possessórios 5. Propriedade

OAB 139º - 1ª Fase Regular Modulo II Disciplina: Direito Civil Professor João Aguirre Data: 24/07/2009

BR MALLS PARTICIPAÇÕES S.A. CNPJ nº / PLANO DE OPÇÃO DE COMPRA DE AÇÕES

PROJETO DE LEI Nº DE 2011

DIREITO ADMINISTRATIVO

AULA 12. Produtos e Serviços Financeiros VI

Art. 22 NCPC. Compete, ainda, à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações:

10 ANOS DA LEI DE RECUPERAÇÃO E FALÊNCIA

A propositura da ação vincula apenas o autor e o juiz, pois somente com a citação é que o réu passa a integrar a relação jurídica processual.

Extinção dos contratos de. Camila Aguiar

Na prática, não há distinção entre objeção substancial e processual.


INTRODUÇÃO. Direitos do consumidor adquirente de imóvel

Ponto 1. Ponto 2. Ponto 3

OAB/FGV 2ª Fase de Direito Civil

AULA 08 TEORIA GERAL DOS CONTRATOS

CONCEITO DE INVENTÁRIO

PADRÃO DE RESPOSTA PEÇA PROFISSIONAL

Juiz do Trabalho TRT 11ª Região/2007. Direito do Trabalho:

Nasce em razão da violação de um dever jurídico, mas depende da configuração de elementos.

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

INFORMATIVO JURÍDICO

NULIDADE POR FALTA DE INTIMAÇÃO DA AVALIAÇÃO.

Transcrição:

Direito Civil Dr. Márcio André Lopes Cavalcante Juiz Federal Escola Brasileira de Ensino Jurídico na Internet (EBEJI). Todos os direitos reservados. 1

Principais julgados do 1 o Semestre de 2013 Julgados sobre: Direito à imagem Fraude contra credores Obrigações 01/38 01 Escola Brasileira de Ensino Jurídico na Internet (EBEJI). Todos os direitos reservados.

DIREITO À IMAGEM UTILIZAÇÃO DE IMAGEM SEM AUTORIZAÇÃO Uso da imagem de um atleta no cartaz de um evento esportivo. Ação de indenização pelo uso não autorizado da imagem. Contestação: o evento não tinha finalidade lucrativa ou comercial. 02/38 Escola Brasileira de Ensino Jurídico na Internet (EBEJI). Todos os direitos reservados.

DIREITO À IMAGEM UTILIZAÇÃO DE IMAGEM SEM AUTORIZAÇÃO A obrigação da reparação pelo uso não autorizado de imagem decorre do próprio uso indevido do direito personalíssimo e não é afastada pelo caráter não lucrativo do evento ao qual a imagem é associada. Para a configuração do dano moral pelo uso não autorizado de imagem não é necessária a demonstração de prejuízo, pois o dano se apresenta in re ipsa. STJ. REsp 299.832-RJ, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 21/2/2013 (Info 516). 03/38 02 Escola Brasileira de Ensino Jurídico na Internet (EBEJI). Todos os direitos reservados.

DIREITO À IMAGEM UTILIZAÇÃO DE IMAGEM SEM AUTORIZAÇÃO Ponto de destaque do julgado: foi além da Súm. 403/STJ: Súmula 403-STJ: Independe de prova do prejuízo a indenização pela publicação não autorizada da imagem de pessoa com fins econômicos ou comerciais. 04/38 02 Escola Brasileira de Ensino Jurídico na Internet (EBEJI). Todos os direitos reservados.

DIREITO À IMAGEM UTILIZAÇÃO DE IMAGEM SEM AUTORIZAÇÃO (DPE/PR 2012) Famoso artista de rua, que tem sua imagem veiculada em propaganda comercial sem sua autorização, terá direito à indenização, independente-mente da demonstração de seu prejuízo. ( ) 05/38 02 Escola Brasileira de Ensino Jurídico na Internet (EBEJI). Todos os direitos reservados.

DIREITO À IMAGEM UTILIZAÇÃO DE IMAGEM SEM AUTORIZAÇÃO (DPE/PR 2012) Famoso artista de rua, que tem sua imagem veiculada em propaganda comercial sem sua autorização, terá direito à indenização, independente-mente da demonstração de seu prejuízo. ( CERTO ) Fundamento: Súmula 403-STJ 06/38 02 Escola Brasileira de Ensino Jurídico na Internet (EBEJI). Todos os direitos reservados.

DIREITO À IMAGEM UTILIZAÇÃO DE IMAGEM SEM AUTORIZAÇÃO (MP/RR 2012) Em caso de publicação não autorizada da imagem de pessoa com fins econômicos ou comerciais, o dano moral decorrente deste fato dependerá de prova. ( ERRADO ) (MP/PI 2012) A indenização pela publicação não autorizada, com fins econômicos ou comerciais, de imagem de pessoa dependerá de prova do prejuízo causado à pessoa. ( ERRADO ) 07/38 02 Escola Brasileira de Ensino Jurídico na Internet (EBEJI). Todos os direitos reservados.

FRAUDE CONTRA CREDORES FRAUDE CONTRA CREDORES (ou FRAUDE PAULIANA) Ocorre quando o devedor insolvente ou próximo da insolvência aliena (gratuita ou onerosamente) seus bens, com o objetivo de impedir que seu patrimônio seja utilizado pelos credores para saldar as dívidas. Se for reconhecida a ocorrência de fraude contra credores, a alienação será anulada (art. 159/CC). 08/38 02 Escola Brasileira de Ensino Jurídico na Internet (EBEJI). Todos os direitos reservados.

FRAUDE CONTRA CREDORES FRAUDE CONTRA CREDORES (ou FRAUDE PAULIANA) Pressupostos: Eventus damni (dano): é o prejuízo provocado ao credor. Consilium fraudis: é o conluio fraudulento entre o alienante e o adquirente. Obs: há exceções (notória / motivo para ser conhecida / negócio gratuito). Em regra, não há fraude se a alienação ocorrer antes da dívida existir. O crédito deve ser anterior à alienação (anterioridade do crédito). 09/38 02 Escola Brasileira de Ensino Jurídico na Internet (EBEJI). Todos os direitos reservados.

FRAUDE CONTRA CREDORES FRAUDE CONTRA CREDORES (ou FRAUDE PAULIANA) Alienante poderá provar que a alienação ocorreu antes da dívida existir. Essa prova pode ser feita por meio de um contrato particular de promessa de compra e venda sem registro? 10/38 02 Escola Brasileira de Ensino Jurídico na Internet (EBEJI). Todos os direitos reservados.

FRAUDE CONTRA CREDORES FRAUDE CONTRA CREDORES (ou FRAUDE PAULIANA) João contraiu dívida em 2011 com Pedro e não pagou. Em 2012, João transferiu no cartório seu imóvel p/ Rui. Pedro ajuizou ação pauliana pedindo a anulação desta transferência. João apresentou um contrato particular de promessa de compra e venda celebrado com Rui. A data do contrato é 2010. Este contrato não foi registrado. 11/38 02 Escola Brasileira de Ensino Jurídico na Internet (EBEJI). Todos os direitos reservados.

FRAUDE CONTRA CREDORES FRAUDE CONTRA CREDORES (ou FRAUDE PAULIANA) Se o contrato de promessa de compra e venda não foi registrado, não se poderá considerar a alienação na data que consta do contrato (porque seria muito fácil de falsificar). Deve-se considerar a data na qual este negócio jurídico foi registrado no Cartório. STJ. REsp 1.217.593-RS, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 12/3/2013 (Info 518). 11/38 02 Escola Brasileira de Ensino Jurídico na Internet (EBEJI). Todos os direitos reservados.

FRAUDE CONTRA CREDORES ALIENAÇÕES SUCESSIVAS E BOA-FÉ DO ÚLTIMO ADQUIRENTE Luiz devia para um banco. Sabia que o banco ia executar seu imóvel. Combina então com Hugo e José o seguinte: Luiz (devedor) Hugo (má-fé) José (má-fé) Rui (boa-fé) O banco ajuíza ação pauliana pedindo a anulação de todas as alienações e que o bem retorne ao patrimônio do devedor (Luiz) para que responde pelas dívidas. 12/38 02 Escola Brasileira de Ensino Jurídico na Internet (EBEJI). Todos os direitos reservados.

FRAUDE CONTRA CREDORES ALIENAÇÕES SUCESSIVAS E BOA-FÉ DO ÚLTIMO ADQUIRENTE Se ficar comprovado que o bem foi sucessivamente alienado fraudulentamente para diversas pessoas, mas que, ao final, o atual adquirente estava de boa-fé, neste caso deverá o juiz reconhecer que é eficaz o negócio, devendo-se condenar os réus que agiram de má-fé a indenizar o autor da pauliana, pagando o valor do bem que foi adquirido fraudulentamente. STJ. REsp 1.100.525-RS, julgado em 16/4/2013 (Info 521). 13/38 02 Escola Brasileira de Ensino Jurídico na Internet (EBEJI). Todos os direitos reservados.

CLÁUSULA PENAL CLÁUSULA PENAL MORATÓRIA E INDENIZAÇÃO POR LUCROS CESSANTES Cláusula penal - É uma cláusula do contrato - ou um contrato acessório ao principal - em que se estipula, previamente, o valor da indenização que deverá ser paga - pela parte que não cumprir, culposamente, a obrigação. 14/38 02 Escola Brasileira de Ensino Jurídico na Internet (EBEJI). Todos os direitos reservados.

CLÁUSULA PENAL CLÁUSULA PENAL MORATÓRIA E INDENIZAÇÃO POR LUCROS CESSANTES a) MORATÓRIA b) COMPENSATÓRIA Estipulada para desestimular o devedor de incorrer em mora. Funciona como punição pelo atraso. Ex: em uma promessa de compra e venda de um apartamento, é estipulada multa para o caso de atraso na entrega. Prevista no art. 411 do CC. Estipulada para servir como indenização no caso de inadimplemento total da obrigação. Funciona como uma prefixação das perdas e danos. Ex: em um contrato para que um cantor faça um show no réveillon, é estipulada uma multa de 100 mil reais caso ele não se apresente. Prevista no art. 410 do CC. 15/38 02 Escola Brasileira de Ensino Jurídico na Internet (EBEJI). Todos os direitos reservados.

FRAUDE CONTRA CREDORES CLÁUSULA PENAL MORATÓRIA E INDENIZAÇÃO POR LUCROS CESSANTES Em um contrato no qual foi estipulada uma cláusula penal MORATÓRIA, caso haja a mora, é possível que o credor exija o valor desta cláusula penal e mais os lucros cessantes? 16/38 02 Escola Brasileira de Ensino Jurídico na Internet (EBEJI). Todos os direitos reservados.

FRAUDE CONTRA CREDORES CLÁUSULA PENAL MORATÓRIA E INDENIZAÇÃO POR LUCROS CESSANTES Em um contrato no qual foi estipulada uma cláusula penal MORATÓRIA, caso haja a mora, é possível que o credor exija o valor desta cláusula penal e mais os lucros cessantes? SIM. Não há proibição que se exija a cláusula penal moratória juntamente com o valor referente aos lucros cessantes. Ex: atraso na entrega de um apartamento. 17/38 02 Escola Brasileira de Ensino Jurídico na Internet (EBEJI). Todos os direitos reservados.

FRAUDE CONTRA CREDORES CLÁUSULA PENAL MORATÓRIA E INDENIZAÇÃO POR LUCROS CESSANTES Em um contrato no qual foi estipulada uma cláusula penal COMPENSATÓRIA, caso haja o inadimplemento, é possível que o credor exija o valor da cláusula penal e mais os lucros cessantes? 18/38 02 Escola Brasileira de Ensino Jurídico na Internet (EBEJI). Todos os direitos reservados.

FRAUDE CONTRA CREDORES CLÁUSULA PENAL MORATÓRIA E INDENIZAÇÃO POR LUCROS CESSANTES Em um contrato no qual foi estipulada uma cláusula penal COMPENSATÓRIA, caso haja o inadimplemento, é possível que o credor exija o valor da cláusula penal e mais os lucros cessantes? NÃO. A cláusula penal compensatória já substituiu a indenização pelas perdas e danos. É uma prefixação das perdas e danos. 19/38 02 Escola Brasileira de Ensino Jurídico na Internet (EBEJI). Todos os direitos reservados.

FRAUDE CONTRA CREDORES CLÁUSULA PENAL MORATÓRIA E INDENIZAÇÃO POR LUCROS CESSANTES Resumindo: É possível que o devedor pague CLÁUSULA PENAL + LUCROS CESSANTES? Se for MORATÓRIA: SIM Se for COMPENSATÓRIA: NÃO STJ. REsp 1.355.554-RJ, julgado em 6/12/2012 (Info 513). 20/38 02 Escola Brasileira de Ensino Jurídico na Internet (EBEJI). Todos os direitos reservados.

FRAUDE CONTRA CREDORES CLÁUSULA PENAL MORATÓRIA E INDENIZAÇÃO POR LUCROS CESSANTES (TRF2 2011) O STJ entende que, se for estipulada cláusula penal moratória, a parte que inadimplir o contrato não terá a obrigação de indenizar lucros cessantes. (ERRADO) 21/38 02 Escola Brasileira de Ensino Jurídico na Internet (EBEJI). Todos os direitos reservados.

FRAUDE CONTRA CREDORES CLÁUSULA PENAL MORATÓRIA E INDENIZAÇÃO POR LUCROS CESSANTES (TRF2 2011) O STJ entende que, se for estipulada cláusula penal moratória, a parte que inadimplir o contrato não terá a obrigação de indenizar lucros cessantes. (ERRADO) Justificativa: cláusula penal moratória pode sim ser cumulada com lucros cessantes. 22/38 02 Escola Brasileira de Ensino Jurídico na Internet (EBEJI). Todos os direitos reservados.

FRAUDE CONTRA CREDORES CLÁUSULA PENAL MORATÓRIA E INDENIZAÇÃO POR LUCROS CESSANTES (TJES 2012) Ainda que possível cláusula penal compensatória estipulada para o caso de a inexecução ser insuficiente para compensar os prejuízos sofridos, não será lícito ao contratante ajuizar ação buscando perdas e danos. ( CERTO ) 23/38 02 Escola Brasileira de Ensino Jurídico na Internet (EBEJI). Todos os direitos reservados.

FRAUDE CONTRA CREDORES CLÁUSULA PENAL MORATÓRIA E INDENIZAÇÃO POR LUCROS CESSANTES (TJES 2012) Ainda que possível cláusula penal compensatória estipulada para o caso de a inexecução ser insuficiente para compensar os prejuízos sofridos, não será lícito ao contratante ajuizar ação buscando perdas e danos. ( CERTO ) Justificativa: cláusula penal COMPENSATÓRIA funciona como prefixação das perdas e danos. 24/38 02 Escola Brasileira de Ensino Jurídico na Internet (EBEJI). Todos os direitos reservados.

O que é a evicção? A evicção ocorre quando: EVICÇÃO a pessoa que adquiriu um bem perde a posse ou a propriedade por causa de decisão judicial ou ato administrativo que reconhece que um terceiro possuía direitos anteriores sobre este bem de modo que ele não poderia ter sido alienado. 25/38 02 Escola Brasileira de Ensino Jurídico na Internet (EBEJI). Todos os direitos reservados.

Indenização: EVICÇÃO Após perder a posse ou a propriedade do bem, o adquirente (evicto) deverá ser indenizado pelo alienante. Personagens: Evictor: é o terceiro reivindicante do bem. Evicto: é o adquirente do bem, que perdeu a ação movida pelo evictor. Alienante: é o que transferiu o bem ao evicto, e, por isso, deve responder pela evicção, indenizando-o. 26/38 02 Escola Brasileira de Ensino Jurídico na Internet (EBEJI). Todos os direitos reservados.

Requisitos: EVICÇÃO a) Aquisição onerosa do bem (ex: compra e venda) b) Perda, total ou parcial, da propriedade ou da posse da coisa alienada c) Direito anterior do evictor sobre a coisa (vício na alienação) d) Perda por meio de decisão judicial ou ato administrativo 27/38 02 Escola Brasileira de Ensino Jurídico na Internet (EBEJI). Todos os direitos reservados.

EVICÇÃO No caso de evicção por decisão judicial, para que o alienante indenize o evicto é necessário que tenha havido o trânsito em julgado da sentença que fez com que ele perdesse a propriedade ou a posse do bem? João comprou uma casa de Pedro. Mário ajuizou uma ação reivindicando a casa. A sentença foi favorável. Houve recurso? Mesmo havendo recurso, João já pode cobrar indenização de Pedro? 28/38 02 Escola Brasileira de Ensino Jurídico na Internet (EBEJI). Todos os direitos reservados.

EVICÇÃO No caso de evicção por decisão judicial, para que o alienante indenize o evicto é necessário que tenha havido o trânsito em julgado da sentença que fez com que ele perdesse a propriedade ou a posse do bem? Segundo decidiu o STJ, para que o evicto possa exercer os direitos resultantes da evicção (ou seja, para que possa cobrar a indenização), NÃO é necessário o trânsito em julgado da decisão que fez com que perdesse o bem. REsp 1.332.112-GO, julgado em 21/3/2013 (Info 519) 29/38 02 Escola Brasileira de Ensino Jurídico na Internet (EBEJI). Todos os direitos reservados.

EVICÇÃO A denunciação da lide é um requisito para a indenização pela evicção? Em outras palavras, é obrigatória a denunciação da lide para que o evicto seja indenizado pela perda do bem? 30/38 02 Escola Brasileira de Ensino Jurídico na Internet (EBEJI). Todos os direitos reservados.

EVICÇÃO A denunciação da lide é um requisito para a indenização pela evicção? Em outras palavras, é obrigatória a denunciação da lide para que o evicto seja indenizado pela perda do bem? Texto do CPC: Art. 70. A denunciação da lide é obrigatória: I - ao alienante, na ação em que terceiro reivindica a coisa, cujo domínio foi transferido à parte, a fim de que esta possa exercer o direito que da evicção lhe resulta; 31/38 02 Escola Brasileira de Ensino Jurídico na Internet (EBEJI). Todos os direitos reservados.

EVICÇÃO A denunciação da lide é um requisito para a indenização pela evicção? Em outras palavras, é obrigatória a denunciação da lide para que o evicto seja indenizado pela perda do bem? Entendimento do STJ: NÃO. Prevalece no STJ que o direito que o evicto tem de cobrar indenização pela perda do bem NÃO depende, para ser exercitado, de ele ter denunciado a lide ao alienante na ação em que terceiro reivindicou a coisa. 32/38 02 Escola Brasileira de Ensino Jurídico na Internet (EBEJI). Todos os direitos reservados.

Resumindo: EVICÇÃO Para o STJ, NÃO são requisitos indispensáveis à indenização por evicção: O trânsito em julgado da sentença que determina a perda do bem; A denunciação da lide pelo evicto. STJ. REsp 1.332.112-GO, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 21/3/2013 (Info 519). 33/38 02 Escola Brasileira de Ensino Jurídico na Internet (EBEJI). Todos os direitos reservados.

VENDA DE ASCENDENTE PARA DESCEDENTE Restrições à compra e venda. Venda de ascendente para descendente é anulável: Art. 496. É anulável a venda de ascendente a descendente, salvo se os outros descendentes e o cônjuge do alienante expressamente houverem consentido. Finalidade da restrição: igualdade das legítimas. 34/38 02 Escola Brasileira de Ensino Jurídico na Internet (EBEJI). Todos os direitos reservados.

VENDA DE ASCENDENTE PARA DESCEDENTE Requisitos para que haja a anulação: a) Falta de consentimento dos outros descendentes e do cônjuge do vendedor; b) Comprovação de que houve prejuízo aos demais herdeiros. Esse prejuízo pode ser presumido? 35/38 02 Escola Brasileira de Ensino Jurídico na Internet (EBEJI). Todos os direitos reservados.

VENDA DE ASCENDENTE PARA DESCEDENTE É imprescindível que o autor da ação anulatória comprove, no caso concreto, a efetiva ocorrência de prejuízo aos herdeiros necessários, não se admitindo a alegação de prejuízo presumido. Isso porque este negócio jurídico não é nulo (nulidade absoluta), mas sim meramente anulável (nulidade relativa). STJ. REsp 1.211.531-MS, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 5/2/2013 (Info 514). 36/38 02 Escola Brasileira de Ensino Jurídico na Internet (EBEJI). Todos os direitos reservados.

VENDA DE ASCENDENTE PARA DESCEDENTE (TJGO 2012) A venda de ascendente para descendente sem o expresso consentimento dos demais descendentes constitui A) negócio jurídico nulo de pleno direito. B) negócio jurídico anulável. C) adiantamento de legítima. D) negócio jurídico ineficaz. E) sempre doação simulada. 37/38 02 Escola Brasileira de Ensino Jurídico na Internet (EBEJI). Todos os direitos reservados.

VENDA DE ASCENDENTE PARA DESCEDENTE (TJGO 2012) A venda de ascendente para descendente sem o expresso consentimento dos demais descendentes constitui A) negócio jurídico nulo de pleno direito. B) negócio jurídico anulável. C) adiantamento de legítima. D) negócio jurídico ineficaz. E) sempre doação simulada. 38/38 02 Escola Brasileira de Ensino Jurídico na Internet (EBEJI). Todos os direitos reservados.

www.ebeji.com.br Copyright (C) 2013 EBEJI - Escola Brasileira de Ensino Jurídico na Internet