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VOTO PROCESSO: 48500.003775/2014-36. INTERESSADOS: Light Serviços de Eletricidade S.A e Axxiom Soluções Tecnológicas S.A.. RELATOR: Diretor Reive Barros dos Santos RESPONSÁVEL: ASSESSORIA/DIRETORIA ASSUNTO: Recurso Administrativo interposto pela Light Serviços de Eletricidade S.A. contra o Despacho SFF nº 3.673/2014, que não anuiu à minuta do Contrato de prestação de serviços celebrado entre a Light e a Axxiom Soluções Tecnológicas S.A.. I. RELATÓRIO 1. Em 1º/07/2014, a Light Serviços de Eletricidade S.A. LIGHT (carta nº FRF- 079/2014), protocolou pedido de anuência para celebração de contrato para a prestação de serviços de Tecnologia da Informação TI com a Axxiom Soluções Tecnológicas S.A. AXXIOM, empresa pertencente ao mesmo grupo econômico (Grupo Cemig). 2. A Axxiom Soluções Tecnológicas S.A. é prestadora de serviços com atuação no ramo de Tecnologia da Informação. 3. A Light é concessionária de distribuição de energia elétrica, signatária do Contrato de Concessão nº 001/1996. 4. Em 08/09/2014, a SFF (Nota Técnica nº 222/2014 SFF/ANEEL) não anuiu ao pedido. 5. Em 30/9/2014, a Light interpôs Recurso Administrativo contra a decisão proferida. 6. Em 09/02/2015, o processo foi a mim distribuído. 7. É o relatório. II. FUNDAMENTAÇÃO 8. Trata-se de analisar o pedido de reconsideração contra o Despacho SFF nº 3.673/2014, que decidiu não anuir ao pedido formulado pela Light Serviços de Eletricidade S.A. LIGHT SESA para contratação da Axxiom Soluções Tecnológicas S.A., sua parte relacionada, para a prestação de Serviços de alocação de recursos funcionais e desenvolvedores ABAP e JAVA na Concessionária. 9. O contrato submetido à anuência tem como objeto a prestação de serviços de alocação de recursos funcionais e desenvolvedores ABAP e JAVA na Concessionária, e a manutenção e evolução do ambiente SAP-CCS, SPA-CRM e SAP-BI (BW, BPC, BO), visando realizar a execução do desenho, desenvolvimento, testes, homologação e implantação neste ambiente.

10. Segundo a Light (carta nº FRF- 079/2014), os recursos (humanos) contratados atuarão na concessionária como analistas de negócios de TI responsáveis por interagir com a área de negócios, entendendo as necessidades, propondo soluções e gerenciando todo o processo até a entrada em produção e desenvolvedores ABAP e JAVA que serão responsáveis pelo desenvolvimento, abrangendo programação, testes e documentação nas linguagens ABAP e JAVA, para todos os módulos SAP que necessitarem de evolução ou manutenção, além de serem responsáveis por suporte técnico à equipe funcional na identificação e resolução de problemas relativos a desempenho, mau funcionamento do sistema após transporte de requests para produção e interrupções de execuções de programas. 11. A SFF não anuiu ao contrato submetido sob os seguintes argumentos (Nota Técnica nº 222/2014-SFF/ANEEL): i) não cumprimento dos requisitos formais do pedido; ii) não comprovação da adequação do preço às condições de mercado; iii) não comprovação da comutatividade, conforme exigido nos termos da REN nº 334/2008; e iv) não atendimento aos requisitos de legalidade, normalidade, usualidade e necessidade à manutenção das atividades da concessionária, não vislumbrando condições para anuência do pleito. 12. Em seu recurso, a LGHT discorreu acerca do Princípio da Razoabilidade e sua importância no Direito Administrativo, em evidência quando se tratam de medidas de controle prévio dos instrumentos jurídicos a serem celebrados pelos administrados. Entende que o fato de, segundo argumenta, ter atendido aos requisitos constantes na REN nº 334/2008, impede que esta Agência reguladora negue anuência à celebração contratual pretendida. 13. Quanto a solicitação de documentação e informação complementares, a Recorrente alega que a SFF/ANEEL decidiu não anuir o pedido formulado em razão de dúvidas que poderiam ser sanadas por ela. 14. Ademais, a Interessada discorre acerca dos impactos da não concessão da anuência, na qual elucida que o objeto do pedido de anuência, visa garantir a continuidade funcional dos Sistemas SAP, os quais são utilizados pela Light (SAP CCS, CRM, R3 e BI) para suportar as suas atividades comerciais tais como, Atendimento, Faturamento, Cobrança, Arrecadação, e Serviços de Campo, bem como na área corporativa, onde suportam as atividades de logística, Contabilidade, Engenharia, Manutenção, Finanças e Recursos Humanos. A SFF ressaltou que a Light mantem em execução contratos de manutenção e evolução do SAP (Applications Management Services AMS) para a realização das manutenções corretivas e evolutivas necessárias para a continuidade funcional do sistema SAP. 15. A Interessada diante do Despacho SFF nº 3.673/2014, o final da vigência dos contratos com as empresas COMPLEX e CSC e principalmente, a impossibilidade de descontinuidade destes serviços, já iniciou tratativas com os fornecedores, tendo inclusive recebido as respectivas propostas comerciais, para a continuidade dos serviços de manutenção a partir de janeiro de 2015. 16. A Light explanou sobre os critérios de normalidade, usualidade e necessidade de manutenção de suas atividades e citou que a manutenção e evolução do Sistema de Gestão e Comercial SAP inserem-se nos requisitos necessários ao atendimento do serviço adequado na medida em que envolve toda a gestão da empresa de maneira integrada e que, portanto deve ser continuamente atualizado em função da otimização dos processos empresariais e das exigências da regulamentação dos serviços de distribuição.

17. Quanto à alegação da SFF sobre a impossibilidade de comprovação do alinhamento dos preços praticados falta de COMUTATIVIDADE - a Light apresentou propostas atualizadas dos fornecedores CSC e COMPLEX para a prestação dos serviços a partir de janeiro de 2015. A recorrente buscou demonstrar a comutatividade por meio da atualização de valores e condições comparáveis com a empresa AXXIOM a qual pretende contratação alegando preços melhores e compatíveis com o mercado. 18. A SFF analisou o recurso e emitiu análise do pedido de reconsideração em 19/03/2015, por meio da qual manteve o posicionamento de não anuir ao pedido para contratação em questão. Segundo a Superintendência, nos termos da Lei nº 9.427, de 26/12/1996, compete à ANEEL a realização do controle prévio e a posteriori de atos e negócios jurídicos a serem celebrados entre as concessionárias e partes relacionadas e, portanto, é clara a obrigação de submissão de tais operações à prévia anuência desta Agência Reguladora, fato não contestado pela Recorrente. 19. A SFF reconhece que as concessionárias devem ter liberdade de escolha quanto as melhores soluções tecnológicas que serão aplicadas na sua atividade, entretanto ponderou que o ambiente regulatório no qual se encontra a Recorrente determina quais transações realizadas pelos agentes necessitam de aprovação prévia da ANEEL. A necessidade de prévia anuência está estabelecida nos atos de delegação dos agentes, bem como em normativos próprios, e tem o propósito de averiguar a gestão dos agentes no sentido de preservar o equilíbrio econômico e financeiro das outorgas, bem como a modicidade tarifária, não podendo, desta forma, as recorrentes atuarem como se não estivessem em um ambiente regulado. 20. Certamente, se a contratação pretendida estivesse relacionada à Light e uma empresa qualquer do mercado (que não fosse sua parte relacionada), esta estaria absolutamente inserida dentro da esfera gerencial do negócio da concessionária, cabendo-lhe, exclusiva e soberanamente (respeitada à lei) decidir e contratar como bem entendesse. 21. Porém, no ambiente regulado, deve ser avaliada a comutatividade mediante a verificação da compatibilidade das cláusulas econômicas e financeiras estabelecidas no contrato a ser firmado, perante os valores e condições de pagamentos praticadas no mercado, versando sobre bens ou serviços substitutos. Nesse diapasão, entende-se ser dever do agente interessado comprovar a comutatividade dos contratos para os quais deseja anuência. 22. A concorrência possibilitaria a melhora no detalhamento do objeto da contratação, além de trazer maior certeza da necessidade da contratação, pois sinalizaria que o investimento seria feito pela distribuidora, independentemente de a contratada ser ou não sua parte relacionada. 23. Entretanto, diante das novas informações apresentadas no recurso administrativo, as quais são suficientes para confiar na comutatividade e na necessidade da contratação, entendo que o Despacho deve ser reformulado. 24. Adicionalmente, como medida preventiva, sugiro condicionar a presente anuência à inclusão de cláusula contratual que permita a rescisão do contrato de forma imediata, incondicional e sem ônus para a distribuidora, se em eventual fiscalização da SFF, ficar demonstrado que, durante sua execução, o contrato tenha deixado de ser necessário/usual/normal ou tenha sido utilizado de forma não comutativa para as partes signatárias. 25. Vale registrar que pedido similar ao analisado neste processo já foi deliberado pela Diretoria, no âmbito de processos 48500.000504/2014-29 e 48500.006545/2013-48. Nos citados processos foram

reformadas as decisões prolatadas pela SFF e anuídos os contratos submetidos. Na decisão, a Diretoria recomendou que a distribuidora passe a utilizar processo concorrencial em contratações análogas àquelas anuídas (que envolvem partes relacionadas). 26. A contratação aqui analisada foi submetida à anuência em 01/07/2014, portanto, antes da deliberação da Diretoria que emitiu a citada recomendação, de forma que o procedimento não poderia ter sido seguido pela Light naquela ocasião, pois a ANEEL ainda não havia emitido posicionamento definitivo sobre os recursos interpostos. 27. Assim, diante do exposto, concluo pela reformulação do mérito do Despacho SFF nº 3.673, de 09/09/2014. III. DIREITO 28. A análise encontra fundamentação nos seguintes dispositivos normativos: Lei 9.427/2006; REN n 334/2008. IV. DISPOSITIVO 29. Diante do exposto e do que consta do Processo n o 48500.003775/2014-36, voto por conhecer e dar provimento parcial ao Recurso Administrativo interposto pela Light Serviços de Eletricidade S.A. LIGTH contra o Despacho SFF nº 3.673/2014, emitido pela Superintendência de Fiscalização Econômica e Financeira SFF, no sentido de: (i) anuir ao pedido da recorrente para contratação da empresa Axxiom Soluções Tecnológicas S.A. para a prestação de serviços de Tecnologia da Informação TI ; (ii) condicionar a anuência referida no item anterior à inclusão de cláusula contratual que permita a rescisão do contrato de forma imediata, incondicional e sem ônus para a distribuidora, conforme deliberação da Diretoria da ANEEL, em caso de detecção de irregularidades. Brasília, 07 de abril de 2015 REIVE BARROS DOS SANTOS Diretor

AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA ANEEL DESPACHO Nº, DE DE DE 2015. O DIRETOR-GERAL DA AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA ANEEL, no uso de suas atribuições regimentais, tendo em vista deliberação da Diretoria e o que consta do Processo nº 48500.003775/2014-36, decide conhecer e, no mérito, dar provimento parcial ao Recurso Administrativo interposto pela Light Serviços de Eletricidade S.A. LIGHT contra o Despacho SFF nº 3.673/2014, emitido pela Superintendência de Fiscalização Econômica e Financeira SFF, no sentido de: (i) anuir ao pedido da recorrente para contratação da empresa Axxiom Soluções Tecnológicas S.A. para a prestação de serviços de Tecnologia da Informação TI; (ii) condicionar a anuência referida no item anterior à inclusão de cláusula contratual que permita a rescisão do contrato de forma imediata, incondicional e sem ônus para a distribuidora, conforme deliberação da Diretoria da ANEEL, em caso de detecção de irregularidades. ROMEU DONIZETE RUFINO